27/04/2016

Doutrina – 125

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO: «EU CREIO» – «NÓS CREMOS»
CAPÍTULO TERCEIRO: A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS

NÓS CREMOS

31. Porque é que as fórmulas da fé são importantes?


As fórmulas da fé são importantes porque permitem exprimir, assimilar, celebrar e partilhar, juntamente com outros, as verdades da fé, utilizando uma linguagem comum.

Os demónios do apostolado

 
3. Fazer da confiança em Deus uma farsa

A principal característica deste demónio do apostolado é, obviamente, esquecer que a desconfiança na gente mesmo, acompanhada por uma total confiança em Deus, é a essência da espiritualidade do apóstolo. A tentação é pôr a confiança em Deus num segundo plano, como um recurso em caso de necessidade e de emergência, esquecendo de fazê-lo presente nos apostolados ordinários e quotidianos. Ao não colocar a confiança em Deus, com toda a convicção da alma, está-se pondo a confiança em nós mesmos, ainda que se diga o contrário. Quando se trata dos resultados profundos e teológicos da evangelização (o Reino da graça) e não de resultados psicológicos ou de pura influência humana, é preciso confiança absoluta no Senhor e desconfiança absoluta em nós mesmos. No apostolado, as duas confianças não podem fazer-se presentes simultaneamente: ou se confia realmente em Deus e se desconfia de nós, ou se confia em nós e se desconfia de Deus.

Desconfiança ou confiança em nós mesmos é aqui uma qualidade teológica e não psicológica. Isto é, não se trata de ser inseguro, com complexo de inferioridade, não reconhecer dons e condições humanas e de vida cristã que Deus nos deu, certamente em abundância. A confiança humana e psicológica é necessária ao apóstolo. A desconfiança de que estamos falando está num outro nível, no âmbito dos frutos do Espírito. E paradoxalmente, uma autêntica confiança no Deus do apostolado comunica ao apóstolo a confiança psicológica que lhe pode faltar diante da evidência de suas limitações humanas.

O evangelizador que colocou a sua confiança nele p0róprio e não no Senhor, como atitude habitual e profunda (tão profunda que muitas vezes nem se apercebe mais que Deus está presente, tornando-se cego na sua auto-suficiência), reforça esta tentação com certos tipos de êxito proporcionados pelas suas qualidades humanas e a sua influência. Ora, as actividades apostólicas seguem as leis da eficácia humana, que é sempre exitosa num primeiro momento, mas que nem sempre está ligada à graça e à obra permanente de Deus. Todos conhecemos evangelizadores inteligentes, preparados e com muitas qualidades, que exerciam grande atracção e influência. Talvez por esta razão, colocavam a sua confiança apostólica em si mesmos, mais do que em Deus. Evangelizadores estes, que durante alguns anos brilharam no apostolado. Eram convidados para pregar retiros e dar conferências, suscitaram vocações sacerdotais e tiveram muitos seguidores. Num determinado momento, surgiram algumas contradições e fracassos e, quase da noite para o dia, apagaram-se. E mais, muitos de seus jovens seguidores, com o tempo, distanciaram-se da Igreja. Os grupos e comunidades que tinham formado não perseveraram e as vocações que haviam suscitado foram-se retirando do seminário… O que aconteceu? Deus deu-lhes a entender “Eu não estou contigo”. Deus deixou este apóstolo sozinho, revertendo a sua promessa de “estarei convosco até o final dos tempos” [1]. Apenas lhes concedeu os resultados de sua auto-suficiência.

O colocar a confiança primeiramente em Deus e não em nós próprios, tem uma caricatura: recorrer à confiança em Deus nas ocasiões em que a gente não fez o que devia fazer na actividade apostólica, ou em momentos que nos comportámos de maneira irresponsável ou não nos preparámos como devíamos. Estas confianças oportunistas são uma manipulação da verdadeira confiança em Deus. Ora, a confiança, para que seja autêntica, supõe que o apóstolo se tenha preparado e trabalhado como se tudo dependesse dele e que, uma vez feito tudo o que estava ao seu alcance, às vezes até ao heroísmo, não põe a sua confiança no seu trabalho e na sua preparação, mas no poder de Deus.

