02/11/2010

Bento XVI e a Universidade

Papa e a Universidade Livro Abril 2010 N.docPapa e a Universidade Livro Abril 2010 N.doc
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Fiéis defuntos

"Se conhecesses o mistério imenso
Do Céu onde agora vivo
Este horizonte sem fim,
Esta luz que tudo reveste e penetra,
Não chorarias se me amas!
Estou já absorvido no Encanto de Deus,
Na Sua Beleza sem fim...
Lembra-te dos bons momentos
Que vivemos juntos
E verás que a saudade também é presença.
Quando estiveres triste, infeliz, chama-me
E eu irei ajudar-te e consolar-te
E verás como é bom ter um amigo
do outro lado.
E quando chegar, também, a tua vez,
Não chorem os que ficam,
Porque não será um adeus,
Mas simplesmente um até à vista,
E eu estarei lá para te receber..."
Autor: Santo Agostinho

LITURGIA DAS HORAS

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INSTRUÇÃO GERAL SOBRE A LITURGIA DAS HORAS

II. ORAÇÃO DA IGREJA

Preceito da oração

5. Aquilo que Jesus fez, isso mesmo ordenou fizéssemos nós. «Orai» — diz repetidas vezes — «rogai», «pedi»,30 «em meu nome».31 E até nos deixou, na oração dominical, um modelo de oração.32 Inculca a necessidade da oração,33 oração humilde,34 vigilante,35 perseverante e cheia de confiança na bondade do Pai,36 feita com pureza de intenção,consentânea com a natureza de Deus.37
Os Apóstolos, por sua vez, apresentam-nos com frequência, em suas Epístolas, fórmulas de oração, mormentede louvor e acção de graças, e exortam-nos a orar no Espírito Santo,38 pela mediação de Cristo,39 ao Pai,40 com perseverança e assiduidade;41 sublinham a eficácia da oração para alcançar a santidade;42 exortam à oração de louvor,43 de acção de graças,44 de súplica,45 de intercessão por todos os homens.46

A Igreja continuadora da oração de Cristo

6. Vindo o homem inteiramente de Deus, é seu dever reconhecer e confessar a soberania do seu Criador. Assim o fizeram, através da oração, os homens piedosos de todos os tempos.
Mas a oração dirigida a Deus tem de estar ligada a Cristo, Senhor de todos os homens, único Mediador,47 o único por quem temos acesso a Deus.48 Ele une a Si toda a comunidade dos homens,49 e de tal forma que entre a oração de Cristo e a de toda a humanidade existe uma estreita relação. Em Cristo, e só n’Ele, é que a religião humana adquire valor salvífico e atinge o seu fim.

7. É totalmente peculiar e profunda a união que existe entre Cristo e aqueles que, pelo sacramento da regeneração, Ele assume como membros do seu Corpo que é a Igreja.
Deste modo, partindo da Cabeça, por todo o Corpo se difundem todas as riquezas pertencentes ao Filho: a comunicação do Espírito, a verdade, a vida, a participação na sua filiação divina, que se manifestava em toda a sua oração enquanto viveu no meio de nós.
O sacerdócio de Cristo é também participado por todo o Corpo da Igreja. Os baptizados, mediante a regeneração e a unção do Espírito Santo, são consagrados como casa espiritual e sacerdócio santo;50 e por esta forma, ficam habilitados a exercer o culto da Nova Aliança, culto este proveniente, não das nossas forças, mas dos méritos e dom de Cristo.
«Nenhum dom poderia Deus ter feito aos homens mais valioso do que este: ter-lhes dado por Cabeça o seu Verbo pelo qual criou todas as coisas, e tê-los unido a Ele como membros seus; ter feito com que Ele seja ao mesmo tempo Filho de Deus e Filho do homem, um só Deus com o Pai e um só homem com os homens. Deste modo, quando falamos a Deus na oração, não podemos separar d’Ele o Filho; e, quando ora o Corpo do Filho, não pode separar de Si mesmo a Cabeça. E assim, é Ele próprio, o Salvador único do seu Corpo, Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, quem ora por nós, ora em nós e a Ele nós adoramos. Ora por nós, como nosso Sacerdote; ora em nós, como nossa Cabeça; a Ele oramos, como nosso Deus. Reconheçamos, pois, n’Ele a nossa voz, e a voz d’Ele em nós».51
E é nisto que assenta a dignidade da oração cristã: em participar da piedade mesma do Filho Unigénito para com o Pai e daquela oração que Ele, durante a sua vida cá na terra expressou por palavras e continua agora, sem interrupção, em toda a Igreja e em cada um dos seus membros, em nome e para salvação de todo o género humano.

