24/03/2016

Publicações Mar 24


São Josemaria – Textos

AMA - Reflectindo - Conhecer-se

AMA - Comentários ao Evangelho JLc 4 16-21, Confissões - Santo Agostinho

AMA - Via-Sacra

CIC – Compêndio

JMA - Quaresma

AT - Salmos – 142


Agenda Quinta-Feira

Antigo testamento / Salmos

Salmo 143







1 Ouve, Senhor, a minha oração, dá ouvidos à minha súplica; responde-me por tua fidelidade e por tua justiça.
2 Mas não leves o teu servo a julgamento, pois ninguém é justo diante de ti.
3 O inimigo persegue-me e esmaga-me ao chão; ele me faz morar nas trevas, como os que há muito morreram.
4 O meu espírito desanima; o meu coração está em pânico.
5 Eu me recordo dos tempos antigos; medito em todas as tuas obras e considero o que as tuas mãos têm feito.
6 Estendo as minhas mãos para ti; como a terra árida, tenho sede de ti.
7 Apressa-te em responder-me, Senhor! O meu espírito se abate. Não escondas de mim o teu rosto, ou serei como os que descem à cova.
8 Faz-me ouvir do teu amor leal pela manhã, pois em ti confio. Mostra-me o caminho que devo seguir, pois a ti elevo a minha alma.
9 Livra-me dos meus inimigos, Senhor, pois em ti eu me abrigo.
10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; que o teu bondoso Espírito me conduza por terreno plano.
11 Preserva-me a vida, Senhor, por causa do teu nome; por tua justiça, tira-me desta angústia.

12 E no teu amor leal, aniquila os meus inimigos; destrói todos os meus adversários, pois sou teu servo.

Reflexões Quaresmais

Quaresma de 2016 – 42ª e última Reflexão

Chegam ao fim estes dias da Quaresma, mas não chega ao fim o ca­minho de conversão, o caminho de encontro contigo, Senhor, o cami­nho para melhor Te conhecer, para melhor Te amar, e em Ti, amar melhor os outros.

Lembras-te um dia, Senhor, em que eu Te dava graças por tanto ca­minho percorrido na viagem da minha vida em direcção a Ti, e Tu dis­seste ao meu coração, cheio de amor e humor: Caminho, viagem, meu Joaquim! Mas tu ainda nem começaste a fazer as malas!”

É verdade, Senhor, que o caminho, a viagem da vida conTigo, é sempre um recomeço, é sempre um chegar sem ainda lá estar, é sempre um amar que cada vez mais necessita de amor, porque Tu, Senhor, «re­novas todas as coisas.»

Mas hoje quero dar-Te graças, porque em cada dia desta Quaresma, mesmo quando me parecia nada vir ao meu coração para reflectir, Tu no último momento, quando me sentava para escrever, colocavas a reflexão e as palavras no meu coração, na minha mente, nas minhas mãos.

Perdoa, Senhor, se não soube testemunhar tudo aquilo que me deste neste Caminho Quaresmal, mas Tu sabes, bem melhor do que eu, das minhas fraquezas, das minhas incapacidades de transmitir o tanto que em mim colocaste, que em mim colocas.

Prostro-me diante de Ti, e peço-Te humildemente que me guies ainda neste Tríduo Pascal, que há-de culminar na Páscoa da Ressurreição.

Que seja verdade na minha vida a oração que um dia o Espírito Santo quis colocar no meu coração: “Ensina-me Mãe a ser nada, para que Cristo seja tudo em mim.”


joaquim mexia alves, Marinha Grande, 23 de Março de 2016


Antigo testamento / Salmos

Salmo 142






  
1 Em alta voz clamo ao Senhor; elevo a minha voz ao Senhor, suplicando misericórdia.
2 Derramo diante dele o meu lamento; a ele apresento a minha angústia.
3 Quando o meu espírito desanima, és tu quem conhece o caminho que devo seguir. Na vereda por onde ando esconderam uma armadilha contra mim.
4 Olha para a minha direita e vê; ninguém se preocupa comigo. Não tenho abrigo seguro; ninguém se importa com a minha vida.
5 Clamo a ti, Senhor, e digo: Tu és o meu refúgio; és tudo o que tenho na terra dos viventes.
6 Dá atenção ao meu clamor, pois estou muito abatido; livra-me dos que me perseguem, pois são mais fortes do que eu.

