05/10/2011

A nossa coroação 5

Para lá do Túnel
Neste tema da salvação, convém-nos ter as ideias muito claras, porque é muito o que está em jogo e são vários os princípios fundamentais, que sempre temos de não esquecer:


.- O Senhor está mais interessado na tua salvação que tu próprio, e Ele fará o possível e o impossível para que te salves, mas sempre que não tenha que violar o livre alvedrio de que te dotou.


.- Deus pode fazer milagres, para a salvação de qualquer um incluindo um impenitente pecador arrependido, mas o que não pode fazer, é salvar ninguém contra a sua vontade. Dizia Santo Agostinho: “Deus que te criou sem ti, não quer salvar-te sem ti”.

Juan del Carmelo, trad ama

Princípios filosóficos do cristianismo

A Fé e a Razão

Filósofo
Rembrandt
Finalmente, a salvação cristã conduz-nos à visão beatífica de Deus, a um desfrute de Deus, verdade e bondade infinitas que fariam que o homem seja plenamente feliz. Isto supõe que no homem hajam uma capacidade de infinito, não para o produzir, mas sim para o receber; uma sede, uma insatisfação, um vazio, que só se pode encher face a face com Deus. É o que a teologia chamou «potência obediêncial» e que não é mera indiferença, mas sim, como ousava dizer São Tomás, um apetite natural da visão, uma tendência para ela. Santo Agostinho tinha-o expressado na sua conhecida fórmula: «Fizeste-nos, Senhor, para Ti, e o nosso coração está inquieto até que descanse em Ti»

(jose ramón ayllón, trad. ama)

MUNDO A MAIS

por Aura Miguel


A Igreja tem mundo a mais e conversão a menos.

A frase caiu que nem uma bomba, durante a visita do Papa à Alemanha: com o passar dos anos, a fé dá lugar à rotina, a estrutura esmaga o espírito, uma certa “fachada cristã” bloqueia o acesso à bondade de Deus, os critérios mundanos tomam conta do coração, os fardos do poder e das coisas materiais distorcem as verdadeiras prioridades... E, assim, gradualmente, a Igreja cai na tentação de se achar auto-suficiente.

Mas a Igreja sem Deus não existe. Por isso, precisa de se converter.

Só que, como o próprio Bento XVI também alertou, a Igreja não é só o Papa, os bispos e os pastores. A Igreja somos todos nós. Por isso, somos todos nós que temos mundo a mais e conversão a menos!

INFORMAÇÕES MUITO BREVES  [De vez em quando] 2011.10.04

Pensamentos inspirados à procura de Deus


À procura de Deus



Se crês em deus, crês em ti próprio.


jma, 2011.10.05

Deus é absolutamente simples?

Tratado De Deo Uno


Questão 3: Da simplicidade de Deus

Art. 7 — Se Deus é absolutamente simples.

(I Sent., dist. 8, q. 4, a. 1; Cont. Gent. I, 16, 18; De Pot., q. 7, a. 1; Compend. Theol., c. 9; Opusc. XXXVII, de Quattuor Oppos., c. 4; De Caus., lect. 21)

O sétimo discute-se assim. — Parece que Deus não é absolutamente simples.

1. — Pois, como o que provém de Deus o imita, do ser primeiro procedem todos os outros e, do bem primeiro, todos os bens. Ora, dos seres provenientes de Deus nenhum é absolutamente simples. Logo, também não o é Deus.

2. Demais. — Tudo o que há de melhor deve ser atribuído a Deus. Ora, para nós, o composto é melhor que o simples; assim, os corpos mistos são melhores que os elementos e estes, que as suas partes. Logo, não devemos dizer que Deus é absolutamente simples.

Mas, em contrário, como diz Agostinho, Deus é verdadeira e sumamente simples [i].

SOLUÇÃO. — De muitos modos podemos provar que Deus é absolutamente simples. Primeiro, pelo que já dissemos. Pois, não havendo em Deus composição de partes quantitativas, por não ser corpo, nem de forma e matéria; nem havendo nele, diferença entre a natureza e o suposto; nem composição de gêneros e diferenças; nem de sujeito e acidentes, é claro que Deus de nenhum modo é composto, mas absolutamente simples. Segundo, porque todo composto é posterior aos seus componentes, dos quais depende. Ora, Deus é o ser primeiro, como já demonstramos [ii]. Terceiro, porque todo composto terá causa; pois, coisas entre si diversas não se reduzem à unidade, senão por um princípio que as unifique. Ora, Deus não tem causa, como já demonstramos [iii] 3, por ser a causa eficiente primeira. Quarto, em todo composto deve haver potencia e ato, que não existem em Deus; pois das partes, uma haveria de ser ato da outra, ou, pelo menos, todas seriam como que potências em relação ao todo. Quinto, porque nenhum composto se identifica com qualquer das suas partes, como manifestamente se dá num todo de partes dessemelhantes. Assim, nenhuma das suas partes é o homem, como não é o pé nenhuma das partes deste. Quanto a um todo de partes dessemelhantes, embora algumas atribuições do todo também o sejam das partes — p. ex., qualquer parte do ar ou da água é ar ou água — contudo há atribuições do todo que não convêm às partes — p. ex., por ter uma quantidade de água dois côvados, não há de tê-los também cada uma das suas partes. Logo, todo composto tem alguma coisa que dele difere. E embora se possa dizer que também no ser que tem forma há algo que dele difere, p. ex., no branco há algo que lhe não pertence à essência — contudo nada há na forma mesma que lhe seja alheio. Por onde, sendo Deus a forma pura, ou antes o ser em si mesmo, de nenhum modo pode ser composto. E a esta razão alude Hilário quando diz: Deus, sendo o poder, não tem fraquezas; nem sendo luz, consta de trevas [iv].

