13/08/2016

Como queres que te ouçam?

Corres o grande perigo de te conformares com viver (ou pensar que deves viver...) como um "bom rapaz", que se hospeda numa casa arrumada, sem problemas, e que não conhece senão a felicidade. Isso é uma caricatura do lar de Nazaré. Cristo, justamente porque trazia a felicidade e a ordem ao mundo, saiu a propagar esses tesouros entre os homens e mulheres de todos os tempos. (Sulco, 952)

Parecem-me muito lógicas as tuas ânsias de que a humanidade inteira conheça a Cristo. Mas começa pela responsabilidade de salvar as almas dos que convivem contigo, de santificar cada um dos teus companheiros de trabalho ou de estudo... Esta é a principal missão de que o Senhor te encarregou. (Sulco, 953)

Comporta-te como se de ti, exclusivamente de ti, dependesse o ambiente do lugar onde trabalhas: ambiente de laboriosidade, de alegria, de presença de Deus e de visão sobrenatural.

Não entendo a tua debilidade. Se tropeças com um grupo de colegas um pouco difícil (que talvez tenha chegado a ser difícil por desleixo teu...), esqueces-te deles, pões-te de parte, e pensas que são um peso morto, um lastro que se opõe aos teus ideais apostólicos; que nunca te entenderão...

Como queres que te ouçam, se (dando por descontado que os ames e sirvas com a tua oração e a tua mortificação) não falas com eles?...


Quantas surpresas apanharás no dia em que te decidas a criar amizade com um, com outro e com outro! Além disso, se não mudas, poderão exclamar com razão, apontando-te a dedo: "Hominem non habeo!", não tenho quem me ajude! (Sulco, 954)

Evangelho e comentário



Tempo Comum

Evangelho: Mt 19, 13-15

13 Então, foram-Lhe apresentadas várias crianças para que Lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Mas os discípulos repreendiam-nas. 14 Jesus, porém, disse-lhes: «Deixai as crianças, e não as impeçais de vir a Mim, porque delas é o Reino dos Céus». 15 E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.

Comentário:

Simplicidade! Eis o segredo das crianças e é  exactamente aqui que reside a grande dificuldade para um adulto que naturalmente está muito longe de pensar e agir de forma simples, desinibida e sem reservas.

E esta é a única forma possível de existir amor verdadeiro, completo, total que é único que o Senhor aceita.

(ama, comentário sobre Mt 19 13-15 Carvide, 2014.08.16)








Leitura espiritual

Leitura Espiritual


Cristo que passa



São Josemaria Escrivá
            
O outro inimigo, escreve S. João, é a concupiscência dos olhos, uma avareza de fundo que nos leva a valorizar apenas o que se pode tocar.
Os olhos ficam como que pegados às coisas terrenas e, por isso mesmo, não sabem descobrir as realidades sobrenaturais.
Podemos, portanto, socorrer-nos desta expressão da Sagrada Escritura para nos referirmos à avareza dos bens materiais e, além disso, àquela deformação que nos leva a observar o que nos rodeia - os outros, as circunstâncias da nossa vida e do nosso tempo - só com visão humana.

Os olhos da alma embotam-se; a razão crê-se auto-suficiente para compreender todas as coisas, prescindindo de Deus.
É uma tentação subtil, que se apoia na dignidade da inteligência, da inteligência que o nosso Pai, Deus, deu ao homem para que O conheça e O ame livremente.
Arrastada por essa tentação, a inteligência humana considera-se o centro do universo, entusiasma-se de novo com a falsa promessa da serpente, sereis como deuses, e, enchendo-se de amor por si mesma, volta as costas ao amor de Deus.

Deste modo, a nossa existência pode entregar-se sem condições nas mãos do terceiro inimigo, a superbia vitae.
Não se trata simplesmente dos pensamentos efémeros de vaidade ou de amor-próprio; é uma presunção generalizada.
Não nos enganemos, porque este é o pior dos males, a raiz de todos os extravios.
A luta contra a soberba há-de ser constante, pois não se disse já, dum modo tão gráfico, que essa paixão só morre um dia depois da morte da pessoa?
É a altivez do fariseu, a quem Deus se mostra renitente em justificar por encontrar nele uma barreira de auto-suficiência.
É a arrogância que conduz a desprezar os outros homens, a dominá-los, a maltratá-los, porque, onde houver soberba aí haverá também ofensa e desonra.