7 Liberta-me da prisão, e renderei graças ao teu nome. Então os justos se reunirão à minha volta por causa da tua bondade para comigo.

VIA - SACRA - 14ª Estação

xiv estação

jesus é sepultado

  

Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!

Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.



Aí estás Senhor, descansando finalmente, nesse sepulcro emprestado.

Nem local para dormir tiveste em vida e também não tens sitio Teu para repousar o cadáver.

Nada possuíste, até a própria vida deste por nós.

E, no entanto, Rei de Reis, cumulaste-me de riquezas imensas: a filiação divina, o direito de chamar a Teu Pai, meu Pai, à Tua Mãe, minha Mãe e, finalmente, um caminho seguro e certo para a salvação eterna da minha alma.

Tu, tão pobre, fizeste-me a mim, imensamente rico.

O caminho que me apontas é o que quero seguir.

Com hesitações, com avanços e recuos, talvez com desvios, seguramente com incidentes, mas no qual, com a Tua ajuda, hei-de perseverar e andar até ao fim.

Aí estarás Tu, Ressuscitado Gloriosamente pelo Teu próprio poder, à minha espera feliz e contente por eu ter sido capaz, ter ouvido o Teu convite e correspondido com entusiasmo e dedicação.

Fraco, pusilânime e inconstante como sou, não posso, não quero contar só com as minhas forças.

De pouco me servem as intenções, os bons propósitos e os desejos em que me arde a alma:

Sem a Tua ajuda permanente, Senhor, para que eu não me perca, me detenha ou afeiçoe a coisas que não são o essencial, tudo não passará disso: Desejos, intenções e propósitos.

Conto com essa ajuda para levar até ao fim a minha cruz, com alegria e determinação, abraçando-a amorosamente.

Minha Mãe Santíssima, ajuda-me a manter bem gravadas na minha mente estas cenas que acabo de viver da Paixão do teu Amabilíssimo Filho, para que, mantendo a minha alma limpa e o coração puro possa esperar o chamamento do meu Jesus para participar com Ele da Vida Eterna.                 




PN, AVM, GLP.

Senhor: Tem piedade de nós

Evangelho, comentário, L. espiritual


Quaresma

Semana Santa

Evangelho: Lc 4, 16-21

16 Foi a Nazaré, onde Se tinha criado, entrou na sinagoga, segundo o Seu costume, em dia de sábado, e levantou-Se para fazer a leitura. 17 Foi-Lhe dado o livro do profeta Isaías. Quando desenrolou o livro, encontrou o lugar onde estava escrito: 18 “O Espírito do Senhor repousou sobre Mim; pelo que Me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; Me enviou para anunciar a redenção aos cativos, e a recuperação da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, 19 a pregar um ano de graça da parte do Senhor”. 20 Tendo enrolado o livro, deu-o ao encarregado, e sentou-Se. Os olhos de todos os que se encontravam na sinagoga estavam fixos n'Ele. 21 Começou a dizer-lhes: «Hoje cumpriu-se este passo da Escritura que acabais de ouvir».

Comentário:


Nos “trabalhos” de apostolado deparamo-nos muitas vezes com o sentimento de vergonha ou, antes, hesitação perante um falso dilema que se nos coloca: Conhecem-me, sabem quem sou… levar-me-ão a sério? 
Não estranharão que fale e me apresente como uma espécie de “pregador”, eu…  que sou uma pessoa normal e corrente? 
Como dizia é um falso dilema por duas razões principais: 
A primeira reside no facto de que o que dizemos não é da nossa “lavra” mas sim sobre a Doutrina da Igreja; 
A segunda porque se de facto nos conhecem sabem muito bem o que fazemos e a forma como tentamos proceder e estranharão – isso sim – que não lhes falemos do que para nós é principal e importante. 
Mas, evidentemente, o que importa é que o que dissermos esteja de acordo com o que fazemos e praticamos. 
Só assim mereceremos credibilidade.

