26/08/2010

A Democracia precisa de uma sociedade virtuosa

Acho que é crucial para as democracias, nas próximas duas gerações, a restauração dos fundamentos culturais das sociedades democráticas.
A Democracia não é uma máquina que funcione, por si só, exige um certo tipo de pessoas para fazer funcionar o maquinismo, que requer certas virtudes, é por isso que o Papa fala sempre acerca duma sociedade livre e virtuosa.

A menos que as pessoas tenham adquirido certos hábitos do coração e da mente, a que chamamos de virtudes, não serão capazes de ser democratas.  Todos nós nascemos tiranos, é preciso aprender os hábitos de tolerância e de uma participação no argumento, etc. Na maior parte do mundo democrático, em que a cultura torna a democracia possível, a democracia tem-se atrofiado durante as últimas duas gerações, porque a ideia que tem de liberdade se deteriorou.

A teoria clássica da democracia, bem como os documentos oficiais da Igreja ensinam-nos que a liberdade é realmente o direito de fazer o que devemos fazer.  O direito de escolher livremente o que é objectivamente bom.  Qualquer outro conceito de liberdade, especialmente o de a liberdade ser uma licença, acabará, em última análise, em auto-destruição.

Estas são as questões cruciais, agora, para as democracias, porque a menos que possamos reconstruir a cultura da liberdade bem entendida, não seremos capazes de resolver a nível político, a nível da legislação e da lei, questões como, por exemplo, as propostas para novas biotecnologias.  

(George Weigel, Democracy needs a "virtuous" society,  Entrevista a NewsWeekly, uma publicação do National Civic Council. 2000.11.18 trad ama)

Textos de Reflexão para 26 de Agosto

Evangelho: Mt 24, 42-51

42 «Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora virá o vosso Senhor. 43 Sabei que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, sem dúvida, e não deixaria arrombar a sua casa. 44 Por isso estai vós também preparados, porque virá o Filho do Homem na hora em que menos pensais.45 «Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o seu senhor colocou à frente da sua família para lhe distribuir de comer a seu tempo? 46 Bem-aventurado aquele servo, a quem o seu senhor, quando vier, achar a proceder assim. 47 Na verdade vos digo que lhe confiará o governo de todos os seus bens. 48 Mas, se aquele servo mau disser no seu coração: “O meu senhor tarda em vir”, 49 e começar a bater nos seus companheiros, a comer e beber com os ébrios, 50 virá o senhor daquele servo no dia em que não o espera, e na hora que não sabe, 51 e mandará açoitá-lo e dar-lhe-á a sorte dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.
Meditação:

Vigiar… vigiar… é o aviso, conselho, constante de Jesus e muito a propósito porque, infelizmente, a nossa tendência é, quase sempre, para uma certa bonomia do “deixar andar” “depois…logo se vê”. O desleixo, o aburguesamento.
Nalguns casos, cumprimos os “mínimos”, vamos à Missa ao Domingo, escolhemos uma que seja breve e a uma hora conveniente, deixamos para o fim do dia a reza do Terço que acabamos por não rezar, enfim, vamos andando pela vida com uma sensação de que não nos portamos “mal de todo”, não fazemos grandes pecados, não roubamos nem matamos…
E, isto, chega?
Não, não chega. Se não nos alimentarmos convenientemente é quase certo que passaremos mal e a nossa saúde se ressentirá.
Se não alimentamos a nossa alma com a oração, correcta, séria, sentida, o pouco que temos de fé, de desejos de melhoria irá desaparecendo até ao ponto em que a oração já não faz sentido, a preocupação com a vida interior deixa de nos preocupar.
Pessoalmente, parece-me um risco sério, muito sério. (ama, comentário sobre Mt 24, 42-51, 2010.07.15)

Tema: Felicidade humana

Uma das razões pelas quais os homens são tão propensos a louvar-se, a sobrestimar o seu próprio valor e os seus próprios poderes, a ressentir-se e qualquer coisa que tenda a rebaixa-los na sua própria estima e na dos outros, é porque não vêm mais esperança para a sua felicidade que eles próprios. Por isso são amiúde tão susceptíveis, tão ressentidos quando são criticados, tão desagradáveis para quem os contradiz, tão insistentes em sair-se com "a sua", tão ávidos de ser conhecidos, tão ansiosos de louvor, tão determinados a governar o seu meio ambiente. Confiam em si mesmos como náufrago se agarra a uma palha. E a vida prossegue, e estão cada vez mais longe da felicidade. (E. Boylan, El amor supremo, vol. II, nr. 81 trad ama)

Doutrina: CCIC – 381: O que é a justiça?
                   CIC - 1807 - 1836

A justiça consiste na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido. A justiça para com Deus é chamada «virtude da religião».