29/03/2011

Sobre a família 6

continuação

O amor implica sempre sacrifício e é lógico que gerar essa atmosfera de confiança e amizade com os filhos também o requeira. O ambiente de uma família não é um dado adquirido, deve construir-se. Isto não implica que se trate de um projecto difícil, ou que requeira uma especial preparação: supõe estar atento aos pequenos detalhes, saber manifestar em acções o amor que se leva dentro.
O ambiente familiar relaciona-se em primeiro lugar com o carinho que os esposos têm e demonstram; poderia dizer-se que o carinho que os filhos recebem é a sobre-abundância do que os pais demonstram. As crianças vivem desse ambiente, ainda que talvez o captem sem estar conscientes da sua existência. [i]
Cont/


[i] J.M. Barrio e J.M. Martín
© 2011, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

'O básico para educar' e 'Papel de pai’ 4

Observando

continuação

Nós, pais, devemos procurar e recuperar os valores recebidos. É urgente transmitir aos nossos filhos algo por que mereça a pena viver, algo que seja suporte da sua vida. Nem o dinheiro, nem o bem-estar, nem tampouco a saúde são valores que nos tornam felizes e mais humanos. Por outro lado são bens que não dependem da nossa vontade.

É na luta diária por ser mais generosos, mais sinceros, mais ordenados, mais laboriosos onde se encontra o caminho da felicidade. É na concretização da luta por ser mais humanos onde se pode iniciar o caminho para ser más felizes, depende de que queiramos e nos disponhamos a tal.

aníbal cuevas, in FLUVIUM, trad ama

Diálogos apostólicos

Diálogos




Nem todos os livros são aconselháveis...

Explico-me: um livro bom para ti pode ser perfeitamente inútil para outra pessoa.

Por isso mesmo, neste particular, deves pedir conselho a quem te conhece bem porque lhe confias a direcção da tua alma.






AMA, 2011.03.29

Breve História da Humanidade 28

Observando
Continuação

Durou por quase dois mil anos; e no seu seio o mundo tem sido mais lúcido, mais equilibrado, mais racional em suas esperanças, mais sadio nos seus instintos, mais sereno e alegre diante do destino e da morte do que todo mundo de fora. Pois foi a alma da cristandade que nasceu daquele incrível Cristo: e essa alma era o bom senso. Embora não ousássemos olhar para o seu rosto, poderíamos olhar para os seus frutos; e pelos seus frutos o reconheceremos. Os frutos são sólidos e a produção é muito mais que uma metáfora; em lugar algum deste triste mundo encontram-se meninos mais felizes no alto das macieiras, ou homens formando coros mais uniformes enquanto pisam as uvas sob o clarão fixo dessa urgente e intolerante iluminação: o relâmpago eternizado como luz.

(G. K. Chesterton,  O Homem Eterno, Ed. Mundo Cristão, 1ª ed. colig. e adap. por ama)

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Não te assustes ao veres-te tal como és”

Não necessito de milagres; bastam-me os que há na Escritura. – Pelo contrário, faz-me falta o teu cumprimento do dever, a tua correspondência à graça. (Caminho, 362)

Repitamos com a palavra e com as obras: Senhor, confio em Ti, basta-me a tua providência ordinária, a tua ajuda de cada dia. Não temos por que pedir a Deus grandes milagres. Temos de lhe suplicar, pelo contrário, que aumente a nossa fé, que ilumine a nossa inteligência, que fortaleça a nossa vontade. Jesus está sempre junto de nós e permanece fiel.

Desde o começo da minha pregação, preveni-vos contra um falso endeusamento. Não te assustes ao veres-te tal como és: assim, feito de barro. Não te preocupes. Porque, tu e eu somos filhos de Deus, – este é o endeusamento bom – escolhidos desde a eternidade, com uma vocação divina:  escolheu-nos o Pai, por Jesus Cristo, antes da criação do mundo, para que sejamos santos diante dele. Nós, que somos especialmente de Deus, seus instrumentos apesar da nossa pobre miséria pessoal, seremos eficazes se não perdermos o conhecimento da nossa fraqueza. As tentações dão-nos a dimensão da nossa própria fraqueza.

