15/12/2015

Índice de publicações em 15 Dez

nunc coepi – Índice de publicações em Dez 15

São Josemaria – Textos

Bem-aventuranças

Ano jubilar da misericórdia

AMA - Comentários ao Evangelho Mt 21 28-32, F J López Díaz, Leit. Espiritual (Santificação do trabalho quotidiano)

Bento XVI - Pensamentos espirituais

AT - Salmos – 44

São Tomás de Aquino – Suma Teológica, Suma Teológica - Quest 38 Art. 3


Agenda Terça-Feira

Ano Jubilar da Misericórdia - 8

Resultado de imagem para ano da misericórdiaObras de misericórdia

3) Vestir os nus.

Esta obra de misericórdia é dirigida a satisfazer outra necessidade básica: o vestuário. Muitas vezes é-nos facilitada com as recolhas de roupa que se fazem nas Paróquias e outros centros. À hora de entregar a nossa roupa é bom pensar que podemos dar do que nos sobra ou já não nos serve, mas também podemos dar do que ainda é útil.

A carta de Santiago anima- nos a sermos generosos: «Se um irmão ou uma irmã estão nus e carecem de sustento diário e algum de vós lhe diz: “Ide em paz, aquecei-vos ou fartai-vos", mas não lhes dais o necessário para o corpo, de que é que serve?» [i].

prelatura do opus dei, NOTÍCIAS 29 de Novembro de 2015

(cont)




[i] St 2, 15-16

Antigo testamento / Salmos

Salmo 44






1 Com os nossos próprios ouvidos ouvimos, ó Deus; os nossos antepassados nos contaram os feitos que realizaste no tempo deles, nos dias da antiguidade.
2 Com a tua própria mão expulsaste as nações para estabelecer os nossos antepassados; arruinaste povos e fizeste prosperar os nossos antepassados.
3 Não foi pela espada que conquistaram a terra nem pela força do seu braço que alcançaram a vitória; foi pela tua mão direita, pelo teu braço e pela luz do teu rosto, por causa do teu amor para com eles.
4 És tu, meu Rei e meu Deus! És tu que decretas vitórias para Jacob!
5 Contigo pomos em fuga os nossos adversários; pelo teu nome calcamos os que nos atacam.
6 Não confio no meu arco, a minha espada não me concede a vitória; mas tu nos concedes a vitória sobre os nossos adversários e humilhas os que nos odeiam.
7 Em Deus nos gloriamos o tempo todo, e louvaremos o teu nome para sempre.
8 Mas agora nos rejeitaste e nos humilhaste; já não sais com os nossos exércitos.
9 Diante dos nossos adversários fizeste-nos bater em retirada, e os que nos odeiam saquearam-nos.
10 Tu nos entregaste para sermos devorados como ovelhas e nos dispersaste entre as nações.
11 Vendeste o teu povo por uma ninharia, nada lucrando com a sua venda.
13 Tu nos fizeste motivo de vergonha dos nossos vizinhos, objeto de zombaria e menosprezo dos que nos rodeiam.
14 Fizeste de nós um provérbio entre as nações; os povos meneiam a cabeça quando nos veem.
15 Sofro humilhação o tempo todo, e o meu rosto está coberto de vergonha
16 por causa da zombaria dos que me censuram e me provocam, por causa do inimigo, que busca vingança.
17 Tudo isso aconteceu connosco, sem que nos tivéssemos esquecido de ti nem tivéssemos traído a tua aliança.
18 Nosso coração não voltou atrás nem os nossos pés se desviaram da tua vereda.
19 Todavia, tu nos esmagaste e fizeste de nós um covil de chacais, e de densas trevas nos cobriste.
20 Se tivéssemos esquecido o nome do nosso Deus e tivéssemos estendido as nossas mãos a um deus estrangeiro,
21 Deus não o teria descoberto? Pois ele conhece os segredos do coração!
22 Contudo, por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro.
23 Desperta, Senhor! Por que dormes? Levanta-te! Não nos rejeites para sempre.
24 Por que escondes o teu rosto e esqueces o nosso sofrimento e a nossa aflição?
25 Fomos humilhados até o pó; nossos corpos se apegam ao chão.
26 Levanta-te! Socorre-nos! Resgata-nos por causa da tua fidelidade.


Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Tratado da vida de Cristo 59

Questão 38: Do baptismo de João

 Art. 3 — Se o baptismo de João conferia a graça.

O terceiro discute-se assim. — Parece que o baptismo de João conferia a graça.

1. — Pois, diz o Evangelho: Estava João baptizando no deserto e pregando o baptismo de penitência para a remissão de pecados. Ora, a penitência e a remissão dos pecados só é possível pela graça. Logo, o baptismo de João conferia a graça.

2. Demais. — Os que iam ser baptizados por João confessavam os seus pecados como se lê no Evangelho. Ora, a confissão dos pecados tem por fim a remissão deles, que se opera pela graça. Logo, o baptismo de João conferia a graça.

3. Demais. — O baptismo de João aproximava-se do de Cristo, mais que a circuncisão. Ora, a circuncisão remetia o pecado original. Pois, como diz Beda, na vigência da lei antiga, a circuncisão era o mesmo remédio salutar contra o ferimento do pecado original, que o baptismo costuma ser no regime da lei da graça. Logo, com maior razão, o baptismo de João conferia a remissão dos pecados. O que não pode dar-se sem a graça.

Mas, em contrário, o Evangelho: Eu na verdade vos baptizo em água para vos trazer à penitência. Lugar que Gregório assim explica numa homília: João baptiza não pelo espírito mas pela água, porque não podia perdoar os pecados. Ora, a graça, pela qual o pecado é delido, vem do Espírito Santo. Logo, o baptismo de João não conferia a graça.

 
Como dissemos, toda a doutrina e acção de João era preparatória para a de Cristo; assim como é próprio de um ministro ou de um artífice inferior preparar a matéria para a forma a ser infundida pelo artífice principal. Ora, a graça devia ser conferida aos homens por Cristo, segundo o Evangelho: A graça e a verdade foi trazida por Jesus Cristo. Logo, o baptismo de João não conferia a graça, mas só preparava para ela, de três modos. Primeiro, pela sua doutrina João induzia os ouvintes à fé de Cristo. Segundo, acostumava-os ao rito do baptismo. Terceiro, pela penitência, preparava os homens a receberem o efeito do baptismo de Cristo.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. Por essas palavras de Beda pode entender-se um duplo baptismo. Um, que João conferia, chamado baptismo de penitência, porque de certo modo induzia à penitência e era uma como afirmação pela qual os homens confessavam que haviam de fazer penitência. Outro é o baptismo de Cristo, pelo qual os pecados são perdoados; esse, João não o podia ministrar, mas apenas o pregava quando dizia: Ele vos baptizará no Espírito Santo. — Ou pode dizer-se que pregava o baptismo da penitência, isto é, inducente à penitência, a qual leva os homens ao perdão dos pecados. — Ou pode dizer-se, que pelo baptismo de Cristo, como explica Jerónimo, é dada a graça pela qual os pecados são gratuitamente perdoados; o que porém se consuma pelo Esposo é iniciado pelo paraninfo, isto é, por João. Por isso, diz que baptizará e pregará o baptismo de penitência para a remissão de pecados; não que ele próprio o consumasse, mas porque começava, preparando.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Essa confissão dos pecados não se fazia com o fim de o perdão deles ser logo conferido pelo baptismo de João; mas de ser conseguido pela penitência consequente, e pelo baptismo de Cristo, para o qual essa penitência preparava.