Fonte: prebíteros

(revisão da versão portuguesa por ama)

Este texto é um extracto do livro do teólogo chileno segundo galilea, Tentación y Discernimiento, Narcea, Madrid 1991, p. 29-67.



[1] Mt 28, 20

Antigo testamento / Génesis

Génesis 27

Jacob recebe a bênção de Isaac

1 Tendo Isaac envelhecido, os seus olhos ficaram tão fracos que ele já não podia ver. Certo dia chamou Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: "Meu filho!"
Ele respondeu: "Estou aqui".

2 Disse-lhe Isaac: "Já estou velho e não sei o dia da minha morte.

3 Toma agora as tuas armas, o arco e a aljava, e vai ao campo caçar alguma coisa para mim.

4 Prepara-me aquela comida saborosa que tanto aprecio e traz-me, para que eu a coma e te abençoe antes de morrer".

5 Ora, Rebeca estava ouvindo o que Isaac dizia a seu filho Esaú. Quando Esaú saiu ao campo para caçar, Rebeca disse a seu filho Jacob: "Ouvi teu pai dizer ao teu irmão Esaú:

6 'Traz-me alguma caça e prepara-me aquela comida saborosa, para que eu a coma e te abençoe na presença do Senhor antes de morrer'.

7 Agora, meu filho, ouve bem e faz o que te ordeno:

9 Vai ao rebanho e traz-me dois cabritos escolhidos, para que eu prepare uma comida saborosa para o teu pai, como ele aprecia.

10 Leva-a então a teu pai, para que ele a coma e o abençoe antes de morrer".

11 Disse Jacob a Rebeca, sua mãe: "Mas o meu irmão Esaú é homem peludo, e eu tenho a pele lisa.

12 E se meu pai me apalpar? Vai parecer que estou tentando enganá-lo, fazendo-o de tolo e, em vez de bênção, trarei sobre mim maldição".

13 Disse-lhe a sua mãe: "Caia sobre mim a maldição, meu filho. Faz apenas o que eu digo: Vai e trá-los para mim".

14 Então ele foi, apanhou-os e trouxe-os à sua mãe, que preparou uma comida saborosa, como o seu pai apreciava.

15 Rebeca tomou as melhores roupas de Esaú, seu filho mais velho, roupas que tinha em casa, e colocou-as em Jacob, seu filho mais novo.

16 Depois cobriu-lhe as mãos e a parte lisa do pescoço com as peles dos cabritos, e por fim entregou a Jacob a refeição saborosa e o pão que tinha feito.

17 Ele dirigiu-se ao pai e disse: "Meu pai".
Respondeu ele: "Sim, meu filho. Quem és tu?"

19 Jacob disse a seu pai: "Sou Esaú, seu filho mais velho. Fiz como me disse. Agora, sente-se e coma do que cacei para que me abençoe".

20 Isaac perguntou ao filho: "Como encontraste a caça tão depressa, meu filho?"
Ele respondeu: "O Senhor, o seu Deus, a colocou no meu caminho".

21 Então Isaac disse a Jacob: "Chega-te para mais perto, meu filho, para que eu possa apalpar-te e saber se és realmente o meu filho Esaú".

22 Jacob aproximou-se do seu pai, Isaac, que o apalpou e disse: "A voz é de Jacob, mas os braços são de Esaú".

23 Não o reconheceu, pois os seus braços estavam peludos como os de Esaú, seu irmão; e abençoou-o.

24 Isaac perguntou-lhe outra vez: "Tu és mesmo o meu filho Esaú?"
E ele respondeu: "Sou".

25 Então disse-lhe: "Meu filho, tragz-me da tua caça para que eu coma e te abençoe".
Jacob trouxe-a, e seu pai comeu; também trouxe vinho, e ele bebeu.

