14/08/2016

Hás-de ir procurar as almas

Cristo espera muito da tua actividade. Mas hás-de ir procurar as almas, como o Bom Pastor saiu à procura da centésima ovelha: sem esperar que te chamem. Depois, serve-te dos teus amigos para fazer bem aos outros. Ninguém pode sentir-se tranquilo (di-lo a cada um) com uma vida espiritual que, depois de o encher, não transborde para os outros com zelo apostólico. (Sulco, 223)

Convence-te: precisas de te formares bem, em vista dessa avalanche de gente que nos cairá em cima, com a pergunta precisa e exigente: – "Ora bem, que é preciso fazer?". (Sulco, 221)


Jesus está junto do lago de Genesaré e as pessoas comprimem-se à sua volta, ansiosas por ouvirem a palavra de Deus. Tal como hoje! Não estais a ver? Estão desejando ouvir a mensagem de Deus, embora o dissimulem exteriormente. Talvez alguns se tenham esquecido da doutrina de Cristo; talvez outros, sem culpa sua, nunca a tenham aprendido e olhem para a religião como coisa estranha... Mas convencei-vos de uma realidade sempre actual: chega sempre um momento em que a alma não pode mais; em que não lhe bastam as explicações vulgares; em que não a satisfazem as mentiras dos falsos profetas. E, mesmo que nem então o admitam, essas pessoas sentem fome, desejam saciar a sua inquietação com os ensinamentos do Senhor. (Amigos de Deus, 260)

Temas para meditar - 655

Comunhão com não católicos

Seguindo o exemplo de Deus nosso Pai devemos desejar para todos os homens - também para os que se declaram nossos inimigos - em primeiro lugar a vida eterna; depois, o cristão tem obrigação de respeitar e de compreender a todos sem excepção pela intrínseca dignidade da criatura humana, feita à imagem e semelhança do Criador. Jesus Cristo ensinou-nos com o Seu exemplo que este preceito não é uma simples recomendação piedosa. (...)

A Igreja, na Liturgia de Sexta-Feira Santa, eleva a Deus orações e sufrágios pelos que estão fora da Igreja para que lhes dê a graça da fé, para que os que não conhecem a Deus saiam da sua ignorância; para que os Judeus recebam a luz da verdade; para que os não católicos, estreitados pelo laço da verdadeira caridade, se unam de novo à comunhão da Igreja nossa Mãe.

(Bíblia Sagrada anot. pela Fac. Teol. de Navarra comentário Lc 6 27-32)

Evangelho e comentário



Tempo Comum

Evangelho: Lc 12, 49-53

49 Eu vim trazer fogo à terra; e como desejaria que já estivesse ateado! 50 Eu tenho de receber um baptismo; e quão grande é a minha ansiedade até que ele se conclua! 51 Julgais que vim trazer paz à terra? Não, vos digo Eu, mas separação; 52 porque, de hoje em diante, haverá numa casa cinco pessoas, divididas três contra duas e duas contra três. 53 Estarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Comentário:

Muitos apelidaram Jesus Cristo de revolucionário.

Sem dúvida que têm razão porque a mudança na humanidade operada pelo Senhor não tem paralelo.

O fogo do Seu imenso amor tudo abrasa transformando todas as criaturas em Filhos de Deus com direito à Vida Eterna no gozo da visão beatífica da Santíssima Trindade.

(ama, comentário sobre, Lc 12, 49-53, 2015.10.22)








Leitura espiritual

Leitura Espiritual


Cristo que passa



São Josemaria Escrivá
9
             
O sal da mortificação

Para se santificar, o cristão corrente - que não é um religioso e não se afasta do mundo, porque o mundo é o lugar do seu encontro com Cristo - não precisa de hábito externo nem sinais distintivos.
Os seus sinais são internos: a constante presença de Deus e o espírito de mortificação.
Na realidade, são uma só coisa, porque a mortificação é apenas a oração dos sentidos.