(ama, comentário sobre Lc 4, 16-30, 2015.08.31)

Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO - CONFISSÕES

CAPÍTULO VII

Ainda a origem do mal

Deste modo, ó meu auxílio, já me tinhas libertado daqueles grilhões. Contudo eu buscava ainda a origem do mal, e não encontrava solução. Mas não permitias que as vagas do meu pensamento me apartassem da fé. Fé na tua existência, na tua substância imutável, na tua providência para os homens, e na tua justiça que os julgará. Já acreditava que traçaste o caminho da salvação dos homens, rumo à vida que sobrevém depois da morte, em Cristo, teu Filho e Senhor nosso, e nas Sagradas Escrituras, recomendadas pela autoridade da tua Igreja Católica.

Salvas e fortemente arraigadas estas verdades em meu espírito, buscava eu ansiosamente a origem do mal. E que tormentos, como que de parto, eram aqueles do meu coração! Que gemidos, meu Deus! E ali estavam os teus ouvidos atentos, e eu não o sabia. Quando, em silêncio, me esforçava em pacientes buscas, altos clamores se elevavam até à tua misericórdia: eram as silenciosas angústias da minha alma.

Só Tu sabes o que eu padecia, mas homem algum o sabia. De facto, quão pouco era o que minha palavra transmitia aos meus amigos mais íntimos! Chegava-lhes, porventura, o tumulto da minha alma, que nem o tempo, nem as palavras bastavam para declarar? Contudo, chegavam aos teus ouvidos as queixas que no meu coração rugiam, e meu desejo estava diante de ti, mas a luz dos meus olhos não estava contigo, porque ela estava dentro, e eu olhava para fora. Não ocupava espaço algum, e eu só pensava nas coisas que ocupam lugar, e não achava nelas lugar de descanso, nem me acolhiam de modo que pudesse dizer: “Basta, Aqui estou bem!” – Nem me permitiam que eu fosse para onde me sentisse satisfeito. Eu era superior a estas coisas, mas sempre inferior a ti. Serias a minha verdadeira alegria se eu te fosse submisso, pois sujeitasse a mim tudo o que criaste inferior a mim. Tal seria o justo equilíbrio e a região central da minha salvação: permanecer como imagem tua, e servindo-te, ser o senhor do meu corpo. Mas, como me levantei soberbamente contra ti, investindo contra o meu Senhor coberto com o escudo da minha dura cerviz, até mesmo as criaturas inferiores se fizeram superiores a mim, e me oprimiam, e não me davam um momento de alívio e de descanso.

Quando as olhava, elas vinham-me ao encontro atabalhoadamente de todos os lados; mas quando nelas me concentrava, tais imagens corporais barravam-me para que me retirasse, como se me dissessem: “Para onde vais, indigno e impuro?” E estas recobravam forças com a minha chaga, porque humilhaste o soberbo como a um homem ferido. A minha presunção separava-me de ti, e o meu rosto de tão inchado, fechava os meus olhos.

CAPÍTULO VIII

A piedade de Deus

Mas tu, Senhor, permaneces eternamente, e não te iras eternamente contra nós, porque te compadeceste da terra e do pó, e foi do teu agrado corrigir as minhas deformidades. Tu aguilhoavas-me com estímulos interiores para que estivesse impaciente, até que por uma visão interior, te tornasses para mim uma certeza. O inchaço do meu orgulho baixava graças à mão secreta da tua medicina; a vista da minha alma, perturbada e obscurecida, ia sarando dia a dia graças ao colírio das dores salutares.

