20/12/2010

LITURGIA DAS HORAS

.
.
III. OFÍCIO DE LEITURA

55. O Ofício da Leitura visa proporcionar ao povo, e muito especialmente àqueles que de modo peculiar estão consagrados ao Senhor, uma meditação mais rica da Sagrada
Escritura e das mais belas páginas dos autores espirituais. Embora as leituras que hoje se fazem na Missa, todos os dias, formem já um ciclo bastante completo dos textos bíblicos, todavia, o tesouro da revelação e da tradição contido no Ofício de Leitura pode ser de grande proveito espiritual.
São os sacerdotes os primeiros que devem procurar aproveitar-se destas riquezas, de modo que, recebendo eles mesmos a palavra de Deus, a possam dispensar a todos e
façam do seu ensino «alimento do povo de Deus»9.

56. «A leitura da Escritura sagrada deve ser acompanhada da oração, para que seja um diálogo entre Deus e o homem: «a Ele falamos quando oramos, a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos»10. E é por isso que o Ofício de Leitura se compõe também de salmos, hino, oração e outras fórmulas, que lhe dão um carácter de verdadeira oração.

57. Segundo a Constituição Sacrosanctum Concilium, o Ofício da Leitura, «embora, quando recitado no coro, conserve o seu carácter de louvor nocturno, deve ser reformado no sentido de se poder recitar a qualquer hora do dia; o número dos salmos deve também ser reduzido, e as leituras mais longas»11.

58. Neste sentido, aqueles que por direito particular estão obrigados a manter este Ofício com o seu carácter de louvor nocturno, ou aqueles que louvavelmente assim o queiram fazer, quer o recitem de noite quer de madrugada, antes de Laudes, devem escolher, no Tempo Comum, o hino dentro da série destinada a este fim. Além disso, para os domingos, solenidades e certas festas, ter-se-á em conta o que se diz nos nn.70-73, a respeito das vigílias.

59. Salva a disposição do número precedente, o Ofício da Leitura pode-se recitar a qualquer hora do dia, ou até no dia anterior, à noite, depois de recitadas as Vésperas.

60. No caso de o Ofício da Leitura se recitar antes de Laudes, será precedido do Invitatório, como acima ficou dito (nn. 34-36). Aliás, começará pelo versículo Deus, vinde com Glória ao Pai, Como era, e (fora do tempo da Quaresma) Aleluia.

61. A seguir, diz-se o hino. Este, no Tempo Comum, toma-se ou da série nocturna, como atrás ficou dito (n. 58), ou da série diurna, consoante a hora da celebração.

62. Vem depois a salmodia, constituída por três salmos (ou três secções, no caso de os salmos ocorrentes serem mais longos). No Tríduo Pascal, nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, bem como nas solenidades e festas, os salmos, com as respectivas antífonas, são próprios.
Nos domingos e férias, os salmos, com as respectivas antífonas, tomam-se da série ocorrente do Saltério. Tomam-se igualmente da série ocorrente do Saltério nas memórias dos Santos, a não ser que estas tenham salmos e antífona próprias (cf. nn. 218 ss.).

63. Depois dos salmos, diz-se normalmente, o versículo, a servir de transição entre a salmodia e as leituras.

64. São duas as leituras: a primeira, tirada da Bíblia; a segunda, das obras dos Santos Padres ou dos Escritores eclesiásticos, ou então uma leitura hagiográfica.

65. Após cada leitura, diz-se um responsório (cf. nn. 169-172).

66. Normalmente, a leitura bíblica é a indicada no Próprio do Tempo, segundo as normas dadas mais adiante, nn. 140-155. Nas solenidades e festas, a leitura bíblica toma-se do respectivo Próprio ou Comum.