Acção do Espírito Santo

8. A unidade da Igreja orante é realizada pelo Espírito Santo, o mesmo que está em Cristo,52 em toda a Igreja e em cada um dos baptizados. «É o próprio Espírito que vem em auxílio da nossa fraqueza”; é Ele que «ora por nós com gemidos inefáveis» (Rom 8,26); é Ele mesmo, como Espírito do Filho, que infunde em nós «o espírito da adopção filial, no qual clamamos: Abba, Pai» (Rom 8,15; cf. Gal 4,6; 1 Cor 12,3; Ef 5,18; Jud 20). Nenhuma oração, portanto, se pode fazer sem a acção do Espírito Santo, o qual, realizando a unidade de toda a Igreja, conduz pelo Filho ao Pai.

Carácter comunitário da oração

9. O exemplo e o preceito do Senhor e dos Apóstolos, de orar incessantemente, hão-de considerar-se, não como regra puramente legal, mas como um elemento que faz parte da mais íntima essência da própria Igreja, enquanto esta é uma comunidade e deve expressar, inclusive pela oração, a sua natureza comunitária. Daí que, quando nos Actos dos Apóstolos se fala, pela primeira vez, da comunidade dos fiéis, esta nos aparece reunida precisamente em oração, «com as mulheres, com Maria, Mãe de Jesus, e seus irmãos” (Act 1,14). «A multidão dos crentes era um só coração e uma só
alma» (Act 4,31); e esta unanimidade assentava na palavra de Deus, na comunhão fraterna, na oração e na Eucaristia.53
É certo que a oração feita a sós no quarto, portas fechadas,54 é necessária e recomendável,55 e não deixa nunca de ser oração de um membro da Igreja, por Cristo, no Espírito Santo. Todavia, a oração comunitária possui uma dignidade especial, baseada nestas palavras de Cristo: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18,20).


30 Mt 5, 44; 7, 7; 26, 41; Mc 13, 33; 14, 38; Lc 6, 28; 10, 2; 11, 9; 22, 40. 46
31 Jo 14, 13 s.; 15, 16; 16, 23 s. 26.
32 Mt 6, 9-13; Lc 11, 2-4.
33 Lc 18, 1.
34 Lc 18, 9-14.
35 Lc 21, 36; Mc 13, 33.
36 Lc 11, 5-13; 18, 1-8; Jo 14, 13; 16, 23.
37 Mt 6, 5-8; 23, 14; Lc 20, 47; Jo 4, 23.
38 Rom 8, 15. 26; 1 Cor. 12, 3; Gal 4, 6; Jud 20.
39 2 Cor 1, 20; Col. 3, 17.
40 Hebr 13, 15.
41 Rom 12, 12; 1 Cor 7, 5; Ef 6, 18; Col 4, 2; 1 Tess 5, 17; 1 Tim 5, 5;
1 Pedro 4, 7.
42 1 Tim 4, 5; Tiago 5, 15 s.; 1 Jo 3, 22; 5, 14 s.
43 Ef 5, 19 s.; Hebr 13, 15; Ap 19, 5.
44 Col 3, 17; Fil 4, 6; 1 Tes 5, 17; Tim 2, 1.
45 Rom 8, 26; Fil 4, 6.
46 Rom 15, 30; 1 Tim 2, 1 s.; Ef 6, 18; 1 Tess 5, 25; Tiago 5, 14. 16.
47 1 Tim 2, 5; Hebr 8, 6; 9, 15; 12, 24.
48 Rom 5, 2; Ef 2, 18; 3, 12.
49 Cf. Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, n.° 83.
50 Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, n.° 10.
51 S. Agostinho, Enarrat. in Psalm. 85, 1: CCL 39, 1176.
52 Cf. Lc 10, 21, quando Jesus «exultou no Espírito Santo e disse: Eu
te bendigo, ó Pai...».
53 Cf. Act 2, 42 gr.
54 Cf. Mt 6, 6.
55 Cf. Conc. Vat II, Const. Sacrosanctum Concilium, n.° 12.