CAPÍTULO IX

Agostinho e o neoplatonismo

Primeiramente, querendo tu mostrar-me como resistes aos soberbos e dás a tua graça aos humildes, e com quanta misericórdia ensinaste aos homens o caminho da humildade, por se ter feito carne o teu Verbo, e ter habitado entre os homens, me fizeste chegar às mãos por meio de um homem inchado de monstruoso orgulho, alguns livros dos platónicos, traduzidos do grego para o latim.

Neles eu li – não com estas palavras, mas substancialmente o mesmo e expresso com muitos e diversos argumentos – que “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Este estava desde o princípio em Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada foi feito do que foi feito. O que foi feito é vida nele, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a compreenderam. Diziam também que a alma do homem, embora dê testemunho da luz, não é a luz, mas o Verbo, Deus, é a verdadeira luz, que ilumina a todo o homem que vem a este mundo. E que neste mundo estava, e que o mundo é criatura sua, e que o mundo não o conheceu.

E que ele veio para a sua morada, e que os seus não o receberam, e que a quantos o receberam deu o poder de se fazerem filhos de Deus, desde que acreditem no seu nome, isto não o li nesses livros.

Também li neles que o Verbo, Deus, não nasceu da carne nem do sangue, nem da vontade do varão, mas de Deus. Mas que o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, isso não o li naqueles livros.

Igualmente achei nesses livros, dito de diversos e múltiplos modos, que o Filho, consubstancial ao Pai, não considerou usurpação ser igual a Deus, porque o é por natureza. Não dizem porém que se aniquilou a si mesmo, tomando a forma de escravo, que se fez semelhante aos homens, sendo julgado homem por seu exterior; e que se humilhou, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz, pelo que Deus o ressuscitou entre os mortos, e lhe deu um nome acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobrem todos os joelhos no céu, na terra e no inferno, e toda língua confesse que o Senhor Jesus está na glória de Deus Pai.

Neles se diz também que antes e sobre todos os tempos, o teu Filho único permanece imutável, eterno consigo, e que da sua plenitude recebem as almas para sua bem-aventurança e que, para serem sábias, são renovadas participando da sabedoria que permanece em si mesma.

Mas não se encontra escrito ali que morreu, no tempo marcado, pelos ímpios, e que não perdoaste ao teu Filho único, mas que o entregaste por todos nós. Porque escondeste estas coisas aos sábios e as revelastes aos humildes, a fim de que os atribulados e sobrecarregados viessem a ele, para que os reconfortasse, porque ele é manso e humilde de coração. Dirige os pequenos na justiça e ensina aos mansos o seu caminho, vendo na nossa humildade e no nosso trabalho, e perdoando todos os nossos pecados.

Mas aqueles que, erguendo-se sobre uma doutrina, digamos, mais sublime, não ouvem ao que lhes diz: Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas. E ainda que conheçam a Deus, não o glorificam como Deus, nem lhe dão graças, mas se desvanecem nos seus pensamentos, e o seu coração insensato obscurece-se; e dizendo que são sábios, tornam-se estultos.

E por isso lia também nesses livros que a glória da tua natureza incorruptível tinha sido transformada em ídolos e simulacros de todo tipo, à semelhança da imagem do homem corruptível, das aves, dos quadrúpedes e serpentes. Isto é, naquele alimento do Egipto pelo qual Esaú perdeu a sua primogenitura. Israel, teu povo primogénito, voltando o coração para o Egipto, honrou em teu lugar a cabeça de um quadrúpede, curvando a tua imagem, isto é, a própria alma, diante da imagem de um bezerro comendo feno.

É o que encontrei nesses livros, mas delas não me alimentei, porque agradou-te, Senhor, tirar de Jacob o opróbrio da sua inferioridade, para que o maior servisse ao menor, chamando os gentios para a tua herança.

Também eu vinha dentre os gentios para ti, e interessei-me pelo ouro que, por tua vontade, o teu povo trouxera do Egipto, pois era teu onde quer que estivesse. E disseste aos atenienses, pela boca do teu Apóstolo, que em ti vivemos, nos movemos e temos nosso ser, como alguns deles o disseram, e é deles que vinham os livros que me ocupavam. Mas não me fixei nos ídolos dos egípcios, aos quais sacrificavam, com o teu ouro, os que mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo antes à criatura do que ao Criador.


