05/12/2011

Vivendo o Advento

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Sobre a família

Fortaleza do amor 4

Quando o amor sobrenatural, que Deus está sempre disposto a doar-nos, tanto ao que lho pede como ao desalmado que se arrepende, se retira da criatura humana, por não ter aceite esta não final dos seus dias, a possibilidade de adquirir amor, então, nasce então nela, na pessoa que rejeitou o amor, que Deus lhe esteve oferecendo e se tenha condenado, um vazio de amor, que será imediatamente cheio pelo ódio. Por isso, o demónio é a quinta-essência do ódio e com maior o menor força de ódio se desenrolará a vida do condenado não inferno, segundo o seu grau de condenação.

A sensu contrario no céu reina o amor a todos e entre todos. No inferno reina o ódio, a tudo e a todos, inclusive o condenado odeia-se a se mesmo. Desde logo que a fortaleza do ódio é tremenda na pessoa, sobretudo quando alguma delas, está dominada por esta desgraça, porque odiar é uma desgraça e um sofrimento, maior para que o que odeia, que para o que é odiado, que muitas vezes nem se inteira de que o odeiam. Uma pessoa que odeia é capaz de tudo, mas o amor é mais forte que o ódio, o ódio pode ser vencido com a força do amor. É São João da Cruz quem escreve: “Onde não há amor, põe amor e encontrarás amor”.

(juan do carmelo, trad ama)

Perguntas e respostas sobre Jesus de Nazaré. 48

Jesus de NazaréQue significa a exclamação “Hossana!”?


“Originalmente, esta era uma expressão de súplica, como: ajuda-nos!’. No sétimo dia da festa das Tendas, os sacerdotes, dando sete voltas em torno do altar do incenso, repetiam-na sonoramente para implorar a chuva. Mas, assim como a festa das Tendas se transformou de festa de súplica numa festa de alegria, a súplica converteu-se cada vez mais numa exclamação de júbilo. A palavra tinha provavelmente assumido também um sentido messiânico já em tempos de Jesus. Assim, podemos reconhecer na exclamação ‘Hossana!’ uma expressão de múltiplos sentimentos, tanto dos peregrinos que vinham com Jesus como dos seus discípulos: um louvor jubiloso a Deus no momento daquela entrada; a esperança de que tivesse chegado a hora do Messias, e ao mesmo tempo a petição de que fosse instaurado de novo o reino de David e, com ele, o reinado de Deus sobre Israel”

55 Preguntas y respuestas sobre Jesús de Nazaret, extraídas del libro de Joseph Ratzinger-Benedicto XVI: “Jesús de Nazaret. Desde la Entrada en Jerusalén hasta la Resurrección”, Madrid 2011, Ediciones Encuentro. Página 81-82, marc argemí, trad. ama

Música e oração

Tchaikovsky - Serenade Melancolique Op 26 - Itzhak Perlman


selecção ALS

O teu trabalho deve ser oração

Textos de São Josemaria Escrivá

Antes de começar a trabalhar, põe sobre a tua mesa, ou junto dos utensílios do teu trabalho, um crucifixo. De vez em quando, lança-Lhe um olhar... Quando a fadiga chegar, fugir-te-ão os olhos para Jesus, e encontrarás nova força para prosseguir no teu empenho. Porque esse crucifixo é mais do que o retrato de uma pessoa querida – os pais, os filhos, a mulher, a noiva... – ; Ele é tudo: o teu Pai, teu Irmão, teu Amigo, teu Deus e o Amor dos teus amores. (Via Sacra, Estação XI. n. 5)

Costumo dizer com frequência que, nestes momentos de conversa com Jesus, que nos vê e nos ouve do sacrário, não podemos cair numa oração impessoal. E observo também que, para meditar de modo a que se inicie imediatamente um diálogo com o Senhor, não é preciso pronunciar palavras. Precisamos, sim, de sair do anonimato e de nos pôr na sua presença tal como somos, sem nos escondermos na multidão que enche a igreja, nem nos diluirmos num palavreado oco, que não brota do coração mas de um costume desprovido de conteúdo.
Posto isto, acrescento agora que também o teu trabalho deve ser oração pessoal e há-de converter-se numa grande conversa com o Nosso Pai do Céu. Se procuras a santificação na tua actividade profissional e através dela, terás necessariamente de te esforçar para que ela se converta numa oração sem anonimato. E nem sequer estes teus afãs podem cair na obscuridade anódina de uma tarefa rotineira, impessoal, porque nesse mesmo instante teria morrido o aliciante divino que anima o teu trabalho quotidiano. (Amigos de Deus, n. 64)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Pensamentos inspirados à procura de Deus


À procura de Deus



Não tenhas medo das trevas,

porque a Luz já te foi dada.









jma

Ideais

O que ideais são de maior categoria?  


