16/12/2011

HISTÓRIA DA “COMUNHÃO ESPIRITUAL”

S. Josemaria aprendeu uma oração – a “comunhão espiritual” – dos lábios de um religioso. Mas qual é a origem dessa oração? O autor deste artigo encontrou-a “casualmente” nas páginas de um catecismo antigo.
  
O fundador do Opus Dei aprendeu a “comunhão espiritual” dos lábios do Padre Manuel Laborda: “eu quisera, Senhor, receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que vos recebeu vossa Santíssima Mãe, com o espírito e o fervor dos santos.

Uma oração que deu a volta ao mundo

Sabia que o fundador do Opus Dei aprendeu a “comunhão espiritual” dos lábios do Pe. Manuel Laborda, natural de Borja, Saragoça, e professor em Barbastro. Mas, qual a origem desta jóia da piedade eucarística? Rezavam-na no colégio ou foi composta pelo religioso? Pois bem, ainda que não procurasse a origem desta oração, encontrei-a, e a descoberta foi verdadeiramente providencial.


Estava a realizar uma investigação para publicar um artigo sobre Nossa Senhora em Scripta de Maria, a revista do Instituto Mariológico de Torreciudad, quando me veio à lembrança o catecismo por onde estudei na paróquia da minha terra, para preparar a Primeira Comunhão: o famoso catecismo do Padre Ramo, como se dizia. Pensei que talvez seria o mesmo por onde estudou o Padre em pequeno no colégio de Barbastro.

Veio-me à ideia o catecismo por onde estudei na paróquia da minha terra, para preparar a Primeira Comunhão: o famoso Catecismo do Padre Ramo, como se dizia. Pensei que talvez seria o mesmo por onde estudou S. Josemaria em pequeno no colégio de Barbastro.

Perguntei na biblioteca da Universidade de Navarra. Tinham um exemplar que, passado tempo, me mandaram digitalizado. Pelo seu estado de conservação, lê-se com alguma dificuldade. Mas entretanto, efectuei também pesquisas no colégio dos Escolápios de Alcañiz, onde o autor tinha sido reitor. Sugeriram-me que fosse aos Escolápios de Saragoça, onde consegui cópia do chamado catecismo maior. Explicación de la Doctrina Cristiana. Según el método con que la enseñan los Padres de las Escuelas Pías. Dispuesta en forma de Diálogo entre Maestro y Discípulo. Por el P. Cayetano de S. Juan Bautista, Sacerdote de dichas Escuelas Pías. Foi editado em Pamplona em 1800 e tem 357 páginas. Fui lendo pouco a pouco, e qual seria a minha surpresa quando dei com o seguinte texto, na página 308, onde o autor convida a avivar o desejo de receber a Cristo, explicando também como fazê-lo:

yo quisiera Señor, y Dios mío, recibiros con aquella pureza, humildad, y amor con que os recibió vuestra Santísima Madre, y con el fervor, y espíritu de los Santos (eu quisera Senhor, e meu Deus, receber-vos com aquela pureza, humildade e amor com que vos recebeu a vossa Santíssima Mãe, e com o fervor, e espírito dos Santos).

Talvez que aquela resposta do catecismo, à força de ser ensinada e repetida, se tenha alterado, com ligeiras variantes, em oração; ou talvez fosse o mesmo Pe. Laborda quem lhe deu forma. Em qualquer caso, ali estava presente o património de piedade dos Escolápios, que aquele bom religioso transmitiu a S. Josemaria. Se a origem da fórmula é atribuída ao Padre Caetano de S. Juan Bautista, ou este a copiou de outro autor anterior, também é um tema que será interessante investigar…

Já que a fotocópia com que trabalhei não era de muita qualidade – as manchas escuras que em alguns pontos dificultam o trabalho do scanner o texto – , pensei que o melhor era copiá-lo para o computador. Foi o que fiz. O processo foi trabalhoso e bastante demorado, quase dois anos, até conseguir a reconstrução desse velho catecismo. Copiei, ordenei e fiz a maqueta do livrinho com o computador, e assim conservou quase a sua primitiva fisionomia.

Posteriormente, escrevi ao Prelado do Opus Dei, comunicando-lhe o achado. Também pensei que lhe daria gosto ter o texto completo do livro, e enviei-lho. Recordo que o fundador do Opus Dei, em momentos de confusão na vida da Igreja, nos recomendava recorrer às fontes seguras, aos velhos catecismos cheios de doutrina e de piedade.

