23/10/2011

Um tempo de meditação diária


Textos de São Josemaria Escrivá

Se és tenaz para assistires diariamente a umas aulas, só porque nelas adquires certos conhecimentos... muito limitados, como é que não tens constância para frequentares o Mestre, sempre desejoso de te ensinar a ciência da vida interior, de sabor e conteúdo eternos?
(Sulco, 663)

Que vale o homem, ou o maior galardão do mundo, comparados com Jesus Cristo, que está sempre à tua espera? (Sulco, 664) Um tempo de meditação diária (união de amizade com Deus) é próprio de pessoas que sabem aproveitar rectamente a sua vida; de cristãos conscientes, coerentes. (Sulco, 665)

Os namorados não sabem dizer adeus; acompanham-se sempre.
Tu e eu amamos assim o Senhor? (Sulco, 666)

Não vês como muitos dos teus colegas sabem demonstrar grande delicadeza e sensibilidade no trato com as pessoas que amam: a namorada, a mulher, os filhos, a família?...
Diz-lhes (e exige-o a ti mesmo!) que o Senhor não merece menos. Que O tratem assim! E recomenda-lhes, além disso, que continuem com essa delicadeza e sensibilidade, mas vividas com Ele e por Ele; e alcançarão uma felicidade nunca sonhada, mesmo já aqui na Terra. (Sulco, 676) 

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

«SANTO SÚBITO!»

Memória do beato João Paulo II, dia 22 de Outubro


Num grande encontro de S. Josemaria em S. Paulo, em 1974, alguém lhe perguntou: - «Padre, como é que o Brasil, que é a nação mais católica do mundo (quantitativamente, entendia-se), ainda não tem um santo?» De facto, só em 2007 foi canonizado Frei Galvão. E o Fundador do Opus Dei respondeu imediatamente: - «Não te preocupes, meu filho! Há muitos santos em S. Paulo!»

A sua mensagem do chamamento universal à santidade – radicada desde sempre no Evangelho e confirmada solenemente no Vaticano II, mas esquecida da maior parte dos cristãos e até dos sábios em espiritualidade – não consiste apenas em afirmar que a vida comum dos fiéis pode e deve ser caminho de santificação; vem recordar também que o Espírito Santo não esperou pelo Opus Dei nem pelo Vaticano II para conduzir à plena união com Cristo e à plenitude da caridade milhares e milhares de almas ao longo dos séculos, dentro e fora do matrimónio, sãos e doentes, de quaisquer profissões. Simplesmente, nem reparamos neles, nem eles se crêem santos… Mesmo quando dizemos «a minha mãe é uma santa», ou «aquele homem é um santo», não pensamos que realmente o sejam no sentido teológico da palavra. E, no entanto, é muito possível que aquela alma tenha atingido um grau de amor a Deus e ao próximo igual ao dos que subiram aos altares.

Há muitos santos no mundo; há muitos santos em Portugal. Que o digamos nós, sacerdotes, de tantos que se ajoelham aos nossos pés – contritos, humilíssimos – e nos dão vontade de ajoelhar aos pés deles!

Volto a recordar S. Josemaria, comovido com os peregrinos que via caminhar para Fátima: - «Quanta fé! Quanta fé! Deus vos abençoe pelo amor que tendes a sua Mãe!» Quanta fé, quanta caridade, quanto esquecimento próprio, quanto espírito de sacrifício, quanta piedade, quanta confiança em Deus! Há muitos santos, e ai de nós se não os houvesse! Com defeitos? Certamente, mas empenhados sinceramente em rectificar, em lutar por ser melhores… Ora isso é que é santidade, com já dizia, por exemplo, S. Bernardo: «Jugis conatus perfectionis perfectio reputatur» - a perfeição consiste no empenho constante da perfeição; ou S. Francisco de Sales: «Há uma perfeição impossível aos mais perfeitos, a perfeição na conduta; e uma perfeição acessível aos mais imperfeitos, a perfeição do coração».

