14/10/2015

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Publicações em Out 14

São Josemaria – Textos

Bula (Conc Florença),Conc de Florença, Eucaristia

AMA - Comentários ao Evangelho Lc 11 42-46, São Josemaria - Leitura espiritual (Temas actuais do cristianismo)

Bento XVI - Pensamentos espirituais

Suma Teológica - Tratado da Vida de Cristo - Quest 35 - Art 6


Agenda Quarta-Feira

Bento XVI – Pensamentos espirituais 73

 Confiança em Cristo



O Senhor consegue sempre suprir as nossas lacunas e a exiguidade dos meios que temos à nossa disposição.

O que interessa não é tanto a eficiência da organização, mas a inabalável confiança em Cristo, porque é Ele próprio Quem guia, governa e santifica a sua Igreja.


Discurso aos bispos da Bulgária em visita ad limina.

(12.Nov.05)


 (in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)

Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira




(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



A cruz, a Santa Cruz!, pesa.

Ao celebrar a festa da Exaltação da Santa Cruz, suplicaste a Nosso Senhor, com todas as veras da tua alma, que te concedesse a sua graça para "exaltar" a Cruz Santa nas tuas potências e nos teus sentidos... Uma vida nova! Um novo selo: para dar firmeza à autenticidade da tua embaixada..., todo o teu ser na Cruz! – Veremos, veremos. (Forja, 517)

A Cruz, a Santa Cruz!, pesa.

– Por um lado, os meus pecados. Por outro, a triste realidade dos sofrimentos da nossa Mãe a Igreja; a apatia de tantos católicos que têm um "querer sem querer"; a separação – por diversos motivos – de seres amados; as doenças e tribulações, alheias e próprias...

A cruz, a Santa Cruz!, pesa: "Fiat, adimpleatur...!". Faça-se, cumpra-se, seja louvada e eternamente glorificada a justíssima e amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas! Amen. Amen. (Forja, 769)

A Cruz não é a pena, nem o desgosto, nem a amargura... É o madeiro santo onde triunfa Jesus Cristo... e onde triunfamos nós, quando recebemos com alegria e generosamente o que Ele nos envia. (Forja, 788)

Sacrifício, sacrifício!... É verdade que seguir Jesus Cristo (disse-o Ele) é levar a Cruz. Mas não gosto de ouvir as almas, que amam o Senhor, falar tanto de cruzes e de renúncias; porque, quando há Amor, o sacrifício é gostoso – ainda que custe – e a cruz é a Santa Cruz.

A alma que sabe amar e entregar-se assim, enche-se de alegria e de paz. Então, porquê insistir em "sacrifício", como buscando consolações, se a Cruz de Cristo – que é a tua vida – te torna feliz? (Forja, 249)



Temas para meditar - 520

Eucaristia




Todo o efeito da comida e bebida material operam enquanto à vida do corpo, sustentando, reparando e deleitando, isso realiza-o sagrada Eucaristia enquanto à vida espiritual. 


(Concílio de Florença, Bula Exultate Deo, Dz 1322-698)

Tratado da vida de Cristo 42

Questão 35: Da natividade de Cristo

Art. 6 — Se Cristo nasceu sem sua mãe sofrer dores.

 O sexto discute-se assim. — Parece que Cristo não nasceu sem sua mãe sofrer dores.


1. — Pois, como a morte do homem resultou do pecado do primeiro casal, conforme a Escritura - Em qualquer dia que comeres a ele morrerás de morte, assim também a dor do parto, conforme ainda a Escritura: Em dor parirás teus filhos. Ora, Cristo quis sofrer a morte. Logo, parece que, pela mesma razão, o seu nascimento devia ser acompanhado das dores do parto.

2. Demais. — O fim se proporciona ao princípio. Ora, o fim da vida de Cristo foi cheio de dores, segundo a Escritura: Verdadeiramente ele foi o que tomou sobre si as nossas dores. Logo, parece que também a sua natividade foi acompanhada das dores do parto.

3. Demais. — Narra um autor que parteiras assistiram ao nascimento de Cristo; e essas são necessárias só por causa das dores da parturiente. Logo, parece que a Santa Virgem deu à luz com dores,

Mas, em contrário, diz Agostinho, referindo-se à Virgem Mãe: Assim como a sua concepção lhe deixou intacta a virgindade, assim no seu parto nenhuma dor sofreu.

