22/03/2012

Pensamentos inspirados à procura de Deus

À procura de Deus

Sou pobre habitação,

Senhor,

mas Tu gostas de nascer em grutas!

jma

Prece pela Mena


agrad João Paulo Reis

Leitura Espiritual para 22 Mar 2012

Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver, clicar SFF.

Bazar Paris

Navegando pela minha cidade

O Bazar Paris já não é o que era. Claro que eu também já não sou o que era, mas sempre que entro no Bazar Paris sou quase o que era e o facto dele nem quase o ser deixa-me como se tivesse partido um comboio de corda, uma caixa da Mecano ou perdido um anel sagrado, a minha aliança.

E foi com esta sensação de perda e profundamente irritado pelas tristíssimas máscaras de carnaval feitas na China que enchiam o Bazar Paris, vazio de clientes e daquilo que já não era, que atravessei a Rua Sá da Bandeira para a Praça D. João I e fui diretamente para a Praça engraxar os sapatos; como que querendo escovar uma nostalgia ou uma mancha de pó no coração.

Assentei-me em cima da almofada velha e suja que cobria o tampo de um banco de madeira e pousei o pé no suporte da caixa. Deixei então a memória entregue à sensação de perda; o olhar varrer a Praça e os sapatos nas mãos do engraxador.

Um bom bocado depois, e porque o engraxador nem uma só palavra tinha dito, olhei para ele. Debruçado sobre os meus sapatos tratava-os com o carinho de uma suave e doce enfermeira cuidando das feridas dos meus pés.

E aquela atitude de prostração a meus pés que, aparentemente, tão humilde torna um trabalho que como qualquer outro, pode ser sublime e nobre quando feito com a perfeição com que aquele o estava a ser, lembrou-me uma história passada com Nelson Mandela e o director dos Serviços Secretos da África do Sul – Niel Barnard.

 “Ninguém do aparelho de Estado do apartheid sabia mais do que se passava na política sul-africana do que Barnard, que tinha informadores um pouco por todo o lado, alguns até bem no seio do ANC. Era um homem perspicaz e discreto, um funcionário público dos quatro costados com o sentido do dever enraizado. Durante os doze anos em que se manteve à frente do NIS (National Intelligence Service – Serviço Nacional de Informação) sul-africano – organização que a CIA americana e o MI6 britânico aprenderam a respeitar, se não mesmo a adorar – tornou-se tão conhecido como Mandela quando ainda estava na prisão. Não havia homem em quem Botha mais confiasse.” [1]

É este homem que inicia intensas e secretas negociações com Mandela com o objectivo de levar a África do Sul a acabar com o iníquo regime do apartheid e a conduzir à realização de eleições democráticas.

Em 5 de Julho de 1989, finalmente, Mandela ia encontrar-se com o Presidente da República Pick W. Botha: “Cerca de uma hora mais tarde, quando o líder do ANC saiu da viatura e se preparava para entrar no domínio de Botha, Barnard – que o esperava – fez uma coisa extraordinária. Desejoso de que o seu recomendado fizesse o melhor efeito, ajoelhou-se em frente de Mandela e apertou-lhe os atacadores dos sapatos” [2].

Talvez por me ter lembrado desta história e por ter pensado que só homens com a elevada categoria moral de serem capazes de se ajoelharem diante de outros e de outros - com a mesma ou ainda maior categorial moral – se deixarem ajudar a fazerem melhor efeito – é que conseguem construir a paz; talvez tivesse sido por isso que, do alto do meu banco me debrucei sobre o engraxador e comecei a elogiar o seu trabalho: estão impecáveis; parecem novos; essas escovas são muito boas.

O engraxador nem reagiu; nada disse. Agora, no toque final esfregava com a tira de ganga - castanha de um lado e preta do outro - para apurar o brilho final e dar por terminado o seu trabalho. Eu insistia na tecla do elogio: bom trabalho; quanto tempo lhe dura um pano desses? Mais uma vez: nada. Nem olhou para mim.

Terminada a engraxadela, levantei-me e ele abriu dois dedos da mão direita fazendo um V para me dizer que eram dois euros. Só então me apercebi que, na minha distração com o Bazar Paris me tinha assentado no banco do engraxador que era surdo-mudo que eu bem conhecia. Ri-me interiormente e levantei o polegar da mão direita para lhe dizer que os sapatos estavam óptimos.

Então sim. Então, naquela cara muito envelhecida, cheia de rugas escuras e fundas e uma enorme verruga no nariz, abriu-se um grande sorriso.