"A Igreja de Deus e os sacerdotes de Deus, desde há vinte séculos, pregam o mesmo (…). Porque – gosto muito de dizê-lo – a religião não foi feita pelos homens de braço erguido, por votação… Pegai nos velhos catecismos! Filhas minhas, filhos meus: são tesouros maravilhosos! Não os deiteis fora!, lede-os (…) e lede-os com calma para conservar a fé dos vossos filhos."

Também agora existe um grande instrumento para aprofundar e dar a conhecer a fé: o Catecismo da Igreja Católica e o seu Compêndio, como expressão da fé perene da Igreja.

Sem pretender, sem saber como, a Providência encaminhou os meus passos até chegar a esta feliz descoberta, graças a Deus. De certeza, que S. Josemaria teve algo que ver com isto!

Don Jesus Sancho Bielsa é sacerdote da diocese de Teruel (Espanha) e doutor em Teologia. Foi catedrático de grego, de Teologia Dogmática no Seminário Maior de Teruel, e professor de Teologia dos Sacramentos na Universidade de Navarra.

Fonte: pt.josemariaescriva.info, 2011/11/19

INFORMAÇÕES MUITO BREVES [De vez em quando] 2011.12.16


Vivendo o Advento

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LUGARES VAZIOS NA MESA DE NATAL

Dói muito uma cadeira vazia à volta da mesa da ceia de Natal. Nem sequer a velha tradição de deixar a mesa da doçura posta durante a noite para que os mortos provam a riqueza dos afectos torna mais suportável a ausência de quem, ao partir, nos deixou presos à saudade.

Há muitos lugares vazios nos bancos das nossas igrejas. Muitos partiram em bicos de pés; outros fugiram das igrejas como o diabo da cruz, descontentes com alguém ou alguma coisa que os afastaram amargurados; outros andaram por lá mas os sentimentos religiosos não lhes passaram da epiderme, sem lhes tocar a convicção e a adesão confiante.

A Conferência Episcopal da Inglaterra e País de Gales teve a feliz ideia de convidar católicos que deixaram de praticar a fé ou apenas o fazem ocasionalmente a voltar à Igreja.

Os bispos lançaram a campanha “Come Home for Christmas” (Volte a casa para o Natal), através de uma página na Internet que inclui mensagens de boas-vindas de vários bispos, bem como a secção “As suas histórias”, onde constam testemunhos de aproximação à prática religiosa. O site apresenta também o espaço “What next?” (E a seguir?), reservado às pessoas que querem saber os passos a dar para regressarem à Igreja.

A campanha foi lançada alguns dias após a apresentação do ciclo de encontros “Ultrapassar os umbrais”, que pretende apoiar as paróquias inglesas e galesas no trabalho com os católicos não praticantes. A iniciativa, que faz parte de um projecto a três anos do Episcopado inglês e galês, previsto para terminar em 2013, integra também o itinerário para o próximo Sínodo dos Bispos, dedicado à nova evangelização, marcado para Outubro de 2012, em Roma. O documento preparatório da assembleia sinodal sublinha que, no Ocidente, “muitos” baptizados “vivem completa mente fora da vida cristã, e cada vez mais pessoas, mesmo conservando alguma ligação com a fé, conhecem pouco os seus fundamentos”.

Imaginem só uma campanha idêntica em Portugal. Muitos católicos, sobretudo aqueles que ainda assim se confessam sociologicamente, vivem com indiferença a sua vinculação à Igreja Católica. A indiferença é, como se sabe, a casca mais dura para deixar penetrar as sementes do Evangelho. Outros foram baptizados mas pouco ou nada evangelizados. E há os que bateram com a porta e saíram em bicos de pés.

Talvez alguns voltariam, se devidamente convidados e bem acolhidos nas comunidades cristãs, que deveriam ser samaritanas para que não lhes falte a atenção aos “vencidos do catolicismo”. Há caminhos por andar na missão da Igreja Católica em Portugal, para lá de caminhos mal andados.