26 Então Isaac, seu pai, disse-lhe: "Vem cá, meu filho, dá-me um beijo".

27 Ele aproximou-se e beijou-o. Quando sentiu o cheiro das suas roupas, Isaac abençoou-o, dizendo: "Ah, o cheiro do meu filho é como o cheiro de um campo que o Senhor abençoou.

28 Que Deus te conceda do céu o orvalho e da terra a riqueza, com muito cereal e muito vinho.

29 Que as nações te sirvam e os povos se curvem diante de ti.
Sê senhor dos teus irmãos, e curvem-se diante de ti os filhos de tua mãe.
Malditos sejam os que te amaldiçoarem e benditos sejam os que te abençoarem".

30 Quando Isaac acabou de abençoar Jacob, mal tendo ele saído da presença do pai, seu irmão, Esaú, chegou da caçada.

31 Ele também preparou uma comida saborosa e trouxe-a a seu pai. E disse-lhe: "Meu pai, levante-se e coma da minha caça, para que o senhor me dê a sua bênção".

32 Perguntou-lhe seu pai, Isaac: "Quem és tu?"
Ele respondeu: "Sou Esaú, o seu filho mais velho".

33 Profundamente abalado, Isaac começou a tremer muito e disse: "Quem então apanhou a caça e a trouxe para mim? Acabei de comê-la antes de tu entrares e abençoei-o; e abençoado ele será!"

34 Quando Esaú ouviu as palavras de seu pai, deu um forte grito e, cheio de amargura, implorou ao pai: "Abençoe-me também a mim, meu pai!"

35 Mas ele respondeu: "Teu irmão chegou astutamente e recebeu a bênção que te pertencia a ti".

36 E disse Esaú: "Não é com razão que o seu nome é Jacob? Já é a segunda vez que ele me engana! Primeiro tomou o meu direito de filho mais velho, e agora recebeu a minha bênção!" Então perguntou ao pai: "O senhor não reservou nenhuma bênção para mim?"

37 Isaac respondeu a Esaú: "Eu o constituí senhor sobre ti, e tornei servos dele todos os seus parentes; a ele supri de cereal e de vinho. Que é que eu poderia fazer por ti, meu filho?"

38 Esaú pediu ao pai: "Meu pai, o senhor tem apenas uma bênção? Abençoe-me também, meu pai!" Então chorou Esaú em alta voz.

39 Isaac, seu pai, respondeu-lhe:
"A tua habitação será longe das terras férteis, distante do orvalho que desce do alto céu.

40 Tu viverás pela tua espada e servirás o teu irmão.
Mas, quando tu não suportares mais, arrancarás do pescoço o jugo".

Jacob foge para Labão

41 Esaú guardou rancor contra Jacob por causa da bênção que seu pai lhe dera. E disse a si mesmo: "Os dias de luto pela morte de meu pai estão próximos; então matarei o meu irmão Jacob".

42 Quando contaram a Rebeca o que seu filho Esaú dissera, ela mandou chamar Jacob, seu filho mais novo, e disse-lhe: "Esaú está-se consolando com a ideia de te matar.

43 Ouve pois, o que te digo, meu filho: Foge imediatamente para a casa de meu irmão Labão, em Harã.

44 Fica com ele algum tempo, até que passe o furor de teu irmão.

45 Quando o teu irmão não estiver mais irado contra ti e esquecer o que lhe fizeste, mandarei buscar-te. Por que perderia eu vocês dois num só dia?"

46 Então Rebeca disse a Isaac: "Estou desgostosa da vida, por causa destas mulheres hititas. Se Jacob escolher esposa entre as mulheres desta terra, entre mulheres hititas como estas, perderei a razão de viver".