67. A segunda leitura, com seu responsório, toma-se à escolha, ou do livro da Liturgia das Horas ou do Leccionário facultativo, de que se fala mais adiante, n. 161.
Nas solenidades e nas festas dos Santos, diz-se uma leitura hagiográfica própria ou, na falta desta, a segunda leitura do respectivo Comum dos Santos. Nas memórias dos Santos cuja celebração não seja impedida, diz-se a leitura hagiográfica em vez da segunda leitura ocorrente (cf. nn. 166 e 235).

68. Nos domingos fora da Quaresma, nos dias dentro das oitavas da Páscoa e do Natal, nas solenidades e festas, após a segunda leitura com seu responsório, diz-se o hino Te Deum (o qual se omite nas memórias e nas férias). Querendo, pode-se omitir a última parte deste hino, desde o verso Salvai, Senhor, o vosso povo até ao fim.

69. O Ofício da Leitura termina com a oração própria do dia, seguida, pelo menos na recitação comunitária, da aclamação Bendigamos ao Senhor. R. Graças a Deus.


9 Pontificale Romanum, De Ordinat. Presbyterorum, n. 14.
10 S. Ambrósio, De Officiis ministrorum 1, 20, 88: PL 16, 50: Conc. Vat.
II, Const. Dei Verbum, n. 25.
11 Conc. Vat. II. Const. Sacrosanctum Concilium, n. 89 c.


Retirado do site do Secretariado Nacional de Liturgia
.
. 


Boa Tarde! 22

Concordas comigo:

Afinal, o “Plano de Vida”, não é nada do outro mundo!

Até parece que tenho mais tempo para tudo!

22

(ama, 2010.12.20)

Era digital no Natal de sempre!

HISTÓRIA DE NATAL CONTADA NA ERA DIGITAL (COM VÍDEO)

Experiência de cruzar dois mundos resultou num dos grandes sucessos do YouTube

Juntar a narrativa bíblica às linguagens das novas tecnologias foi o desafio assumido por uma agência portuguesa especialista em marketing digital, dando origem a um vídeo que já ultrapassou um milhão e 300 mil visualizações no YouTube.

Jorge Teixeira, director criativo de publicidade, explica que o objectivo era criar um cartão de Natal que “apresentasse uma mensagem e tivesse a capacidade de tocar as pessoas”.

Uma ideia que, como confessa à ECCLESIA, se revelou “muito complicada”, dado que os responsáveis não tinham a certeza de que o público acolheria bem esta proposta.

Num vídeo que usa como pano de fundo a narrativa bíblica do nascimento de Jesus, as Redes Sociais, a Web e o mobile contam a história do Natal através do Facebook, Twitter, YouTube, Google, Wikipedia, Google Maps, GMail, Foursquare e Amazon, entre outros.

“Quisemos contar a história do nascimento de Jesus nesta perspectiva, como se fosse hoje”, explica Jorge Teixeira.

“São esses meios que estão a espalhar a boa nova, a contar a história da natividade”, acrescenta.

Este responsável assegura que o trabalho em causa exigiu investigação para saber quais são “os passos mais importantes daquela narrativa”.

“Tivemos o cuidado de não nos cingirmos só àquilo que nos lembrávamos da catequese, quando éramos pequeninos”, assinala.

Só depois de definido devidamente o “facto relatado” pelos Evangelhos se passou a construir o vídeo, utilizando as “novas linguagens”

Os toques de humor foram também construídos “com pinças” em cima da “narrativa histórica”, procurando não “ofender ninguém”.

“A mensagem não tem de chocar com o veículo que a veicula”, conclui este director criativo de publicidade.

«Os tempos mudam, o sentimento continua o mesmo». É esta a mensagem que a «História do Natal Digital», que pode ver aqui:


Pai Natal outra vez no Porto

A história é verdadeira porque o Rev. Cónego Ferreira dos Santos, não mente nunca e, muito menos, se o fizer diante do altar na "sua" estupenda Igreja da Lapa.