Oxalá alguns filhos pródigos voltem a casa para a consoada, o que seria um “milagre” do Menino Deus!. Bom Natal para todos os leitores.

conegoruiosorio@diocese-porto.pt

INFORMAÇÕES MUITO BREVES [De vez em quando] 2011.12.15


Itália: Presépio 2006

ITÁLIA: O PRESÉPIO NO PARLAMENTO: "É PRESTIGIANTE E UNIFICADOR", DIZ O PRESIDENTE DO PARLAMENTO, COMUNISTA.

Ao aproximar-se o Natal, o presépio esteve no centro da discussão em Roma. Uma cadeia de lojas decidiu não vender as figuras do presépio, alegando que se vendem menos que a árvore de Natal. Por contraste, o presidente do parlamento italiano, Fausto Bertinotti, comunista, confirmou que no hemiciclo se vai continuar a montar o presépio.

A cadeia de lojas indicou razões de natureza comercial para não colocar as figuras nas estantes. Mas tornou-se o centro de uma polémica política. Forza Itália e Aliança Nacional, integradas na coligação de centro-direita, prometeram lançar uma "cruzada mediática" e um boicote comercial à rede de lojas.

Diferentemente, as figuras de Jesus, Maria e José serão recebidas cordialmente no Parlamento. O presidente, ex-secretário da Refundação Comunista, Fausto Bertinotti, não hesita: "Porque é que não havíamos de pôr o presépio? É um elemento prestigiante e unificador".

"Creio que é uma boa maneira de respeitar o Natal", acrescentou Bertinotti. "Também é respeitador para quem não é crente, porque, não se trata só de expressar um sinal religioso, trata-se de expressar também um aspecto da vida do nosso país". Também Francesco Rutelli, ministro dos Bens Culturais e vice-presidente do governo de Prodi, cristão, de esquerda, disse que o presépio "não pode ser apresentado como o fruto de um conceito clerical: seria uma trivialização absurda". Intervindo no simpósio "De S. Nicolau a Santa Claus", realizado numa sala do Parlamento, afirmou que "a dramatização do Natal tem um aspecto histórico, cultural" e que "uma sociedade que perde de vista estes valores, pensando que são narrações ideológicas, é uma sociedade que se auto-empobrece".


Estamos predestinados? 3


A refutação é simples: Se temos em conta que Deus é um Ser omnisciente, quer dizer conhecedor de tudo e além disso não vive no tempo, mas na eternidade, o que implica que, para Ele, como também o será para os que forem capazes de salvar-se aceitando o amor que Deus nos oferece a todos, o facto de que ao viver na eternidade tudo é presente, não existe nem o passado nem o futuro, tudo se contempla ao mesmo tempo. Portanto Deus vê e sabe o que vai acontecer, mas isto não condiciona a salvação, a condenação de ninguém. A predestinação implica que Deus determinou de antemão o que será o destino das criaturas, não que esteja simplesmente inteirado, que é o que na realidade sucede. O erro está em confundir o conhecimento que Deus tem de todas as coisas com a realização das mesmas. As coisas não sucedem porque Deus as conheça, senão as conhece porque sucedem o vão a suceder.

(JUAN DO CARMELO, trad AMA)

Maria da Conceição

Maria da Conceição era uma rapariga de 15 anos pouco dada aos estudos. Frequentava a escola para estar com os colegas e sair de casa todos os dias. Namorava muito. Ficou grávida e a mãe disse-lhe que “tinha de se fazer à vida”. Não a queria lá em casa porque a vergonha era muita. 

A São procurou um trabalho que lhe desse tecto para si e para o filho que dentro de meses iria nascer. Encontrou um casal de reformados que a contratou. Ali nasceu o João, no meio da estima e cuidados dos senhores da casa e da mãe. O pai do João falecera antes de ele nascer. 

A São era uma rapariga muito bonita e, movida por um certo ciúme (não fora o patrão encantar-se pela empregada) a dona da casa propôs-lhe que deixasse o João e fosse fazer um curso correspondente ao 12.º ano para uma cidade bem longe dali. 

Com quase 17 anos a São deixou o filho entregue aos cuidados daquele casal que lhe parecia tão solícito e amigo. 

Passados alguns meses o coração do senhor General não resistiu e o João ficou apenas entregue aos cuidados da D. Anita que, dois ou três meses após foi à Segurança Social contar a sua história com a São e com o João.