7             
A misericórdia de Deus

Começa hoje o tempo do Advento e é bom que tenhamos considerado as insídias destes inimigos da alma: a desordem da sensualidade e a leviandade; o desatino da razão que se opõe ao Senhor; a presunção altaneira, esterilizadora do amor a Deus e às criaturas.

Todas estas disposições de ânimo são obstáculos certos e o seu poder perturbador é grande.
Por isso a liturgia faz-nos implorar a misericórdia divina: a ti elevo a minha alma, Senhor, meu Deus.
E em ti confio; não seja eu confundido!
Não riam de mim os meus inimigos, rezamos no intróito.
E na antífona do ofertório iremos repetir: espero em ti,; que eu não seja confundido!

Agora que se aproxima o tempo da salvação, dá gosto ouvir dos lábios de S. Paulo: depois de Deus, Nosso Salvador, ter manifestado a sua benignidade e o seu amor para com os homens, libertou-nos, não pelas obras de justiça que tivéssemos feito, mas por sua misericórdia.

Se lerdes as Santas Escrituras, descobrireis constantemente a presença da misericórdia de Deus: enche a terra, estende-se a todos os seus filhos, super omnem carnem; cerca-nos, antecede-nos, multiplica-se para nos ajudar e foi continuamente confirmada.
Deus tem-nos presente na sua misericórdia, ao ocupar-se de nós como Pai amoroso.
É uma misericórdia suave, agradável, como a nuvem que se desfaz em chuva no tempo da seca.

Jesus Cristo resume e compendia toda a história da misericórdia divina: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
E, noutra ocasião: Sede pois misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso.
Ficaram também muito gravadas em nós, entre muitas outras cenas do Evangelho, a clemência com a mulher adúltera, a parábola do filho pródigo, a da ovelha perdida, a do devedor perdoado, a ressurreição do filho da viúva de Naim.
Quantas razões de justiça para explicar este grande prodígio!
Era o filho único daquela pobre viúva; era ele quem dava sentido à sua vida; só ele poderia ajudá-la na sua velhice!
Mas Cristo não faz o milagre por justiça; fá-lo por compaixão, porque interiormente se comove perante a dor humana.

Que segurança deve produzir-nos a comiseração do Senhor!
Se ele clamar por mim, ouvi-lo-ei, porque sou misericordioso.
É um convite, uma promessa que não deixará de cumprir. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e o auxílio da graça, no tempo oportuno.
Os inimigos da nossa santificação nada poderão, porque essa misericórdia de Deus nos defende.
E se caímos por nossa culpa e da nossa fraqueza, o Senhor socorre-nos e levanta-nos.
Tinhas aprendido a afastar a negligência, a afastar de ti a arrogância, a adquirir piedade, a não ser prisioneiro das questões mundanas, a não preferir o caduco ao eterno.
Mas, como a debilidade humana não pode manter o passo decidido num mundo resvaladiço, o bom médico indicou-te também os remédios contra a desorientação e o juiz misericordioso não te negou a esperança do perdão.

            
Correspondência humana

É neste clima da misericórdia de Deus que se desenvolve a existência do cristão.
Este é o âmbito do seu esforço por se comportar como filho do Pai.
E quais são os principais meios para conseguirmos que a vocação se mantenha firme?
Vou dizer-te hoje dois, que são dois eixos vivos da conduta cristã: a vida interior e a formação doutrinal, o conhecimento profundo da nossa fé.

