13/09/2011

A MISSA É UMA “SECA”? (1)





Ouvimos repetidamente dizer, sobre a Missa, a tantos católicos: que demorou muito, que não teve interesse, que o sacerdote não falou bem, que não se cantou, que se cantou, etc., etc.

Às vezes até chegamos a dizer que assim a Igreja vai perder mais fiéis, que assim não cativa os jovens, e toda uma série de ditos, que nada constroem, mas apenas destroem.

Penitencio-me também por, algumas vezes o pensar e pior ainda, algumas vezes o dizer, também.

É velha a ideia já transmitida, que a atenção dos católicos na Missa é tal, (refiro uma prática geral, onde existem felizmente muitas excepções), que se à saída da igreja lhes perguntassem sobre as leituras, a maior parte não saberia responder.

Ora isto revela que, muitos católicos ainda “vão à Missa”, ou seja, não participam na/da Missa, não celebram o Sacramento da Eucaristia, que é memorial da Paixão de Cristo.

Ou seja, muitos de nós, (eu incluído, algumas vezes), estamos na Missa por obrigação e não por amor ou devoção.

Ora tudo o que é feito por obrigação tende a tornar-se incómodo, cansativo e longo, por muito curto que seja.

Se a minha disposição quando vou participar em algum evento é de obrigação, e a minha vontade era estar noutro lugar a fazer qualquer outra coisa, a minha permanência nesse evento vai revestir-se de um incómodo permanente, contando todos os minutos e segundos, à espera que o mesmo acabe.

No entanto, se a minha vontade é de total interesse em participar desse evento, a minha atenção vai ser redobrada, tudo o que for feito e dito despertará a minha atenção, e quando chegar o fim, eu desejarei que ainda não tivesse acabado.

Infelizmente, e muitas vezes para tentarmos “conquistar” os jovens para a fé, (mesmo nas catequeses), vamos concordando com eles que a Missa é uma “seca”, que devia ser mais rápida e sobretudo mais animada, o que em “termos jovens” significa qualquer coisa como divertida!

Mas a Missa não é uma diversão, pois não?
É que divertir significa distrair, recrear, desviar a atenção de, etc., etc.

A Missa é uma celebração, ou seja, é realizar com solenidade, é efectuar, comemorar, exaltar, é, no caso específico da Eucaristia, celebrar o memorial da Paixão de Cristo, o que significa tornar presente a Paixão de Cristo, (não uma nova Paixão “actualizada”), mas a mesma e única Paixão de Cristo, que Ele sofreu na Sua entrega total por nós.

Como posso eu, como podemos nós, como podem infelizmente alguns sacerdotes, tratar tão displicentemente, em actos e palavras, a Missa, a celebração da Eucaristia?

Como se pode conceber uma catequese, um caminho de descobrimento e edificação da fé, (graça de Deus), não dando o valor único, imprescindível, infinito e eterno, à participação viva da/na celebração da Eucaristia?

É que se constata que alguns pais, (a pedido ou não dos filhos), procuram centros de catequese onde, por força da falta de sacerdotes, não há celebração da Missa Dominical, para a catequese, todas as semanas, deixando assim os catequizandos de participarem nessa celebração.

Será que uma fé viva e actuante, (porque procurada e vivida), não transmite forçosamente um amor à Eucaristia de tal ordem, que a participação/celebração da mesma, se torna mais importante do que tudo na vida de um católico?

E se assim for, (e deve ser), não será um desejo, uma vontade imensa, (tocada por Deus), a procura diária da Missa, para o encontro “perfeito” com o nosso Deus que se entrega por nós, e também, como alimento divino?



Monte Real, 6 de Setembro de 2011

(continua)

Música e repouso


Mozart Piano Concerto No. 21 - Andante "Elvira Madigan"

selecção ALS

Evolucionismo

Do Céu à Terra
Para onde evoluiu o darwinismo?

