22/05/2015

O que pode ver em NUNC COEPI em 22 de Maio

São Josemaria – Textos

AMA - Meditações de Maio – 2015

A beleza de ser cristão (Ernesto Juliá), AMA - Comentários ao Evangelho Jo 21 15-19, Ernesto Juliá Diaz

A novidade em Cristo, P O'Callaghan


Agenda Sexta-Feira

Anda, voa!

Vejo-me como um pobre passarinho que, acostumado a voar apenas de árvore em árvore ou, quando muito, até à varanda de um terceiro andar..., um dia, na sua vida, meteu-se em brios para chegar até ao telhado de certa casa modesta, que não era propriamente um arranha-céus... Mas eis que o nosso pássaro é arrebatado por uma águia – que o julgou erradamente uma cria da sua raça – e, entre as suas garras poderosas, o passarinho sobe, sobe muito alto, por cima das montanhas da terra e dos cumes nevado...
..., por cima das nuvens brancas e azuis e cor-de-rosa, mais acima ainda, até olhar o sol de frente... E então a águia, soltando o passarinho, diz-lhe: anda, voa!... – Senhor, que eu não volte a voar pegado à terra, que esteja sempre iluminado pelos raios do divino Sol – Cristo – na Eucaristia, que o meu voo não se interrompa até encontrar o descanso do teu Coração! (Forja, 39)

O coração sente então a necessidade de distinguir e adorar cada uma das pessoas divinas. De certo modo, é uma descoberta que a alma faz na vida sobrenatural, como as de uma criancinha que vai abrindo os olhos à existência. E entretém-se amorosamente com o Pai e com o Filho e com o Espírito Santo; e submete-se facilmente à actividade do Paráclito vivificador, que se nos entrega sem o merecermos: os dons e as virtudes sobrenaturais!

Corremos como o veado que anseia pelas fontes da água; com sede, a boca gretada pela secura. Queremos beber nesse manancial de água viva. Sem atitudes extravagantes, mergulhamos ao longo do dia nesse caudal abundante e claro de águas frescas que saltam até à vida eterna. As palavras tornam-se supérfluas, porque a língua não consegue expressar-se; o entendimento aquieta-se. Não se discorre, olha-se! E a alma rompe outra vez a cantar um cântico novo, porque se sente e se sabe também olhada amorosamente por Deus a toda a hora.

Não me refiro a situações extraordinárias. São, podem muito bem ser, fenómenos ordinários da nossa alma: uma loucura de amor que, sem espectáculo, sem extravagâncias, nos ensina a sofrer e a viver, porque Deus nos concede a Sabedoria. Que serenidade, que paz então, metidos no caminho estreito que conduz à vida! (Amigos de Deus, nn. 306–307)


Evangelho, comentário L Espiritual (A beleza de ser cristão)



Semana VII da Páscoa

Evangelho: Jo 21 15-19

15 Depois de comerem, disse Jesus a Simão Pedro: «Simão, filho de João, amas-Me mais do que estes?». Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Jesus disse-lhe: «Apascenta os Meus cordeiros». 16 Voltou a perguntar pela segunda vez: «Simão, filho de João, amas-Me?». Ele respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Jesus disse-lhe: «Apascenta as Minhas ovelhas». 17 Pela terceira vez disse-lhe: «Simão, filho de João, amas-Me?». Pedro ficou triste porque, pela terceira vez, lhe disse: «Amas-Me?», e respondeu-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que Te amo». Jesus disse-lhe: «Apascenta as Minhas ovelhas». 18 «Em verdade, em verdade te digo: Quando tu eras mais novo, cingias-te e ias onde desejavas; mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde tu não queres». 19 Disse isto, indicando com que género de morte havia Pedro de dar glória a Deus. Depois de assim ter falado, disse: «Segue-Me».

Comentário:

Tu que sabes tudo porque me perguntas três vezes se Te amo?

O que pretendes com tal insistência?

Percebo, finalmente quando me perguntas se Te amo mais que os outros.

Desejaria responder-te com absoluta segurança: amo-te mais que qualquer um!

(ama, comentário sobre Jo 21, 15-19 2014.06.06)


Leitura espiritual



a beleza de ser cristão

SEGUNDA PARTE

COMO SER CRISTÃOS

I A VIDA CRISTÃ PESSOAL

        Até agora consideramos as relações que Deus quis estabelecer com os homens: a Criação, doação de Deus Pai; a Encarnação, doação de Deus Filho; Pentecostes a doação de Deus Espírito Santo.
Cada uma destas relações, destas doações contem um compromisso que Deus que Deus assume com respeito ao homens.

