17/01/2012

Leitura Espiritual para 17 Jan 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)



Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.




Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo

A evolução do evolucionismo 17

Que bases, em concreto, propõe Darwin?

Darwin intuiu a descendência de todas as espécies a partir de uma primeira forma de vida, como ramos de um tronco comum, e propôs quatro causas secundárias como bases da mudança evolutiva:

        1. Adaptação ao meio ambiente: em tamanho, cor, força, velocidade, morfologia...
             2. Transmissão, por herança, dos caracteres adquiridos pela aptação.
             3. Selecção natural de mudanças mais favoráveis.
            4. Gradualismo: a soma de muitas pequenas alterações produz uma nova espécie.

(jose ramón ayllón, trad. ama)


Tratado De Deo Trino 63

Questão 41: Das Pessoas em relação aos actos nocionais.

Art. 3 – Se os actos nocionais procedem de algo.

(I Sent., dist. V, q. 2; III, dist. XI, art. 1).

O terceiro discute-se assim. – Parece que os actos nocionais não procedem de algo.

1. – Pois, se o Pai gera o Filho de algo, ou é de si mesmo ou de algum outro. Se de algum outro, como o ser de que um outro é gerado está nesse outro, segue-se que há no Filho algo de alheio ao Pai. O que vai contra Hilário quando diz: Nada neles é diverso ou alheio [1]. Ou então o Pai gera de si mesmo o Filho. Ora, aquilo de que alguma coisa é gerada recebe, sendo subsistente, a predicação dessa coisa; assim, dize­mos que um homem é branco, porque permanece quando – de não branco se torna branco. Donde se segue, ou que o Pai não subsiste, ge­rado o Filho; ou que o Pai é o Filho; o que tudo é falso. Logo, o Pai não gera o Filho de algo, mas do nada.

2. Demais. – Aquilo de que alguma coisa é gerada é princípio dessa coisa. Se pois o Pai gera o Filho da Sua essência ou da sua natureza, segue-se que a essência ou a natureza do Pai é o princípio do Filho. Não, porém, princípio ma­terial, pois que em Deus não há lugar para a matéria. Logo, é um como princípio activo, como o gerador é princípio do gerado. Donde resulta, que a essência gera; o que antes foi con­testado [2].

3. Demais. – Agostinho diz, que as três Pessoas não provêm da mesma essência, por não diferirem a essência e a pessoa [3]. Mas a Pessoa do Filho não é diferente da essência do Pai. Logo, o Filho não provém da essência do Pai.

4. Demais. – Toda criatura vem do nada. Ora, o Filho na Escritura, é chamado criatura; pois, nela se diz pela boca da Sabedoria gerada (Ecle 24, 5): Eu saí da boca do Altíssimo, a primogénito antes de todas as criaturas. E em seguida, pela boca da mesma Sabedoria (Ecle 24, 14): Eu fui criada desde o princípio e antes dos séculos. Logo, o Filho não foi gerado de algo, mas, do nada. E o mesmo se pode dizer, do Espírito Santo, segundo a Escritura (Zc 12, 1): Disse o Senhor que estendeu o céu e que fundou a terra e que formou o espírito do homem dentro nele. E ainda segundo outra letra (Am 4, 13): Eis quem forma os montes e quem cria o vento.

Mas, em contrário, Agostinho [4]: Deus Pai gerou da sua natureza e sem início o Filho, seu igual [5].

Para ver a solução, clicar:

Ele nos anima, ensina, guia

Textos de São Josemaria Escrivá

"Iesus Christus, perfectus Deus, perfectus Homo" – Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito Homem! Muitos são os cristãos que seguem Cristo, pasmado com a sua divindade, mas que O esquecem como Homem... e fracassam no exercício das virtudes sobrenaturais (apesar de todo o aparato externo de piedade), porque não fazem nada por adquirir as virtudes naturais. (Sulco, 652)

Enamora-te da Santíssima Humanidade de Jesus Cristo.
– Não te dá alegria que tenha querido ser como nós? Agradece a Jesus este cúmulo de bondade. (Forja, 547)

Obrigado, meu Jesus, porque quiseste fazer-te perfeito Homem, com um Coração amante e amabilíssimo, que ama até à morte e sofre; que se enche de júbilo e de dor; que se entusiasma com os caminhos dos homens, e nos mostra o que nos leva ao Céu; que se sujeita heroicamente ao dever, e se guia pela misericórdia; que vela pelos pobres e pelos ricos; que cuida dos pecadores e dos justos...
Obrigado, meu Jesus, e dá-nos um coração à medida do Teu! (Sulco, 813)

Nisto se define a verdadeira devoção ao Coração de Jesus: em conhecer a Deus e conhecermo-nos a nós mesmos, e em olhar para Jesus e recorrer a Ele – que nos anima, nos ensina, nos guia. A única superficialidade que pode haver nesta devoção é a do homem que não é integralmente humano e que, por isso, não consegue aperceber-se da realidade de Deus feito carne.
Cristo na Cruz, com o Coração trespassado de Amor pelos homens, é uma resposta eloquente – as palavras não são necessárias – à pergunta sobre o valor das coisas e das pessoas. (Cristo que passa, nn. 164–165)