Eis a história - mais ou menos - como a ouvi:


«Chamado à escola, o Pai do menino de quatro ou cinco anos de idade, estranhou que a professora lhe perguntasse se acontecia alguma coisa ao rapazinho que, ultimamente, parecia bastante alheado e como se tivesse alguma coisa "por resolver"  na sua cabecinha, e declarou que, não senhor, não acontecia nada e,  "veja a senhora professora, o miúdo até acredita no Pai Natal".


A professora chamou o rapazinho e perguntou-lhe o que se passava com ele e obteve esta resposta extraordinária:

_ É o meu Pai, sabe, quer que eu acredite no Pai Natal!»

Palavras... para quê!?

Dies Natalis*

DIA DE NATAL*
Diálogo entre o Pai Natal e o Menino Jesus

Foi numa esquina qualquer que se encontraram o Pai Natal e o Menino Jesus. Enquanto aquele se preparava para trepar um prédio, com o seu saco às costas, este último, recém-nascido, descia à terra e oferecia-se inerme, num pobre estandarte, que cobria uma mísera janela.
- Quem és tu, Menino – disse o velho – e que fazes por aqui?! É a primeira vez que te vejo!
- Sou Jesus de Nazaré e ando há vinte séculos à procura de uma casa que me receba e, como há dois mil anos em Belém, não há quem me dê pousada.
- Pois não é de estranhar! Não vês que vens quase nu?! Porque não trazes roupas quentes, como as que eu tenho, para me proteger do frio do inverno?
- O calor com que me aqueço é o fogo do meu amor e o afecto dos que me amam.
- Eu trago muitos presentes, para os distribuir pelas casas das redondezas. E tu, que andas por aqui a fazer?
- Eu sou rico, mas fiz-me pobre, para os pobres enriquecer com a minha pobreza. Eu próprio sou o presente de quem me acolher. Não vim ensinar os homens a ter, mas a ser, porque quanto mais despojada é a vida humana, maior é aos olhos do Criador.
- E de onde vens e como vieste até aqui? Eu venho da Lapónia, lá para as bandas do pólo norte.
- Eu venho do céu, de onde é o meu Pai eterno, e vim ao mundo pelo sim de uma virgem, que me concebeu do Espírito Santo.
- Que coisa estranha! Nunca ouvi falar de ninguém que tenha nascido de uma virgem e assim tenha vindo ao mundo! E não tens nenhum animal que te transporte para tão longa viagem, como eu tenho estas renas?
- Um burrinho foi a minha companhia em Belém, e foi também o meu trono real, na entrada triunfal em Jerusalém.
- Um burro?! Não é grande coisa, para trono de um rei…
- O meu reino não é deste mundo e a sua entrada é tão estreita que os meus cortesãos, para lá entrarem, se têm que fazer pequeninos, porque destes é o meu reino.
- E que coisas ofereces? Que tesouros tens para dar? Que prometes?
- Trago a felicidade, mas escondida na cruz de cada dia; trago o céu, mas oculto no pó da terra; trago a alegria e a paz, mas no reverso das labutas do próprio dever; trago a eternidade, mas no tempo gasto ao serviço dos outros; trago o amor, mas como flor e fruto da entrega sacrificada.
- Pois eu trago as coisas que me pediram: jogos e brinquedos para os miúdos e, para os graúdos, saúde, prazer, riqueza e poder. Mas, por mais que lhes dê, nunca estão satisfeitos!
- A quem me dou, quer-me sempre mais na caridade que tem aos outros, porque é nos outros que eu quero que me amem a mim.
- Mais um enigma! De facto, somos muito diferentes, mas pelo menos numa coisa nos parecemos: ambos estamos sós, nesta noite de consoada!
- Eu nunca estou só, porque onde estou, está sempre o meu Pai e onde eu e o Pai estamos, está também o Amor que nós somos e estão aqueles que me amam.
- Bom, a conversa está demorada e ainda tenho muitas casas para assaltar, pela lareira, como manda a praxe.
- Eu estou à porta e bato e só entrarei na casa de quem liberrimamente me abrir a porta do seu coração e aí cearei e farei a minha morada.
- Pois sim, mas eu vou andando que já estou velho e cansado …
- Eu acabo de nascer e quem, mesmo sendo velho, renascer comigo, será como uma fonte de água viva a jorrar para a vida eterna.
O velho Pai Natal, resmungando, subiu ao telhado do luxuoso prédio, atirou-se pela chaminé abaixo e desapareceu.
Foi então que a janela onde estava o estandarte se abriu e uma pobre velhinha de rosto enrugado, como um antigo pergaminho, beijou o reverso da imagem do Deus Menino, que estremeceu de emoção. A seguir, encostou a vidraça, apagou a luz e, muito de mansinho, adormeceu. Depois, o Menino Jesus, sem a acordar, pegou nela ao colo e, fazendo do seu pendão um tapete mágico, levou-a consigo para o Céu.   
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
* Os primeiros cristãos chamavam dies natalis, ou seja, natal, ao dia da sua morte, porque entendiam que esse era o dia do seu nascimento para a verdadeira vida.

