18/11/2011

Que tal andas de presença de Deus?


Textos de S. Josemaria Escrivá


Falta-te vida interior, porque não levas à oração as preocupações dos teus e o proselitismo; porque não te esforças por ver claro, por fazer propósitos concretos e por cumpri-los; porque não tens visão sobrenatural no estudo, no trabalho, nas tuas conversas, na tua relação com os outros... – Que tal andas de presença de Deus, consequência e manifestação da tua oração? (Sulco, 447)

Tenho muita pena sempre que sei que um católico – um filho de Deus que, pelo Baptismo, é chamado a ser outro Cristo – tranquiliza a consciência com uma simples piedade formalista, com uma religiosidade que o leva a rezar de vez em quando (só se acha que lhe convém!); a assistir à Santa Missa nos dias de preceito – e nem sequer em todos –, ao passo que se preocupa pontualmente por acalmar o estômago, com refeições a horas fixas; a ceder na fé, a trocá-la por um prato de lentilhas, desde que não renuncie à sua posição... E depois, com descaramento ou com espalhafato, utiliza a etiqueta de cristão para subir. Não! Não nos conformemos com as etiquetas: quero que sejam cristãos de corpo inteiro, íntegros; e, para o conseguirem, têm que procurar decididamente o alimento espiritual adequado.
Vocês sabem por experiência pessoal – e têm-me ouvido repetir com frequência, para evitar desânimos – que a vida interior consiste em começar e recomeçar todos os dias; e notam no vosso coração, como eu noto no meu, que precisamos de lutar continuamente. Terão observado no vosso exame – a mim acontece-me o mesmo: desculpem que faça referências a mim próprio, mas enquanto falo convosco vou pensando com Nosso Senhor nas necessidades da minha alma – que sofrem repetidamente pequenos reveses, que às vezes parecem descomunais, porque revelam uma evidente falta de amor, de entrega, de espírito de sacrifício, de delicadeza. Fomentem as ânsias de reparação, com uma contrição sincera, mas não percam a paz.
(...) Agora insisto em que se deixem ajudar e guiar por um director de almas, a quem confiem todos os entusiasmos santos, os problemas diários que afectarem a vida interior, as derrotas que sofrerem e as vitórias. (Amigos de Deus, nn. 13–15)


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Novíssimos – A Morte 8

O dia da Morte
William-Adolphe Bourgerau




Imediatamente depois da morte, a alma entrará no banquete de bodas ou deparar-se-á com as portas fechadas para sempre. Os méritos ou a falta deles (os pecados, as omissões, as manchas que ficaram por purificar...) são para as almas o mesmo que a ligeireza e o peso para os corpos, que os faz ocupar imediatamente o seu lugar próprio.





(S. tomás de aquino, Suma teológica, Suppl. , q. 69, a. I)

Identificação com Deus

Reflectindo

Identificar-se com os desígnios divinos, procurar o modo de os cumprir, querê-los com loucura, não significa facilidade, caminho expedito, ausência de dificuldades. Não existe nem existirá acto da vontade humana mais perfeito que o de Jesus Cristo; mas observemos que, depois de proclamar com todas as Sua forças: Fiat voluntas tua!, suou sangue, ficou esgotado.




(d. javier echevarria, Getzemani, Planeta, 3ª Ed. Pg. 128)

FALÊNCIA


"O Orçamento Nacional deve ser equilibrado. As Dívidas Públicas devem ser reduzidas, a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governos devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta pública."

Marcus Tullius - Romma, 55a.C.

AS ADIÇÕES

O que são as adições?

Chama-se adição ao conjunto de circunstâncias ou situações nas quais o ser humano se sente obrigado a actuar de um modo que causa dano a si mesmo.
Comentários:
Na realidade o homem conserva sua liberdade e nunca está obrigado por completo a algo. Todavia há casos em que parece o contrario, e por isso se diz que o homem se sente obrigado.
Se o comportamento é menos obrigatório, não se fala de adição mas de vício, má inclinação, etc.
Se se faz um bem a si mesmo, tampouco se chama adição mas um bom costume, qualidades, etc.