A vocação cristã é vocação de sacrifício, de penitência, de expiação. Temos de reparar pelos nossos pecados (já voltámos a cara tantas vezes para não vermos Deus!) e por todos os pecados dos homens. Precisamos de seguir de perto os passos de Cristo: trazendo sempre no nosso corpo a mortificação, a abnegação de Cristo, o seu abatimento na Cruz, para que também a vida de Jesus se manifeste nos nossos corpos.
O nosso caminho é de imolação e, nesta renúncia, encontraremos o gaudium cum pace, a alegria e a paz.

Não contemplamos o mundo com um olhar triste.
Talvez involuntariamente, prestaram um fraco serviço à catequese os biógrafos de santos que queriam encontrar a todo o custo coisas extraordinárias nos servos de Deus, logo desde os primeiros vagidos. E contam de alguns deles que na sua infância não choravam, não mamavam às sextas-feiras por mortificação...
Tu e eu nascemos a chorar, como Deus manda; e sugámos o peito da nossa mãe sem nos preocuparmos com Quaresmas nem Têmporas...

Agora, com o auxílio de Deus, aprendemos a descobrir ao longo dos dias (aparentemente sempre iguais) spatium verae penitentiae, tempo de verdadeira penitência; e nesses instantes fazemos propósitos de emendatio vitae, de melhorar a nossa vida.
Este é o caminho para nos predispormos à graça e às inspirações do Espírito Santo na alma.
E com essa graça - repito - vem o gaudium cum pace, a alegria, a paz e a perseverança no caminho.

A mortificação é o sal da nossa vida.
E a melhor mortificação é a que combate - em pequenos pormenores, durante todo o dia - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba de vida.
Mortificações que não mortifiquem os outros, que nos tornem mais delicados, mais compreensivos, mais abertos a todos.
Tu não podes ser mortificado se és susceptível, se só vives os teus egoísmos, se dominas os outros, se não sabes privar-te do supérfluo e, por vezes, até do necessário e, enfim, se te entristeces quando as coisas não correm como tu tinhas previsto.
Serás, pelo contrário, mortificado se souberes fazer-te tudo para todos para salvar a todos.

10
          
A fé e a inteligência

A vida de oração e de penitência e a consideração da nossa filiação divina transformam-nos em cristãos profundamente piedosos, como meninos pequenos diante de Deus.
A piedade é a virtude dos filhos e, para que o filho possa entregar-se nos braços do seu pai, há-de ser e sentir-se pequeno, necessitado. Tenho meditado com frequência na vida de infância espiritual, que não se contrapõe à fortaleza, porque requer uma vontade rija, uma maturidade bem temperada, um carácter firme e aberto.

Piedosos, portanto, como meninos; mas não ignorantes, porque cada um há-de esforçar-se, na medida das suas possibilidades, pelo estudo sério e científico da fé.
E o que é isto, senão teologia?
Piedade de meninos, sim, mas doutrina segura de teólogos.

O afã por adquirir esta ciência teológica - a boa e firme doutrina cristã - deve-se, em primeiro lugar, ao desejo de conhecer e amar a Deus.
Simultaneamente é consequência da preocupação geral da alma fiel por alcançar a mais profunda compreensão deste mundo, que é uma realização do Criador.
Com periódica monotonia, há pessoas que procuram ressuscitar uma suposta incompatibilidade entre a fé e a ciência, entre a inteligência humana e a Revelação divina.
Tal incompatibilidade só pode surgir, e só na aparência, quando não se entendem os termos reais do problema.

Se o mundo saiu das mãos de Deus, se Ele criou o homem à sua imagem e semelhança e lhe deu uma chispa da sua luz, o trabalho da inteligência deve ser - embora seja um trabalho duro - desentranhar o sentido divino que naturalmente já têm todas as coisas.
E, com a luz da fé, compreendemos também o seu sentido sobrenatural, que resulta da nossa elevação à ordem da graça.
Não podemos admitir o medo da ciência, visto que qualquer trabalho, se é verdadeiramente científico, tende para a verdade.
E Cristo disse: Ego sum veritas.
Eu sou a verdade.