Tema para breve reflexão - 2010.12.20

A Igreja é o redil, cuja única porta e necessário pastor é Cristo. É também o rebanho do qual o próprio Deus predisse que seria o pastor, e cujas ovelhas, ainda que governadas por pastores humanos, são contudo guiadas e alimentadas sem cessar pelo próprio Cristo, bom pastor e príncipe dos pastores, o qual deu a vida pelas Suas ovelhas.[i]


[i] Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium, nr. 6

Bom Dia! 82




A alteração das "regras" iniciais, as estabelecidas pelo Criador, como seja a criação de seres humanos diferentes, homem e mulher, não pode nem deve ser admitida.


Ao homem cabe um papel e, à mulher outro, machos e fêmeas têm papeis diferentes com especificidades muito bem definidas, de resto como acontece na natureza.
A união dos dois destina-se a gerar novos seres - e esta é a maior e mais importante "colaboração" com o Criador, como se tivesse determinado; a partir de agora a continuação da vossa espécie fica a vosso cargo, já não é tarefa minha mas sim trabalho vosso.

Deus poderia ter feito de mil maneiras diferentes porque pode absolutamente tudo mas quis que fosse assim e, mais uma vez, por Amor dando ao ser humano essa oportunidade de extraordinária relevância.

Portanto é lícito concluir que a razão primeira porque um homem e uma mulher se unem - uma vez mais estando o amor na base e origem dessa decisão - é com a finalidade de provocar descendência.

Tal é impossível, por natureza, entre pessoas do mesmo sexo e, assim, conclui-se que uma união assim é contra natura ([i]) e não tem justificação séria. (nota)

Ora ao legislar sobre este assunto, no que aos seres humanos respeita, o poder civil está a intrometer-se em algo que lhe está vedado justamente porque não pode querer elaborar leis que vão contra a ordem natural.
Já quanto ao mundo animal, o caso pode ser diferente.

Mas, de facto, o ser humano, é neste aspecto radicalmente diferente dos outros seres vivos que procuram a união sexual entre machos e fêmeas unicamente e só impulsionados por um instinto irreprimível de procriar, enquanto no ser humano o impulso sexual é gerido pela inteligência, pela vontade. Esta enormíssima diferença é fundamental para se perceber que a sexualidade humana não tem comparação absolutamente nenhuma com o cio dos animais.

82


Para ver desde o início, clicar aqui: https://sites.google.com/site/sobreavidahumana/vida-humana

[i] Que é contrário à natureza










Textos de Reflexão para 20 de Dezembro

4ª Segunda-Feira do Advento 20 de Dezembro

Evangelho: Lc 1, 26-38

26 Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de David; o nome da virgem era Maria. 28 Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça; o Senhor é contigo». 29 Ela, ao ouvir estas palavras, perturbou-se e discorria pensativa que saudação seria esta. 30 O anjo disse-lhe: «Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; 31 eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a Quem porás o nome de Jesus. 32 Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai David; 33 reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o Seu reino não terá fim». 34 Maria disse ao anjo: «Como se fará isso, pois eu não conheço homem?». 35 O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36 Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se dizia estéril; 37 porque a Deus nada é impossível». 38 Então Maria disse: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo afastou-se dela.