Hoje, a molécula de ADN proporciona a prova mais convincente da evolução biológica. O ADN de todos os seres vivos está formado pelo mesmo alfabeto químico: sequências do nucleótidos adenina, citosina, guanina e timina. O facto de que todas as reacções químicas de todas as células sigam os mesmos mecanismos metabólicos fala claramente de uma origem comum. Neste sentido, a concordância entre as proteínas de espécies muito diferentes, como as bactérias e os seres humanos, é realmente assombrosa. E a percentagem de genoma idêntico entre duas espécies é maior quanto mais próximas estão na escala evolutiva. Essa similitude também nos diz que essas espécies evolucionaram de um antepassado comum.

jose ramón ayllón, trad. ama


Princípios filosóficos do Cristianismo

Caminho e Luz

Princípio de substância (I)

A estrutura do juízo
O juízo pode ser certamente essencial e existencial. Juízo essencial é este: «Pedro é um homem». Juízo existencial é aquele que se limita a dizer de um sujeito que existe: «Pedro existe». Analisemos, pois, estes dois juízos com o fim de ver se o verbo ser como existência pode ser ou não predicado. Comecemos pela análise do juízo essencial.
No juízo essencial «Pedro é homem», atribuirmos a essência de «homem» a um sujeito conhecido já como realidade, conhecido como algo. Este juízo implica que conhecemos já a realidade de Pedro como tal realidade. Já sabemos que Pedro é algo, uma realidade, uma substância. Com efeito, se à pergunta O que é Pedro?, respondo dizendo que Pedro é algo, uma realidade, cometo uma tautologia. Já sabíamos que Pedro era uma realidade, que Pedro era algo. O que quero saber neste juízo é que tipo de realidade é. Assim pois, o sujeito deste juízo é «a realidade de Pedro» (Pedro enquanto realidade) e o predicado é a essência de homem. Neste juízo, por consequência, prega-se uma essência de uma realidade, conhecida previamente como realidade. Nele se estabelece a verdade essencial: é verdade que Pedro é homem. Há adequação de uma essência a uma realidade, a uma substância.
Uma variedade do juízo essencial é aquele juízo no qual se fala de uma realidade já conhecida como realidade, ou melhor, uma propriedade essencial, ou antes uma nota acidental. Se eu digo «Pedro é de cor branca», estou dizendo na realidade: «Pedro é um homem branco». Trata-se de uma determinação ulterior da essência de homem que atribuímos à realidade de Pedro.

.josé antonio sayés, [i] trad ama, 20011.07.30


[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.

Textos de São Josemaria Escrivá

“A Missa é acção divina”

Não é estranho que muitos cristãos – pausados e até solenes na vida social (não têm pressa), nas suas pouco activas actuações profissionais, na mesa e no descanso (também não têm pressa) – se sintam apressados e apressem o Sacerdote na sua ânsia de encurtar, de abreviar o tempo dedicado ao Santíssimo Sacrifício do Altar? (Caminho, 530)


A Santa Missa – insisto – é acção divina, trinitária, não humana. O sacerdote que celebra serve o desígnio divino do Senhor pondo à sua disposição o seu corpo e a sua voz. Não age, porém, em nome próprio, mas in persona et in nomine Christi, na Pessoa de Cristo e em nome de Cristo.

O amor da Trindade pelos homens faz com que, da presença de Cristo na Eucaristia, nasçam para a Igreja e para a humanidade todas as graças. Este é o sacrifício que profetizou Malaquias: desde o nascer do sol até ao poente, o meu nome é grande entre as nações, e em todo o lugar se sacrifica e se oferece ao meu nome uma oblação pura. É o Sacrifício de Cristo, oferecido ao Pai com a cooperação do Espírito Santo, oblação de valor infinito, que eterniza em nós a Redenção, que os sacrifícios da Antiga Lei não conseguiam alcançar. (Cristo que passa, 86)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Tema para breve reflexão

Reflectindo
Humildade



A primeira condição para a fé é a humildade. A convicção da nossa indigência leva-nos a experimentar a necessidade de Deus e a procurá-Lo sinceramente.