O cristão precisa de ter fome de saber.
Desde o estudo dos saberes mais abstractos até à habilidade do artesão, tudo pode e deve conduzir a Deus.
Efectivamente não há tarefa humana que não seja santificável, motivo para a nossa própria santificação e oportunidade para colaborar com Deus na santificação dos que nos rodeiam.
A luz dos seguidores de Jesus Cristo não deve estar no fundo do vale, mas no cume da montanha para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus.

Trabalhar assim é oração.
Estudar assim é oração. Investigar assim é oração.
Nunca saímos afinal do mesmo: tudo é oração, tudo pode e deve levar-nos a Deus, alimentar a nossa intimidade contínua com Ele, da manhã à noite.
Todo o trabalho honrado pode ser oração e todo o trabalho que é oração é apostolado.
Deste modo, a alma fortalece-se numa unidade de vida simples e forte.

11
           
A esperança do Advento

Nada mais queria dizer-vos neste primeiro domingo do Advento, quando já começamos a contar os dias que nos aproximam do Natal do Salvador.
Vimos a realidade da vocação cristã, ou seja, como o Senhor confiou em nós para levar as almas à santidade, para as aproximar d'Ele, para as unir à Igreja e estender o reino de Deus a todos os corações. O Senhor quer-nos entregues, fiéis, dedicados, com amor. Quer-nos santos, muito seus.

Por um lado, a soberba, a sensualidade e o tédio, o egoísmo; por outro, o amor, a entrega, a misericórdia, a humildade, o sacrifício, a alegria.
Tens de escolher.
Foste chamado a uma vida de fé, esperança e caridade.
Não podes cruzar os braços e refugiar-te num medíocre isolamento.

Em certa ocasião, vi uma águia encerrada numa jaula de ferro. Estava suja e meia depenada.
Tinha entre as garras um pedaço de carne podre.
Pensei então no que seria de mim se abandonasse a vocação recebida de Deus.
Tive pena daquele animal solitário, enjaulado, que tinha nascido para subir muito alto e olhar de frente o Sol.
Podemos ascender até às humildes alturas do amor de Deus, do serviço a todos os homens.
Para isso, porém, é preciso que não haja na alma recantos escondidos, onde não possa entrar o sol de Jesus Cristo.
Temos de deitar fora todas as preocupações que nos afastem d'Ele; e assim terás Cristo na tua inteligência, Cristo nos teus lábios, Cristo no teu coração, Cristo nas tuas obras.
Toda a vida - o coração e as obras, a inteligência e as palavras - cheia de Deus.

Olhai e levantai as vossas cabeças porque está próxima a vossa redenção, lemos no Evangelho.
O tempo do Advento é o tempo da esperança.
Todo o panorama da nossa vocação cristã, a unidade de vida que tem como nervo a presença de Deus, Nosso Pai, pode e deve ser uma realidade diária.

Invoca comigo Nossa Senhora, e imagina como passaria Ela aqueles meses à espera do Filho que havia de nascer.
E Nossa Senhora, Santa Maria, fará com que sejas alter Christus, ipse Christus, outro Cristo, o próprio Cristo.

12 
          
Lux fulgebit hodie super nos, quia natus est nobis Dominus - Hoje brilhará sobre nós a luz, porque nos nasceu o Senhor!
Eis a grande novidade que comove os cristãos e que, através deles, se dirige à Humanidade inteira.
Deus está aqui!
Esta verdade deve encher as nossas vidas.
Cada Natal deve ser para nós um novo encontro especial com Deus, deixando que a sua luz e a sua graça entrem até ao fundo da nossa alma.