(Revisão da versão portuguesa por ama)








Evangelho, comentário, L. espiritual


Páscoa

Evangelho: Jo 15, 1-8

1 «Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o agricultor. 2 Todo o ramo que não dá fruto em Mim, Ele o cortará; e todo o que der fruto, podá-lo-á, para que dê mais fruto. 3 Vós já estais limpos em virtude da palavra que vos anunciei. 4 Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode por si mesmo dar fruto se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. 5 Eu sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora como o ramo, e secará; depois recolhê-lo-ão, lançá-lo-ão no fogo e arderá. 7 Se permanecerdes em Mim, e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e ser-vos-á concedido. 8 Nisto é glorificado Meu Pai: Em que vós deis muito fruto e sejais Meus discípulos.

Comentário:

Jesus sublinha uma vez mais que sem Ele nada podemos fazer.

E como proceder?

Estando unidos a Ele.

Não há outro processo ou alternativa.

Unidos a Cristo como os ramos à videira podemos tudo mesmo o que aparentemente é impossível.

(ama, comentário sobre Jo 15, 1-8 2015.07.23)


Leitura espiritual



SANTO AGOSTINHO – CONFISSÕES

CAPÍTULO XVIII

Outras interpretações

Ouço e considero todas essas teorias, mas não quero discutir por questões de palavras, o que não serve para nada, senão para a confusão dos ouvintes. Pelo contrário, a lei é boa para a edificação se dela se faz uso legítimo, porque a sua finalidade é a caridade que nasce de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé não fingida. O nosso Mestre sabe quais dos dois preceitos em que resumiu toda a lei e os profetas. A mim, que observo com zelo tais preceitos, ó meu Deus, luz dos meus olhos na escuridão, que me importa que possa que possa encontrar sentidos diferentes para essas palavras, se todos são verdadeiros? Que me interessa, digo eu, que outros compreendam o texto de Moisés de modo diferente do meu? Nós todos que o lemos procuramos indagar e compreender o pensamento do autor. E como o julgamos verídico, não ousamos admitir que ele pusesse dizer o que sabemos ou o que consideramos falso.

Assim, nos esforços que fazemos para compreender, na Escritura Sagrada, a ideia que o escritor quis transmitir, onde está o mal se o leitor interpreta o sentido que tu, Luz de todas as inteligências sinceras, lhe fazes parecer verdadeiro, embora talvez não tenha sido este o pensamento do autor? E considerando que ele, pensando de outra maneira, só pensou verdades?

CAPÍTULO XIX

A verdade

A verdade, Senhor é que criaste o céu e a terra. A verdade é que o princípio é tua Sabedoria, em que criaste todas as coisas. É também verdade que este mundo visível se compõe de duas grandes partes, o céu e a terra, síntese de todas as realidades criadas. É ainda verdade que tudo o que é mutável sugere ao nosso pensamento a ideia de algo informe, susceptível de tomar forma, de mudar e de se transformar.

A verdade é que um ser tão intimamente unido a uma forma mutável que, embora sujeito em si a mudanças, nunca se transforma, não está sujeito ao tempo. A verdade é que a massa sem forma, que é quase o nada, não pode conhecer as vicissitudes do tempo. A verdade é que a matéria que constitui uma coisa, se assim podemos falar, toma o nome dessa coisa, e portanto, podemos chamar céu e terra a essa massa informe com a qual foram feitos o céu e a terra.

A verdade é que, de tudo o que recebeu forma, nada se aproxima mais do informe que a terra e o abismo. A verdade é que não apenas tudo o que foi criado e formado, mas ainda tudo o que possa ser criado se origina de ti, tu que és o autor de tudo que existe. A verdade é que tudo o que é formado a partir do informe, primeiro é informe, e depois recebe forma.

CAPÍTULO XX

O princípio e as suas interpretações

Todas essas verdades, das quais não duvidam os que de ti receberam a graça de ver com os olhos da alma, e que creem firmemente que o teu servo Moisés falou em espírito de verdade, há quem dê esta interpretação: “No princípio Deus criou o céu e a terra” – isto é, Deus criou, no seu Verbo, que lhe é co-eterno, o mundo racional e sensível, ou espiritual e corporal. Outro diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra” – isto é, Deus criou no seu Verbo, que lhe é co-eterno, toda a massa do mundo corpóreo, com tudo o que contém de realidades, manifestamente conhecidas.

