19/09/2016

Diálogos apostólicos

Diálogos apostólicos II Parte
16 - [1]

Como sabes sou uma pessoa bem-disposta.
Às vezes temo que possa parecer irreflectido ou “ligeiro” nas minhas relações com os outros.
Que achas?

Respondo:

Realmente, o bom humor é uma virtude excelente que torna o convívio ou as relações com aquele que a possui, muito agradável.
Em qualquer tempo, mas sobretudo no que decorre, é bastante difícil não ser constantemente assediado com assuntos, factos ou incidências que nos provocam apreensão, dúvida, sentimentos contraditórios, e, se em sociedade, discussões e confrontos que, por vezes, desgastam desnecessariamente a pessoa e podem, de alguma forma, corromper essas mesmas relações.
Normalmente, o bom humor está associado à serenidade (de que já falámos) porque também é uma virtude estável do indivíduo não sujeita a influências alheias, do meio ambiente, etc.
                                                           
Mas não tem nada a ver com a inconsciência ou a ligeireza de carácter que levam a encarar o que se lhe depara com a displicência própria dos néscios.
Pelo contrário, é uma virtude que dá ao que a possui, um enfoque optimista das coisas, procurando sempre o “lado bom”, tirando partido das situações que se apresentam como menos boas para lhes descobrir um bem que não parece evidente.
Sim, tem também muito a ver com a esperança já que, esta, é fundamental para evitar o derrotismo, a consideração da inevitabilidade do que se apresenta.
Na luta interior, então, esta virtude é fundamental para que, associando-a à consciência, se possa ter um optimismo razoável quanto aos resultados do esforço por melhoria.
A pessoa bem-humorada faz amizades com mais facilidade já que, tem um espírito mais aberto e construtivo que, naturalmente, atrai e arrasta. [i]


[1] Nota: Normalmente, estes “Diálogos apostólicos”, são publicados sob a forma de resumos e excertos de conversas semanais. Hoje, porém, dado o assunto, pareceu-me de interesse publicar quase na íntegra.



[i] (Cfr, ama, in Migalhas para o Caminho I, pg. 48)

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