RESPOSTA À TERCEIRA. — A circuncisão foi instituída como remédio do pecado original. Mas o baptismo de João não foi instituído para tal, que era só preparatório para o baptismo de Cristo, como se disse. Ora, os sacramentos produzem o seu efeito de acordo com a força da sua instituição.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Evangelho, comentário, L. espiritual



Tempo de Advento


Evangelho: Mt 21, 28-32

28 «Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Aproximando-se do primeiro, disse-lhe: “Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha”. 29 Ele respondeu: “Não quero”. Mas, depois, arrependeu-se e foi. 30 Dirigindo-se em seguida ao outro, falou-lhe do mesmo modo. E ele respondeu: “Eu vou, senhor”, mas não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai?». Eles responderam: «O primeiro». Disse-lhes Jesus: «Na verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes vos precederão no reino de Deus. 32 Porque veio a vós João pelo caminho da justiça, e não crestes nele; e os publicanos e as meretrizes creram nele. E vós, vendo isto, nem assim fizestes penitência depois, crendo nele.

Comentário:

Pode argumentar-se que algumas vezes não sabemos bem qual é a vontade de Deus a respeito de algo ou numa determinada circunstância. É natural que assim suceda quando vamos pela vida pensando desmedidamente em nós próprios, na nossa vida, nos problemas que nos afectam. Neste caso é, de facto difícil perceber ou mesmo ouvir o que o Senhor quer que façamos.

Por isso mesmo a primeira coisa a fazer logo ao acordar de manhã, antes de iniciar um novo dia, deve ser perguntar com fé e confiança:

Senhor, hoje, que queres que faça?
E, depois dizer-lhe simplesmente: que todas as minhas acções, pensamentos e desejos sejam apenas para Te servir e para minha salvação.

(ama, comentário sobre Mt 21 28-32, 2014.12.16)


Leitura espiritual


Santificação do trabalho quotidiano

QUALIDADES DO MOTIVO SOBRENATURAL

O motivo sobrenatural é sincero se influi eficaz e radicalmente no modo de trabalhar, levando a cumprir a nossa tarefa com perfeição, como Deus quer, dentro das limitações pessoais com que Ele conta. 

O motivo sobrenatural que torna santo o trabalho, não é algo que simplesmente se justapõe à actividade profissional, mas um amor a Deus e aos outros por Deus que influi radicalmente na própria actividade, impulsionando a que se realize bem, com competência e perfeição, porque não podemos oferecer ao Senhor uma coisa que, dentro das pobres limitações humanas, não seja perfeita, sem defeitos e realizada com toda a atenção mesmo nos aspectos mais insignificantes, porque Deus não aceita o que é mal feito.
Não ofereçais nada que tenha defeito porque não seria aceite favoravelmente [i], adverte-nos a Escritura Santa.
Por isso, o trabalho de cada um de nós, esse trabalho que ocupa as nossas jornadas e as nossas energias, há-de ser uma oferenda digna do Criador, operatio Dei, trabalho de Deus e para Deus. Numa palavra, uma tarefa bem cumprida e impecável 20.

Uma "boa intenção" que não levasse a trabalhar bem, não seria uma boa intenção, não seria amor a Deus.
Seria uma intenção ineficaz e oca, um desejo débil, que não consegue superar o obstáculo da preguiça ou do comodismo.
O verdadeiro amor plasma-se no trabalho.

"O amor a Deus torna grandes as coisas pequenas".

Pôr um motivo sobrenatural não é sequer acrescentar algo santo à actividade de trabalhar.
Para santificar o trabalho não é suficiente rezar enquanto se trabalha, embora – quando seja possível fazê-lo – seja um sinal de que se trabalha por amor a Deus e um meio para crescer nesse amor. 

Mais ainda, para santificar o trabalho pondo um motivo sobrenatural, é imprescindível procurar de um ou de outro modo a presença de Deus e muitas vezes isto concretiza-se em actos de amor, em orações e jaculatórias, às vezes por ocasião de uma pausa ou de outras circunstâncias que oferece o ritmo do trabalho.
Para isso são de grande ajuda as indústrias humanas. 