«Santo súbito!» Santo já! Pedia a multidão no funeral de João Paulo II. Queriam dizer que fosse canonizado imediatamente, por aclamação; e muito bem fez a Santa Sé em documentar devidamente as virtudes heróicas do grande Papa. Mas pode dizer-se que há uma santidade instantânea, «súbita», e que Nosso Senhor a revelou no Evangelho, na parábola do fariseu e o publicano. O fariseu era perfeito e mais-que-perfeito, pois cumpria ainda mais do que exigia a Lei; o publicano, não, coitado, mas não se comparava com ninguém; apenas com o que devia a Deus: - «Tem piedade de mim, pecador!» E «voltou justificado». Naquele momento era santo. Talvez daí a pouco fraquejasse... Mas, se voltasse à contrição, ao sincero desejo de conversão, de amor, voltaria a sê-lo. E, afinal, a verdadeira santidade é essa: a vontade actual de evitar o pecado e cumprir a vontade de Deus. Porque as heroicidades passadas, passadas são; e as faltas passadas também; o decisivo é o agora, cada momento, recomeçando constantemente a amar e servir a Deus e ao próximo por amor de Deus.

hugo de azevedo

INFORMAÇÕES MUITO BREVES   [De vez em quando] 2011.119.11 

Música e repouso

Domingo, Villazón & Netrebko - Dein ist mein ganzes Herz


selecção ALS 

Princípios filosóficos do Cristianismo

Filósofo
Rembrandt

Princípio da substância (II):

O esquecimento da substância

Husserl

Evidentemente, pensamos nos outros que é claro que o homem pode carregar de significado as coisas, mas o significado acrescenta-se ao ser objectivo que as coisas têm. O relógio que possuo sobre a mesa pode ter um significado muito pessoal para mim porque é uma recordação do meu pai, mas não deixa de ser um relógio. O significado que o sujeito da não pode substituir a realidade objectiva das coisas. O objecto não é puro correlato da minha consciência. Quando capto que há algo, quero dizer que face a mim há uma realidade que se diferencia do meu eu como subjectividade. Dizer que há algo significa que há uma excepção ao nada, algo que existe e que está aí, um ser subsistente, uma substancia em virtude da qual sei que existia antes que eu o conhecesse. Tenho a certeza de que aí há algo temporalmente anterior ao meu conhecer, porque a capto como subsistente, como uma substancia. Há que voltar ao realismo puro, para constatar: aí há uma realidade. O ser em geral não existe.
Mais adiante veremos que Zubiri não chega à substância, fica-se na fenomenologia.
josé antonio sayés, [i] trad ama,


[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.



Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXX Semana




Evangelho: Mt 22, 34-40

34 Os fariseus, tendo sabido que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se. 35 E um deles, doutor da Lei, querendo pô-l'O à prova, perguntou-Lhe: 36 «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». 37 Jesus disse-lhe: «”Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento”. 38 Este é o maior e o primeiro mandamento. 39 O segundo é semelhante a este: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. 40 Destes dois mandamentos depende toda a Lei e os Profetas».
Comentário:

Como é que se deve amar a Deus?

Em vez de responder, faço também uma pergunta?

Quem é o Criador e Senhor de todas as coisas?
Quem é que, desde o princípio dos tempos nos conhece, a cada um pelo nosso nome?
Quem nos deu uma alma com umas virtudes, capacidades e potências que usamos para a nossa felicidade?
Quem respeita de modo absoluto a nossa liberdade?
Quem está sempre pronto para nos receber mesmo quando nos afastamos?
Quem nos ama com tal dimensão e magnitude que para recuperarmos a liberdade perdida ofereceu a Sua própria vida no Sacrifício da Cruz?

Quando responderes a estas perguntas saberás como deve ser o teu amor a Deus.

(ama, comentário sobre Mt 22, 34-40, 2011.08.20)