08/07/2016

Agradecimento Pessoal do Autor de NUNC COEPI

Aos leitores, amigos e visitantes de NUNC COEPI:

Não sei se é muito "ortodoxo" o que a seguir escrevo.
Não me preocupo muito com isso, tenho a certeza que me entendem.

Por graça de Deus NUNC COEPI tem-se revelado uma surpresa diária, o número de visitantes e leitores, (com mensagens e incentivos constantes) espalhados por todo o mundo desde os Países do Oriente, Europa, da Ásia, das Américas, atinge largos milhares.

Aliás, não sei exactamente quantos porque muitos dos milhares de amigos do Circulo NUNC COEPI reencaminham mensagens do blogue para muitas outras pessoas e sites da Net.

Quando há uns anos comecei o Blogue estava longe de imaginar que este seria - de facto - o meu trabalho; trabalho de apostolado está bem de ver que não é outro o objectivo do Blogue.

"Forçado" por esta realidade, dedico seis a sete horas diárias a este trabalho e faço-o com todo o empenho e o melhor que sei.

Assim: sinto-me muito feliz e verdadeiramente grato por o Senhor querer servir-se deste pobre homem para de alguma forma levar a Sua Palavra, ensinamentos e ajuda a quantos possam querer beneficiar.

Num excesso de confiança que espero me seja relevado, atrevo-me a pedir que continuem a ajudar-me com as vossas sugestões nomeadamente sobre os assuntos que entenderem possam ser de utilidade.

Bem hajam!




António Mexia Alves - 

Enamora-te. e não "O" deixarás

Qual é o segredo da perseverança? O Amor. – Enamora-te e não "O" deixarás. (Caminho, 999)

Faz-me tremer aquela passagem da segunda epístola a Timóteo, quando o Apóstolo se lamenta por Demas ter escapado para Tessalónica, atrás dos encantos deste mundo... Por uma bagatela e por medo às perseguições, um homem que São Paulo noutras epístolas cita entre os santos atraiçoou o empreendimento divino.

Faz-me tremer ao conhecer a minha pequenez; e leva-me a exigir-me fidelidade ao Senhor até nos acontecimentos que podem parecer indiferentes, porque, se não me servem para me unir mais a Ele, não os quero! (Sulco, 343)

O desalento é inimigo da tua perseverança. – Se não lutares contra o desalento, chegarás ao pessimismo, primeiro, e à tibieza, depois. – Sê optimista. (Caminho, 988)

Bendita perseverança a do burrico de nora! – Sempre ao mesmo passo. Sempre as mesmas voltas. – Um dia e outro; todos iguais.

Sem isso, não haveria maturidade nos frutos, nem louçania na horta, nem o jardim teria aromas.

Leva este pensamento à tua vida interior. (Caminho, 998)

Reflexão no Ano Jubilar da Misericórdia

Estava na prisão e foste ver-me

Hoje falamos sobre as pessoas que estão detidas nas prisões.

A humanidade foi construindo - desde tempos imemoriais - sistemas de defesa da sociedade cada vez mais complexas e refinadas.

Entre esses sistemas avulta a prisão dos que de uma forma ou outra têm de ser retirados do convívio social dado o seu comportamento.

Parece justo e, talvez, adequado.

Mas acontece, na grande maioria dos casos que esta medida pouco ou nada resulta na correcção e melhoria do comportamento.

Duas razões principais se podem desse já aduzir:

A primeira será inevitavelmente que a prisão seja aceite como um castigo justo e merecido;

A segunda que haja parte da pessoa arrependimento pelo mal feito que a levou a tal situação.

Não se trata aqui de apreciar nem as leis nem os métodos mas sim e unicamente das pessoas que estão detidas.

Exactamente: são pessoas, seres humanos com a mesma dignidade e direitos que qualquer outra.

Nós cristãos pensamos a sério mas palavras de Cristo quando diz «estava preso e foste ver-me»
[i]?

E lembramos como começa este discurso: «
Vinde, benditos de Meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde a criação do mundo» [ii]?

É como todos sabemos uma das Obras de Misericórdia, equiparada portanto a matar a fome, vestir, consolar, enxugar as lágrimas.

