13/04/2009

SÁBADO SANTO Meditação

Antes de adormecer deixo o meu pensamento voar para esse jardim perto do Gólgota, a esse sepulcro que Te emprestaram para 'dormires' estes dias.
Calculo a estrema fraqueza de Tua querida Mãe, lembrando-se do Teu corpo martirizado que teve nos seus braços, enquanto mãos amigas Te lavavam e ungiam de perfumes - umas cem libras - e, finalmente, envolto no lençol novo que o de Arimateia trouxe, te depositaram com veneração e carinho nesse Teu leito de morte.
Ela não sabe muito bem o que pensar porque, não obstante a firme certeza que cumprias a Vontade do Pai, tem tão vivas e nítidas as tremendas imagens do dia que terminou, que o seu coração amantíssimo está de tal forma oprimido e angustiado que só encontra lenitivo na profunda certeza de que, dentro de algumas horas, Te irá ver, de novo, Ressuscitado.
Então, os Teus discípulos começam a chegar a casa de João, onde, a partir de gora, passarás a morar, e tu entendes que chegou actua hora de passares a fazer o papel de Mãe que o Senhor, pouco antes de morrer na Cruz, te destinou.

Talvez o primeiro a chegar fosse Pedro, os olhos marejados de lágrimas de arrependimento, lança-se a teus pés chorando convulsivamente a sua pena. E tu, Mãe amorosa, pegas-lhe nas mãos, ergue-lo e, com doces palavras, sossegas a sua inquietação e dás-lhe a certeza do perdão do Teu Filho.
Depois, aos outros dez, vais acolhendo, um a um, tranquilizando as suas almas aflitas, sossegando os seus corações despedaçados, restaurando a sua Fé, confirmando a sua esperança.

Também eu, peço licença para me aproximar e pedir a Santa Maria que me deixe passar esta noite recolhido nos seus braços, refúgio e segurança onde encontro paz e tranquilidade.
Dentro mais ou menos uma hora é o terceiro dia da Tua Morte na Cruz e, Tu, como prometeste, vais ressuscitar pelo Teu próprio poder, gloriosamente como Deus Verdadeiro, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Em muitas Igrejas do mundo, multidões celebram neste momento este acontecimento mais importante da nossa vida cristã, que confirma e dá sentido à nossa fé. Unido a todos, ao Papa, ao Padre, dou-te graças, Senhor, por mais uma vez me permitires que rejubile com a Glória da Ressurreição, porque, também daqui a pouco termina mais um ano - o 68 - que me concedes-te viver.
Arrependo-me, sinceramente de todas as faltas, pecados e omissões que neste ano cometi, por todas vezes que não fiz a Tua Vontade Santa, por tantas - ai tantas! - vezes que esqueci que Tu és o Meu Deus e Senhor, o Caminho, a Verdade e a Vida.
Como eu gostaria, Senhor, que este novo ao que, para mim vai começar, fosse um verdadeiro renascer para Ti, meu único bem!
Tenho tanto, mas tanto, a agradecer que não sei que Te dizer nem por onde começar, por isso me limitarei a dizer-te, do mais fundo do coração: GratiasTibi, Domine!

2009.04.11 Carvide