Mas vale a pena insistir em que não há que ficar por aí, porque santificar o trabalho não consiste essencialmente em realizar algo santo enquanto se trabalha, mas em tornar santo o próprio trabalho pondo o motivo sobrenatural que configura essa actividade e a empapa tão profundamente que a converte num acto de fé, de esperança e de caridade, transformando o trabalho em oração.

"Santificar o trabalho não consiste essencialmente em realizar algo santo enquanto se trabalha, mas em tornar santo o próprio trabalho".

Outra consequência importante de que a raiz da santificação do trabalho se encontra no motivo sobrenatural, é que todo o trabalho profissional é santificável, desde o mais brilhante aos olhos humanos até o mais humilde, pois a santificação não depende do tipo de trabalho mas do amor a Deus com que se realiza.
Basta pensar nos trabalhos de Jesus, Maria e José em Nazaré, tarefas correntes, habituais, semelhantes às de milhões de pessoas, mas realizadas com o maior amor. 

«A dignidade do trabalho depende, não tanto do que se faz, mas de quem o executa, o homem, que é um ser espiritual, inteligente e livre» 22.
A maior ou menor categoria do trabalho depende da sua bondade enquanto acção espiritual e livre, quer dizer, do amor electivo do fim, que é acto próprio da liberdade.

Convém não esquecer, portanto, que esta dignidade do trabalho está fundamentada no Amor.
O grande privilégio do homem é poder amar, transcendendo assim o efémero e o transitório.
O homem pode amar as outras criaturas, dizer um tu e um eu cheios de sentido.
E pode amar a Deus, que nos abre as portas do Céu, que nos constitui membros da Sua família, que nos autoriza a falar também de tu a Tu, face a face.

Por isso, o homem não pode limitar-se a fazer coisas, a construir objectos.
O trabalho nasce do amor, manifesta o amor, ordena-se ao amor 23.

"A maior ou menor categoria do trabalho depende da sua bondade enquanto acção espiritual e livre".

O amor a Deus torna grandes as pequenas coisas; os detalhes de ordem, de pontualidade, de serviço ou de amabilidade, que contribuem para a perfeição do trabalho.
Fazei tudo por Amor. – Assim não há coisas pequenas: tudo é grande. – A perseverança nas coisas pequenas, por Amor, é heroísmo 24.

Quem compreende que o valor santificador do trabalho depende essencialmente do amor a Deus com que se leva a cabo e não do seu relevo social e humano, aprecia em muito as coisas pequenas, especialmente as que passam inadvertidas aos olhos dos outros, porque só Deus as vê.

Pelo contrário, trabalhar por motivos egoístas, como o afã de auto-afirmação, de brilhar ou de realizar, acima de tudo, os próprios projectos e gostos, ou a ambição de prestígio por vaidade, ou de poder ou de dinheiro como meta suprema, impede radicalmente santificar o trabalho, porque equivale a oferecê-lo ao ídolo do amor-próprio. 

Estes motivos apresentam-se poucas vezes em estado puro, mas podem conviver com intenções nobres e inclusive sobrenaturais, permanecendo latentes – quiçá durante longo tempo – como os sedimentos de lodo no fundo da água límpida.
Seria uma imprudência ignorá-los, porque em qualquer momento – quiçá aquando de alguma dificuldade, uma humilhação ou um fracasso profissional – podem agitar-se e turvar toda a conduta.
É preciso detectar esses motivos egoístas, reconhecê-los sinceramente e combatê-los purificando a intenção com oração, sacrifício, humildade, serviço generoso aos outros, cuidado nas coisas pequenas...