Ideasrapidas, trad ama

Música e repouso

  Wagner: Lohengrin - Overture


selecção ALS

Tratado De Deo Trino 2

Art. 1 — Se em Deus há alguma processão.
(I Sent., dist. XIII, a. 1; IV Cont. Gent., cap. XI; De Pot., q. 10, a. 1).

Primeiro discute-se assim. — Parece que em Deus não há nenhuma processão.

— Pois, processão significa movimento para o exterior. Ora, em Deus nada há de móvel nem exterior. Logo, nem processão.

Demais. — Todo procedente é diverso daquilo de que procede. Ora, em Deus, sumamente simples, não há nenhuma diversidade. Logo, em Deus não há processão.

Demais. — Proceder de outro parece repugnar à noção de primeiro princípio. Ora, Deus é o primeiro princípio, como já se demonstrou.


[1]Logo, em Deus não pode haver processão.

Mas, em contrário, diz o Senhor (Jo 8, 42): Eu saí de Deus.

 — A Escritura usa, falando das coisas divinas, de expressões que implicam processão. Ora, dessa processão há vários conceitos. Uns a compreendem no sentido em que o efeito procede da causa; e assim Ário, dizendo que o Filho procede do Pai como a primeira criatura deste, e o Espírito Santo, do Pai e do Filho, como criatura de ambos. E segundo esta opinião, nem o Filho nem o Espírito Santo seriam verdadeiro Deus, o que vai contra a Escritura quando diz, do Filho (1 Jo, 5, 20): E estejamos em seu verdadeiro Filho. Este é o verdadeiro Deus; e do Espírito Santo (1 Cor 6, 19): Acaso não sabeis que os vossos membros são templos do Espírito Santo? Ora, só Deus pode ter templo. — Outros, porém, concebem a processão no sentido em que se diz que a causa se manifesta no efeito, movendo-o ou imprimindo-lhe a sua semelhança. Assim o entendeu Sabélio, ensinando que o mesmo Deus Padre se chama Filho, enquanto encarnado na Virgem, e Espírito Santo enquanto santifica e dá vida à criatura racional. Mas contra esta doutrina vão as palavras do Senhor, a respeito de si mesmo (Jo 5, 19): O Filho não pode de si mesmo fazer coisa alguma; e muitas outras, mostram não ser o Pai o mesmo que o Filho.

Mas, consideradas diligentemente, ambas essas opiniões concebem a processão como tendendo para o exterior; e por isso não a atribuem a Deus. Mas como toda processão supõe uma certa acção, assim como pela acção que recai sobre a matéria exterior, a processão é exterior, assim pela que permanece no próprio agente, é interior. O que sobretudo se vê no intelecto, cuja acção, o inteligir, permanece no ser que intelige; pois, quem intelige, por isso mesmo causa algo dentro de si, que é o conceito da coisa inteligida, nascida da potência intelectiva e procedente do conhecimento da coisa. E esse conceito, expresso pela palavra, chama-se verbo mental, significado pelo verbo oral. Mas, como Deus está acima de tudo, o que dele se diz não se deve entender ao modo das criaturas ínfimas, que são os corpos, mas por semelhança com as criaturas supremas, que são as substâncias intelectuais, se bem tal semelhança seja deficiente para representar o divino. Por onde, não se deve conceber a processão como a dos seres corpóreos, quer pelo movimento local, quer pela acção de alguma causa produtora de um efeito exterior, como o calor procedente do agente, que aquece, para o corpo aquecido; mas segundo a emanação inteligível, isto é, do verbo inteligível emanando de quem o pronuncia e neste permanecendo. E é assim que a fé católica atribui a processão a Deus.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Ela se funda na processão por movimento local, ou na que se realiza pela acção transitiva para a matéria exterior ou o efeito exterior. Ora, tal processão não existe em Deus, como dissemos [2].