As profissionais da Segurança Social comunicaram ao Tribunal que a São tinha abandonado o João porque há mais de um ano não vivia com ele. E, atenta a idade da D. Anita e a sua viuvez, o João deveria ser entregue para adopção por um casal que lhe desse um futuro promissor.

A Maria da Conceição viu-se envolvida num processo judicial que tinha por objecto declarar o João em estado de abandono e em condições para ser adoptado.

Como o tempo não pára, a São já tinha 19 anos e o João quase 4 anos. A São vivia com um bom homem, o António, que tinha uma condição económica muito razoável, que a amava, a estimava e lhe dava uma família. De tudo foi feita prova. Mas, lá estiveram, em julgamento, os técnicos da Segurança Social a debitar as razões pelas quais aquela mãe não podia ficar com o filho – acima de tudo porque aquele lhe “cobraria sempre o tempo que não esteve com a mãe”.

A São não percebia este processo porque tinha deixado o filho aos cuidados da D. Anita para o proteger. Para o proteger da sua própria imaturidade e da falta de condições que tinha para cuidar do filho. A Maria da Conceição lutou como uma leoa pelo seu João. 

Foi impedida de ver o filho durante alguns meses. E, a primeira sentença veio decretar que o João iria para adopção. A São não se conformou e recorreu-se para um Tribunal Superior. Em Novembro recebemos o Acórdão que reconhecia as muitas formas em que pode ser exercida a maternidade e por isso revogava a Sentença anterior. 

Por esta altura de Natal, de há muitos anos, o João (então com 4 anos) foi entregue à Maria da Conceição, com quem cresceu e se fez um homem.

Há dias, alguém, que não reconheci de imediato, de lágrimas nos olhos, tocou-me no ombro e disse: “Não me conhece? Sou a mãe da Maria da Conceição. Devo-lhe a felicidade da minha filha. É hoje uma grande mulher. Tem três filhos (o João e mais dois) está casada com o António há quase 20 anos. E o João já é engenheiro. Começou a trabalhar numa das empresas da mãe, e vai casar-se”. 

A maternidade na adolescência tem destas grandezas.

PS – Só os nomes não são verdadeiros.


Isilda Pegado


Presidente Federação Portuguesa pela Vida


Voz da Verdade 11-12-2011

Tratado De Deo Trino 41

Questão 36: Da pessoa do Espírito Santo

Em seguida devemos tratar do que se refere à pessoa do Espírito Santo; o qual, não somente assim se chama, mas também, Amor e Dom de Deus.

Assim sobre o Espírito Santo, discutem-se quatro artigos:

Art. 1. – Se o nome de Espírito Santo é nome próprio de alguma das pessoas divinas
Art. 2. – Se o Espírito Santo procede do Filho.
Art. 3. – Se o Espírito Santo procede do Pai, pelo Filho.
Art. 4. – Se o Pai e o Filho são um mesmo princípio do Espírito Santo.

Art. 1. – Se o nome de Espírito Santo é nome próprio de alguma das pessoas divinas

(I Sent., dist. X, a. 4; I Cont. Gent., cap. XIX; Compend. Theol., cap. XLVI, XLVII).

O primeiro discute-se assim. – Parece que o nome de Espírito Santo não é nome próprio de nenhuma das Pessoas divinas.

1. – Pois, nenhum nome comum às três Pessoas é próprio de qualquer delas. Ora, o nome Espírito Santo é comum às três Pessoas. Assim, Hilário [1] mostra que o Espírito Santo de Deus, umas vezes, significa o Pai, como quando diz a Escritura (Is 61, 1): O Espírito do Senhor repousou sobre mim, outras, o Filho, como quando diz (Mt 12, 28): Lanço fora os demónios pela virtude do Espírito de Deus, mostrando que expulsa os demónios pelo poder da sua natureza; outras ainda, o Espírito Santo, como neste lugar (Jl 2, 28): Eu derramarei o meu espírito sobre toda a carne. Logo, o nome de Espírito Santo não é próprio de nenhuma das Pessoas divinas.

2. Demais. – Os nomes das Pessoas divinas predicam-se relativamente, como afirma Boécio [2]. Ora, o nome de Espírito Santo não se predica relativamente. Logo, não é próprio de Pessoa divina.

