15/08/2011

Música e repouso

Mozart Piano Concerto No. 12 1st. mov., Vladimir


 Ashkenhazn, Royal Philarmonica Orchestra


 selecção ALS  

TEXTOS DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

“Grito o meu amor à liberdade pessoal”


Liberdade "de consciência", não! Quantos males trouxe aos povos e às pessoas este erro lamentável, que permite actuar contra os próprios imperativos da consciência! Liberdade "das consciências", sim, pois significa o dever de seguir esse imperativo interior... Ah!, mas depois de se ter recebido uma formação séria! (Sulco, 389)

Quando, nos meus anos de sacerdócio, não direi que prego mas que grito o meu amor à liberdade pessoal, noto nalguns um gesto de desconfiança, como de quem suspeita que a defesa da liberdade implica um perigo para a fé. Que se tranquilizem esses pusilânimes. Só atenta contra a fé uma errada interpretação da liberdade, uma liberdade sem qualquer fim, sem norma objectiva, sem lei, sem responsabilidade, numa palavra, a libertinagem. Infelizmente, é isso que alguns defendem; essa reivindicação é que constitui um atentado contra a fé.
Por isso, não é exacto falar de liberdade de consciência, que equivale a considerar de boa categoria moral o facto de o homem rejeitar Deus. Já recordámos que nos podemos opor aos desígnios salvadores de Nosso Senhor; podemos, mas não devemos fazê-lo. E se alguém tomasse essa atitude deliberadamente, pecaria ao transgredir o primeiro e o fundamental dos mandamentos: amarás Iavé com todo o teu coração.
Defendo com todas as minhas forças a liberdade das consciências, que significa que não é lícito a ninguém impedir que a criatura tribute culto a Deus. Têm de se respeitar os legítimos anseios de verdade: o homem tem obrigação grave de procurar Nosso Senhor, de O conhecer e de O adorar, mas a ninguém na terra é lícito impor ao próximo a prática de uma fé que este não tem, tal como ninguém pode arrogar-se o direito de prejudicar quem a recebeu de Deus.
A Igreja, nossa Santa Mãe, sempre se pronunciou pela liberdade e rejeitou todos os fatalismos, antigos ou menos antigos. Declarou que cada alma é dona do seu destino para bem ou para mal. E os que não se afastaram do bem irão para a vida eterna; os que cometeram o mal, para o fogo eterno. (Amigos de Deus, 32–33) 

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Tema para breve reflexão

Reflectindo
Adversidades

Devemos aceitar as adversidades que Deus nos envia sem raciocinar muito sobre elas, e devemos ter como certo de que foram a melhor coisa que nos podia ter acontecido.

(s. filipe de neri, Máximas, F.W.Faber, Cromwell Press SN12 8PH, nr. 9-18, trad ama)

Assunção da Santíssima Virgem

Porquê?

A pergunta não tem grande razão de ser.

Um cristão compreende com brevidade que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade não consentiria que Aquela que Lhe deu o ser, em cujo seio puríssimo se formou o Seu corpo de Perfeito Homem, fosse consumido pela corrupção como acontece a qualquer vulgar ente humano após a morte.

A Santíssima Virgem não é uma pessoa qualquer, é a Mãe de Deus, escolhida e privilegiada desde o início dos tempos para essa extraordinária missão e, por isso mesmo, ornada com as mais excelsas virtudes e predicados que a omnipotência divina pode encontrar.

A que foi preservada da corrupção do pecado não o deveria ser também da morte?

Não se concebe outra verdade, não se admite alternativa:

A Senhora, Mãe de Deus e nossa Mãe, está no Céu em corpo e alma, sentada num trono especialíssimo de onde governa como Rainha que de facto é, os Céus e a terra, os Anjos e Santos e todos os homens.

ama 2011.08.15  

Evangelho do dia e comentário

Assunção de Nossa Senhora [i]













T. Comum– XX Semana




Evangelho: Lc 1, 39-56

39 Naqueles dias, levantando-se Maria, foi com pressa às montanhas, a uma cidade de Judá. 40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. 41 Aconteceu que, logo que Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe no ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo; 42 e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. 43 Donde a mim esta dita, que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? 44 Porque, logo que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada a que acreditou, porque se hão-de cumprir as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor». 46 Então Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor; 47 e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, 48 porque olhou para a humildade da Sua serva. Portanto, eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão ditosa, 49 porque o Todo-poderoso fez em mim grandes coisas. O Seu nome é Santo, 50 e a Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. 51 Manifestou o poder do Seu braço, dispersou os homens de coração soberbo. 52 Depôs do trono os poderosos, elevou os humildes. 53 Encheu de bens os famintos, e aos ricos despediu de mãos vazias. 54 Tomou cuidado de Israel, Seu servo, lembrado da Sua misericórdia; 55 conforme tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». 56 Maria ficou com Isabel cerca de três meses; depois voltou para sua casa.

Comentário:

Como é feliz esta jovem mulher a quem foi revelado o papel de extraordinária relevância que irá desempenhar na história da humanidade!
Feliz não pela honra, o destaque, a distinção mas porque Deus Se revelou na serva humilíssima como a si mesma se considera.

Maria não pensa nela mas em Deus que nela quis revelar-se porque, de facto, faz o que quer e como quer.

Não consegue manter por mais tempo o que lhe sufoca o peito e, as palavras de Isabel foram como que a chave que abriu esse cofre e, o seu canto de louvor, jorra impetuoso, intenso, magnífico.

(ama, comentário sobre Lc 1, 39-56 visitação e N Senhora, 2011.05.31)


[i] Celebramos hoje a solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria. Trata-se de uma festa antiga, que em última instância se fundamenta na Sagrada Escritura: esta apresenta a Virgem Maria intimamente unida a seu Filho divino e sempre solidária com Ele. Mãe e Filho estão intimamente associados na luta contra o inimigo infernal até a plena vitória d’Ele. 
Esta vitória se expressa, em particular, com a superação do pecado e da morte, ou seja, com a superação desses inimigos 
que São Paulo apresenta sempre unidos (cf. Romanos 5, 12. 15-21; 1 Coríntios 15, 21-26). Por isso, assim como a ressurreição gloriosa de Cristo foi o sinal definitivo dessa vitória, do mesmo modo a glorificação de Maria, inclusive com seu corpo virginal, constitui a confirmação final de sua plena solidariedade com o Filho, tanto na luta como na vitória.
O Servo de Deus Papa Pio XII fez-se intérprete desse profundo significado teológico ao pronunciar, em 1º de Novembro de 1950, a solene definição dogmática deste privilégio mariano.

«Deste modo, a augustíssima Mãe de Deus, associada a Jesus Cristo de modo insondável desde toda a eternidade ‘com um único decreto’ de predestinação, imaculada na sua concepção, sempre virgem, na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas consequências, alcançou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança do seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos». (Pio XII, Constituição apostólica «Munificentissimus Deus», n. 40).