Possuem ideais maiores, os que dirigem os seus passos para bens superiores. Os bens melhores são os maiores ideais.


Os ideais egoístas que só satisfazem gostos o caprichos empequenecem o coração e não merecem chamar-se ideais.


Entre as metas de amor a si próprio e aos outros são menores as que contribuem para bens da alma (própria ou alheia).


Os ideais de maior categoria referem-se a Deus. Por exemplo, é uma gozosa dignidade contribuir ao serviço e glória do Criador.

Ideasrapidas, trad ama

Preparando o Natal


                                 Oração do Natal

Menino Jesus: 

Este Natal quisera receber-te com aquele enlevo e carinho de Tua Santíssima Mãe, com a atenção e cuidados de São José, com a alegria e simplicidade dos Pastores de Belém.
São Josemaria, ajudai-me nestes propósitos.


ama, Advento 2011

O teu trabalho deve ser oração

Textos de São Josemaria Escrivá

Antes de começar a trabalhar, põe sobre a tua mesa, ou junto dos utensílios do teu trabalho, um crucifixo. De vez em quando, lança-Lhe um olhar... Quando a fadiga chegar, fugir-te-ão os olhos para Jesus, e encontrarás nova força para prosseguir no teu empenho. Porque esse crucifixo é mais do que o retrato de uma pessoa querida – os pais, os filhos, a mulher, a noiva... – ; Ele é tudo: o teu Pai, teu Irmão, teu Amigo, teu Deus e o Amor dos teus amores. (Via Sacra, Estação XI. n. 5)

Costumo dizer com frequência que, nestes momentos de conversa com Jesus, que nos vê e nos ouve do sacrário, não podemos cair numa oração impessoal. E observo também que, para meditar de modo a que se inicie imediatamente um diálogo com o Senhor, não é preciso pronunciar palavras. Precisamos, sim, de sair do anonimato e de nos pôr na sua presença tal como somos, sem nos escondermos na multidão que enche a igreja, nem nos diluirmos num palavreado oco, que não brota do coração mas de um costume desprovido de conteúdo.
Posto isto, acrescento agora que também o teu trabalho deve ser oração pessoal e há-de converter-se numa grande conversa com o Nosso Pai do Céu. Se procuras a santificação na tua actividade profissional e através dela, terás necessariamente de te esforçar para que ela se converta numa oração sem anonimato. E nem sequer estes teus afãs podem cair na obscuridade anódina de uma tarefa rotineira, impessoal, porque nesse mesmo instante teria morrido o aliciante divino que anima o teu trabalho quotidiano. (Amigos de Deus, n. 64)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Fidelidade

Reflectindo



Quem não foi fiel é o mais infeliz e miserável das criaturas. Sofre e causa o sofrimento como ninguém.


(javier abad gómez, Fidelidade, Quadrante 1989, pg. 87)

Evangelho do dia e comentário

Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior[i]


Segunda-Feira da II semana do Advento 05 de Dezembro – SS Martinho de Dume, Frutuoso e Geraldo [i]

Evangelho: Lc 5, 17-26

17 Um dia, enquanto ensinava, estavam ali sentados fariseus e doutores da lei vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e o poder do Senhor levava-O a fazer curas. 18 E eis que uns homens, levando sobre um leito um homem que estava paralítico, procuravam introduzi-lo dentro da casa e pô-lo diante d'Ele. 19 Porém, não encontrando por onde o introduzir por causa da multidão, subiram ao telhado e, levantando as telhas, desceram-no com o leito no meio de todos, diante de Jesus. 20 Vendo a fé deles, Jesus disse: «Homem, são-te perdoados os teus pecados». 21 Então os escribas e os fariseus começaram a pensar e a dizer: «Quem é este que diz blasfémias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?». 22 Jesus, conhecendo os seus pensamentos, respondeu-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações? 23 Que coisa é mais fácil dizer: “São-te perdoados os pecados”, ou dizer: “Levanta-te e caminha”? 24 Pois, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar pecados, Eu te ordeno - disse Ele ao paralítico - levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». 25 Levantando-se logo em presença deles, tomou o leito em que jazia e foi para a sua casa, glorificando a Deus. 26 Ficaram todos estupefactos e glorificavam a Deus. Possuídos de temor, diziam: «Hoje vimos coisas maravilhosas».