3. Demais. – Por ser nome de uma das Pessoas divinas, o Filho não se pode predicar de qualquer. Ora, diz-se espírito deste ou daquele homem, como se vê pela Escritura (Nm 11, 17): Disse o Senhor a Moisés: Tirarei do teu espírito e lho darei a eles; e noutro lugar (IV Rg 2, 15): O espírito de Elias repousou sobre Eliseu. Logo, Espírito Santo não parece ser nome próprio de nenhuma das Pessoas divinas.

Mas, em contrário, a Escritura (1 Jo 5, 7): São três os que dão testemunho no céu: O Pai, o Verbo e o Espírito Santo. Pois, como diz Agostinho, quando se pergunta – Que três? – a resposta é – As três Pessoas [3]. Logo, Espírito Santo é nome de Pessoa divina.

Havendo em Deus duas processões, a que é ao modo do amor não tem nome próprio, como dissemos [4]. Por onde, as relações fundadas nessa processão são inominadas, como também dissemos [5]. E por isso, o nome da Pessoa procedente desse modo não tem nome próprio, pela mesma razão. Mas, isso como o falar usual aplicou certos nomes para significar as referidas relações, quando lhes chamamos processão e espiração, que, na sua significação própria, mais exprimem actos nocionais, que relações; assim também, para exprimir a Pessoa divina procedente por amor, o uso da Escritura aplicou o nome de Espírito Santo.

E da razão desse modo de falar podemos dar dupla explicação. – A primeira é a própria comunidade da pessoa chamada Espírito Santo; pois, como diz Agostinho, sendo o Espírito Santo comum às duas outras Pessoas, o que destas duas se diz comummente, dele se diz propriamente. Pois, o Pai, é espírito, e também o Filho; o Pai é santo e também o Filho [6]. – A segunda é a sua significação própria. Pois, o nome de espírito, nas coisas corpóreas, significa certo impulso e certa moção; assim chamamos espírito ao sopro e ao vento. Ora, é próprio do amor mover e impelir a vontade do amante para o amado. E quanto à santidade, ela se atribui às coisas ordenadas para Deus. E como a Pessoa divina procede pelo amor por que Deus é amado, convenientemente ela se chama Espírito Santo.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. – O que chamamos Espírito Santo, levando em conta a força das duas expressões, é comum a toda a Trindade. Pois, o nome de espírito significa a imaterialidade da substância divina, porque o espírito corpóreo é invisível e pouco material; por isso, a todas as substâncias imateriais e invisíveis damos o nome de espírito. E quando dizemos santo, queremos significar a pureza da divina bondade. Se porém tomarmos as duas palavras – Espírito Santo – como uma só expressão, nesse caso, pelo uso da Igreja, Espírito Santo é empregado para significar uma das três Pessoas, i. e, a procedente por amor, pela razão já dada.

RESPOSTA À SEGUNDA. – Embora o ao que chamo Espírito Santo não se predique relativamente, todavia é tomado como nome relativo, quando usado para significar a Pessoa distinta das outras só pela relação. Contudo, pode-se também compreender nesse nome alguma relação, significando então Espírito o que é por assim dizer espirado.

RESPOSTA À TERCEIRA. – Pelo nome de Filho se entende só a relação do que vem de um princípio, com esse princípio; mas pelo nome de Pai se entende a relação do princípio e, semelhantemente, pelo de Espírito, enquanto importa uma certa força motora. Ora, a nenhuma criatura convém ser princípio em relação a qualquer das Pessoas divinas: mas, ao inverso. Por onde, podemos dizer Pai-nosso e Espírito nosso, não porém, Filho nosso.


SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica,



[1] VIII de Trin., num 23, 25.
[2] De Trin., c. 5.
[3] VII de Trin., c. 4.
[4] Q. 27, a. 4 ad 3.
[5] Q. 28, a. 4.
[6] XV de Trin., c. 19.

Preparando o Natal



               Oração do Natal

Menino Jesus: 

Este Natal quisera receber-te com aquele enlevo e carinho de Tua Santíssima Mãe, com a atenção e cuidados de São José, com a alegria e simplicidade dos Pastores de Belém.
São Josemaria, ajudai-me nestes propósitos.


ama, Advento 2011

Amor sobrenatural

Reflectindo
A razão pela qual o nosso amor se torna sobrenatural está em que realmente é o próprio Deus quem se ama a Si mesmo através de nós (...) O nosso papel consiste em ter boa vontade para com o próximo, por amor de Deus, porque sabemos que é isto o que Deus quer.

