11/10/2014

A paz de Cristo no reino de Cristo

Um segredo. – Um segredo em voz alta: estas crises mundiais são crises de santos. – Deus quer um punhado de homens "seus" em cada actividade humana. – Depois... "Pax Christi in regno Christi" – a paz de Cristo no reino de Cristo. (Caminho, 301)

Esforça-te, se é preciso, por perdoar sempre aos que te ofenderem, desde o primeiro instante, já que, por maior que seja o prejuízo ou a ofensa que te façam, mais te tem perdoado Deus a ti. (Caminho, 452)

Característica evidente de um homem de Deus, de uma mulher de Deus, é a paz na alma: tem "a paz" e dá "a paz" às pessoas com quem convive. (Forja, 649)

Habitua-te a apedrejar com Ave-Marias esses pobres "odientos", como resposta às suas pedradas. (Forja, 650)


Santa Maria é (e assim a invoca a Igreja) a Rainha da paz. Por isso, quando se agitar a tua alma, ou o ambiente familiar ou profissional, a convivência na sociedade ou entre os povos, não cesses de aclamá-la com esse título: "Regina pacis, ora pro nobis!", Rainha da paz, roga por nós! Experimentaste-o alguma vez, quando perdeste a tranquilidade?... Surpreender-te-ás com a sua imediata eficácia. (Sulco, 874)

Preocupações

Um simples raciocínio natural fá-los ia desaparecer (preocupações com perigos futuros): uma vez que estes perigos não são actuais e estes temores todavia não se verificaram, é óbvio que não tens a graça de Deus necessária para os vencer e aceitar. Se os teus temores se verificassem, então não te faltará a graça divina, e com ela e a tua correspondência terás a vitória e a paz.
É natural que agora não tenhas a graça de Deus para vencer uns obstáculos e aceitar umas cruzes que só existem na tua imaginação. É necessário apoiar a própria vida espiritual sobre um sereno e objectivo realismo.


(s. canalsAscética meditada, Rialp, 14ª Ed., Madrid 1980, pg. 81, trad ama)

Tratado da Graça 23

Questão 112: Da causa da graça

Art. 4 – Se a graça é maior em um que em outro.

O quarto discute-se assim. – Parece que a graça não é maior num que em outro.

1. – Pois a graça é causada em nós pelo amor divino, como já se disse. Ora, a Escritura diz: Ele fez ao pequeno e ao grande e tem igualmente cuidado de todos. Logo, todos recebem a graça igualmente, de Deus.

2. Demais. – O grau supremo não é susceptível de mais nem de menos. Ora, a graça está no grau supremo, pois conduz ao fim último. Logo, não é susceptível de mais nem de menos, e portanto não é maior em um que em outro.

3. Demais. – A graça é a vida da alma, como já se disse. Ora, a vida não é susceptível de mais e de menos. Logo, nem a graça.

Mas, em contrário, diz a Escritura: a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo. Ora, o que é dado com medida não o é igualmente a todos. Logo, em todos há graça igual.

Como já dissemos, o hábito é susceptível de grandeza dupla. Uma, relativa ao fim ou objecto, pelo qual se considera uma virtude mais nobre que outra, enquanto ordenada a um bem maior. Outra, relativa ao sujeito, enquanto participa mais ou menos desse hábito inerente. – Ora, quanto à primeira grandeza a graça santificante não é susceptível de aumento ou diminuição, pois por natureza a graça une o homem a Deus, sumo bem. – Mas, quanto ao sujeito, é susceptível de mais ou de menos, enquanto um é iluminado por ela mais perfeitamente que outro. Esta diversidade explica-se, de certo modo, pelo grau de preparação do sujeito, para a graça, pois quem se prepara melhor recebe a graça mais abundante. Mas esta não pode ser considerada como a razão primeira de tal diversidade, pois a preparação para a graça não depende do homem, senão enquanto o seu livre arbítrio é preparado por Deus. Donde, a causa primeira dessa diversidade deve ser procurada em Deus mesmo, que dispensa diversamente os dons da sua graça para, dos diversos graus dela, resultar a beleza e a perfeição da Igreja. Assim como estabeleceu os diversos graus dos seres para o universo ser perfeito. Por isso, o Apóstolo, depois de ter dito – A cada um foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo – e de ter enumerado as diversas graças, acrescenta: Para consumação dos santos, para edificar o corpo de Cristo.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. – O cuidado divino pode ser tomado em duplo sentido. – Primeiro, como o próprio acto divino, simples e uniforme. E assim, aplica-se igualmente a todos, porque por um acto simples dispensa os dons maiores e os menores. – De outro modo, pode ser considerado relativamente ao que as criaturas dele recebem, e daí as desigualdades. Pois, Deus, cuidando das criaturas, dá maiores dons a umas que a outras.