Comentário:

Sim… o que é mais fácil dizer: “São-te perdoados os pecados”, ou dizer: “Levanta-te e caminha?” Entendemos verdadeiramente esta questão?
Perdoar os pecados é, para Jesus Cristo, tão fácil como curar um paralítico  só com a força da Sua palavra, mas, para nós, ambas são impossíveis!
Nós, pobres homens, não curamos nada, nem a nós próprios quanto mais aos outros!
Mesmo aplicando todas as técnicas e conhecimentos da ciência, curar-mos um enfermo só será possível se Ele, que é o Médico Divino, assim o quiser.
Perdoar os nossos pecados só é possível ao ofendido que é, sempre, Deus Nosso Senhor.
E, esta, é uma evidência tão “gritante” que parece impossível não se acreditar na necessidade da confissão dos pecados pessoais com o objectivo de obter o perdão divino.
(ama, comentário sobre Lc 5, 17-28, 2011.11.05)


[i] Nota Histórica

Martinho, oriundo da Panónia, nasceu no princípio do século VI e foi, ainda novo, para a Palestina. Era um homem de grande erudição e «por inspiração divina», como ele mesmo afirmava, veio para a Galiza cerca do ano 550. Converteu os suevos do arianismo à fé católica e fixou-se em Dume; aí fundou um mosteiro de que foi eleito bispo. Em 569 ficou a ser também bispo metropolita de Braga. Com a sua virtude e saber, diz S. Isidoro, a Igreja floresceu na Galiza. Morreu no dia 20 de Março do ano 579.
Frutuoso nasceu no princípio do século VII, de nobre família visigótica. Fundou numerosos mosteiros, que muito contribuíram para a educação da juventude, como centros de vida religiosa e cultural. Nomeado arcebispo de Braga, a fama da sua santidade e sabedoria estendeu-se a toda a Península Hispânica. Morreu cerca do ano 666.
Geraldo nasceu na Gália, de nobre família; professou no mosteiro de Moissac onde desempenhou os cargos de bibliotecário, mestre dos oblatos e cantor. O bispo Bernardo de Toledo conseguiu levá-lo para a sua catedral para aí exercer as funções de mestre e de cantor. Eleito bispo de Braga, exerceu grande actividade na reorganização da diocese, na promoção da vida monástica, na reforma litúrgica e pastoral, bem como na aplicação da disciplina eclesiástica. Morreu a 5 de Dezembro de 1108.

Tratado De Deo Trino 30

Questão 33: Da Pessoa do Pai.

Art. 3 — Se o nome de Pai, tomado pessoalmente, se atribui primariamente a Deus.

O terceiro discute-se assim. — Parece que o nome de pai, tomado pessoalmente, não se atribui primariamente a Deus.

1. — Pois, o comum é intelectualmente anterior ao próprio. Ora, o nome de Pai, tomado pessoalmente, é próprio da Pessoa do Pai; tomado essencialmente, é comum a toda a Trindade, pois, a toda a Trindade chamamos Pai-nosso. Logo, o nome de pai, tomado essencial­mente, se atribui primeiro do que tomado pessoalmente.

2. Demais. — De coisas da mesma natureza nada se predica por anterioridade e posterioridade. Ora, a paternidade e a filiação predicam-se como constituindo uma só noção, por ser uma Pessoa divina Pai do Filho, e toda a Trindade Pai nosso ou da criatura; pois, segundo Basílio, receber é comum à criatura e ao Filho [i]. Logo, a Deus a denominação de Pai, tomada essencialmente, não se atribui, antes, do que quando tomada pessoalmente.

3. Demais. — Não se comparam coisas que não correspondem a uma mesma noção. Ora, o Filho é comparável à criatura em razão da filiação ou da geração, segundo a Escritura (Cl 1, 15): Que é a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura. Logo, em Deus, a paternidade, em sentido pessoal, não se atribui a Deus primeiro que em sentido essencial; mas, segundo a mesma noção.