As dores da parturiente são causadas pela compressão dos meatos por onde o filho vem à luz. Ora, como dissemos, Cristo veio à luz sem detrimento da virgindade de sua mãe, que portanto não sofreu nenhuma espécie de compressão. E por isso, nesse parto não houve nenhuma dor, como não houve nenhuma corrupção, mas antes, houve uma alegria máxima por ter vindo ao mundo o homem Deus, conforme a Escritura: Lançando gérmenes, ela copiosamente brotará, como o lírio, e com intensa atearia e muitos louvores de prazer saltará.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — A dor que a mulher sofre no parto resultou da concepção. Donde, depois de ter dito a Escritura: Em dor parirás teus filhos, acrescenta: e estarás sob o poder de teu marido. Donde o dizer Agostinho, que dessa sentença foi excluída a Virgem Mãe de Deus que, por ter sido isenta do pecado e ter concebido a Cristo sem nenhuma união carnal, gerou sem dor e, sem violação da sua integridade, permanecendo totalmente virgem. Ora, Cristo sofreu a morte por espontânea vontade, para satisfazer por nós, e não porque estivesse sujeito à supra referida sentença de condenação, pois não fora réu de morte.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Assim como Cristo, morrendo, nos livrou da morte eterna, assim com as suas dores livrou-nos das nossas. Por isso quis morrer no meio delas. Mas, as dores do parto de sua mãe não seriam as de Cristo, que veio para satisfazer pelos nossos pecados. Logo, não era necessário que sua mãe tivesse um parto doloroso.

RESPOSTA À TERCEIRA. — O Evangelho diz que a Santa Virgem enfaixou e reclinou numa manjedoura o filho que deu à luz. E isso mostra ser falsa a narração do autor citado, cujo livro é apócrifo. Donde Jerónimo dizer: Nenhuma parteira aí esteve, nenhum cuidado de mãos servis e práticas. A própria mãe cuidou do fruto das suas entranhas. Enfaixou, diz o Evangelho, e reclinou o menino numa manjedoura. O que convence de delírio a narração apócrifa.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Evangelho, comentário, L. espiritual


Tempo comum XXVIII Semana


Evangelho: Lc 11, 42-46

42 Mas ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de toda a casta de ervas, e desprezais a justiça e o amor de Deus! Era necessário praticar estas coisas, mas não omitir aquelas. 43 Ai de vós, fariseus, que gostais de ter as primeiras cadeiras nas sinagogas e as saudações nas praças! 44 Ai de vós, porque sois como os sepulcros que não se vêem e sobre os quais se anda sem saber!». 45 Então um dos doutores da lei, tomando a palavra, disse-Lhe: «Mestre, falando assim, também nos ofendes a nós». 46 Jesus respondeu-lhe: «Ai de vós também, doutores da lei, porque carregais os homens com pesos que não podem suportar, e vós nem com um dedo lhe tocais a carga!

Comentário:

Façamos um exercício de reflexão e consideremos se muitas vezes não assumimos as mesmas atitudes e comportamentos que estes a quem o Senhor particularmente Se dirige neste trecho do Evangelho.

Talvez tenhamos de admitir que assim é.

Exame e reconvenção é o que se impõe que façamos sem demora.

(ama, comentário sobre Lc  11 41-46 2014.10.15)


Leitura espiritual

São Josemaria Escrivá



Temas actuais do cristianismo

31
                  
pergunta:

Como explica o imenso êxito do Opus Dei, e por que critérios mede V. Rev.ª esse êxito?

resposta:

Quando um empreendimento é sobrenatural, pouco importam o êxito ou o fracasso como vulgarmente se consideram.
Já dizia S. Paulo aos cristãos de Corinto que, na vida espiritual, o que interessa não é o juízo dos outros, nem o nosso próprio juízo, mas o juízo de Deus.

É certo que a Obra está hoje estendida a todo o mundo: pertencem a ela homens e mulheres de cerca de 70 nacionalidades.
Ao pensar neste facto, eu mesmo me surpreendo.
Não lhe encontro explicação humana, mas sim a vontade de Deus, pois o Espírito sopra onde quer, e serve-Se de quem quer para realizar a santificação dos homens.
Tudo isso é para mim ocasião de acção de graças, de humildade e de súplica a Deus para saber sempre servi-Lo.

Pergunta-me também qual o critério com que meço e ajuízo as coisas.
A resposta é muito simples: santidade, frutos de santidade.