Se sentimos desalento ao experimentar – talvez de um modo particularmente vivo – a nossa mesquinhez, é o momento de nos abandonarmos por completo, com docilidade, nas mãos de Deus. Conta-se que, certo dia, um mendigo saiu ao encontro de Alexandre Magno, pedindo uma esmola. Alexandre parou e ordenou que o fizessem senhor de cinco cidades. O pobre, confundido e atordoado, exclamou: eu não pedia tanto! E Alexandre respondeu: tu pediste como quem és; eu dou-te como quem sou.
(Cristo que passa, 160)


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Os Sinais de Deus

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Homem «curado» em peregrinação a Lourdes – 28.03.2011

A Igreja católica reconheceu domingo a cura inexplicável de um paciente em peregrinação a Lourdes como «notável», o que pode representar um dom divino feito a este homem pela intervenção da Virgem, anunciaram os Santuários da cidade, citados pela imprensa francesa.
Serge François, de 40 anos, sofria há anos de uma hérnia discal a que foi operado duas vezes, de uma paralisia quase total da perna esquerda e de fortes dores. Durante esse tempo, foi, por diversas vezes em peregrinação a Lourdes.
No dia 12 de Abril de 2002, deslocou-se à gruta de Massabielle, onde, segundo a tradição católica, a Virgem apareceu 18 vezes a Bernadette Soubirous a 11 de Fevereiro de 1858. Lá, encontrou uma mulher deprimida. Ouviu-a e consolou-a. Nessa noite, sentiu-se tão cansado que decidiu nem integrar a procissão, tendo acompanhado a celebração através da janela do quarto de hotel.
Mas antes de dormir decidiu voltar à gruta para rezar pela mulher que tinha conhecido nesse dia. Ao regressar, sentiu uma dor tão forte na perna que caiu no chão. De seguida, foi invadido por um calor e, de repente, todas as dores desapareceram.


Esta notícia fez-me lembrar, (com uma interpretação necessariamente simples), a passagem bíblica em que Jesus Cristo diz à multidão que O ouve:
«Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o de Jonas.» Lc 11, 29

Mas o Senhor dá-nos sempre sinais da Sua presença no meio de nós, todos os dias e em todos os tempos.

Sinais, uns mais visíveis, como este, e outros, mais sensíveis, como aqueles que tantas vezes sentimos e vivemos quando a Ele nos entregamos e confiamos.

Tenho para mim, que sinais “maiores” do que este, são os sinais que Ele opera naqueles que O procuram, para n’Ele, por Ele e com Ele encontrarem a Verdade, o caminho da salvação, que todos os dias Ele mesmo nos vai revelando.

Como por exemplo em mim, pois de um homem que levava uma vida sem sentido, (apenas para mim próprio e que nem para mim próprio era boa), tudo foi transformando e convertendo, mudando radical e felizmente as prioridades, os interesses, as afeições, os sentimentos, e até das próprias fraquezas fez reconhecer ensinamentos para uma vida com sentido, uma vida que verdadeiramente tenta viver como dom de Deus.

Aliás não é para isso também que Jesus Cristo nos chama a atenção, quando na “cura do paralítico” Lc 5, 17-26, afirma:
«Que estais a pensar em vossos corações? Que é mais fácil dizer: 'Os teus pecados estão perdoados', ou dizer: 'Levanta-te e anda'? Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, o poder de perdoar pecados, ordeno-te - disse ao paralítico: Levanta-te, pega na enxerga e vai para tua casa.» Lc 5, 22-24

Pois é, os sinais estão aí, todos os dias, mas nós não os vemos, ou não os queremos ver, ou ainda ao vê-los, tentamos desvalorizá-los.

Não sabemos explicá-los, mas mesmo assim, muitos de nós, preferem atribuí-los a algo que não sabem o que é, do que atribuí-los a Deus, que os realiza por amor ao homem que criou.


Curiosamente, ou não, podemos ver ainda outra ligação ao episódio da “cura do paralítico” Lc 5, 17-26.

Jesus Cristo, perante a perseverança daqueles homens que levam o paralítico à Sua presença, «vendo a fé daqueles homens» Lc 5, 20, perdoa primeiro os pecados àquele homem, para depois o curar da sua enfermidade.