Mas visitar alguém detido numa prisão não é “coisa fácil” envolve uma preparação e estado de espírito muito especiais e concretos.

Talvez isto não seja para mim…
Não sei como fazer…

Perguntas que têm resposta se deveras nos empenhar-mos em obter os esclarecimentos que possamos necessitar.

Posso garantir, porque assim me foi dito por alguém que recentemente viveu uma experiência singular numa prisão feminina, que o que se recebe é incomparavelmente mais que o que se dá.

(ama, reflexões no Ano Jubilar da Misericórdia, 06.07.2016)





[i] Cfr Mt 25, 36
[ii] Cfr. Mt 25, 34

Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Mt 10, 16-23

16 «Eis que Eu vos envio como ovelhas entre lobos. Sede, pois, prudentes como serpentes e simples como pombas. 17 Acautelai-vos dos homens, porque vos farão comparecer nos seus tribunais e vos açoitarão nas sinagogas. 18 Sereis levados por Minha causa à presença dos governadores e dos reis, para dar testemunho diante deles e diante dos gentios. 19 Quando vos entregarem, não cuideis como ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será inspirado o que haveis de dizer. 20 Porque não sereis vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é o que falará em vós. 21 O irmão entregará à morte o seu irmão e o pai o seu filho; os filhos se levantarão contra os pais e lhes darão a morte.22 Vós, por causa do Meu nome, sereis odiados por todos; aquele, porém, que perseverar até ao fim será salvo. 23 Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem.

Comentário:

Qualquer líder humano que propusesse tal programa aos seus prosélitos e seguidores veria a sua “empresa” inevitavelmente votada ao fracasso e seria abandonado por todos.

Mas, esta “proposta” de Jesus Cristo aos discípulos – a nós, cristãos – teve e tem outro cariz.

Em primeiro lugar porque Quem a faz é o próprio Deus e, depois, porque nos promete uma assistência permanente do Espírito Santo para que consigamos superar as provas e suprir o que nos faltar.

  
(ama, comentário sobre Mt 10, 16-23 2015.07.10)








Leitura espiritual

Leitura Espiritual

Temas actuais do cristianismo 





São Josemaria Escrivá
10
                
pergunta:

Desde há muitos anos que tem vindo a dizer e a escrever que a vocação dos leigos consiste em três coisas: “santificar o trabalho, santificar-se no trabalho e santificar os outros com o trabalho”.
Poderia precisar-nos o que entende exactamente por santificar o trabalho?

resposta:

É difícil explicá-lo em poucas palavras, porque nessa expressão estão implicados conceitos fundamentais da própria teologia da Criação.
O que sempre ensinei - desde há quarenta anos - é que todo o trabalho humano honesto, tanto intelectual como manual, deve ser realizado pelo cristão com a maior perfeição possível: com perfeição humana (competência profissional) e com perfeição cristã (por amor à vontade de Deus e em serviço dos homens).
Porque, feito assim, esse trabalho humano, por humilde e insignificante que pareça, contribui para a ordenação cristã das realidades temporais - a manifestação da sua dimensão divina - e é assumido e integrado na obra prodigiosa da Criação e da Redenção do mundo: eleva-se assim o trabalho à ordem da graça, santifica-se, converte-se em obra de Deus, operatio Dei, opus Dei.

Ao recordar aos cristãos as palavras maravilhosas do Génesis - que Deus criou o homem para que trabalhasse -, fixámo-nos no exemplo de Cristo, que passou a quase totalidade da sua vida terrena trabalhando numa aldeia como artesão.
Amamos esse trabalho humano que Ele abraçou como condição de vida, e cultivou e santificou.
Vemos no trabalho - na nobre e criadora fadiga dos homens - não só um dos mais altos valores humanos, meio imprescindível para o progresso da sociedade e o ordenamento cada vez mais justo das relações entre os homens, mas também um sinal do amor de Deus para com as suas criaturas e do amor dos homens entre si e para com Deus: um meio de perfeição, um caminho de santificação.

Por isso, o único objectivo do Opus Dei sempre foi este: contribuir para que, no meio do mundo, das realidades e afãs seculares, homens e mulheres de todas as raças e de todas as condições sociais procurem amar e servir a Deus e a todos os outros, no seu trabalho ordinário e através dele.

