10/04/2009

Sexta-Feira Santa

Onde me detenho? Em que medito?
A traição de Judas beijando Jesus!
A negação de Pedro com juramento?
A bofetada do servente, sem nenhuma justificação?
A possibilidade de Pilatos ter ficado para ouvir a resposta de Jesus à sua pergunta: o que é a verdade?
Na história da humanidade, ficará para sempre registada esta atitude do Pretor romano. Não quer ouvir a resposta de Jesus. Intimamente sabe que, se a ouvisse, completa e esclarecedora, como não podia deixar de ser, vinda do Salvador, ela transformaria por completo a sua atitude perante o que se estava a passar no seu tribunal e, efectivamente, o que desejava era acabar rapidamente com um processo que, intrigando-o sobremaneira, não sabia como resolver. Em suma, não quis saber com clareza os fundamentos da justiça que lhe competia administrar.
Mas, o Senhor, afirma a Pilatos que, a sua culpa, é menor que a de quem O entregou.
E quem O entregou?

Aqui, para mim, reside o mistério por esclarecer.

Modestamente creio, que o Senhor não se referia a ninguém em especial; nem a Judas nem aos Príncipes dos sacerdotes, nem aos Escribas. Não! O Mestre referia-se a toda a humanidade passada, presente e futura porque, na verdade, era por causa dela que ali estava. Humanidade da qual faço parte, portanto, em última análise, o Senhor estava ali por minha causa.
Ó meu Senhor bendito! Ajuda-me a ser merecedor do Teu sacrifício e, enquanto não To digo, face a face, aceita o meu coração humilhado e contrito por tantas faltas e omissões e a minha firme disposição de não Te ofender mais.

AMA, meditação sobre Jo 18, 1-40; 189, 1-42)