Vida interior, em primeiro lugar.
Há ainda tão pouca gente que entenda isto!
Ao ouvir falar de vida interior, pensa-se logo na obscuridade do templo, quando não no ambiente abafado de algumas sacristias. Estou há mais de um quarto de século a dizer que não se trata disso. Eu falo da vida interior de cristãos normais e correntes, que habitualmente se encontram em plena rua, ao ar livre; e que na rua, no trabalho, na família e nos momentos de diversão estão unidos a Jesus todo o dia.
E o que é isto senão vida de oração contínua?
Não é verdade que compreendeste a necessidade de ser alma de oração, numa intimidade com Deus que te leva a endeusar-te?
Esta é a fé cristã e assim o compreenderam sempre as almas de oração. Torna-se Deus aquele homem, escreve Clemente de Alexandria, porque quer o mesmo que Deus quer.

A princípio custará.
É preciso esforçarmo-nos por nos dirigir ao Senhor, por lhe agradecermos a sua piedade paternal e concreta para connosco.
A pouco e pouco o amor de Deus torna-se palpável - embora isto não seja coisa de sentimentos - como uma estocada na alma.
É Cristo que nos persegue amorosamente: Eis que estou à porta e chamo.
Como anda a tua vida de oração?
Não sentes às vezes, durante o dia, desejos de falar mais devagar com Ele?
Não Lhe dizes: logo vou contar-te isto e aquilo; logo vou conversar sobre isso contigo?

Nos momentos dedicados expressamente a esse colóquio com o Senhor o coração expande-se, a vontade fortalece-se, a inteligência - ajudada pela graça - enche a realidade humana com a realidade sobrenatural.
E, como fruto, sairão sempre propósitos claros, práticos, de melhorares a tua conduta, de tratares delicadamente, com caridade, todos os homens, de te empenhares a fundo - com o empenho dos bons desportistas - nesta luta cristã de amor e de paz.

A oração torna-se contínua como o bater do coração, como as pulsações. Sem essa presença de Deus não há vida contemplativa.
E sem vida contemplativa de pouco vale trabalhar por Cristo, porque em vão se esforçam os que constroem se Deus não sustenta a casa.


(cont)

Antigo testamento / Êxodo

Êxodo 29

A consagração dos sacerdotes

1 "Assim os consagrarás, para que me sirvam como sacerdotes: separa um novilho e dois cordeiros sem defeito.

2 Com a melhor farinha de trigo, sem fermento, faz pães e bolos amassados com azeite, e pães finos, untados com azeite.

3 Coloca-os numa cesta e oferece-os dentro dela; oferece também o novilho e os dois cordeiros.

4 Depois traz Arão e os seus filhos à entrada da Tenda do Encontro e manda-os lavar-se.

5 Toma as vestes e viste Arão com a túnica e o peitoral. Prende o colete sacerdotal sobre ele com o cinturão.

6 Põe-lhe o turbante na cabeça e prende a coroa sagrada ao turbante.

7 Unge-o com o óleo da unção, derramando-o sobre a cabeça de Arão.

8 Traz os filhos dele, veste cada um com uma túnica e um gorro na cabeça. Põe também os cinturões em Arão e nos seus filhos. O sacerdócio pertence-lhes como ordem perpétua. Assim dedicarás Arão e os seus filhos.

9 "Traz o novilho para a frente da Tenda do Encontro. Arão e os seus filhos colocarão as mãos sobre a cabeça do novilho, e tu o sacrificarás na presença do Senhor, defronte da Tenda do Encontro.

10 Com o dedo, coloca um pouco do sangue do novilho nas pontas do altar e derrama o resto do sangue na base do altar.

11 Depois tira toda a gordura que cobre as vísceras, o lóbulo do fígado e os dois rins com a gordura que os envolve e queima-os no altar.

12 Mas queima a carne, o couro e o excremento do novilho fora do acampamento; é oferta pelo pecado.

13 "Separa um dos cordeiros sobre cuja cabeça Arão e os seus filhos terão que colocar as mãos.

14 Sacrifica-o, toma o sangue e asperge-o nos lados do altar.

15 Corta o cordeiro em pedaços, lava as vísceras e as pernas e coloca-as ao lado da cabeça e das outras partes.

16 Depois queima o cordeiro inteiro sobre o altar; é holocausto dedicado ao Senhor; é oferta de aroma agradável dedicada ao Senhor preparada no fogo.