11            

pergunta:

O n. 5 do Decreto Apostolicam actuositatem afirmou claramente que a animação cristã da ordem temporal é missão de toda a Igreja. Compete, pois, a todos: à Hierarquia, ao clero, aos religiosos e aos leigos.
Poderia dizer-nos como vê o papel e as características de cada um desses sectores eclesiais nessa missão única e comum?

resposta:

Na realidade, a resposta encontra-se nos próprios textos conciliares. À Hierarquia compete indicar - como parte do seu magistério - os princípios doutrinais que hão-de presidir e iluminar a realização dessa tarefa apostólica [i].

Aos leigos, que trabalham imersos em todas as circunstâncias e estruturas próprias da vida secular, corresponde de forma específica a tarefa, imediata e directa, de ordenar essas realidades temporais à luz dos princípios doutrinais enunciados pelo Magistério; mas actuando, ao mesmo tempo, com a necessária autonomia pessoal perante as decisões concretas que tenham de tomar na sua vida social, familiar, política, cultural, etc. [ii]

Quanto aos religiosos, que se apartam dessas realidades e actividades seculares abraçando um estado de vida peculiar, a sua missão é dar um testemunho escatológico público que ajude a recordar aos restantes fiéis do Povo de Deus que não têm nesta terra morada permanente [iii].
E não pode esquecer-se ainda que também servem a animação cristã da ordem temporal, as numerosas obras de beneficência, de caridade e assistência social que tantos religiosos e religiosas realizam com abnegado espírito de sacrifício.

12            

pergunta:

Uma característica de toda a vida cristã - seja qual for o caminho através do qual se realize - é a “dignidade e a liberdade dos filhos de Deus”.
A que se refere, pois, quando ao longo de todos os seus ensinamentos defende tão insistentemente a liberdade dos leigos?

resposta:

Refiro-me precisamente à liberdade pessoal que os leigos têm para tomar, à luz dos princípios enunciados pelo Magistério, todas as decisões concretas de ordem teórica ou prática - por exemplo, em relação às diversas opiniões filosóficas, económicas ou políticas, às correntes artísticas e culturais, aos problemas da sua vida profissional ou social, etc. - que cada um julgue em consciência mais convenientes e mais de acordo com as suas convicções pessoais e aptidões humanas.

Este necessário âmbito de autonomia que o leigo católico necessita para não ficar capitidiminuído perante os outros leigos, e para poder levar a cabo, com eficácia, a sua peculiar tarefa apostólica no meio das realidades temporais, deve ser sempre cuidadosamente respeitado por todos os que na Igreja exercemos o sacerdócio ministerial.
A não ser assim - se se pretendesse instrumentalizar o leigo para fins que ultrapassam os que são próprios do ministério hierárquico - incorrer-se-ia num anacrónico e lamentável clericalismo.
Limitar-se-iam enormemente as possibilidades apostólicas do laicado - condenando-o a perpétua imaturidade -, mas sobretudo pôr-se-iam em perigo - hoje, especialmente - os próprios conceitos de autoridade e de unidade na Igreja.
Não podemos esquecer que a existência, também entre os católicos, de um autêntico pluralismo de critério e de opinião, nas coisas que Deus deixou à livre discussão dos homens, não só se não opõe à ordenação hierárquica e à necessária unidade do Povo de Deus, mas ainda as robustece e as defende contra possíveis impurezas.

13            

pergunta:

Sendo tão diversas na sua realização prática a vocação do leigo e a do religioso - ainda que tenham de comum, evidentemente, a vocação cristã -, como é possível que os religiosos, nas suas actividades docentes, etc., possam formar os cristãos correntes num caminho verdadeiramente laical?

resposta:

Será possível na medida em que os religiosos - cuja benemérita actividade ao serviço da Igreja admiro sinceramente - se esforcem por compreender bem quais são as características e as exigências da vocação laical para a santidade e o apostolado no meio do mundo, e as queiram e saibam ensinar aos alunos.