RESPOSTA À SEGUNDA. – A objecção procede quanto ao primeiro modo da grandeza da graça. Pois ela não pode ser maior por nos ordenar para um bem maior, mas porque nos ordena mais ou menos, a participar, mais ou menos, do mesmo bem. Porquanto o sujeito pode participar, mais intensa ou remissamente, da graça mesma, ou da glória final.

RESPOSTA À TERCEIRA. – A vida natural, constituindo a substancia própri do homem, não é suscetível de mais nem de menos. Ao passo que, da vida da graça o homem participa acidentalmente, e portanto pode tê-la mais ou menos.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.


Evangelho diário e coment. Leit. Espiritual (Confiar em Deus (J Diéguez)

Tempo comum XXII Semana

Evangelho: Lc 11, 27-28

27 Aconteceu que, enquanto Ele dizia estas palavras, uma mulher, levantando a voz do meio da multidão, disse-Lhe: «Bem-aventurado o ventre que Te trouxe e os peitos a que foste amamentado». 28 Porém, Ele disse: «Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».

Comentário:

Parece ser o primeiro louvor público a Nossa Senhora, a Mãe de Deus e nossa Mãe.
Naturalmente, bem-aventurada pela maternidade e pela extraordinária coroa de virtudes com que Deus a ornou, a começar, pela sua Imaculada Conceição, é ainda, segundo as palavras do próprio Filho, bem-aventurada porque seguramente, executou o que ela mesmo disse nas bodas de Caná: «Fazei tudo quanto vos disser».

(ama, comentário sobre Lc 11, 27-28, 2013.10.12)

Leitura espiritual



Temas

Confiar em Deus

Sem Cristo, não fazemos nada. É o ensinamento que o Mestre deu aos seus discípulos no episódio da pesca milagrosa e que se repete nas nossas vidas.

São Lucas conta que numa ocasião o Senhor pregava junto ao mar da Galileia e eram tantos os que O queriam ouvir que teve que pedir ajuda. Uns pescadores lavavam as redes na margem. Tinham terminado a parte fundamental da faina e estavam ocupados noutras atividades acessórias, seguramente com a ideia de ir quanto antes para casa e descansar. Jesus Cristo meteu-se numa das barcas, a de Simão e de lá continuou a falar à multidão.

O evangelista não se detém a contar-nos o conteúdo dos ensinamentos do Senhor. Nesta ocasião há outros factos para os quais quer atrair a nossa atenção, porque contêm lições muito importantes para a vida cristã.

LUTA E CONFIANÇA

Pedro e os seus companheiros talvez pensassem que, ao acabar de falar, Jesus regressaria à margem e seguiria o Seu caminho. Mas assim não aconteceu: dirigiu-Se a eles e pediu-lhes que recomeçassem a faina de pesca, que estavam quase a terminar. Ficaram surpreendidos, mas Simão teve a grandeza de ânimo de ultrapassar o cansaço e responder: Mestre, tendo trabalhado toda a noite, não apanhámos nada; porém, sobre a Tua palavra lançarei as redes [1].

Tinham trabalhado toda uma noite. E tinha sido em vão. Sabiam fazê-lo, era a sua profissão, tinham experiência. Mas tudo isso não tinha sido suficiente; tinham regressado cansados e sem nada. Não parece arriscado supor que estariam desanimados. Inclusivamente, talvez tivesse ocorrido a algum que com aquele ofício não se poderia ir longe e teria experimentado o desejo – mais ou menos contido – de deixar tudo, porque o invadia uma sensação de inutilidade.

Sabemos que esta história termina com uma pesca abundantíssima. Se nos questionamos sobre a diferença entre essa eficácia e o fracasso noturno, a resposta é imediata: a presença de Jesus Cristo. Todas as outras circunstâncias desta segunda tentativa parecem menos favoráveis do que as da primeira: as redes sem terem sido acabadas de lavar, a hora pouco apropriada, a deteriorada condição física e anímica dos pescadores...

O Senhor serve-Se de tudo isso para lhes dar – e para nos dar – um ensinamento espiritual muito importante: sem Cristo não fazemos nada. Sem Cristo, o fruto da luta será cansaço, tensão, desânimo, vontade de o deixar; sem Cristo procuramos enganar-nos atirando para as circunstâncias a culpa da nossa ineficácia; sem Cristo invadir-nos-á a sensação de inutilidade. Pelo contrário, com Ele a pesca é abundante.