(javier abad goméz, Fidelidade, Quadrante, 1989, pg 59)

O confessor como educador

A autoridade há-de exercer-se no Cristianismo ao modo de Cristo, que lavo os pés aos discípulos (Jn 13,1-17), e os ensinou: "o que entre vós queira ser o primeiro, seja o vosso servo"(Mt 20,27; Mc 10,44).
Não há que esquecer além do mais que as chaves da dignidade humana são a verdade e a liberdade, apesar de nos enfrentarmos com uma serie de limitações que as reduzem e faz com que nos nossos actos concretos só tenhamos a certeza moral que são verdadeiros actos livres. Nem sempre se pode dizer toda a verdade, mas o que não podemos fazer é ensinar ou defender a falsidade.

Educar é actuar em e para a liberdade, que procura o saber vivê-la e alargá-la, nunca reduzir o seu âmbito. A liberdade para a qual se deve tender é a liberdade que nos torna donos de nós mesmos, das nossas decisões e actos, uma liberdade que conduz a saber contrair responsabilidades, a assumir as consequências dos nossos actos, porque os reflectimos e amadurecemos.   Muitos fiéis procuram na confissão e num bom confessor luz para os seus problemas espirituais, sendo preciso que os penitentes compreendam a necessidade de confessar os seus pecados graves, mas também que é bom  remover angustias e tranquilizar as suas consciências nas coisas não graves.

pedro revijano, trad ama



Pensamentos inspirados à procura de deus



À procura de Deus

Os Santos não são para admirar, são para imitar.


JMA, 2011.09.13

Textos de São Josemaria Escrivá

“A maior doação de Deus aos homens”

Quando o receberes, diz-lhe: – Senhor, espero em Ti; adoro-te, amo-te, aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia, inerme, para remediar a fraqueza das criaturas. (Forja, 832)


Creio que não vou dizer nada de novo, se afirmar que alguns cristãos têm uma visão muito pobre da Santa Missa e que ela é para muitos um mero rito exterior, quando não um convencionalismo social. Isto acontece, porque os nossos corações, de si tão mesquinhos, são capazes de viver com rotina a maior doação de Deus aos homens. Na Santa Missa, nesta Missa que agora celebramos, intervém de um modo especial, repito, a Trindade Santíssima. Para corresponder a tanto amor, é preciso que haja da nossa parte uma entrega total do corpo e da alma, pois vamos ouvir Deus, falar com Ele, vê-Lo, saboreá-Lo. E se as palavras não forem suficientes, poderemos cantar, incitando a nossa língua – Pange, lingua! – a que proclame, na presença de toda a Humanidade, as grandezas do Senhor.

Viver a Santa Missa é manter-se em oração contínua, convencermo-nos de que, para cada um de nós, este é um encontro pessoal com Deus, em que O adoramos, O louvamos, Lhe pedimos, Lhe damos graças, reparamos os nossos pecados, nos purificamos e nos sentimos uma só coisa em Cristo com todos os cristãos. (Cristo que passa, nn. 87–88).

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet
http://www.opusdei.pt/art.php?p=13979

Evangelho do dia e comentário

S. João Crisóstomo [i]












T. Comum– XXIV Semana




Evangelho: Lc 7, 11-17
11 No dia seguinte foi para uma cidade, chamada Naim. Iam com Ele os Seus discípulos e muito povo. 12 Quando chegou perto da porta da cidade, eis que era levado a sepultar um defunto, filho único de uma viúva; e ia com ela muita gente da cidade. 13 Tendo-a visto, o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: «Não chores». 14 Aproximou-Se, tocou no caixão, e os que o levavam pararam. Então disse: «Jovem, Eu te ordeno, levanta-te». 15 E o que tinha estado morto sentou-se, e começou a falar. Depois, Jesus, entregou-o à sua mãe. 16 Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: «Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus visitou o Seu povo». 17 Esta opinião a respeito d'Ele espalhou-se por toda a Judeia e por toda a região circunvizinha.