14            

pergunta:

Com certa frequência ao falar do laicado, costuma-se esquecer a realidade da presença da mulher e com isto esfuma-se o seu papel na Igreja.
Igualmente, ao tratar-se da “promoção social da mulher”, é costume entendê-la simplesmente como presença da mulher na vida pública. Poderia dizer-nos como entende a missão da mulher na Igreja e no mundo?

resposta:

Não vejo nenhuma razão pela qual, ao falar do laicado, - da sua vida apostólica, de direitos e deveres, etc. - se deva fazer qualquer espécie de distinção ou discriminação em relação à mulher.
Todos os baptizados - homens e mulheres - participam igualmente da comum dignidade, liberdade e responsabilidade dos filhos de Deus. Na Igreja existe esta unidade radical e necessária que já São Paulo ensinava aos primeiros cristãos: Quicumque enim in Christo baptizati estis, Christum induistis. Non est Judaeus, neque Graecus: non est servus, neque liber. non est masculus, neque femina[iv]; não há judeu, nem grego; não há servo, nem livre, não há homem, nem mulher.

Exceptuando a capacidade jurídica de receber ordens sagradas - distinção que por muitas razões, também de direito divino positivo, considero que se deve reter -, penso que se devem reconhecer plenamente à mulher na Igreja - na sua legislação, na sua vida interna e na sua acção apostólica - os mesmos direitos e deveres que aos homens: direito ao apostolado, a fundar e a dirigir associações, a manifestar responsavelmente a sua opinião em tudo o que se refira ao bem comum da Igreja, etc.
Bem sei que tudo isto - que teoricamente não é difícil de admitir se se considerarem as claras razões teológicas que o apoiam - encontrará, de facto resistência por parte de algumas mentalidades.
Ainda recordo o assombro e até a crítica com que determinadas pessoas - que, agora, pelo contrário, tendem a imitar, nisto como em tantas outras coisas - comentaram o facto de o Opus Dei procurar que adquirissem graus académicos em ciências sagradas também as mulheres que pertencem à Secção feminina da nossa Associação.

Penso, no entanto, que estas resistências e reticências irão caindo a pouco e pouco.
No fundo é só um problema de compreensão eclesiológica: reparar que a Igreja não é formada só pelos clérigos e religiosos, mas que também os leigos - homens e mulheres - são Povo de Deus e têm, por direito divino, uma missão e responsabilidade próprias.

Mas desejaria acrescentar que, a meu ver, a igualdade essencial entre o homem e a mulher exige precisamente que se saibam captar ao mesmo tempo os papéis complementares de um e outro na edificação da Igreja e no progresso da sociedade civil: porque não foi em vão que os criou Deus homem e mulher.
Esta diversidade há-de compreender-se não num sentido patriarcal, mas em toda a profundidade que tem, tão rica de matizes e consequências, que liberta o homem da tentação de masculinizar a Igreja e a sociedade, e a mulher de entender a sua missão, no Povo de Deus e no mundo, como uma simples reivindicação de actividades até agora apenas realizadas pelo homem, mas que ela pode desempenhar igualmente bem.
Parece-me, pois, que tanto o homem como a mulher se hão-de sentir justamente protagonistas da história da salvação, mas um e outro de forma complementar.

Entrevista realizada por Pedro Rodríguez, publicada em Palabra (Madrid), Outubro de 1967

(cont)





[i] (cf. Const. Lumen gentíum, n.º 28; Const. Gaudium et spes, n.º 43; Decr. Apostolicam actuositatem, n.º 24).
[ii] (cfr. Const. Lumen gentium, n.º 31; Const. Gaudium et spes, n.º 43; Decr. Apostolicam actuositatem, n.º 7).
[iii] (cfr. Const. Lumen gentium, n.º 44; Decr. Perfectae caritatis, n.º 5)
[iv] (Gal. 3, 27-28)

Seguir Cristo: é este o segredo

Ao oferecer-te aquela História de Jesus, pus como dedicatória: "Que procures a Cristo. Que encontres a Cristo. Que ames a Cristo". – São três etapas claríssimas. Tentaste, pelo menos, viver a primeira? (Caminho, 382)
Como poderemos superar estes inconvenientes? Como conseguiremos fortalecer-nos nessa decisão que começa a parecer-nos muito pesada? Inspirando-nos no modelo que nos apresenta a Virgem Santíssima, nossa Mãe: uma rota muito ampla, que passa necessariamente através de Jesus.