Retirado do site do Secretariado Nacional de Liturgia
(continua)
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Bom Dia! Novembro 02, 2010


Talvez venha a propósito considerar que não se pode negar o que não existe, trata-se de um contra-senso, uma impossibilidade concreta. Confunde-se, quase sempre, a falta de Fé com a negação da existência de Deus o que revela uma ignorância crassa e grave. A Fé não é qualquer coisa que se adquira por vontade própria mas um dom dado directamente por Deus. 
Remetendo para escrito anteriormente [i] não se alongará mais este tema além da consideração formal de que o que está realmente certo é:

«A César o que é de César, a Deus o que é de Deus.»

E, para sustentar esta afirmação, vemos o que acontece quando se confundem as duas coisas que levam às chamadas “guerras da religião” que, no fim e ao cabo, pretendem que César e Deus são uma mesma coisa e não se admite e persegue-se, castiga-se, guerreia-se e atenta-se contra quem assim não procede. [ii]

Bom, e o que é que, de facto, temos de dar a Deus?
A resposta poder-se-ia resumir com uma célebre frase:
Tendes que dar forçosamente a César a moeda que tem impressa a sua imagem; mas vós entregai com gosto todo o vosso ser a Deus, porque está impressa em nós a Sua imagem e não a de César. ([iii])

Parece claro, ou não?

34


[i] Citação de NUNC COEPI
[ii] Jihad, é um conceito essencial da religião islâmica. Pode ser entendida como uma luta, mediante vontade pessoal, de se buscar e conquistar a fé perfeita. Ao contrário do que muitos pensam,  Jihad não significa "Guerra Santa", nome dado pelos Europeus às lutas religiosas na Idade Média (por exemplo: Cruzadas).
A explicação quanto as duas formas de Jihad não está presente no Alcorão, mas sim nos ditos do Profeta Muhammad: Uma, a "Jihad Maior", é descrita como uma luta do indivíduo consigo mesmo, pelo domínio da alma; e a outra: a "Jihad Menor", é descrita como um esforço que os muçulmanos fazem para levar a mensagem do Islão aos que não têm ciência da mesma (ou seja, daqueles que não se submetem à divindade islâmica e ao seu conceito religioso de paz).
Há opiniões divergentes quanto às formas de acção que são consideradas Jihad. A Jihad só pode ser travada para defender o Islão. No entanto, alguns grupos acham que isto tem aplicação não apenas à defesa física dos muçulmanos, mas também à reclamação de terra que em tempos pertenceu a muçulmanos ou a protecção do Islão contra aquilo que eles vêem como influências que "corrompem" a vida muçulmana. A interpretação feita pelo Ocidente de que a Jihad é uma guerra violenta destinada a transformar pessoas em islâmicas à força é fundada nos diversos ataques terroristas e militares sofridos pelo Ocidente em nome da religião islâmica e de suas crenças; entretanto há quem afirme que os atentados de homens-bomba ou as ameaças a meios de comunicação ocidentais que ousem fazer qualquer crítica aos pilares da crença muçulmana não seja exactamente a definição de Jihad, mas resultado de uma percepção equivocada e oportunista de alguns islâmicos. Um dos defensores desta ideia é o sociólogo sírio-alemão especialista no Islão, ele próprio um muçulmano sunita,  Bassam Tibi. Para este, o fenómeno do fundamentalismo islâmico é uma forma de oportunismo político de alguns grupos, que se aproveitam da noção de Jihad, desvirtuando o Islão para torná-lo um factor de acção política em proveito próprio.
De acordo com as formas comuns do Islão, se uma pessoa morre em Jihad, ela é enviada directamente para o paraíso, sem quaisquer punições pelos seus pecados.
Porém, não se pode esquecer que "Jihad" foi o termo utilizado por Maomé  (profeta do Islamismo) que significava "guerra sagrada", simbolizando a luta pela conversão do maior número de pessoas para a religião.
[iii] S. Jerónimo, Commentarium in Evangelium secundum Marcum, ad. Loc.