O apostolado mais importante do Opus Dei é aquele que cada um dos seus sócios realiza através do testemunho da sua vida e com a sua palavra, no convívio diário com os amigos e companheiros de profissão.
Quem poderá medir a eficácia sobrenatural deste apostolado silencioso e humilde?
É incalculável a ajuda que representa o exemplo de um amigo leal e sincero, ou a influência de uma boa mãe no seio da família.

Mas talvez a sua pergunta se refira aos apostolados da Obra como tal, supondo que, neste caso, se poderão medir os resultados sob um ponto de vista humano, técnico: se uma escola de formação de operários consegue promover socialmente os homens que a frequentam; se uma Universidade dá aos seus estudantes uma formação profissional e cultural adequadas.
Se admitirmos que é esse o sentido da sua pergunta, dir-lhe-ei que o resultado se pode explicar em parte por se tratar de tarefas realizadas por pessoas que exercem esse trabalho como uma actividade profissional específica, para a qual se preparam como todo aquele que deseja executar um trabalho sério.
Quer isto dizer, entre outras coisas, que essas obras não se lançam segundo esquemas preconcebidos: caso por caso, estudam-se as necessidades particulares da sociedade em que se vão inserir, para se adaptarem às exigências reais.

Repito-lhe que ao Opus Dei não interessa primordialmente a eficácia humana.
O êxito ou o fracasso real desses trabalhos depende de que, estando humanamente bem feitos, sirvam ou não sirvam para que aqueles que os realizam, e também os que deles beneficiam, amem a Deus, se sintam irmãos de todos os outros homens e manifestem estes sentimentos num serviço desinteressado à humanidade.

32    
        
pergunta:

Quererá V. Rev.a dizer como e porquê fundou o Opus Dei, e que acontecimentos considera marcos mais importantes do seu desenvolvimento?

resposta:

Porquê?...
As obras que nascem da vontade de Deus não têm outra razão de ser senão o desejo divino de as utilizar como expressão da sua vontade salvífica universal.

Desde o primeiro momento, a Obra foi universal, católica.
Não nasceu para dar solução aos problemas concretos da Europa da década de 20, mas sim para dizer aos homens e mulheres de todos os países, de qualquer condição, raça, língua ou ambiente, e de qualquer estado - solteiros, casados, viúvos, sacerdotes -, que podiam amar e servir a Deus sem deixar de viver no seu trabalho habitual, com a sua família, nas suas variadas e normais relações sociais.

Como se fundou?
Sem nenhum meio humano.
Eu tinha apenas 26 anos, a graça de Deus e bom-humor.
A Obra nasceu pequena: não era mais que o empenho dum jovem sacerdote, que se esforçava por fazer o que Deus lhe pedia.

Pergunta-me por marcos do nosso caminho...
Para mim, é marco essencial na Obra qualquer momento, qualquer instante em que, através do Opus Dei, alguém se aproxima de Deus, tornando-se assim mais irmão dos homens seus irmãos.

Talvez quisesse que lhe falasse dos pontos cruciais, na ordem do tempo...
Embora não sejam estes os mais importantes, vou-lhe dar, de memória, umas datas, mais ou menos aproximadas.
Já nos primeiros meses de 1935, estava tudo preparado para começar a trabalhar em França - concretamente em Paris.
Mas vieram, primeiro, a guerra civil espanhola e, logo a seguir, a segunda guerra mundial - e foi preciso adiar a expansão da Obra. Mas, como esse desenvolvimento era necessário, o adiamento foi mínimo.
Já em 1940 se iniciava o trabalho em Portugal.
Quase coincidindo com o fim das hostilidades, embora tivesse havido já algumas viagens em anos anteriores, começou-se na Inglaterra, em França, na Itália, nos Estados Unidos, no México. Depois, a expansão tem um ritmo progressivo.
A partir de 1949 e 50: na Alemanha, Holanda, Suíça, Argentina, Canadá, Venezuela e nos restantes países europeus e americanos.
Ao mesmo tempo, o trabalho ia-se alargando a outros continentes: o Norte de África, o Japão, o Quénia e outros países da África oriental, a Austrália, as Filipinas, a Nigéria, etc.

Também sinto prazer em recordar especialmente, como datas capitais, as constantes ocasiões em que de modo mais palpável se manifestou o carinho dos Sumos Pontífices pela nossa Obra.
Resido normalmente em Roma desde 1946, e assim tive ocasião de conhecer e tratar com Pio XII, João XXIII e Paulo VI.
Em todos encontrei sempre um carinho de pai.