Pela intercessão de uns, que se preocuparam com aquele que precisava, Jesus concedeu àquele paralítico, mais do que ele pensava ou desejava, ou seja, não lhe concedeu apenas a cura da enfermidade do corpo, mas também a da alma.

Nesta notícia acima referida, é o próprio homem que, sendo enfermo, se preocupa mais com o seu próximo do que com ele próprio.

Foi á procura de cura para o seu mal, mas perante a necessidade do outro, «lá, encontrou uma mulher deprimida», esqueceu-se de si, para tratar do próximo, «ouviu-a e consolou-a.»

Mas fez mais, (lembrando agora o Bom Samaritano Lc 10, 29-37), pois apesar do seu cansaço e da sua enfermidade, (que lhe dificultava o caminhar), encontrou forças para «antes de dormir voltar à gruta para rezar pela mulher que tinha conhecido nesse dia.»

Deus recompensou-o do seu total desprendimento, da sua entrega, do seu amor pelos outros e aos outros.

«Então, os justos vão responder-lhe: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?' E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: 'Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.'» Mt 25, 37-40

Os sinais estão aí, bem visíveis e sensíveis, para além dos Sacramentos que a Igreja todos os dias nos dá a celebrar.

Resta-nos abrir o coração e acreditar.

Glória ao Senhor.
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Temas para a Quaresma 21


Tempo de Quaresma

Continuação

A melhor forma – aliás, aconselhável – de começar o exame é pôr-se na presença de Deus e, de modo concreto, pedir a assistência do Espírito Santo para fazer um exame sério e honesto, completo e, ao mesmo tempo, simples.
Algo do género que alguém tem por hábito fazer:

“Senhor: Que eu seja sincero no reconhecimento e na acusação dos meus pecados. Que eu não pretenda mascarar as minhas faltas com as circunstâncias, as fraquezas ou outras falsas razões. Que sinceramente, contrito e disposto a emendar-me eu me ajoelhe aos Teus pés e Te revele tudo quanto no meu coração não presta e faz mal, para que Tu, Médico Divino, me cures as feridas e sares definitivamente todas as chagas.”

Cont./

ama, 2011.03.29

A alegria da Confissão

Duc in altum
Conta-se que uma senhora já de certa idade, se ajoelhou num confessionário e fez a sua Confissão. Tendo acabado, esperou uns momentos que o sacerdote dissesse alguma coisa mas, perante o silêncio, tentou ver melhor através da rede e verificou que…se tinha confessado a um confessionário vazio! 
Não estava ali qualquer sacerdote.

Retirou-se com um riso incontrolado perante a situação.

No dia seguinte, na mesma Igreja, voltou a senhora ao confessionário tendo por precaução, verificado se de facto estava ali algum sacerdote, como, de facto estava.

Quando voltou a seu lugar na Igreja uma jovem mulher dirigiu-se ao confessionário onde se ajoelhou, confessando-se.

Quando voltou, dirigiu-se à senhora e disse-lhe com toda a simplicidade:

“Sabe…, ontem estava aqui na Igreja, debatendo-me comigo mesma sem conseguir decidir-me a confessar-me, mas tendo visto a extraordinária alegria com que a senhora voltou do confessionário, decidi-me hoje e…confessei-me. Muito obrigado”

Citado por P. M. Martinez, Recolecção, Porto, 2011.03.27

São José: Motivos para o venerar

Duc in altum



Vê quantos motivos para venerar S. José e para aprender da sua vida: foi um varão forte na fé...; sustentou a sua família - Jesus e Maria - com o seu trabalho esforçado...; guardou a pureza da Virgem, que era sua Esposa...; e respeitou - amou! - a liberdade de Deus que fez a escolha, não só da Virgem como Mãe, mas também dele como Esposo de Santa Maria.





s. josemaria escrivá, Forja, 552

Pensamentos inspirados



À procura de Deus





Senhor quero ser escravo da Tua vontade, por minha vontade própria.

jma, 2011.04.02

Pureza e sexualidade

Um amigo meu recentemente celebrou Missa numa escola elementar e durante a homilia perguntou aos jovens estudantes que lhe desse uma palavra que no seu entender melhor descrevesse a Missa.