Voltemos o olhar uma vez e outra para o trabalho de Jesus nos anos da Sua vida oculta, para aprender a santificar a nossa actividade. Senhor, concede-nos a Tua graça.
Abre-nos a porta da oficina de Nazaré, para aprendermos a contemplar-Te a Ti, com a Tua Mãe Santa Maria e com o Santo Patriarca José – a quem tanto amo e venero – todos três dedicados a uma vida de trabalho santo.
Sensibilizar-se-ão os nossos pobres corações, procurar-Te-emos e encontrar-Te-emos no trabalho diário, que Tu desejas que convertamos em obra de Deus, obra de Amor 25.


f. j. lópez díaz




[i] Lv 22, 20

Acabar bem as tarefas

A santidade compõe-se de heroísmos. Por isso, no trabalho pede-se-nos o heroísmo de rematar bem as tarefas que nos cabem, dia após dia, embora se repitam as mesmas ocupações. Se não, não queremos ser santos! (Sulco, 529)

Perguntaste-me o que podes oferecer ao Senhor. Não necessito de pensar na resposta: as mesmas coisas de sempre, mas mais bem acabadas, com um remate de amor, que te leve a pensar mais n'Ele e menos em ti. (Sulco, 495)

Ao retomar as tuas ocupações normais, escapou-te uma espécie de grito de protesto: sempre a mesma coisa!

E eu disse-te: – Sim, sempre a mesma coisa. Mas essa actividade vulgar, igual à dos teus companheiros de profissão, há-de ser para ti uma oração contínua, com as mesmas palavras íntimas, mas cada dia com música diferente.

É missão muito nossa transformar a prosa desta vida em decassílabos, em poesia heróica. (Sulco, 500)

Coloca na tua mesa de trabalho, no teu quarto, na tua carteira... uma imagem de Nossa Senhora, e dirige-Lhe o olhar ao começar as tuas tarefas, enquanto as realizas, e ao terminá-las. Ela te alcançará – eu to garanto – a força necessária para fazeres da tua ocupação um diálogo amoroso com Deus. (Sulco, 531)


Temas para meditar - 549

Bem-aventuranças

Para uma recta compreensão das Bem-aventuranças é conveniente ter em conta que nelas não se promete a salvação a umas determinadas classes de pessoas que aqui se enumerariam, mas a todos aqueles que alcancem as disposições religiosas e o comportamento moral que Jesus Cristo exige. Quer dizer: os pobres de espírito, os mansos, os que choram, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os pacíficos e os que sofrem perseguição por buscar a santidade, não indicam pessoas distintas entre si, mas são como que diversas exigências de santidade dirigidas a quem quer ser discípulo de Cristo.
Pela mesma razão, também não prometem a salvação a determinados grupos da sociedade, mas a toda a pessoa que, seja qual for a sua situação no mundo, se esforce por viver o espírito e as exigências das Bem-aventuranças.
A todas elas, é também comum o sentido escatológico, isto é, é-nos prometida a salvação definitiva não neste mundo, mas na vida eterna. Mas o espírito das Bem-aventuranças produz, já na vida presente, a paz no meio das tribulações. Na história da humanidade, as Bem-aventuranças constituem uma mudança completa dos critérios humanos habituais: desqualificam o horizonte da piedade farisaica, que via na felicidade terrena a bênção e prémio de Deus e, na infelicidade e desgraça, o castigo. Em todos os tempos, as Bem-aventuranças põem muito por cima os bens do espírito sobre os bens materiais. Sãos e doentes, poderosos e débeis, ricos e pobres... são chamados, por cima das suas circunstâncias, à felicidade profunda daqueles que alcançam as Bem-aventuranças de Jesus.
É evidente que as Bem-aventuranças não contêm toda a doutrina evangélica. Não obstante contêm, como que em germe, todo o programa de perfeição cristã. 

(Bíblia Sagrada, anot. pela Fac. de Teologia da Univ. de Navarra, Comentário sobre Mt 5, 2)


Bento XVI – Pensamentos espirituais 82

A busca da felicidade



Como é fácil contentar-se com os prazeres superficiais que a existência quotidiana oferece!

Como é fácil viver só para si mesmo, aparentemente gozando a vida! Mas, mais cedo ou mais tarde, damo-nos conta de que não se trata de verdadeira felicidade, porque esta só pode ser encontrada num nível muito mais profundo: em Jesus.

Mensagem aos jovens holandeses, (21,Nov.05)

 (in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)