Comentário:

«o Senhor, movido de compaixão para com ela» Jesus actua movido pelo Seu coração sensível ao sofrimento humano. Não precisa que Lhe peçam nem invoquem a Sua misericórdia e, muito menos, que haja mérito - que nunca há suficiente – daquele a quem assiste.

É esta realidade, tão evidente neste trecho do Evangelho, que nos deve consolar e tranquilizar; o Senhor não deixa nunca de ajudar-nos a levar a carga quando ela se torna pesada de mais para os nossos ombros.

De facto, Ele pode não curar os nossos males físicos mas dá, sempre, ajuda preciosa para os suportarmos.

No mistério que é a morte de um ser humano que nos é muito querido, ou nos faz muita falta, a consolação vem-nos, também, da certeza que a Comunhão dos Santos é uma realidade que muito nos ajuda a suportar com ânimo essas perdas.

(ama, comentário sobre Lc 7, 11-17, 2011.08.12)


[i] Ordenado Sacerdote pelo bispo Flaviano em 386 que o encarregou das pregações na principal igreja da cidade, cargo que desempenhou até 397. Este período de doze anos, foi o mais fecundo da sua vida e nele proferiu as suas homilias mais conhecidas e que, no século VI, lhe valeriam o qualificativo que passou a fazer parte inseparável do nome com que passou para a posteridade: crisóstomo, isto é, boca de ouro.
Os últimos anos de sua vida foram tumultuosos.
Teófilo de Alexandria com acusações falsas, conseguiu que Crisóstomo fosse deposto e desterrado pelo Imperador. O povo de Constantinopla, em especial os mais desfavorecidos - por quem João tanto havia feito - amotinou-se e João, no dia seguinte ao da sua saída, voltou para a sua sé episcopal.
Contudo, poucos meses depois, a situação voltou a piorar e acabou por ser desterrado para a Arménia em 404, de onde, a pedido próprio - por causa do perigo que podia representar para a sua vida a inveja de seus inimigos face às multidões que a ele acudiam -, foi de novo desterrado para um lugar mais distante, na extremidade oriental do Mar Negro. A caminho deste seu último desterro, morreria no ano de 407. Desde o dia 1 de Maio de 1626 o seu corpo repousa na Basílica de São Pedro e, em 27 de Novembro de 2004, o Papa João Paulo II doou parte das suas relíquias ao Patriarca Ecuménico Bartolomeu I e, desta forma, tanto na Basílica Vaticana como na Igreja de São Jorge no Fanar é agora venerado este grande Padre da Igreja.

A produção teológica de João Crisóstomo é extraordinariamente vasta e é composta fundamentalmente por sermões, ainda que contenha também alguns tratados de importância considerável e um significativo número de cartas.
De entre as suas homilias podem ser realçadas aquelas que versam quer sobre aspectos doutrinais, quer sobre questões polémicas: "Sobre a natureza incompreensível de Deus", "As Catequeses baptismais"; "Homilias contra os judeus", são algumas delas. Relevantes são, ainda, as suas homilias exegéticas, de entre as quais se deve salientar: "Sobre o Evangelho de Mateus" (num total de 90), "Sobre a Carta aos Romanos" (32); "Sobre o Evangelho de João"; "Sobre a Epístola aos Hebreus" (34) e as 55 homilias "Sobre o Livro dos Actos dos Apóstolos", naquele que é o único comentário completo e exaustivo sobre este livro da Bíblia que a antiguidade cristã nos deixou. No que diz respeito aos "tratados", devemos salientar: “Sobre o sacerdócio"; "Sobre a vida monástica";"Sobre a virgindade". As cartas são cerca de 250 e pertencem, todas elas, ao período do seu desterro. (compilado ama)