17 "Toma depois o outro cordeiro. Arão e os seus filhos colocarão as mãos sobre a cabeça do animal, e tu o sacrificarás. Toma do sangue e coloca-o na ponta da orelha direita de Arão e dos seus filhos, no polegar da mão direita e do pé direito de cada um deles. Depois derrama o resto do sangue nos lados do altar.

18 Toma, então, um pouco do sangue do altar e um pouco do óleo da unção, e faz aspersão com eles sobre Arão e as suas vestes, sobre os seus filhos e as vestes deles. Assim serão consagrados, ele e as suas vestes, os seus filhos e as vestes deles.

19 "Tira desse cordeiro a gordura, a parte gorda da cauda, a gordura que cobre as vísceras, o lóbulo do fígado, os dois rins e a gordura que os envolve, e a coxa direita. Esse é o cordeiro da oferta de ordenação.

20 Da cesta de pães sem fermento, que está diante do Senhor, tira um pão, um bolo assado com azeite e um pão fino.

21 Coloca tudo nas mãos de Arão e dos seus filhos, e apresenta-os como oferta ritualmente movida perante o Senhor.

22 Em seguida, retoma-o das mãos deles e queima os pães no altar com o holocausto de aroma agradável ao Senhor; é oferta dedicada ao Senhor preparada no fogo.

23 Tira o peito do cordeiro para a ordenação de Arão e move-o perante o Senhor, como gesto ritual de apresentação; essa parte pertencer-te-á.

24 "Consagra aquelas partes do cordeiro da ordenação que pertencem a Arão e aos seus filhos: o peito e a coxa entregues como oferta.

25 Essas partes serão sempre dadas pelos israelitas a Arão e aos seus filhos. É a contribuição obrigatória que lhes farão, das suas ofertas de comunhão ao Senhor.

26 "As vestes sagradas de Arão passarão aos seus descendentes, para que as vistam quando forem ungidos e consagrados.

27 O filho que o suceder como sacerdote e vier à Tenda do Encontro para ministrar no Lugar Santo terá que usá-las durante sete dias.

28 "Toma o cordeiro da ordenação e cozinha a sua carne num lugar sagrado.

29 À entrada da Tenda do Encontro, Arão e os seus filhos deverão comer a carne do cordeiro e o pão que está na cesta.

30 Eles comerão dessas ofertas com as quais se fez propiciação para a sua ordenação e consagração; somente os sacerdotes poderão comê-las, pois são sagradas.

31 Se sobrar carne do cordeiro da ordenação ou pão até a manhã seguinte, queima a sobra. Não se deve comê-los, visto que são sagrados.

32 "Para a ordenação de Arão e seus filhos, faz durante sete dias tudo quanto ordenei.

33 Sacrifica um novilho por dia como oferta pelo pecado para fazer propiciação. Purifica o altar, fazendo propiciação por ele, e unge-o para consagrá-lo.

34 Durante sete dias faz propiciação pelo altar, consagrando-o. Então o altar será santíssimo, e tudo o que nele tocar será santo.

35 "Eis o que terás que sacrificar regularmente sobre o altar: a cada dia dois cordeiros de um ano.

36 Oferece um de manhã e o outro ao entardecer.

37 Com o primeiro cordeiro oferece um jarro da melhor farinha misturada com um litro de azeite de olivas batidas, e um litro de vinho como oferta derramada.

38 Oferece o outro cordeiro ao entardecer com uma oferta de cereal e uma oferta derramada, como de manhã. É oferta de aroma agradável ao Senhor preparada no fogo.

38 "De geração em geração esse holocausto deverá ser feito regularmente à entrada da Tenda do Encontro, diante do Senhor. Nesse local eu os encontrarei e falarei contigo; ali me encontrarei com os israelitas, e o lugar será consagrado pela minha glória.

39 "Assim consagrarei a Tenda do Encontro e o altar, e consagrarei também Arão e os seus filhos para me servirem como sacerdotes.

40 E habitarei no meio dos israelitas e serei o seu Deus.

41 Saberão que eu sou o Senhor, o seu Deus, que os tirou do Egipto para habitar no meio deles. Eu sou o Senhor, o seu Deus.


(Revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão


SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?