        Deus Pai pela Criação compromete-se a ser nosso Pai e convida o homem a ser e a viver como filho; Deus Filho pela encarnação assume o encargo de ser nosso Redentor e convida o homem a leibertar-se do pecado e a refazer a sua liberdade na «liberdade dos filhos de Deus»; pela Sua vinda no Pentecostes, Deus Espírito Santo toma sobre si a tarefa de ser nosso Santificador e convida o homem a ser santo «como e porque Deus é santo».

        Com estas três relações Deus Pai, Filho e Espírito Santo criam o homem e oferecem-lhe – convidam – participar na sua própria vida divina que Deus apresenta ao homem para que a torne sua-

        Isto é o que considerámos na Primeira Parte tratando de descobrir o que é ser cristão.

        Resumindo podemos dizer que «ser cristão» é ser «filho de Deus em Cristo Jesus» por obra da Graça, «certa participação na natureza divina», que o cristão recebe nos sacramentos.

        O cristão está «enxertado» em Cristo e de «filho de Deus» manifesta a sua vida por meio da Fé, acredita que Cristo é Filho de Deus feito homem».
Por meio da Esperança sabe-se em caminho para a vida eterna.
A Graça enxerta o tempo do homem na eternidade de Deus.
Por meio da Caridade o homem descobre-se vivendo movido pelo Espírito Santo e sendo semeador de paz e de alegria nas suas actividades quotidianas: sociais, profissionais, familiares.

        Para conseguir «viver sendo cristão» o crente necessita de cooperar com as acções de Deus, responder, por assim dizer, aos seus convites em plena liberdade.
Não pode coperar na acção de Deus Pai no momento da criação porque a vida humana é a única imposição de Deus ao homem.
Ainda que sendo uma dádiva, um dom é ao mesmo tempo um dom imposto.

        Ao mesmo tempo Deus espera a manifestação livre, clara e afirmativa da aceitação pelo homem da oferta para que se «enxerte» em Cristo e seja assim «filho de Deus em Cristo Jesus» e comece a sua vida cristã.
E de forma semelhante também espera do homem uma aceitação manifesta de adesão à Redenção e à Santificação: deixar que o Espírito Santo actue nele.

        Deus respeita a liberdade humana não impõe ao homem a realização dos sonhos divinos sobre a «única criatura terrestre que Deus amou por si mesma» [1].

        Já conhecendo o que Deus deseja e sabendo também que o homem foi redimido do pecado dispomo-nos nesta Segunda Parte a apresentar os canais pelos quais o homem vai dando respostas afirmativas aos anseios e às dádivas de Deus tornado vida própria a vida que Cristo lhe oferece e chegando assim a configurar-se como verdadeiro «filhos de Deus».
Ratzinger comenta: «A filiação converte-se num conceito dinâmico todavia não somos plenamente filhos de Deus mas temos de chegar a sê-lo mais e mais mediante a nossa comunhão com Cristo cada vez mais profunda» [2].

        A acção da graça divina na plenitude do seu ser pessoal permite ao homem descobrir a dignidade, a grandeza, a beleza em que foi criado e redimido e a dignidade e a grandeza a que é chamado-
Podemos dizer que toda a vida cristã é o desenvolvimento dessa «filiação divina» que Deus enxerta no ser do homem.

        Nesta Segunda Parte, portanto, temos de procurar dar resposta à pergunta de Como ser cristão?
Em suma assinalar o canal que transporta o ser Cristão.

        O Catecismo expressa estas palavras de São Leão Magno que expressam a nova realidade do homem e a missão a que foi chamado depois da Redenção de Cristo e da recepção do Espírito Santo.

        A «nova realidade» é esta: «Cristão, reconhece a tua dignidade.
Uma vez que agora participas da natureza divina não degeneres voltando à baixeza da tua vida passada.
Recorda a que Cabeça pertences e de que Corpo és membro.
Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas para seres trasladado à luz do Reino de Deus» [3].

        A «nova missão» expressa-se assim: O cristão consciente de ter sido criado «para conhecer, amar e servir a Deus nesta vida e gozá-lo para sempre na eterna» e reconhecendo na fé a sua nova dignidade sente-se chamado a levar por diante uma «vida digna do Evangelho de Cristo» [4].[5]

        E é a realidade desta «vida digna do Evangelho de Cristo» que trataremos de expressar e manifestar.


razões de um título

        O título do primeiro capítulo desta Segunda Parte, talvez possa chamar a atenção.
Ao fazer referência ao viver «com Cristo, em Cristo, por Cristo» no Espírito Santo, tradicionalmente é costume falar-se de «vida espiritual», de «vida interior», de «vida sobrenatural».
Optei por dizer Vida pessoal cristã, por várias razões; entre elas:

        - Para alcançar uma visão cabal do ser humano como «pessoa», vale a pena superar a contraposição entendida no sentido mais literal entre o «espírito» e a «carne», que por vezes se estabelece na literatura espiritual entendendo, talvez, de uma forma mais redutora, - como já assinalámos – as palavras de São Paulo no capítulo V da Carta aos Gálatas.
«Espírito» e «carne» antes expressam o contraste entre a redenção e o pecado, entre as obras do homem já baptizado e redimido e as do que todavia permanece em pecado.
Já Santo Agostinho assim o considerou: «Diz-se que alguém vive segundo a carne quando vive para si próprio. Neste caso por «carne» entende-se todo o homem já que tudo quanto provém do amor desordenado a si próprio se chama obra da carne» [6].

        Além do mais, na fé cristã e tendo em conta que é a «pessoa» o «eu» o centro de unidade do ser humano, vivemos s perspectiva da «ressurreição da carne» já realizada na Virgem Santíssima.

        - O viver cristão afecta a pessoa na sua integridade: corpo, alma, espírito.
Se já sublinhámos que também o homem no «corpo» - não só no corpo na sua simples corporeidade –também participa da imagem e semelhança de Deus, falar de «vida espiritual» poderia prestar-se a dar uma visão reduzida da realidade da vida cristã.

        - Diga-se a mesma coisa da «vida interior» porque a vida «com Cristo, em Cristo e por Cristo» vive-a o homem na plenitude do seu ser e do seu actuar, da sua pessoa, não só na interioridade das suas faculdades.

        - Podemos desenvolver um raciocínio semelhante em torno das palavras «vida sobrenatural».
O ser humano vive a vida cristã na plenitude da sua natureza humana, a vida da Graça não situa o homem fora do contexto do seu viver natural e estrictamente humano e, por outro lado, nenhuma acção humana deixa de ser «acção pessoal», também contida na sua realidade biológico-natural.

        Por acção da Graça, o cristão acaba vivendo de uma forma que – podíamos dizer – é «toda divina sem deixar de ser humana e toda humana sem deixar de ser divina», ou melhor, «toda divina sendo profundamente humana, toda humana sendo profundamente divina».

        Por outro lado, falar apenas de «vida sobrenatural» poderia centrar a atenção no que de extraordinário, de extranatural há em ser filhos de Deus em Cristo e poderia originar uma visão desfocada, desencarnada, da vida de Cristo no homem, da vida do homem em Cristo.


o ser «nova criatura»


        Esclarecido o título parece-me que também é necessário um breve resumo para nos situarmos perante alguns detalhes desta vida cristã pessoal que nos convém ter presente ao longo destas áginas.

        A vida pessoal cristã leva consigo:

1.   A necessidade de ser «nova criatura».
Já referimos que a graça e os Dons do Espírito Santo tornam possível este viver do cristão como «nova criatura».
São Paulo abre os horizontes desta transformação do homem em «nova criatura» consciente que é uma tarefa que jamais se conclui na terra porque não se tata de conseguir umas metas determinadas na maturidade humana nem no conhecimento dos mistérios da terra e do céu.
O convite que o Apóstolo faz aos de Éfeso é claro: «Deixando a vossa antiga conduta, despojados do homem velho que se corrompe seguindo a sedução das concupiscências, renovai o espírito da vossa mente e vesti-vos do homem novo criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade»[7] .

(cont)

ernesto juliá, La belleza de ser cristiano, trad. ama)






[1] Gaudium et spes, n. 24
[2] Joseph Ratzinger, Bento XVI, Jesus de Nazaret, La Esfera de los livros, Madrid 2007, p. 172
[3] São Leão Magno, Ser. 21, 2-3, n. 1691.
[4] Flp 1, 27
[5] Catecismo n. 1692
[6] Santo Agostinho, La ciudad de Dios, 14, 2
[7] Ef 4, 22-24

Meditações de Maio 22



O Escapulário que uso há-de proteger-me na hora da minha morte.

Certo que me assistirás nessa derradeira hora, fico tranquilo.

Que melhor companhia poderia desejar para me conduzir ao Pai?



(ama, meditações de Maio, 2015)

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira

(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?

Cristo e a Igreja - 68

A novidade em Cristo


…/3

E todavia, na pregação do Senhor há, sem dúvida, um ar novo, libertador.
Por um lado, a doutrina de Jesus desenvolve elementos já presentes no Antigo Testamento, como são a rectidão de intenção, o perdão, ou a necessidade de amar todos os homens sem restrição, em particular os pobres e os pecadores.

(cont)

(p. o'callaghan, CRISTO, 5 de Diciembre de 2008, trad. ama)