(leo j. trese, A Fé Explicada, Edições Quadrante, S. Paulo, 4ª Ed., nr. 101-103)

Evangelho do dia e comentário

Advento III Semana

Perante a vinda eminente do Senhor, os homens devem dispor-se interiormente, fazer penitência dos seus pecados, rectificar a sua vida para receber a graça especial divina que traz o Messias. Tudo isso significa esse aplanar os montes, rectificar e suavizar os caminhos de que fala o Baptista. (...) A Igreja na sua liturgia do Advento anuncia-nos todos os anos a vinda de Jesus Cristo, Salvador nosso, e exorta cada cristão a essa purificação da sua alma mediante uma renovada conversão interior[i]
Sexta-Feira da III semana do Avento 16 de Dezembro


Evangelho: Jo 5, 33-36

33 Vós enviastes mensageiros a João e ele deu testemunho da verdade. 34 Eu, porém, não recebo o testemunho dum homem, mas digo-vos estas coisas a fim de que sejais salvos. 35 João era uma lâmpada ardente e luminosa. E vós, por uns momentos, quisestes alegrar-vos com a sua luz. 36 «Mas tenho um testemunho maior que o de João: as obras que o Pai Me deu que cumprisse, estas mesmas obras que Eu faço dão testemunho de Mim, de que o Pai Me enviou.

Comentário:

Jesus Cristo confirma a missão de João Baptista. O próprio já por várias vezes o tinha esclarecido e feito ver àqueles que o interrogavam que não passava de um enviado, um precursor com uma missão específica e bem determinada: anunciar a chegada do Messias Salvador.
A confirmação de Jesus é porém necessária porque Ele é o próprio Messias que o Baptista vem anunciar dando assim mais uma prova de que sabe muito bem quem é um e outro e o que vêm fazer a este mundo.
Note-se que talvez pudesse parecer estranho que o Messias não dissesse nada sobre aquele que tinha vindo à Sua frente anunciando a Sua chegada, talvez, por isso mesmo, o faça, não para tirar importância a João mas, pelo contrário, dando-lhe o maior destaque e à importância da sua missão, revelar que, Ele, é que é o que vem salvar a humanidade e instalar o Reino de Deus entre os homens.

(ama, comentário sobre Jo 5, 33-36, 2011.11.15)

Música e entretenimento

Dave Apollon plays mandolin with Victor Borge


Textos de São Josemaria Escrivá

Canta diante de Maria Imaculada

Deus Omnipotente, Todo-Poderoso, Sapientíssimo tinha que escolher a sua Mãe. – Tu, que terias feito, se tivesses tido de escolhê-la? Penso que tu e eu teríamos escolhido a que temos, enchendo-a de todas as graças. Isso fez Deus. Portanto, depois da Santíssima Trindade, está Maria. Os teólogos estabelecem um raciocínio lógico desse cúmulo de graças, desse não poder estar sujeita a satanás: convinha, Deus podia fazê-lo, logo fê-lo. É a grande prova. A prova mais clara de que Deus rodeou a sua Mãe de todos os privilégios, desde o primeiro instante. E assim é: formosa e pura e limpa, em alma e corpo! (Forja, 482)

És toda formosa e não há mancha em ti. – És horto cerrado, minha irmã, Esposa, horto cerrado, fonte selada. – Veni: coronaberis. – Vem: serás coroada (Cant. IV, 7, 12 e 8).
Se tu e eu tivéssemos tido poder, tê-la-íamos feito também Rainha e Senhora de toda a criação.
Um grande sinal apareceu no céu uma mulher com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. – O vestido de sol. – A lua a seus pés (Apoc. XII, 1). Maria, Virgem sem mancha, reparou a queda de Eva; e esmagou, com o seu pé imaculado, a cabeça do dragão infernal. Filha de Deus, Mãe de Deus, Esposa de Deus.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo coroaram-na como Imperatriz que é do Universo.
E rendem-lhe preito de vassalagem os Anjos..., e os patriarcas e os profetas e os Apóstolos..., e os mártires e os confessores e as virgens e todos os santos..., e todos os pecadores e tu e eu. (Santo Rosário, 5º mistério glorioso)

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