RESPOSTA À SEGUNDA. — O que procede por processão exterior deve ser diverso daquilo donde procede; mas o que procede interiormente pelo processo inteligível, não é necessariamente diverso; antes, quanto mais perfeitamente proceder, tanto mais se unifica com o ser donde procede. Pois, é manifesto, que quanto mais uma coisa é inteligida, tanto mais íntima e mais unida com o ser inteligente é a concepção intelectual; porque o intelecto, ao inteligir em ato, unifica-se com a coisa inteligida. Donde, como o inteligir divino é o auge da perfeição, como vimos [3], necessário se faz que o Verbo divino seja perfeitamente uno com o ser donde procede, sem a mínima diversidade.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Proceder de um princípio, como de estranho e diverso, repugna à essência do primeiro princípio; mas proceder como íntimo e sem diversidade, de maneira inteligível, é da essência do primeiro princípio. Assim, pois, quando dizemos ser o construtor o princípio da casa, esse princípio inclui, por essência, a concepção da sua arte, que também se incluiria na essência do primeiro princípio se tal princípio fosse o construtor. Ora, Deus, primeiro princípio das coisas, está para as coisas criadas como o artífice, para as artificiadas.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[1] Q. 2 a. 3.
[2] In corp.
[3] Q. 14, a. 1.

Trabalho


O exemplo de Jesus que, durante trinta anos!, permaneceu em Nazaré trabalhando, desempenhando um oficio; artesão, diz a escritura. A tradição acrescenta: carpinteiro. Nas mãos de Jesus o trabalho, e um trabalho profissional semelhante ao que desenvolvem milhões de homens não mundo, converte-se em tarefa divina, em trabalho redentor, em caminho de salvação.





(S. josemaria, carta, 1948.10.15, nr. 3) 

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXXIII Semana




Evangelho: Mt 14, 22-33

22 Imediatamente Jesus obrigou os Seus discípulos a subir para a barca e a passarem antes d'Ele à outra margem do lago, enquanto despedia a multidão. 23 Despedida esta, subiu a um monte para orar a sós. Quando chegou a noite, achava-Se ali só. 24 Entretanto a barca no meio do mar era batida pelas ondas, porque o vento era contrário. 25 Ora, na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, andando sobre o mar. 26 Os discípulos, quando O viram andar sobre o mar, assustaram-se e disseram: «É um fantasma». E, com medo, começaram a gritar. 27 Mas Jesus falou-lhes imediatamente dizendo: «Tende confiança: sou Eu, não temais». 28 Pedro, tomando a palavra, disse: «Senhor, se és Tu, manda-me ir até onde estás por sobre as águas». 29 Ele disse: «Vem!». Descendo Pedro da barca, caminhava sobre as águas para ir ter com Jesus. 30 Vendo, porém, que o vento era forte, teve medo e, começando a afundar-se, gritou, dizendo: «Senhor salva-me!». 31 Imediatamente Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». 32 Depois que subiram para a barca, o vento cessou. 33 Os que estavam na barca prostraram-se diante d'Ele, dizendo: «Verdadeiramente Tu és o Filho de Deus».

Meditação:

Quantas vezes Te suplicamos: Senhor, salva-nos!

Estamos a ponto de soçobrar nesta onda de laxismo e ateísmo, das leis iníquas que atentam contra a dignidade humana, do desmembramento das famílias, na educação das crianças e jovens, na torrente de águas sujas da exploração sexual, na ausência de critérios de decoro, modéstia ou pudor, na procura desenfreada do prazer, seja qual for, numa palavra, esta torrente que pretende afogar no homem as suas ânsias de eternidade, o desejo de contemplar a Tua face.

Senhor, estende a Tua mão e salva-nos!

(AMA, meditação sobre Mt 14, 22-36, 2010.08.03)