Tema para breve reflexão - 2010.11.02

Cristologia

A cristologia é uma parte da teologia que trata sobre Cristo. Estuda Jesus Cristo em Si mesmo – o mistério da Sua pessoa, como Deus e homem verdadeiro que viveu numas determinadas condições históricas -, e Jesus na economia da salvação – como Messias, Redentor e nosso Salvador -, tal como nos propõe da fé da Igreja.

(Vicente Ferrer BARRIENDOS, Jesucristo nuestro salvador, cap. 1, 1. A, trad ama).

Textos de Reflexão para 02 de Novembro

Terça 02 Nov
  
Evangelho: Mt 11, 25-30

25 Então Jesus, falando novamente, disse: «Eu Te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos pequeninos.26 Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado.27 «Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; nem ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28 O «Vinde a Mim todos os que estais fatigados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.29 Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas.30 Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo leve».
Comentário:

Podemos interpretar estas palavras de Jesus como, de algum modo, figurativas.
O Senhor certamente que se referia ao estado de espírito e não à posição social.
Os "pequeninos" que Jesus refere são os humildes de coração, os que estão disponíveis e, mais, desejosos de conhecer a Palavra para a poderem pôr em prática.
Os sábios e aos prudentes, serão os que fazem demasiadas contas a ver se vale a pena, se têm algo a ganhar ou, pelo contrário, vão encontrar maçadas e enfrentar-se com desafios; têm o seu tempo - pensam que o tempo lhes pertence - espartilhado entre muitíssimas coisas que têm como importantes, imprescindíveis e, assim, não encontram o tempo necessário para ouvir os desafios, as propostas de Jesus.
Não ouvindo, ficam sem saber e, não sabendo, as coisas de Deus passam-lhes ao lado, não fazem parte das suas vidas. 

(ama, comentário sobre Mt 11, 25-27, 2010.07.14)

Tema: Novíssimos – Morte 1

Ter medo da morte! Ter medo da morte porquê? Não fomos nós criados por Deus no Seu infinito amor? Não é a felicidade plena o encontro com o Criador que nos ama desde sempre? Se estamos preparados, porque vivemos tentando sempre cumprir a vontade de Deus, apenas temos de confiar na Sua infinita misericórdia. 

(jma, sobre Morte 1, 2010.10.21)

Doutrina: CCIC – 447:  Como respeitar a santidade do Nome de Deus?
                    CIC -  2142-2149; 2160-2162
Invocando, bendizendo, louvando e glorificando o santo Nome de Deus. Deve pois ser evitado o abuso de invocar o Nome de Deus para justificar um crime, e ainda todo o uso inconveniente do seu Nome, como a blasfémia, que por sua natureza é um pecado grave, as imprecações e a infidelidade às promessas feitas em Nome de Deus.

Festa: Todos os Fieis Defuntos

 Nota Histórica 
Depois de ter cantado a glória e a felicidade dos Santos que «gozam em Deus a serenidade da vida imortal», a Liturgia, desde o início do século XI, consagra este dia à memória dos fiéis defuntos.
É uma continuação lógica da festa de Todos os Santos. Se nos limitássemos a lembrar os nossos irmãos Santos, a Comunhão de todos os crentes em Cristo não seria perfeita. Quer os fiéis que vivem na glória, quer os que vivem na purificação, preparando-se para a visão de Deus, são todos membros de Cristo pelo Baptismo. Continuam todos unidos a nós. A Igreja peregrina não podia, por isso, ao celebrar a Igreja da glória, esquecer a Igreja que se purifica no Purgatório.
É certo que a Igreja, todos os dias, na Missa, ao tornar sacramentalmente presente o Mistério Pascal, lembra «aqueles que nos precederam com o sinal da fé e dormem agora o sono da paz» (Prece Eucarística 1). Mas, neste dia, essa recordação é mais profunda e viva.
O Dia de Fiéis Defuntos não é dia de luto e tristeza. É dia de mais íntima comunhão com aqueles que «não perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente» (S. Cipriano). É dia de esperança, porque sabemos que os nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova. É, sobretudo, dia de oração, que se revestirá da maior eficácia, se a unirmos ao Sacrifício de reconciliação, a Missa.
No Sacrifício da Missa, com efeito, o Sangue de Cristo lavará as culpas e alcançará a misericórdia de Deus para os nossos irmãos que adormeceram na paz com Ele, de modo que, acabada a Sua purificação, sejam admitidos no Seu Reino.