(Revisão de versão portuguesa por ama

Pequena agenda do cristão


Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Doutrina - 94

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»

CAPÍTULO SEGUNDO: DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

A TRANSMISSÃO DA REVELAÇÃO DIVINA

11. Porquê e como deve ser transmitida a Revelação?

Deus «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» [1], isto é, de Jesus Cristo. Por isso, é necessário que Cristo seja anunciado a todos os homens, segundo o seu mandamento: «Ide e ensinai todos os povos» [2]. É o que se realiza com a Tradição Apostólica.



[1] 1 Tm 2,4
[2] Mt 28, 19

Uma vez baptizados, somos todos iguais

Afirmas que vais compreendendo pouco a pouco o que quer dizer "alma sacerdotal"... Não te zangues se te respondo que os factos demonstram que o compreendes apenas em teoria. Todos os dias te acontece o mesmo: ao anoitecer, no exame, tudo são desejos e propósitos; de manhã e à tarde, no trabalho, tudo são dificuldades e desculpas. Assim vives o "sacerdócio santo, para oferecer vítimas espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo"? (Sulco, 499)

Na Igreja há igualdade: uma vez baptizados, somos todos iguais, porque somos filhos do mesmo Deus, Nosso Pai. Como cristãos, não há qualquer diferença entre o Papa e a última pessoa a incorporar-se na Igreja. Mas esta igualdade radical não implica a possibilidade de mudar a constituição da Igreja, naquilo que foi estabelecido por Cristo. Por expressa vontade divina temos uma diversidade de funções, que comporta também uma capacidade diversa, um carácter indelével conferido pelo Sacramento da Ordem para os ministros sagrados. No vértice dessa ordenação está o sucessor de Pedro e, com ele, e sob ele, todos os bispos: com a sua tríplice missão de santificar, de governar e de ensinar.

Permitam-me que insista repetidamente: as verdades de fé e de moral não se determinam por maioria de votos, porque compõem o depósito – depositum fidei – entregue por Cristo a todos os fiéis e confiado, na sua exposição e ensino autorizado, ao Magistério da Igreja.


Seria um erro pensar que, pelo facto de os homens já terem talvez adquirido mais consciência dos laços de solidariedade que mutuamente os unem, se deva modificar a constituição da Igreja, para a pôr de acordo com os tempos. Os tempos não são dos homens, quer sejam ou não eclesiásticos; os tempos são de Deus, que é o Senhor da história. E a Igreja só poderá proporcionar a salvação às almas, se permanecer fiel a Cristo na sua constituição, nos seus dogmas, na sua moral. (Amar a Igreja n 30–31)

Reflectindo - 166

Conhecer-se - 5


Escrever sobre si mesmo não é nem fácil nem difícil se se segue uma regra simples: escrever para si mesmo sem a preocupação ou desejo que outros venham a ler o escrito.
Aliás, penso que só deste modo a escrita tem autenticidade concreta porque se por detrás dela se encontra algum ­ por ténue ou indefinido que seja ­ desejo ou intento de ser lido, é praticamente impossível fugir ao uso da máscara ou disfarce da realidade.
Sem querer, talvez, é­-se levado pelo desejo de parecer inteligente, original, interessante mas, depois, ao rever o escrito, fica­sse com um sentimento ­ bem amargo por vezes ­ de inutilidade.
O "truque" está numa fórmula muito simples: escrevi o que me apeteceu!
Esta conclusão que não se pretende transformar em corolário, resolve muitos dilemas futuros, como, por exemplo, concluir: já escrevi isto! Não vale a pena repetir!
E, daqui, pode surgir uma nova ideia que leve a uma elaboração diferente de um tema já rebuscado.

Parece-­me aceitável esta conclusão.


(ama, Reflexões, Cascais, 2015.09.29)