Detemo-nos diante do Menino, de Maria e de José; estamos contemplando o Filho de Deus revestido da nossa carne...
Vem-me à lembrança a viagem que fiz a Loreto, em 15 de Agosto de 1951, para visitar a Santa Casa por motivo muito íntimo.
Celebrei lá a Santa Missa.
Queria dizê-la com recolhimento mas não tinha contado com o fervor da multidão.
Não tinha calculado que nesse grande dia de festa muitas pessoas dos arredores viriam a Loreto - com a bendita fé dessa terra e com o amor que têm à Madona.
E a sua piedade, considerando as coisas - como diria? - só do ponto de vista das leis rituais da Igreja, levava-as a manifestações não muito correctas.
E assim, enquanto eu beijava o altar, nos momentos prescritos pelas rubricas da Missa, três ou quatro camponeses beijavam-no ao mesmo tempo.
Distraía-me mas estava emocionado.
E também me atraía a atenção a lembrança de que naquela Santa Casa - que a tradição assegura ser o lugar onde viveram Jesus, Maria e José - na mesa do altar tinham gravado estas palavras: Hic Verbum caro factum est.
Aqui, numa casa construída pelas mãos dos homens, num pedaço de terra em que vivemos, habitou Deus!

13 
          
Jesus Cristo, perfeito Deus e perfeito homem

O Filho de Deus fez-se carne e é perfectus Deus, perfectus homo, perfeito Deus e perfeito homem!
Neste mistério há qualquer coisa que deveria emocionar os cristãos. Estava e estou comovido; gostava de voltar a Loreto...
Vou lá em desejo para reviver os anos da infância de Jesus, repetindo e considerando: Hic Verbum caro factum est!

Jesus Christus, Deus Homo, Jesus Cristo, Deus-Homem!
Eis uma magnalia Dei, uma das maravilhas de Deus em que temos de meditar e que temos de agradecer a este Senhor que veio trazer a paz na terra aos homens de boa vontade, a todos os homens que querem unir a sua vontade à Vontade boa de Deus.
Não só aos ricos, nem só aos pobres!
A todos os homens, a todos os irmãos!
Pois irmãos somos todos em Jesus; filhos de Deus, irmãos de Cristo. Sua Mãe é nossa Mãe.

Na terra há apenas uma raça: a raça dos filhos de Deus.
Todos devemos falar a mesma língua: a que o nosso Pai que está nos Céus nos ensina; a língua dos diálogos de Jesus com seu Pai; a língua que se fala com o coração e com a cabeça; a que estais a usar agora na vossa oração.
É a língua das almas contemplativas, dos homens espirituais por se terem dado conta da sua filiação divina; uma língua que se manifesta em mil moções da vontade, em luzes vivas do entendimento, em afectos do coração, em decisões de rectidão de vida, de bem-fazer, de alegria, de paz.

É preciso ver o Menino, nosso Amor, no seu berço.
Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens.

Vemos - diz S. João Crisóstomo - que Jesus saiu de nós, da nossa substância humana, e que nasceu de Mãe virgem; mas não entendemos como pode ter-se realizado esse prodígio.
Não nos cansemos, tentando descobri-lo; aceitemos antes com humildade o que Deus nos revelou sem esquadrinharmos com curiosidade o que Deus nos escondeu.
Assim, com este acatamento, saberemos compreender e amar; e o mistério será para nós um esplêndido ensinamento, mais convincente do que qualquer outro raciocínio humano.


(cont)

Tratado da vida de Cristo 125

Questão 48: Do modo da paixão de Cristo

Art. 4 — Se a Paixão de Cristo obrou a nossa salvação a modo de redenção.

O quarto discute-se assim. — Parece que a Paixão de Cristo não obrou a nossa salvação a modo de redenção.

 1. — Pois, ninguém compra ou redime o que nunca deixou de lhe pertencer. Ora, os homens nunca deixaram de ser de Deus, conforme a Escritura: Do Senhor é a terra e tudo o que a enche, a redondeza da terra e todos os seus habitantes. Logo, parece que Cristo não nos remiu com a sua Paixão.

2. Demais. — Como diz Agostinho, Cristo devia vencer o demónio pela justiça. Ora, a justiça exige, que quem se apoderou dolosamente da coisa alheia deve ser privado dela, porque a ninguém deve aproveitar a fraude e o dolo, como também o exigem as leis humanas. Logo, tendo o diabo enganado e a si subjugado dolosamente o homem, criatura de Deus, parece que não devia o homem ser-lhe arrebatado ao poder por meio da redenção.

