08/11/2011

Novíssimos: A morte 4

O dia da Morte
William-Adolphe Bourgerau
No apego à vida, na luta para a conservar, para a melhorar, para, de alguma forma, a tornar mais agradável, empenhamos todos os esforços, não nos poupamos a sacrifícios e, no entanto, sabemos, que nalgum tempo, que não temos presente, ela cessará inevitavelmente e que, esse momento, não dependerá nunca da nossa vontade.

Bom, se assim é, e é bom que assim seja, repito, não é lógico que nos empenhemos com maior vigor e dedicação a conservar, a melhorar, ou de alguma forma, tornar mais agradável aos olhos de Deus, a vida da nossa alma que nunca morrerá?

Neste tempo de Novembro, e o tempo que virá já a seguir, o Advento, a Igreja vai levar-nos, passo a passo, a essas considerações, conduzindo-nos com firmeza carinhosa para a necessidade de estarmos sempre prontos, para podermos dizer, no íntimo do nosso coração, ao nosso Senhor presente no Sacrário:

"Senhor: gosto tanto de viver, mas estou pronto, quando Tu quiseres."

Contradição dos bons.

Reflectindo

“A contradição dos bons” – a expressão cunhou-a o Fundador do Opus Dei, que a experimentou dolorosamente na sua vida – é prova que Deus permite algumas vezes e que se torna particularmente penosa para o que cristão a quem lhe cabe em sorte. Os seus motivos costumam ser paixões demasiado humanas que podem torcer o bom juízo e intenção limpa de homens que professam a mesma fé e formam o mesmo Povo de Deus. Há por vezes ciúmes em vez de zelo pelas almas. Emulação indiscreta que olha com inveja e considera como um mal o bem feito aos outros. Pode também ser dogmatismo estreito que recusa reconhecer aos outros o direito de pensar de maneiras diferentes em matérias deixadas por Deus ao livre juízo dos homens (…). A contradição dos “bons” (…) costuma manifestar-se em desamor para com os irmãos na fé, oposição larvar aos seus trabalhos e crítica destrutiva.

(j. orlandis, 8 Bienaventuranzas, p.150, trad ama).

Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação

Textos de São Josemaria Escrivá


Se não for para construir uma obra muito grande, muito de Deus – a santidade –, não vale a pena entregar-se. Por isso, a Igreja, ao canonizar os Santos, proclama a heroicidade da sua vida. (Sulco, 611)

Chegarás a ser santo, se tiveres caridade, se souberes fazer as coisas que agradem aos outros e que não sejam ofensa a Deus, mesmo que a ti te custem. (Forja, 556)

Todos os que aqui estamos fazemos parte da família de Cristo, porque Ele mesmo nos escolheu antes da criação do mundo, por amor, para sermos santos e imaculados diante dele, o qual nos predestinou para sermos seus filhos adoptivos por meio de Jesus Cristo para sua glória, por sua livre vontade. Esta escolha gratuita de que Nosso Senhor nos fez objecto, marca-nos um fim bem determinado: a santidade pessoal, como S. Paulo nos repete insistentemente: haec est voluntas Dei: sanctificatio vestra , esta é a vontade de Deus: a vossa santificação. Portanto, não nos esqueçamos: estamos no redil do Mestre, para alcançar esse fim. (...).

A meta que proponho – ou melhor, a que Deus indica a todos – não é uma miragem ou um ideal inatingível: podia contar-vos tantos exemplos concretos de mulheres e de homens correntes, como vocês e como eu, que encontraram Jesus que passa quasi in occulto pelas encruzilhadas aparentemente mais vulgares e decidiram segui-lo, abraçando com amor a cruz de cada dia. Nesta época de desmoronamento geral, de concessões e de desânimos, ou de libertinagem e de anarquia, parece-me ainda mais actual aquela convicção simples e profunda que, no princípio da minha actividade sacerdotal e sempre, me consumiu em desejos de comunicar à humanidade inteira: estas crises mundiais são crises de santos. (Amigos de Deus, 2–4)


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet
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Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXXII Semana



Evangelho: Lc 17, 7-10

5 Os apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta-nos a fé!». 6 O Senhor disse-lhes: «Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te para o mar, e ela vos obedecerá. 7 «Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem depressa, põe-te à mesa? 8 Não lhe dirá antes: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois comerás tu e beberás? 9 Porventura, fica o senhor obrigado àquele servo, por ter feito o que lhe tinha mandado? 10 Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer».

Comentário:

Fazer o que mandas!

E como sei o que queres que faça, Senhor a não ser estar sempre disponível e pronto?

É assim que desejo a minha vida: disponibilidade absoluta para fazer o que mandares, mas, como sou fraco débil tens de dar-me o que ordenas. [i]

(ama, comentário sobre Lc 17, 7-10, 2010.10.03)



[i] Da quod iubes et iube quod vis, Stº Agostinho