Uma rapariga levantou a sua mão para dizer: “A Missa é a Missa”; outro disse “ a Missa é orar a Deus”, etc. Assegurou-lhes que as suas respostas eram verdadeiras, mas lembrou-os que estava à procura de uma palavra que melhor descrevesse o que a Missa é.

Um jovem rapaz do sexto ano levantou a mão e disse: “Sacrifício”.

“O que queres dizer com isso?” perguntou o meu amigo. Ele respondeu: “Deus faz tudo isto por nós, mas o que é que nós podemos oferecer a Deus em troca? Temos de retribuir qualquer coisa a Deus, mas não temos nada suficientemente bom para Lhe dar. Assim, Ele enviou-nos Jesus para que tivéssemos qualquer coisa para dar a Deus.”
Cont./

(P. DOUGLAS MCMANAMAN, Knowledge and Purity, trad ama)


Tema para breve reflexão - Magnanimidade 1


Reflectindo





O magnânimo é audaz no apostolado porque é consciente que o Espírito Santo se serve da palavra do homem como de um instrumento, mas é Ele quem aperfeiçoa a obra.

(Cf. S. Tomás de Aquino, Suma Teológica, 2-2, q. 177, a 2.)

Doutrina - Porque se chamam religiões cristãs?

Conta, peso e medida




Estas religiões chamam-se cristãs porque reconhecem a Cristo como Filho de Deus feito homem, procedem da Igreja que Cristo fundou, e tentam praticar e difundir os ensinamentos de Cristo.



(ideasrapidas, trad ama)






2011.03.29

Evangelho do dia e comentário

Quaresma - III Semana

Evangelho: Mt 18, 21-35

21 Então, aproximando-se d'Ele Pedro, disse: «Senhor, até quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?». 22 Jesus respondeu-lhe: «Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23 «Por isso, o Reino dos Céus é comparável a um rei que quis fazer as contas com os seus servos. 24 Tendo começado a fazer as contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. 25 Como não tivesse com que pagar, o seu senhor mandou que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo o que tinha, e se saldasse a dívida. 26 Porém, o servo, lançando-se-lhe aos pés, suplicou-lhe: “Tem paciência comigo, eu te pagarei tudo”. 27 E o senhor, compadecido daquele servo, deixou-o ir livre e perdoou-lhe a dívida. 28 «Mas este servo, tendo saído, encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários e, lançando-lhe a mão, sufocava-o dizendo: “Paga o que me deves”. 29 O companheiro, lançando-se-lhe aos pés, suplicou-lhe: “Tem paciência comigo, eu te pagarei”. 30 Porém ele recusou e foi mandá-lo meter na prisão, até pagar a dívida. 31 «Os outros servos, seus companheiros, vendo isto, ficaram muito contristados e foram referir ao seu senhor tudo o que tinha acontecido. 32 Então o senhor chamou-o e disse-lhe: “Servo mau, eu perdoei-te a dívida toda, porque me suplicaste. 33 Não devias tu também compadecer-te do teu companheiro, como eu me compadeci de ti?”. 34 E o seu senhor, irado, entregou-o aos guardas, até que pagasse toda a dívida. 35 «Assim também vos fará Meu Pai celestial, se cada um não perdoar do íntimo do seu coração ao seu irmão»

Meditação:

Dez mil talentos, uns sessenta milhões de denários! Sendo um denário o salário diário de um trabalhador… uma dívida impossível de pagar!

E, o Senhor, perdoou!
Que misericórdia!

O “crédito” que Deus concede a um homem excede sempre, em muito, aquilo que ele pode, alguma vez, pagar.

Que espera, então, de mim, o Senhor, já que nunca lhe poderei devolver nem uma ínfima parte do que Lhe devo?

Está claro: que eu perdoe, tudo a todos, só isso. Seja o que for, incompreensões, ofensas, agravos de qualquer espécie… tudo!

Desta forma, apresentar-me-ei ao Senhor com as contas saldadas e serei feliz para sempre.

(ama, Meditação sobre Mt 18, 21-35, 2009.03.17)