Um terceiro diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra” – isto é, Deus criou no seu Verbo, que lhe é co-eterno, a matéria informe das criaturas espirituais e corporais. Outro afirma: “No princípio Deus criou o céu e a terra” – isto é, Deus criou a matéria informe das criaturas corporais, onde estavam ainda confundidos o céu e a terra, que agora distinguimos na massa do universo, com suas formas bem distintas e determinadas.

Um último diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra” – isto é, desde que começou a agir, Deus criou a matéria informe, onde estavam contidos confusamente em potencial o céu e a terra, que depois receberam forma própria, e que agora nos aparecem com tudo o que neles existe.

CAPÍTULO XXI

A terra invisível

O mesmo ocorre em relação à interpretação das palavras que se seguem. Entre essas, todas verdadeiras, cada um escolhe uma. Este diz: “A terra era invisível e caótica, e as trevas estendiam-se sobre o abismo” – isto é, essa massa corpórea, que Deus fez, era a matéria ainda sem forma, sem ordem, sem luz, das coisas corpóreas.

Outro diz: “A terra era invisível e caótica, e as trevas estendiam-se sobre o abismo” – isto é, esse conjunto que chamamos terra e céu era a matéria ainda informe e tenebrosa, da qual seriam tirados o céu e a terra corpóreos, com tudo o que os nossos sentidos físicos neles percebem.

Outro diz: “A terra era invisível e caótica, e as trevas estendiam-se sobre o abismo” – isto e´, esse conjunto que chamamos céu e terra era a matéria ainda informe e tenebrosa, donde seriam feitos o céu inteligível, noutros termos, o céu do céu, e a terra, isto é, toda natureza corpórea, nela incluindo o céu material, ou seja, a matéria de toda criatura visível e invisível.

Outro diz: “A terra era invisível e caótica, e as trevas estendiam-se sobre o abismo” – isto é, não quis a Escritura chamar à massa informe céu e terra, porque ela já existia; é dessa massa que ela chamou terra invisível, caótica, abismo de trevas, é dela, que Deus criou o céu e a terra, isto é, a criatura espiritual e a corporal.

E outro ainda: “A terra era invisível e caótica, e as trevas estendiam-se sobre o abismo” – isto é, já existia uma matéria informe, da qual a Escritura diz que Deus criou o céu e a terra, toda a massa corporal do mundo, dividido em duas grandes partes, uma superior, outra inferior, com todas as criaturas nelas existentes e que nos são familiares.

CAPÍTULO XXII

Objecções

Mas a essas últimas opiniões alguém poderia opor a seguinte objecção: “Se não quereis dar o nome de céu e terra à matéria informe, havia então alguma coisa não criada por Deus, e de que ele se serviria para criar o céu e a terra. De facto, a Escritura, não diz que Deus criou essa matéria, a menos que consideremos que seja ela o que chama céu e terra quando diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra” – No que se segue: “A terra era invisível e informe” – ainda que a Escritura quisesse designar assim a matéria informe, nós apenas poderíamos entender com isso a matéria criada por Deus, conforme está escrito: “Criou o céu e a terra” – Aos que sustentam as duas últimas opiniões que acabamos de expor, ou de uma das duas, respondem assim: “Não negamos que esta matéria informe seja obra de Deus, de quem procede tudo o que é bom. De facto afirmamos ser um bem superior o que é criado e plenamente formado, mas também dizemos que aquilo que é passível de ser criado e receber forma, embora seja um bem inferior, é ainda um bem.

A Escritura não menciona a criação por Deus dessa matéria informe, mas deixa também de falar de muitas outras coisas, como, por exemplo, da criação dos querubins, dos serafins, dos tronos, das dominações, dos principados, das potestades, todas criaturas que o Apóstolo menciona claramente, e que Deus evidentemente criou. Se as palavras: “Deus criou o céu e a terra” – compreendem todas as coisas, que diremos das águas sobre as quais pairava o Espírito de Deus?