33             

pergunta:

Estaria V. Rev. de acordo com a afirmação, alguma vez feita, de que o ambiente especial de Espanha durante os últimos trinta anos facilitou o crescimento da Obra nesse país?

Resposta:

Em poucos lugares encontramos menos facilidades do que em Espanha.
É o país - custa-me dizê-lo, pois amo profundamente a minha pátria - em que deu mais trabalho e sofrimento fazer enraizar a Obra.
Mal tinha nascido, logo encontrou a oposição dos inimigos da liberdade individual, e de pessoas tão aferradas às ideias tradicionais que não podiam compreender a vida dos sócios do Opus Dei: cidadãos vulgares, que se esforçam por viver plenamente a sua vocação cristã sem deixar o mundo.

Também as obras de apostolado da própria Obra não encontraram especiais facilidades em Espanha.
Governos de países onde a maioria dos cidadãos não é católica ajudaram, com muito maior generosidade do que o Estado espanhol, as actividades docentes e beneficentes promovidas por membros da Obra.
O auxílio que esses governos concedem ou possam conceder às obras próprias do Opus Dei, como é habitual com outras obras semelhantes, não significa privilégio, mas simplesmente o reconhecimento da função social que desempenham, poupando dinheiro ao Tesouro público.

Na sua expansão internacional, o espírito do Opus Dei encontrou imediato eco e profundo acolhimento em todos os países.
Se encontrou obstáculos, foi exactamente por causa de falsidades vindas de Espanha e inventadas por espanhóis, por alguns sectores bem concretos da sociedade espanhola.
Em primeiro lugar, a organização internacional de que há pouco lhe falei; mas isso parece certo que é coisa do passado, e eu não guardo rancor a ninguém.
Depois, algumas pessoas que não compreendem o pluralismo, que adoptam atitudes de grupo, quando não caem em mentalidade estreita ou totalitária e que se servem do nome católico para fazer política. Alguns desses, não percebo porquê - talvez por falsos motivos humanos -, parecem achar um gosto especial em atacar o Opus Dei, e, como dispõem de grandes meios económicos, - o dinheiro dos contribuintes espanhóis -, os seus ataques podem ser publicados por certa imprensa.

Vejo bem que o meu amigo está à espera de me ouvir citar nomes concretos de pessoas e instituições...
Não lhos vou dar, e espero que compreenda a razão.
Nem a minha missão nem a da Obra são políticas: o meu ofício é rezar.
E não quero dizer nada que possa interpretar-se sequer como uma intervenção em Política.
Mais ainda, é-me doloroso falar destas coisas.
Estive calado durante quase 40 anos, e, se agora digo alguma coisa, é porque tenho obrigação de denunciar como absolutamente falsas as interpretações torcidas que algumas pessoas pretendem dar de uma actividade que é exclusivamente espiritual.
Por isso, se bem que até agora me tenha calado, daqui em diante falarei, e, se for necessário, cada vez com maior clareza.

Mas, voltando ao tema central da sua pergunta: se, também em Espanha, muitas pessoas de todas as classes sociais têm procurado seguir Cristo com a ajuda do Opus Dei e de acordo com o seu espírito, a explicação para isso não se pode ir buscar ao ambiente ou a outros motivos extrínsecos.
A prova do que afirmo está em que aqueles que tão levianamente o pretendem vêem diminuir os seus próprios grupos; e as causas exteriores são as mesmas para todos. Humanamente falando, talvez seja também porque esses formam grupo, e nós não tiramos a liberdade pessoal a ninguém.

Se o Opus Dei está bem desenvolvido em Espanha - como também em algumas outras nações -, pode ser condição disso o facto de a nossa tarefa espiritual aí se haver iniciado há 40 anos, e, como lhe expliquei antes, a guerra civil espanhola e, em seguida, a guerra mundial tornarem necessário o adiamento do início da Obra noutros países.
Quero declarar, no entanto, que desde há alguns anos, os espanhóis são uma minoria no Opus Dei.

Não pense, repito, que não amo a minha pátria, ou que não me alegro profundamente com o trabalho que a Obra nela realiza; mas é triste que haja quem propague equívocos acerca do Opus Dei e acerca de Espanha.

Fim da entrevista realizada por Peter Forbarth, correspondente de Time (New York), em 15 de Abril de 1967.

(cont)