Neste esforço por nos identificarmos com Cristo, costumo falar de quatro degraus: procurá-lo, encontrá-lo, conhecê-lo, amá-lo. Talvez pareça que estamos na primeira etapa... Procuremo-lo com fome, procuremo-lo dentro de nós com todas as forças! Se o fizermos com este empenho, atrevo-me a garantir que já O encontrámos e que já começámos a conhecê-lo e a amá-lo e a ter a nossa conversa nos céus.

Rogo a Nosso Senhor que nos decidamos a alimentar nas nossas almas a única ambição nobre, a única que merece a pena: ir ter com Jesus Cristo, como fizeram a sua Bendita Mãe e o Santo Patriarca, com ânsia, com abnegação, sem descuidos. Participaremos na dita da amizade divina – num recolhimento interior, compatível com os nossos deveres profissionais e sociais – e agradecer-Lhe-emos a delicadeza e a caridade com que Ele nos ensina a cumprir a Vontade do Nosso Pai que está nos céus.


Seguir Cristo: é este o segredo. Acompanhá-lo tão de perto, que vivamos com Ele, como os primeiros doze; tão de perto, que com Ele nos identifiquemos. Se não levantarmos obstáculos à graça, não tardaremos a afirmar que nos revestimos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nosso Senhor reflecte-se na nossa conduta como num espelho. Se o espelho for como deve ser, captará o rosto amabilíssimo do nosso Salvador sem o desfigurar, sem caricaturas: e os outros terão a possibilidade de O admirar, de O seguir. (Amigos de Deus, nn. 299–303)

Lições de São João Paulo II – 2


O homem de hoje parece estar sempre ameaçado por aquilo mesmo que produz com o trabalho das suas mãos e da sua inteligência, e das tendências da sua vontade.


(Revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?



Refectindo

Carácter

Aqui na Igreja dedicada a São Bartolomeu lembro de modo particular as palavras de Cristo: eis um israelita em quem não há duplicidade!

Lembro e guardo como um dos maiores elogios que alguém pode receber.
Ser homem de uma só palavra, em quem se pode confiar, credor de segura identidade e comportamento, sem oscilações de humor, não influenciável pelas circunstâncias ou acontecimentos, com uma inteireza de carácter a toda a prova.

"Invejo" Bartolomeu, mas, pensando bem o que eu quero é ser como ele.

Que estes dias que a bondade do Senhor me permitir passar em Malta sirvam para este exame que preciso, esta reconvenção que me é necessária.
Tenho tempo, tranquilidade, tudo quanto preciso para aproveitar de facto esta oportunidade que o Senhor me oferece.
Regressar a casa um bocadinho melhor, quem dera mais simples, correcto, verdadeiro.

Regressar Santo?

Porque não?

Só depende de mim!

O Senhor está aqui para me ajudar, assistir e guiar, no fim e ao cabo, parece-me que a principal tarefa é a dele, a minha, é apenas ser dócil, atento e muito, muito simples.

Ser assim como a minha neta Vera que amanhã fez nove anos e confia absolutamente na sua mãe para a guiar e levar pelos melhores caminhos.
Vou tentar aprender com ela ficar contente com as coisas pequenas que satisfazem uma criança, sentir a grandeza de um amor natural porque é verdadeiro incondicional e constante.

(ama, reflexões, Malta, 24.04.2016)


Doutrina – 192

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«E EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR»
«JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO, E NASCEU DA VIRGEM MARIA»

97. Como colabora Maria no desígnio divino da salvação?


Durante toda a sua existência, por graça de Deus, Maria conservou-se imune de todo o pecado pessoal. É a «cheia de graça» (Lc 1,28) e a «Toda Santa». Quando o Anjo lhe anuncia que dará à luz «o Filho do Altíssimo» (Lc 1,32), dá livremente o seu assentimento com a «obediência da fé» (Rm 1,5). Maria entrega-se totalmente à Pessoa e obra do seu Filho Jesus, abraçando com toda a alma a vontade divina de salvação.