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. Os seres provenientes de Deus o imitam, como os seres causados imitam a causa primeira. Pois, da natureza do causado é, de certo modo, ser composto, porque o seu ser é, pelo menos, diverso da sua quididade, como a seguir se verá [v].

RESPOSTA À SEGUNDA. — Para nós, os seres compostos são melhores que os simples, porque a perfeição da bondade da criatura não se encontra no simples, mas no múltiplo. Ao contrário, a perfeição da divina bondade está na simplicidade, como a seguir se verá [vi].


[i] VI de Trin., c. 6 sq., n. 8 sq.
[ii] Q. 2, a. 3.
[iii] Ibid.
[iv] VII de Trint., num. 27
[v] Q. 50, a. 2, ad 3.
[vi] Q. 4, a. 2, ad 1

Evangelho do dia e comentário














T. Comum– XXVII Semana




Evangelho: Lc 11, 1-4

1 Estando Ele a fazer oração em certo lugar, quando acabou, um dos Seus discípulos disse-Lhe: «Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos». 2 Ele respondeu-lhes: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino. 3 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje 4 perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todos os que nos ofendem; e não nos deixes cair em tentação».
Comentário:

Ao longo dos séculos muitos têm comentado e meditado o Pai-Nosso.
E não se esgota o manancial de inspirações que esta oração nos suscita, o que não admira já que se trata de uma oração “composta” pelo próprio Jesus Cristo.


Mas, mais que ensiná-la, o Senhor recomendou-a expressamente: «Quando orardes, dizei» como se nos dissesse que bastará rezar o Pai-Nosso para dizermos tudo quanto precisamos dizer a Deus.


Na verdade só o próprio Deus poderia “compor” uma oração como esta que sintetiza absolutamente tudo quanto podemos e devemos levar à Sua presença.

(ama, comentário sobre Lc 11, 1-4, 2011.09.06)

Textos de São Josemaria Escrivá

“O trabalho é caminho de santificação”

A conversão é coisa de um instante. – A santificação é obra de toda a vida. (Caminho, 285)

O Opus Dei propõe-se promover, entre pessoas de todas as classes da sociedade, o desejo da plenitude de vida cristã no meio do mundo. Isto é, o Opus Dei pretende ajudar as pessoas que vivem no mundo – o homem vulgar, o homem da rua – a levar uma vida plenamente cristã, sem modificar o seu modo normal de vida, o seu trabalho habitual, nem os seus ideais e preocupações.

Por isto se pode dizer, como escrevi há muitos anos, que o Opus Dei é velho como o Evangelho e, como o Evangelho, novo. Trata-se de recordar aos cristãos as palavras maravilhosas que se lêem no Génesis: que Deus criou o homem para trabalhar. Pusemos os olhos no exemplo de Cristo, que passou quase toda a sua vida terrena trabalhando como artesão numa terra pequena. O trabalho não é apenas um dos mais altos valores humanos e um meio pelo qual os homens hão-de contribuir para o progresso da sociedade; é também um caminho de santificação. (...) 
O Opus Dei é uma organização internacional de leigos, a que pertencem também sacerdotes diocesanos (minoria bem exígua em comparação com o total de membros). Os seus membros são pessoas que vivem no mundo e nele exercem uma profissão ou ofício. Não entram no Opus Dei para abandonar esse trabalho, mas, pelo contrário, para encontrar uma ajuda espiritual que os leve a santificar o seu trabalho quotidiano, convertendo-o também em meio de santificação, sua e dos outros. Não mudam de estado: continuam a ser solteiros, casados, viúvos, ou sacerdotes; procuram, sim, servir Deus e os outros homens, dentro do seu próprio estado. Ao Opus Dei, não interessam votos nem promessas; o que pede aos seus sócios é que, no meio das deficiências e erros, próprios de toda a vida humana, se esforcem por praticar as virtudes humanas e cristãs, sabendo-se filhos de Deus. (Temas Actuais do Cristianismo, 24).