Mas, em contrário, o eterno é anterior ao temporal. Ora, Deus é abeterno Pai do Filho, ao passo que é Pai temporal das criaturas. Logo, a paternidade, em Deus, relativamente ao Filho, se diz primeiro do que em relação à criatura.

Um nome se atribui primeiro ao ser ao qual perfeitamente se aplica toda a sua noção, do que àquele ao qual a noção se aplica parcialmente; pois a este se atribui como por semelhança com aquele do qual perfeitamente se predica, porque todo o imperfeito deriva do perfeito. Assim, o nome de leão atribui-se primeiro ao animal ao qual convém a noção total do leão, e que é chamado propriamente tal, do que a um homem no qual se encontre algo da noção do leão, p. ex., a audácia, a força, ou qualquer outro atributo semelhante: pois, a esse homem se atribui por semelhança. Ora, é manifesto, pelo que já dissemos [ii], que a noção perfeita de paternidade e de filiação existe em Deus Pai e em Deus Filho, pois, a mesma é a natureza e a glória do Pai e do Filho. Ao passo que na cria­tura existe a filiação, relativamente a Deus, não na sua noção perfeita, pois não é a mesma a natureza do Criador e a da criatura; mas, por certa semelhança. E esta, quanto mais perfei­ta, tanto mais se aproximará da verdadeira no­ção da filiação. Assim, de certas criaturas como as irracionais, se diz que Deus é Pai, só pela semelhança de vestígio, segundo a Escritura (Jo 38, 28): Quem é o pai da chuva? ou: Quem produziu as gotas de orvalho? De certas outras, porém, como as racionais, por semelhança de imagem, conforme a Escritura (Dt 32, 6): Não é ele teu pai, que te possuiu e te fez e te criou? Ainda de outras é Pai pela semelhança da graça, e estas também se chamam filhos adoptivos, enquanto ordenadas à herança da glória eterna por um dom recebido da graça, segundo o Apóstolo (Rm 8, 16-17): porque o mesmo Espírito dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus, e se somos filhos, também herdeiros. De outras, enfim, pela semelhança da glória, enquanto desta já possuem a herança segundo o Apóstolo (Rm 5, 2): E nos gloriamos na esperança da glória dos filhos de Deus.

Donde resulta claro que, de Deus, a paternidade se predica primariamente enquanto importa relação de Pessoa com Pessoa, do que enquanto importa relação sua com as criaturas.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Os nomes comuns, empregados em sentido absoluto, têm prioridade sobre os próprios, quanto à ordem do nosso intelecto, pois se incluem no conceito destes; não porém inversamente. Assim, o conceito da Pessoa de Pai inclui o de Deus, se bem não ao inverso. Mas, os nomes comuns, que implicam relação com as criaturas, predicam-se posteriormente aos próprios, que incluem relações pessoais; porque, em Deus, a pessoa procedente procede como princípio da produção das criaturas. Pois, assim como se entende que o verbo concebido pela mente do artífice procede deste antes de proceder o artificiado, o qual é produzido por semelhança com o verbo mentalmente concebido; assim, do Pai procede o Filho, antes da criatura, à qual se atribui o nome de filiação por participar algo da semelhança do Filho, como está claro na Escritura (Rm 8, 29): Os que Ele conheceu na sua presciência, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Diz-se que receber é comum à criatura e ao Filho, não por invocação, mas por certa semelhança remota, em razão da qual ele se chama primogénito da criatura [iii]. Por isso a autoridade citada acrescenta [iv]: Para ser ele o primogênito entre muitos irmãos — depois de haver dito: Certos se tornam conformes à imagem do Filho de Deus. Ora, o Filho de Deus tem naturalmente, sobre todos os seres uma certa singularidade, a saber, possuir por natureza o que recebe, como diz o mesmo Basílio [v]. E é neste sentido que se chama unigénito, como se vê na Escritura (Jo 1, 18): O unigénito, que está no seio do Pai, esse é quem nos deu a conhecer.

Donde resulta a RESPOSTA À TERCEIRA OBJEÇÃO.

SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[i] Homil. 15, de Fide.
[ii] Q. 27, a. 2; q. 28, a. 4.
[iii] Arg. 3.
[iv] Resp. ad 1.
[v] Loc. Cit.