Nota:
Durante o Tempo do Advento não publicamos o costumado Comentário e/ou Meditação sobre o Evangelho do dia. Convidamos o leitor a fazê-lo e a amabilidade de o “postar) em comentários.

Tema para consideração: A confissão frequente

B)   A confissão (acusação) 2

1.    Os que se dedicam seriamente à vida espiritual, sobretudo os religiosos, que por vocação estão obrigados a uma vida de perfeição cristã, depois de ter ultrapassado os começos da vida espiritual, deverão normalmente confessar aqueles pecados e faltas contra os quais estão resolvidos a lutar conscientes do seu fim. Assim, pois, não confessarão e todas e cada uma das faltas e imperfeições que tenham cometido, mas tão só aquelas contra as quais vai dirigido o seu propósito. Propósito e confissão (acusação dos pecados) correm paralelamente. Também aqui tem a sua aplicação aquilo que não muito e variado, mas pouco e, isso, bem; non multa, sed multum. Das faltas quotidianas e infidelidades, escolher-se-á aquela que pertinazmente tende a arreigar-se, que com maior consciência e vontade se comete, que nasce de um costume torcido ou de uma inclinação ou paixão perversa, aquela com que mais se faz sofrer o próximo. Esta acusação limitada é de aconselhar especialmente àqueles que, apesar de todos os seus bons desejos, por vezes se esquecem disso; àqueles que têm faltas habituais, faltas de temperamento de índole mais séria; aos que se sentem enervados e frouxos, sem força interior e sem verdadeiro desejo de aspirar à virtude; àqueles que se encontram em perigo de se tornarem tíbios e descuidados; ao que só com dificuldade se livram de determinadas faltas; finalmente, também àqueles que com facilidade se vêm atormentados pela dúvida de se tiveram dor e arrependimento suficientes pelos pecados confessados.
«Assim, pois, nós não fazemos senão interpretar segundo as nossas próprias opiniões a lei de Deus ao impormo-nos como dever o recitar toda uma litania de pecados veniais, de minuciosas circunstâncias e histórias. Expor tudo isso por completo é simplesmente impossível. Daí um sem-fim de angústias e escrúpulos que só se fundamentam em que por verdadeira impossibilidade omitimos algo do que sem nenhum pecado, com plena liberdade, teríamos podido calar.»[1] No afã de confessar todos os pecados veniais, além de muito desconhecimento e incompreensão, há também muito egoísmo e orgulho; é que queremos estar satisfeitos com o nosso actuar e com a nossa confissão, queremos poder atribuir-nos o certificado de ter dito tudo quanto podíamos dizer. Muitas almas, além disso, dão-se assim com a ilusão de que pelo mero facto de ter-se confessado está tudo em ordem. Que erro tão prejudicial!
O conhecimento da raiz dos pecados veniais, antes de mais a da falta principal, e o conhecimento das ocasiões que originam determinadas faltas, pode ser útil ao confessor. Convém falar disto de quando em quando na santa confissão.

Doutrina: CCIC – 595:  Como é que é possível o perdão?
                   CIC 2840-2845; 2862

A misericórdia penetra no nosso coração só se também nós soubermos perdoar, até aos nossos inimigos. Ora, mesmo que ao homem pareça impossível satisfazer esta exigência, o coração que se oferece ao Espírito Santo pode, como Cristo, amar até ao extremo do amor, mudar a ferida em compaixão, transformar a ofensa em intercessão. O perdão participa da misericórdia divina e é um vértice da oração cristã.


[1] lehen, Weg zum inneren Frieden, p. 93 (nota do t.: traduzido do castelhano no original)