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

Evangelho do dia e comentário













T. Comum– II Semana


Evangelho: Mc 2, 23-28

23 Sucedeu também que, caminhando Jesus em dia de sábado, por entre campos de trigo, os discípulos começaram a colher espigas, enquanto caminhavam. 24 Os fariseus diziam-Lhe: «Como é que fazem ao sábado o que não é permitido?». 25 Ele respondeu: «Nunca lestes o que fez David, quando se viu necessitado, e teve fome, ele e os que com ele estavam? 26 Como entrou na casa de Deus, sendo sumo-sacerdote Abiatar, e comeu os pães da proposição, dos quais não era permitido comer, senão aos sacerdotes, e deu também aos que o acompanhavam?». 27 E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. 28 Por isso o Filho do Homem é Senhor também do sábado».

Comentário:

Têm fome! Fome verdadeira ao ponto de uns simples grãos de trigo servirem para a mitigar.

Como se pode duvidar de Jesus quando afirma a Sua predilecção pelos pobres, pelos necessitados do mais básico e fundamental como é o alimento?

Ele próprio vive essa pobreza e essa escassez e, dando o exemplo, não Se importa que os que O seguem vivam as mesmas condições.

E, no entanto, com o Seu poder divino, podia fazer como o demónio sugeriu e transformar as pedras em pão.

Prefere converter-se Ele próprio em alimento, num Pão que sacia verdadeiramente a fome do coração dos homens que anseiam pela vida eterna tal como o Senhor no-la reservou.

(ama, comentário sobre Mc 2, 23-28, 2011.01.18)

O Farrapeiro

Navegando pela minha cidade

























Em 1853 morre com quarenta anos de idade Frederico Ozanam. Aos vinte anos tinha fundado as Conferências de São Vicente de Paulo que contam hoje com 960.000 membros em 135 países dos cinco continentes.

“Doutor em Direito (1836) e depois em Letras (1839), Ozanam inicia uma brilhante carreira universitária que o levará, em 1844, a tornar-se titular da cátedra de Literatura Estrangeira na Universidade da Sorbonne e a viver sem reservas a sua profunda vocação ao magistério.

Em 1841 casa-se com a jovem Amélie Soulacroix. Frederico Ozanam é, portanto, um homem profundamente inserido no seu tempo. Marido e pai, professor e literato, leigo comprometido, vive as diferentes dimensões da sua existência, com a mesma paixão e generosidade: vai pessoalmente aos bairros pobres de Paris e de outras cidades, promove a expansão das Conferências Vicentinas no mundo” [1]

Recordo este extraordinário homem que não precisou de viver muito para muito fazer porque ainda na semana passada fui até ao Farrapeiro de São Vicente de Paulo da Rua Gonçalo Cristóvão. Há mais de quarenta anos que com uma certa regularidade por lá passo.

Passo por lá como passo por muitas feiras de velharias. Porque há algo nas coisas velhas e que ninguém quer que me fascina. Não o posso precisar, talvez seja a história oculta por trás do objecto usado e deitado fora; o design fora da moda em que já esteve; sinais de uso que se lhe impregnaram; o que remanesce da alegria de quem o comprou ou recebeu de presente; enfim as velharias têm uma aura que me fascina e que não consigo descrever porque o mistério cobre tudo, tal como o som de uma sirene ao longe durante a noite pode ser um grito de agonia no poço escuro do tempo.

Para além disto tudo o nome Farrapeiro é, em si próprio antigo, usado e pobre; parece até que mendiga. Segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa que foi o primeiro que me apareceu no Google, significa: Homem esfarrapado = Farrapão, Farroupilha, Maltrapilho; Negociante de trapos. = Adelo, Trapeiro.

E há também o sentido figurativo quando dizemos de alguém num estado de decadência física ou moral: está feito num farrapo. Ou de alguém que não se considera nada porque conhece a sua miséria diz: sou um trapo, um trapo sujo.

Todos estes pensamentos entraram comigo no Farrapeiro de São Vicente de Paulo quando desci aquela mistura de rampa e escadas ladeadas por fogões velhos, banheiras e tanques de lavar roupa em cimento e estantes metálicas da F. RAMADA.

Saí de lá com os livros Afundem o Bismark de C.S. Forrester; Crónicas Marcianas de Ray Bradbury; O homem que era 5ª feira de G. K. Chesterton; Palomar de Italo Calvino e uma escalfeta com a marca mogovex e a potência de 90 Watts a funcionar muito bem. Tudo isto ficou-me por menos de cinco euros.

E aquilo que muitos não querem ou já não lhes serve vai ajudando a Associação das Obras Sociais de S. Vicente de Paulo. É uma verdadeira reciclagem social em movimento; dialéctica existencial entre o ter e o ser.

É o eco da existência e da opção pelo ser de Frederico Ozanam.

Afonso Cabral


[1] http://www.vatican.va/news