3. Demais. — Quem compra ou redime uma coisa paga o preço a quem antes a possuía. Ora, Cristo não pagou o seu sangue, considerado preço da nossa redenção, ao diabo, que nos retinha cativos. Logo, Cristo não nos remiu com a Paixão.

Mas, em contrário, a Escritura: Não por ouro nem por prata, que são coisas corruptíveis, haveis sido resgatados da vossa vã conversação que recebestes de vossos pais; mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e sem contaminação alguma. Noutro lugar: Cristo nos remiu da maldição da lei, feito ele mesmo maldição por nós. E dito pelo Apóstolo — feito maldição por nós — significa que sofreu por nós no madeiro, como antes se disse. Logo, pela sua Paixão nos remiu.

Pelo pecado o homem estava escravizado, de dois modos. — Primeiro pela servidão do pecado; pois, todo o que comete pecado é escravo do pecado; e todo o que é vencido é escravo daquele que venceu - como se lê na Escritura. Ora, como o diabo venceu o homem, induzindo-o ao pecado, o homem foi feito escravo do diabo. — Segundo, quanto ao reato da pena pelo qual o homem estava ligado, segundo a justiça de Deus. E esta também é uma escravidão; pois, é próprio do escravo sofrer o que não quer, ao contrário do homem livre, que pode dispor de si mesmo como quer. Donde, sendo a Paixão de Cristo uma satisfação suficiente e superabundante pelo pecado e pelo reato do género humano, a sua Paixão foi como que um preço, pelo qual fomos livrados de uma e outra escravidão. Assim, a satisfação pela qual satisfazemos por nós ou por outrem é considerada um preço pelo qual nos remimos do pecado e da pena, segundo a Escritura: Redime os teus pecados com a esmola. Ora, Cristo satisfez não certamente dando dinheiro nem por qualquer forma semelhante, mas dando-se a ele próprio - bem máximo - por nós. Por isso é que se diz ser a Paixão de Cristo a nossa redenção.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — De dois modos dizemos que o homem pertence a Deus. Primeiro, por lhe estar sujeito ao poder. E, neste sentido, o homem nunca deixa de pertencer a Deus, segundo a Escritura: o Excelso tem debaixo da sua dominação os reinos dos homens e os dá a quem lhe apraz. Noutro sentido, pela união da caridade com ele, segundo o dito do Apóstolo: Se algum não tem o Espírito de Cristo, este tal não é dele. — Ora, do primeiro modo o homem nunca deixou de ser de Deus. Mas, do segundo, deixa-o, pelo pecado. Donde, quando libertado do pecado, pela Paixão satisfatória de Cristo, dizemos que o homem foi remido pela Paixão de Cristo.

RESPOSTA À SEGUNDA. — O homem, pecando, contraiu uma obrigação tanto para com Deus como para com o diabo. Pois, pela culpa, ofendeu a Deus e, sujeitou-se ao diabo, pelo seu consentimento. E assim, em razão da culpa, não se tornou servo de Deus; mas antes, afastando-se do seu serviço, incorreu na servidão do diabo, por justa permissão de Deus, por causa da ofensa contra ele cometida. Mas, quanto à pena, o homem contraiu principalmente uma obrigação para com Deus, como supremo juiz; e para com o diabo, como seu algoz, segundo o Evangelho: Para que não suceda que o teu adversário te entregue ao juiz e que o juiz te entregue ao seu ministro, isto é, ao anjo cruel da pena, como interpreta Crisóstomo. Embora, pois, o diabo retivesse, injustamente e na medida do seu poder, sob o seu jugo o homem, enganado pela sua fraude, tanto quanto à culpa como quanto à pena, contudo, era justo que o homem o sofresse, por permissão de Deus, quanto à culpa, e pela ordem do mesmo Deus, quanto à pena. Donde, relativamente a Deus, a justiça exigia que o homem fosse redimido; não, porém relativamente ao diabo.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Como a redenção era necessária para a libertação do homem, relativamente a Deus, mas não relativamente ao diabo, o preço não devia ser pago ao diabo, mas a Deus. Por isso, não se diz que Cristo tivesse oferecido ao diabo, mas a Deus o seu sangue, que é o preço da nossa redenção.

Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?