Afonso Cabral






[1] John CarlinINVICTUS – O TRIUNFO DE MANDELA – Editorial Presença – Lisboa 2010 – págs. 66 e 67
[2] Ibid. pág. 74

Evangelho do dia e comentário



Quaresma -  IV Semana

Evangelho: Jo 5, 31-47

31 «Se dou testemunho de Mim mesmo, o Meu testemunho não é verdadeiro. 32 Outro é o que dá testemunho de Mim; e sei que é verdadeiro o testemunho que dá de Mim. 33 Vós enviastes mensageiros a João e ele deu testemunho da verdade. 34 Eu, porém, não recebo o testemunho dum homem, mas digo-vos estas coisas a fim de que sejais salvos. 35 João era uma lâmpada ardente e luminosa. E vós, por uns momentos, quisestes alegrar-vos com a sua luz. 36 «Mas tenho um testemunho maior que o de João: as obras que o Pai Me deu que cumprisse, estas mesmas obras que Eu faço dão testemunho de Mim, de que o Pai Me enviou. 37 E o Pai que Me enviou, Esse mesmo deu testemunho de Mim. Vós nunca ouvistes a Sua voz nem vistes a Sua face38 e não tendes em vós, de modo permanente, a Sua palavra, porque não acreditais n'Aquele que Ele enviou. 39 «Examinai as Escrituras, visto que julgais ter nelas a vida eterna: elas são as que dão testemunho de Mim. 40 E não quereis vir a Mim, para terdes vida. 41 A glória, não a recebo dos homens, 42 mas sei que não tendes em vós o amor de Deus. 43 Vim em nome de Meu Pai e vós não Me recebeis; se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis. 44 Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros e não buscais a glória que só de Deus vem? 45 Não julgueis que sou Eu que vos hei-de acusar diante do Pai; Moisés, em quem confiais, é que vos acusará. 46 Se acreditásseis em Moisés, certamente acreditaríeis também em Mim, porque ele escreveu de Mim. 47 Porém, se não dais crédito aos seus escritos, como haveis de dar crédito às Minhas palavras?».

Comentário:  

S. João é, realmente, o Evangelista que melhor apreendeu os ensinamentos do Senhor. As suas pormenorizadas descrições dos discursos - por vezes longos - revela a devotada atenção com que bebia as palavras do Mestre.

É visível o tom discursivo do texto que, assim, parece mais uma gravação fidedigna em que cada palavra tem o seu "peso" e se adivinha, em cada frase, o tom profundo, grave e muito sério de Jesus.

Ao ler o Evangelho de S. João, facilmente podemos - como aconselhava S. Josemaria - deixar-nos "envolver" na cena, participando, como um personagem mais, no que se relata

(ama, comentário sobre Jo 5, 31-47, 2011.04.07)

Mozart Group




selecção JMA

Tratado dos Anjos 14

Questão 53: Do movimento local dos anjos.

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Quero entregar-me a Ti sem reservas!

Textos de São Josemaria Escrivá

Pedro diz-Lhe: "Senhor, Tu lavares-me os pés, a mim?!". Responde Jesus: "O que Eu faço, não o compreendes agora; entendê-lo-ás depois". Insiste Pedro: "Tu nunca me lavarás os pés!". Replicou Jesus: "Se Eu não te lavar, não terás parte coMigo". Simão Pedro rende-se: "Senhor, não só os pés, mas também as mãos e a cabeça!". Ao chamamento a uma entrega total, completa, sem vacilações, muitas vezes opomos uma falsa modéstia como a de Pedro... Oxalá fôssemos também homens de coração, como o Apóstolo! Pedro não admite que ninguém ame Jesus mais do que ele. Esse amor leva-o a reagir assim: – Aqui estou! Lava-me as mãos, a cabeça, os pés! Purifica-me de todo, que eu quero entregar-me a Ti sem reservas! (Sulco, 266)

– Está completo o tempo, e aproxima-se o Reino de Deus; fazei penitência, e crede no Evangelho (Mc 1, 15).
– E vinha a Ele todo o povo, e ensinava-o (Mc 2, 13).
Jesus vê aquelas barcas na margem, e sobe para uma delas. Com que naturalidade se mete Jesus na barca de cada um de nós!
Quando te aproximares do Senhor, lembra-te de que Ele está sempre muito perto de ti, dentro de ti: Regnum Dei intra vos est (Lc 17, 21). No teu coração O encontrarás.
Cristo deve reinar, em primeiro lugar, na nossa alma. Para que Ele reine em mim, preciso da sua graça abundante, pois só assim é que o mais imperceptível pulsar do meu coração, a menor respiração, o olhar menos intenso, a palavra mais corrente, a sensação mais elementar se traduzirão num hossana ao meu Cristo Rei.
Duc in altum – Ao largo! – Repele o pessimismo que te torna cobarde. Et laxate retia vestra in capturam – e lança as redes para pescar.
Devemos, confiar nessas palavras do Senhor: meter-se na barca, pegar nos remos, içar as velas e lançar-nos a esse mar do mundo que Cristo nos deixa em herança.
Et regni ejus non erit finis. – O Seu Reino não terá fim!
Não te dá alegria trabalhar por um reinado assim? (Santo Rosário, mistérios Luminosos: ‘O anúncio do Reino de Deus’).

© Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet
http://www.opusdei.pt/art.php?p=13979

S. Josemaria - vídeo

Família e trabalho profissional