A santidade não consiste no cumprimento de um conjunto de normas. É a vida de Cristo em nós. Por isso, mais do que em fazer, está em deixar fazer, em deixar-se levar; mas correspondendo. Tu, cristão, e por seres cristão filho de Deus, deves sentir a grave responsabilidade de corresponder às misericórdias que recebeste do Senhor com uma atitude de vigilante e amorosa firmeza, para que nada nem ninguém possa esbater os traços peculiares do Amor, que Ele imprimiu na tua alma [2].

Quando lutamos por ser santos, o fio da nossa vontade encontra-se com o fio da Vontade de Deus e entrelaça-se com ele para formar um único tecido, uma só peça que é a nossa vida. Essa trama há-de ir-se tornando cada vez mais densa, até que chegue um momento em que a nossa vontade se identifique com a de Deus, de tal modo que não sejamos capazes de distinguir uma da outra, porque querem o mesmo.

Quase no final da Sua vida na terra, Jesus confia a São Pedro: em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, cingias-te e ias onde desejavas; mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e levará para onde tu não queres [3]. Antes apoiavas-te em ti próprio, na tua vontade, na tua fortaleza; antes pensavas que a tua palavra era mais segura do que a minha [4]... e já vês os resultados. A partir de agora apoiar-te-ás em Mim e quererás o que Eu queira... e as coisas correrão muito melhor.

A vida interior é uma tarefa da graça que requer a nossa cooperação. O Espírito Santo sopra e impulsiona a nossa barca. Para a nossa correspondência dispomos dos remos, por assim dizer: por um lado, o nosso esforço pessoal; por outro, a confiança em Deus, a segurança de que Ele não nos deixa. Os dois remos são necessários e temos de desenvolver os dois braços se queremos que a vida interior avance. Se falha um, a barca gira sobre si própria, é muito difícil de governar; a alma caminha então como que a pé coxinho, não avança, esgota-se, acaba por desfalecer e cai facilmente.

Se falta a decisão eficaz de lutar, a piedade é sentimental, as virtudes escasseiam; a alma parece encher-se de bons desejos, que se tornam, no entanto, ineficazes quando chega o momento do esforço. Se, pelo contrário, se confia tudo a uma vontade forte, à decisão de luta sem contar com o Senhor, o fruto é aridez, tensão, cansaço, fastio de uma luta que não traz peixes às redes da vida interior e do apostolado; a alma encontra-se, como Pedro e os seus companheiros, na noite infrutífera.

Se nos apercebemos de que algo deste tipo nos acontece, se por vezes caímos em desânimos por nos apoiarmos demasiado nos nossos conhecimentos ou experiência, na nossa vontade decidida e forte... e pouco em Jesus Cristo, peçamos ao Senhor que suba para a nossa barca. É muito importante a Sua presença; muito mais do que os resultados do nosso esforço. É de notar que o Senhor não promete uma grande pesca, e Simão não a espera. Mas adverte que de qualquer modo vale a pena trabalhar pelo Senhor: in verbo autem tuo laxabo retia [5].

ABANDONO

Voltemos agora um pouco atrás e dirijamos o nosso olhar à petição de Jesus. Faz-te ao largo, e lançai as redes para pescar [6].

Duc in altum. Leva a barca para o largo. Para se meter na vida interior há que renunciar a ter os pés num terreno firme, totalmente dominado; é preciso avançar até lugares onde facilmente haverá ondas, onde a barca se move e a alma se apercebe que não controla tudo, onde se caíssemos à água poderíamos afogar-nos. 

Não estaremos mais seguros na margem, ou onde a água não ultrapasse os joelhos, ou a cintura, ou no máximo os ombros? Talvez, efetivamente, nos sentiríamos mais seguros. Mas na margem não se pesca nada que valha a pena. Se queremos deitar as redes para pescar, temos que levar a barca para mar profundo, temos que sacudir o medo de perder de vista a costa.

Quantas vezes Jesus Cristo censura aos discípulos o seu medo! Por que temeis, homens de pouca fé? [7]. Não mereceremos nós também essa mesma censura? Porque não te fias? Porque queres dominar e controlar tudo? Porque te custa tanto caminhar quando o sol não brilha em todo o seu esplendor?

A alma tende instintivamente a procurar referências, sinais que lhe confirmem que vai bem. O Senhor concede-no-las em muitas ocasiões, mas não cresceremos na vida interior se nos deixamos obcecar pela necessidade de comprovar o nosso progresso.

Talvez tenhamos a experiência de que em momentos de inquietação, em que não possuímos um juízo claro sobre a nossa retidão e nos deixamos arrastar pelo desejo de procurar, a todo o custo, uma resposta, acabamos por atribuir a uma circunstância trivial um valor de que objetivamente carece: um olhar sorridente ou sério, um elogio ou uma correção, uma circunstância favorável ou um revés, bastam para colorir, com o seu tom brilhante ou escuro, factos com os quais não têm qualquer relação.

