24/06/2010

Evangelho: Lc 1, 57-66. 80

57 Completou-se para Isabel o tempo de dar à luz e deu à luz um filho. 58 Os seus vizinhos e parentes ouviram falar da graça que o Senhor lhe tinha feito e congratulavam-se com ela. 59 Aconteceu que, ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e chamavam-lhe Zacarias, do nome do pai. 60 Interveio, porém, sua mãe e disse: «Não; mas será chamado João». 61 Disseram-lhe: «Ninguém há na tua família que tenha este nome». 62 E perguntavam por acenos ao pai como queria que se chamasse. 63 Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu assim: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados.64 E logo se abriu a sua boca, soltou-se a língua e falava bendizendo a Deus. 65 O temor se apoderou de todos os seus vizinhos, e divulgaram-se todas estas maravilhas por todas as montanhas da Judeia. 66 Todos os que as ouviram as ponderavam no seu coração, dizendo: «Quem virá a ser este menino?». Porque a mão do Senhor estava com ele.
80 Ora o menino crescia e se fortificava no espírito. E habitou nos desertos até ao dia da sua manifestação a Israel.
Meditação:

Qualquer espécie de prisão é contra a natureza do homem. Seja qual for o motivo ou o tipo de prisão a que esteja submetido, quando se vê livre de tal sujeição, o homem não pode mais que dar graças a Deus que nos criou para sermos livres, termos uma vontade própria e opções de escolha. E, de facto, só com Deus se encontra a verdadeira liberdade porque, Ele, é a Verdade e, como Ele próprio disse: «verdade vos fará livres» (J 6, 32)

(ama, meditação sobre Lc 1, 57-66, 80, 2010.05.04)

Tema: Liberdade do coração

A oração só pode expandir-se num clima de liberdade. E, na qualidade de discípulo de Cristo és chamado à oração contemplativa. Todavia, para que a tua prece possa algum dia tornar-se contemplação – um amoroso olhar lançado a Jesus Cristo, teu Bem-amado – é indispensável a liberdade do coração. É por essa razão que Cristo tanto luta pela libertação do teu coração. E Ele fá-lo por meio de vários acontecimentos, através de dificuldades e tempestades, permitindo que passes por situações difíceis por meio das quais te dá oportunidade de colaborares intensamente com a graça. 

(Tadeus Dajczer, Meditações sobre a Fé, Paulus, 4ª Ed., pg. 32)

Memória: S. João Baptista

João Batista, testemunha da verdade sem temores

Hoje, 24 de Junho, a liturgia convida-nos a celebrar a solenidade do nascimento de São João Batista, cuja vida está totalmente orientada a Cristo, como a de sua mãe, Maria. João Batista foi o precursor, a «voz» enviada para anunciar o Verbo encarnado. Por esse motivo, comemorar seu nascimento significa na verdade celebrar Cristo, cumprimento das promessas de todos os profetas, entre os quais o Batista foi o maior, chamado para «preparar o caminho» do Messias (cf. Mateus 11, 9-10).
Todos os Evangelhos começam a narração da vida pública de Jesus com o episódio do seu baptismo no rio Jordão, feito por João. São Lucas introduz a aparição do Batista em um contexto histórico solene. Também o meu livro «Jesus de Nazaré» começa com o Baptismo de Jesus no Jordão, acontecimento que teve uma enorme ressonância naqueles tempos.
Desde Jerusalém e desde toda a Judeia, as pessoas iam para escutar João Batista e para serem baptizadas no rio, confessando os próprios pecados (cf. Marcos 1, 5). A fama do profeta que baptizava cresceu, até o ponto de que muitos se perguntavam se não era ele o Messias. Mas ele, sublinha o evangelista, negou decididamente: «Eu não sou o Cristo» (João 1, 20).
De qualquer forma, ele continua sendo a primeira «testemunha» de Jesus, pois recebeu do Céu este sinal: «Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem baptiza no Espírito Santo» (João 1, 33). Isso foi o que aconteceu precisamente quando Jesus, depois de receber o baptismo, saiu da água: João viu como o Espírito repousava sobre ele como uma pomba. Então ele «conheceu» a realidade plena de Jesus de Nazaré e começou a «manifestá-lo a Israel» (João 1, 31), apresentando-o como Filho de Deus e redentor do homem: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo» (João 1, 29).
Como um autêntico profeta, João deu testemunho da verdade sem temores. Denunciou as transgressões aos mandamentos de Deus, inclusive quando os protagonistas das mesmas eram potentes. Dessa forma, pagou com a vida a acusação de adultério a Herodes e Herodíades, selando com o martírio o seu serviço a Cristo, que é a Verdade em pessoa.
Invoquemos a sua intercessão, junto com a de Maria Santíssima, para que também em nossos dias a Igreja saiba manter-se sempre fiel a Cristo e testemunhar com valentia a sua verdade e seu amor a todos.

(bento XVI, Angelus, 2007.06.24