Se pretendemos que sejam parte do que designa a palavra terra, como conceber por isso uma matéria informe, quando vemos as águas tão belas? E, por outro lado, por que está escrito que dessa matéria informe foi criado o firmamento, chamado céu, quando não se faz menção da criação das águas? Pois as águas que vemos correr com harmoniosa beleza e não são nem informes, nem invisíveis! E se elas receberam a sua beleza quando Deus disse: “Que se reúnam as águas que estão sob o firmamento! – e se nessa reunião receberam a sua formação, que dizer das águas que estão acima do firmamento? Informes, elas não teriam merecido lugar tão honroso, nem é referido com que palavras foram formadas.

Assim, se o Génesis é omisso quanto à criação de certas coisas, criação essa que está acima de dúvidas para uma fé sadia e uma inteligência segura, e se nenhuma doutrina racional ousa sustentar que essas águas são co-eternas a Deus, pelo facto de as vermos mencionadas no Génesis sem a menção do momento da sua criação, por que haveríamos de aceitar, à luz da verdade, que essa matéria informe, que a Escritura chama terra invisível e desordenada e abismo tenebroso, foi feita por Deus do nada e por isso não é co-eterna a Deus, embora a narração da Escritura tenha deixado de referir o momento em que foi criada?

(Revisão de versão portuguesa por ama)


Pequena agenda do cristão


Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?




Deus e Audácia!

Não sejais almas de via reduzida, homens ou mulheres menores de idade, de vistas curtas, incapazes de abrangerem o nosso horizonte sobrenatural cristão de filhos de Deus. Deus e Audácia! (Sulco, 96)

Ao longo dos anos, apresentar-se-ão – talvez mais depressa do que pensamos – situações particularmente custosas, que vão exigir de cada um muito espírito de sacrifício e um maior esquecimento de si mesmo. Fomenta então a virtude da esperança e, com audácia, faz teu o grito do Apóstolo: Eu estimo, efectivamente, que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção alguma com a glória que há-de revelar-se em nós. Medita com segurança e com paz: como será o amor infinito derramado sobre esta pobre criatura?


Chegou a hora de, no meio das tuas ocupações habituais, exercitares a fé, despertares a esperança, avivares o amor. Quer dizer: de activar as três virtudes teologais que nos impelem a desterrar imediatamente, sem dissimulações, sem rebuço, sem rodeios, os equívocos da nossa vida profissional e da nossa vida interior. (Amigos de Deus, 71)

Exemplos de ideologias amplas

IDEOLOGIAS

5. Exemplos de ideologias amplas

Algumas grandes ideologias que se usaram como substituto da religião são:

·       O budismo.

É uma ideologia ou filosofia muito ampla que não chega a ser religião porque no se refere a Deus.
É um sistema de pensamento elaborado por um homem chamado Buda, que toca muitos aspectos da vida.
Como propõe um estilo de vida austero e reflexivo, fez bem às gentes, salvo na procura de Deus.

·       O marxismo.

É outra ideologia que tenta dominar a vida humana por inteiro.
Foi um fracasso que causou muito dano e encheu de ódio muitas sociedades pela sua proposta luta de classes.

·       O relativismo.

Esta ideologia também prejudica muitas pessoas afastando-as da procura do verdadeiro e do bom.

·       O laicismo.


Estas ideias pretendem impor o ateísmo na sociedade, de modo que desaparecem muitas normas morais, com o dano consequente.

Temas para meditar - 623

Opus Dei


O Senhor confirma-nos numa característica essencial do espírito do Opus Dei: um amor grande à Igreja e à sua Cabeça visível.



(Javier Echevarría, cart. aos fiéis e cooperadores do opus dei nos 25 anos do pontificado de São João Paulo II)