O crescimento na vida interior não depende de que estejamos seguros de qual é a Vontade de Deus. O afã desmesurado de segurança é o ponto onde o voluntarismo se encontra com o sentimentalismo. Por vezes, o Senhor permite uma insegurança que, bem orientada, nos ajuda a crescer em retidão de intenção. O que importa é abandonar-se nas Suas mãos e neste confiar n’Ele encontra-se a paz.

Com a nossa luta não procuramos conseguir sentimentos agradáveis. Muitas vezes os teremos; outras, não. Um pouco de exame talvez nos faça descobrir que os procuramos com maior frequência do que imaginamos, se não em si mesmos, ao menos como sinal de que a nossa luta é eficaz. 

Apercebemo-nos disso, por exemplo, ao experimentar desânimo perante uma tentação a que não cedemos, mas que persiste; ao sentir aborrecimento porque algo nos custa e – assim raciocinamos – não nos deveria custar; ao notar desconforto porque a entrega não nos atrai do modo sensivelmente impetuoso de que gostaríamos...

Temos que lutar no que podemos lutar, sem nos preocuparmos com o que não está na nossa mão dominar; os sentimentos não estão totalmente submetidos à nossa vontade e não podemos pretender que estejam.

Temos que aprender a abandonar-nos, deixando nas mãos de Deus o resultado da nossa luta, porque só a confiança n’Ele vence essas inquietações. Se queremos ser pescadores de águas profundas, temos que levar a barca in altum, onde não temos pé; temos que superar o desejo de procurar referências, de sentir que vamos para a frente. Mas para o conseguir é decisivo apoiar-se na contrição.

RECOMEÇAR

Simão e os seus companheiros seguiram o conselho do Senhor e apanharam tão grande quantidade de peixes, que as redes se rompiam [8]. Do fruto dessa audácia beneficiaram outros que os vieram ajudar e as duas barcas encheram-se tanto que quase se afundavam. Abundância tão extraordinária levou Pedro a aperceber-se da proximidade de Deus e a sentir-se indigno de tal familiaridade: Afasta-Te de mim, Senhor, pois eu sou um homem pecador [9]. No entanto, poucos minutos depois, deixadas todas as coisas, seguiram-n’O [10]. E foram fiéis até à morte.

Pedro descobriu o Senhor naquela pesca extraordinária. Teria reagido da mesma maneira se na noite anterior lhe tivesse corrido bem o seu trabalho? Talvez não. Talvez num fruto especialmente generoso tivesse reconhecido uma ajuda de Jesus Cristo, mas não se teria apercebido até que ponto Deus estava perto e tudo se devia a Ele. Para que o milagre movesse a alma de Simão, convinha que a noite anterior lhe tivesse corrido muito mal apesar do seu empenho sincero.

O Senhor serve-Se dos nossos defeitos para nos atrair para Ele, sempre que nos esforcemos sinceramente por vencê-los. Por isso, lutando, temos de gostar de nós como somos, com os nossos defeitos. Ao fazer-Se homem, o Verbo assumiu limitações, as próprias da condição humana, essas diante das quais nós por vezes nos revoltamos. No caminho de identificação com Cristo é decisivo aceitar os próprios limites.

Tantas vezes, é precisamente a consciência serena da nossa indignidade que nos faz descobrir Cristo ao nosso lado, porque vemos com clareza que os peixes que há nas nossas redes não foi a nossa perícia que os lá pôs, mas Deus. E essa experiência enche-nos de alegria e convence-nos uma vez mais que é a contrição que nos faz avançar na vida interior. 

Então, como Pedro, lançamo-nos aos pés de Jesus Cristo; e, também como ele, acabamos por deixar tudo – inclusive essa pesca extraordinária! – para O seguir, porque só Ele nos interessa.

A prontidão para a contrição marca o caminho da alegria. Precisamente a tua vida interior deve ser isso: começar... e recomeçar [11]. Que profunda alegria experimenta a alma quando descobre, na prática, o significado destas palavras! Não se cansar de recomeçar, eis aqui um segredo para a eficácia e para a paz. Porque quem tem essa atitude deixa trabalhar o Espírito Santo na sua alma, colabora com Ele sem pretender substitui-l’O, luta com toda a energia e com plena confiança em Deus.

J. Diéguez

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Notas:
[1] Lc 5, 5.
[2] Forja, n. 416.
[3] Jo 21, 18.
[4] Cfr. Mt 26, 34-35.
[5] Lc 5, 5.
[6] Lc 5, 4.
[7] Mt 8, 26. Cfr. Mt 14, 31.
[8] Lc 5, 6.
[9] Lc 5, 8.
[10] Lc 5, 11.
[11] Caminho, 292.