24/11/2011

Meditação para Quinta-Feira

Neste preciso momento tocam os sinos a lembrar as "trindades" e eu penso na multidão imensa dos teus filhos e quantos se lembrarão dessa devoção tão antiga e popular.
Na Eucaristia, presente no Sacrário, esperas esse momento em que os Teus irmãos os homens elevam o coração em louvor da Mãe comum.
E, ela, sorridente como sempre, acolhe essas preces e louvores e amorosamente, entrega-os nas Tuas mãos.

AMA, N. S. Boavista, Porto, 2010.04.14

Preparando o Advento

Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior [i]


http://apenasoracao.blogspot.com/2011/11/preparando-o-advento_24.html

Novíssimos – Unção dos Doentes 3

No sacramento da Unção dos Doentes, a graça do Espírito Santo, cuja unção tira os pecados, se algum ficar ainda por tirar, e os vestígios do pecado; também alivia e fortalece a alma da pessoa doente, despertando nela uma grande confiança na misericórdia divina; apoiado desta forma, pode facilmente suportar as provas e penas da doença, resistir mais facilmente às tentações do demónio que está à espreita (Gen 3, 15), e por vezes recupera a saúde corporal, se tal for conveniente para a saúde da alma.

(paulo VI, Constituição Apostólica, Sacram Unctionem infirmorum, 1972.09.30)


Petição

Condições para eficácia da nossa petição ao Senhor: 

temos de pedir com fé, temos de pedir com um mesmo querer, unanimemente, temos de pedir com humildade, temos de pedir certos que o Senhor no-lo concederá. 



(Instruções, nr.145) 

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– XXXIV Semana




Evangelho: Lc 21, 20-28

20 «Mas quando virdes que Jerusalém é sitiada por exércitos, então sabei que está próxima a sua desolação. 21 Os que então estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, retirem-se; os que estiverem nos campos, não entrem nela; 22 porque estes são dias de vingança, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. 23 Ai das mulheres grávidas, e das que amamentarem naqueles dias!, porque haverá grande angústia sobre a terra e ira contra este povo. 24 Cairão ao fio da espada, serão levados cativos a todas as nações e Jerusalém será calcada pelos gentios, até se completarem os tempos dos gentios. 25 «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra haverá consternação dos povos pela confusão do bramido do mar e das ondas, 26 morrendo os homens de susto, na expectativa do que virá sobre toda a terra, porque as próprias forças celestes serão abaladas. 27 Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande poder e majestade. 28 Quando começarem, pois, a suceder estas coisas, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque está próxima a vossa libertação».

Comentário:

Jesus Cristo é, como muitos o consideravam, um grande Profeta.

Tudo quanto diz – neste trecho do Evangelho – sucedeu realmente.
A história comprova-o abundantemente.

É fácil imaginar a angústia do Senhor ao pronunciar estas palavras.
Não o faria para atemorizar os que O ouviam mas para os avisar de que era tempo de arrepiar caminho de forma a prepararem-se para o inevitável.

A Igreja toma estas palavras de Cristo e repete-as constantemente como a mesma esperança que os homens se convertam, se arrependam e preparem para o final da vida de cada um que não tem que ser nem terrível nem angustiante, mas serena e natural.

O “Fim do Mundo” com que devemos preocupar-nos é o dia da nossa morte e não outro.

(ama, comentário sobre Lc 21, 20-28, 2011.10.17)

Queremos ver com olhos limpos

Textos de São Josemaria Escrivá

Que formosa é a santa pureza! Mas não é santa, nem agradável a Deus, se a separarmos da caridade. A caridade é a semente que crescerá e dará frutos saborosíssimos com a rega que é a pureza. Sem caridade, a pureza é infecunda, e as suas águas estéreis convertem as almas num lodaçal, num charco imundo, donde saem baforadas de soberba. (Caminho, 119)

É verdade que a caridade teologal é a virtude mais alta, mas a castidade é a exigência sine qua non, condição imprescindível para chegar ao diálogo íntimo com Deus. Quem não a guarda, se não luta, acaba por ficar cego. Não vê nada, porque o homem animal não pode perceber as coisas que são do Espírito de Deus.
Animados pela pregação do Mestre, nós queremos ver com olhos limpos: bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
A Igreja sempre apresentou estas palavras como um convite à castidade. Guardam um coração sadio, escreve S. João Crisóstomo, os que possuem uma consciência completamente limpa ou os que amam a castidade. Nenhuma virtude é tão necessária como esta para ver a Deus. (Amigos de Deus, 175)


© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Chamamento

Reflectindo

Por isto vos digo a cada um de vós: escutai o chamamento de Cristo quando sentis que vos diz: "Segue-Me". Caminha sobre os Meus passos. Vem ao Meu lado! Permanece no meu amor! É uma opção que se faz: a opção por Cristo e pelo Seu modelo de vida, pelo Seu mandamento de amor! (...) Mas hoje eu proponho-vos a opção do amor, que é o contrário da fuga. Se vós aceitais realmente este amor que vem de Cristo, este conduzir-vos-á a Deus.

(Btº. joão Paulo II, Homília no Boston Common, 1979.10.01)


Tratado De Deo Trino 8

Questão 28: Das relações divinas

Art. 2 — Se a relação em Deus é o mesmo que a sua essência.
(I Sent., dist. XXXIII, a. 1; IV Cont. Gent., cap. XIV; De Pot., q. 8, a. 2; Quodl. VI, q. 1; Compend. Theol., cap. LIV. LXVI, LXVII).

