06/10/2010

Bom Dia! 39


Tudo isto, posto desta forma, parece simplista e falho de base científica, e… ainda bem se assim for porque, o que se defende, é que não há nenhuma razão, motivo, ou sequer, autoridade, para que o homem interfira no que lhe está vedado por natureza: a Criação!
O homem não é capaz de criar coisa nenhuma.
Um pintor não cria um quadro, limita-se a aplicar um talento que Deus lhe deu, umas técnicas que adquiriu com o estudo e a experiência e uns materiais que estão à sua disposição: telas, tintas, pincéis, etc.
O escritor reproduz em papel aquilo que no seu íntimo imagina e constrói dando-lhe uma forma mais ou menos consistente.
O escultor arranca a golpes de cinzel do bloco de mármore, uma imagem magnífica que a sua arte e senso artístico vão descobrindo.
Nenhum destes pintou um quadro, escreveu um livro ou produziu uma escultura com um simples acto de vontade como que dando um estalido com os dedos. Tiveram de socorrer-se da sua imaginação, saber, técnica e, muito importante, de instrumentos e materiais que já existiam antes.

Criar, propriamente, é fazer algo de nada, onde nada existe passa a haver uma coisa, um ser e, isto, só por um simples acto de vontade.
Esta vontade, esta capacidade é única e exclusiva do Criador, de Deus.

Mas temos também de considerar que “dar a Deus o que é de Deus” é também dar aos outros porque, de facto, é um mandato explícito de Deus. Ao mandar-nos amar os outros como a nós mesmos tal como o fez no Decálogo, não faz uma “recomendação”, ou estabelece um principio, não, exerce o Seu Poder e Autoridade de Criador para ordenar de forma clara o que quer que façamos. E se, amar a Deus e ao próximo como a si mesmo (Lei Natural) é fazer a Vontade de Deus parece que poderíamos assumir que o que temos que dar a Deus é, resumidamente, fazer a Sua Vontade.

Mas como saber o que é a Vontade de Deus na vida corrente de cada um?
Cumprir os Mandamentos?
Claro… mas digamos que esta é uma forma global de apreciar as coisas e, nós homens, precisamos de detalhes, pormenores que se ajustem às pequenas ou grandes incidências da nossa vida.
Os contemporâneos de Jesus, numa tentativa de iludir a questão, pediam-lhe sinais, como se as obras, as palavras, a actuação, enfim, de Jesus Cristo, não fosse, ela própria um sinal mais que evidente da Sua Autoridade Messiânica. 

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Bom Dia! Outubro 06, 2010




O carácter é, chamemos-lhe assim, o disco formatado da nossa estrutura humana. É o conjunto de capacidades, virtudes, defeitos, desejos, anseios de cada um e a estrutura combinada destes mesmos atributos que nos leva a eleger a prática desta ou aquela acção, a aceitar ou repudiar este ou aquele sentimento.
É o que os psicólogos chamam: Personalidade.

Sabemos que houve a tentativa de separar as duas definições como sendo, o carácter o conjunto que a pessoa tem desde que nasce, ao passo que, a personalidade seria a súmula dos conhecimentos adquiridos ao longo da vida.
Não se deve concordar com esta articulação, principalmente porque tal equivaleria dizer que o carácter se atém a uma imutabilidade inicial e a personalidade dependeria de uma variação constante, o que, não se pode considerar como possível.
A personalidade forma-se, de facto, como o carácter, na sucessão de acontecimentos ao longo da vida mas, até um certo ponto, quer dizer, há um momento a partir do qual o carácter (a personalidade) estão definidos e assentes e já não mudam substancialmente na sua estrutura.
Esse momento é aquilo a que chamamos a “idade madura” ou seja, quando a pessoa sabe, definitivamente o que quer e o que lhe convém e, também, o que não deve querer nem lhe deve interessar para a sua vida.
Quando?
Esse momento surge em cada um em tempo e de forma diferente e, claro dependendo do que recebeu, e quanto recebeu, nos primeiros anos de vida.
Daqui, repete-se, o contributo fundamental dos Pais, em primeiríssimo lugar, os professores e demais formadores depois.
Mas não frisemos apenas o “contributo fundamental” mas a obrigação inalienável, o dever grave de cada um dos actores mencionados cumprir com rigor o seu papel.
Quem não recebe esta formação em devido tempo terá muito maior dificuldade em afirmar-se na vida como ser individual e independente, com uma capacidade de opção e liberdade de escolha a que tem direito como qualquer ser humano. Pode vir a colmatar esta lacuna no futuro, é evidente, mas, voltamos a mencionar, a formatação inicial não existindo levá-lo-á a vaguear por conta própria por diversos caminhos que, se não o conduzirem a más soluções, pelo menos, o farão perder um tempo precioso porque, sempre, escasso.


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Textos de Reflexão para 06 de Outubro

Evangelho: Lc 11, 1-4

1 Estando Ele a fazer oração em certo lugar, quando acabou, um dos Seus discípulos disse-Lhe: «Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos». 2 Ele respondeu-lhes: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino. 3 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje 4 perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todos os que nos ofendem; e não nos deixes cair em tentação».
Comentário:

Como pode ser que os discípulos de Jesus não saibam rezar?!
Então, se rezar é falar com Deus e O tinham ali ao pé, quando falavam com Jesus, que é Deus, não estavam a rezar?
Claro que sim, só que, nessa altura, eles não o sabiam.
A oração é tão simples e acessível que, de facto, não é preciso encontrar nem fórmulas, nem usar belos textos para a fazer. Do coração do homem ao Coração de Jesus, assim é a oração, assim deve ser.
Talvez fosse cedo para explicar isto aos discípulos e, por isso, Jesus  ensina o “Pai-Nosso”.
E ainda bem, porque nos deixou a mais bela oração que um filho de Deus pode dirigir a seu Pai.
Sempre, em qualquer ocasião, seja qual for o motivo, rezar o Pai-Nosso é fazer a melhor oração que se pode fazer e, seguramente, a mais agradável a Deus. 

(ama, comentário sobre Lc 11, 14-4, 2010.08.04)

Tema: Virtudes – Obediência 4

Aquele que actua sempre com espírito de obediência pode estar seguro que não terá de dar a Deus contas das suas acções. 

(S. Filipe de Neri, Máximas, F.W.Faber, Cromwell Press SN12 8PH, nr. 4-17, trad ama)

Doutrina: CCIC – 421: Onde se encontra a Lei nova?
                   CIC – 1971-1974; 1986

A Lei nova encontra-se em toda a vida e pregação de Cristo e na catequese moral dos Apóstolos: o Sermão do Senhor na Montanha é a sua principal expressão.

Tema para breve reflexão - 2010.10.06

Omnipotência de Deus

A omnipotência de Deus manifesta-se, sobretudo, no facto de perdoar e usar de misericórdia, porque a forma que Deus tem de mostrar que tem o poder supremo é perdoar livremente.

(S. Tomás de aquino, Suma Teológica, 1, q. 25, a. 3 ad 3)