O segundo discute-se assim. — Parece que em Deus a relação não é o mesmo que a sua essência.

— Pois, como diz Agostinho: Nem tudo o que se predica de Deus se predica substancialmente; assim, algumas predicações são relativas, como a do Pai, relativamente ao Filho; e estas não se predicam substancialmente [1]. Logo a relação não é a essência divina.

Demais. — Diz Agostinho: Tudo o que se predica relativamente tem, além disso, um ser próprio, como, homem-senhor e homem-servo [2]. Se, pois, há em Deus quaisquer relações, necessariamente nele haverá algo mais que elas.

Demais. — Um ser relativo é referente a outro, como diz Aristóteles [3]. Se, pois, a relação é a própria essência divina, segue-se que o ser da divina essência consiste em referir-se a outro; o que repugna à perfeição do ser divino, por excelência absoluto e por si subsistente, como se demonstrou [4]. Logo, a relação não é a própria essência divina.

Mas, em contrário, tudo o que não é a essência divina é criatura. Ora, a relação realmente convindo a Deus, e não sendo a essência divina, será necessariamente criatura. Então, não se deve render-lhe um culto de latria, o que vai contra ao que a Igreja canta num Prefácio: Para que seja adorada, nas Pessoas, a propriedade, e na majestade, a igualdade [5].

Nesta matéria dizem ter errado Gilberto Porretano, que depois retratou o seu erro no concílio Remense. Ensinava ele, que as relações em Deus são acrescentadas ou de proveniência extrínseca.

Ora, para esclarecer o assunto, devemos considerar que dois elementos se hão-de levar em conta em qualquer dos nove géneros de acidentes. Um é o ser conveniente a cada género, enquanto acidente. E isso é, em geral, em todos, ser inerente a um sujeito, pois o ser do acidente consiste na inerência. O outro elemento a considerar é a noção própria de cada um dos referidos géneros. Ora, nos outros géneros que não o da relação, como a quantidade e a qualidade, a noção própria do género reside na sua relação com o sujeito; pois, a quantidade se chama medida, e a qualidade, disposição da substância. Ao contrário, a essência própria da relação não consiste em referir-se ao ser em que está, mas a algo de exterior.

Se, portanto, considerarmos criaturas as relações como tais, veremos que são acrescentadas, e não, de proveniência intrínseca. E exprimem uma referência que de certo modo atinge a própria coisa relacionada, para outra. Se porém considerarmos a relação como acidente, então é inerente ao sujeito e neste tem o ser acidental.

Mas Gilberto Porretano a considerou somente do primeiro modo. Ora, tudo o que nas coisas criadas tem ser acidental tem-no substancial quando referido a Deus; pois, nada existe, em Deus, como um acidente num sujeito, porque tudo o que nele existe é a sua essência. Por onde, considerada a relação como tendo um ser acidental, nas coisas criadas, que lhes servem de sujeito, ela, realmente existindo em Deus, tem o ser da essência divina, sempre idêntico a si mesma. Mas quando referente a outro termo, a relação exprime antes uma referência ao termo do que à essência. Por onde, é claro que a relação realmente existente em Deus é, realmente, o mesmo que a essência; e só desta difere racionalmente, porque a relação supõe referência ao termo oposto, o que não está compreendido na denominação de essência. Donde resulta com clareza que, em Deus, não diferem, mas se identificam, o ser da relação e o da essência.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — As palavras de Agostinho não significam que a paternidade, ou qualquer outra relação essencial existente em Deus, não seja idêntica à divina essência; mas que não se predica substancialmente como existindo no sujeito a que se atribui; senão, relativamente. Por isso só dois predicamentos se atribuem a Deus; pois, os outros supõem relação com o sujeito de que se predicam, tanto quanto ao ser como quanto à noção do género próprio. Ora, nada do que existe em Deus pode, por causa da sua simplicidade, ter relação com o seu sujeito ou com o que se predica, senão a de identidade.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Como nas coisas criadas, assim em Deus, se bem de maneira diferente, as predicações relativas implicam não somente o carácter de relatividade, mas ainda algo absoluto. Pois, na criatura difere a realidade do conteúdo do nome relativo; em Deus, porém, não há diferença, mas tudo é uma mesma realidade, não perfeitamente expressa pelo nome de relação, como compreendida na significação de tal nome. Pois, já dissemos [6], quando tratamos dos nomes divinos, que mais contém a perfeição da divina essência do que pode ser expresso por qualquer nome. Donde se não segue, que em Deus, alem da relação, haja realmente outro ser, senão apenas quando se considera a significação do nome.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Se a divina perfeição nada mais contivesse do que significa o nome relativo, o ser divino seria imperfeito, como referente a algum outro; como p. ex., se Deus não contivesse mais do que significa o nome de sapiência, não seria um ser subsistente. Mas de ser a perfeição da divina essência maior do que o conteúdo significativo de qualquer nome, não se segue tenha a divina essência ser imperfeito, pelo fato de o nome relativo, ou qualquer outro, dito de Deus, não implicar sentido de perfeição; pois, a divina essência em si compreende a perfeição de todos os géneros, como dissemos [7].

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[1] 1.V de Trin., c. 5.
[2] VII de Trin., c. 1.
[3] Praedicamentis, c. 7.
[4] Q. 3, a. 4.
[5] De Trinitate.
[6] Q. 13, a. 2.
[7] Q. 4, a. 2.