19/08/2016

Que sejais meninos que desejam a palavra de Deus

A nossa vontade, com a graça, é omnipotente diante de Deus. – Assim, à vista de tantas ofensas ao Senhor, se dissermos a Jesus, com vontade eficaz, indo no "eléctrico" por exemplo: "Meu Deus, quereria fazer tantos actos de amor e desagravo quantas as voltas de cada roda deste carro", naquele mesmo instante, diante de Jesus, tê-Lo-emos realmente amado e desagravado conforme o nosso desejo. Esta "ingenuidade" não esta fora da infância espiritual; é o eterno diálogo entre a criança inocente e o pai..., doido pelo seu filho: – Quanto me queres? Diz lá! – E o miudito diz, marcando as sílabas: muitos milhões! (Caminho, 897)

Na vida interior, a todos nos convém ser quasi modo geniti infantes, como esses miuditos que parecem de borracha, que se divertem até com os seus trambolhões, porque imediatamente se põem de pé e continuam com as suas correrias e também porque não lhes falta, quando é precisa, a consolação dos pais.


Se procurarmos portar-nos como eles, os tropeções e os fracassos – aliás inevitáveis – na vida interior, nunca se transformarão em amargura. Reagiremos com dor, mas sem desânimo, e com um sorriso que brota, como a água límpida, da alegria da nossa condição de filhos desse Amor, dessa grandeza, dessa sabedoria infinita, dessa misericórdia, que é o nosso Pai. Aprendi durante os meus anos de serviço ao Senhor a ser filho pequeno de Deus. E isto vos peço: que sejais quasi modo geniti infantes, meninos que desejam a palavra de Deus, o pão de Deus, o alimento de Deus, a fortaleza de Deus para se comportarem de agora em diante, como homens cristãos. (Amigos de Deus, 146).

Reflectindo - 189

Perguntas à espera de resposta

Porquê?

Quando algo inesperado e traumatizante nos acontece esta é uma palavra que nos surge constantemente.

Não compreendemos, não percebemos, custa-nos muito aceitar.

No nosso íntimo há sentimentos contraditórios. 
Queremos esquecer mas desejamos recordar. 
Talvez haja uma pequena janela que possamos abrir, um ângulo para analisar, uma nesga de luz que ilumine a nossa escuridão interior, uma forma mágica de desatar o nó que persiste em apertar-nos a garganta, o peso que nos esmaga o peito, o sentimento de perda, a desilusão de planos não concretizados, o traumatismo - até físico - que alterou a nossa vida.

Porquê? Porquê? Porquê?

Sem querer colocamo-nos no centro do mundo, somos a pessoa mais importante, mais necessitada de carinho, de afecto, de atenção. Esperamos que toque o telefone e que do outro lado alguém nos pergunte pela enésima vez: como estás? Precisas de alguma coisa? Penso em ti!

Tudo isto acontece porque somos pessoas, temos um coração que ama e deseja ser amado, sentimentos à flor-da-pele que queremos partilhar, desejos que esperamos satisfazer. 

Tudo isto é natural, humano, sério.

Não tenho uma "receita", remédio ou solução e, claro, não tenho resposta.

Num esforço procuro pensar em tantas outras pessoas em igual situação mas que não questionam porque não têm ninguém a quem perguntar, não escrevem porque ninguém lê, não choram porque ninguém lhes seca as lágrimas, não esperam que o telefone toque porque ninguém lhes liga e, então, sou "forçado" a concluir que sou... tenho obrigação de ser feliz!


Esta constatação obriga a outra pergunta imediata e, a meu ver, lógica: tenho de ser feliz porque tenho o que muitos outros não têm?

E, a resposta é, cautelosa: sim mas não será tudo.

Pois não mas talvez seja o principal. A felicidade a maior parte das vezes não surge depois de uma busca desenfreada mas de um simples acto de reconhecimento de algo que não nos tínhamos dado conta.

Como se estivéssemos a deitar contas aos recursos de que dispomos e não percebemos que temos disponível uma quantia substancial.

As contas fazem-se na mesma mas com um espírito bem diferente.

Pois no caso da felicidade dá-se o mesmo. Serei feliz se reconhecer que tenho o que preciso, que nada me falta.

Nunca poderei compreender totalmente como é possível esta espécie de bipolarismo - estar tranquilo na aflição, confiante na incerteza, rir e chorar ao mesmo tempo - porque na verdade é o que me acontece.

Olho para a minha vida e misturado com enormes disparates e comportamentos reprováveis encontro acções de grande beleza e coisas estupendas que levei a cabo.

Eu... a mesma pessoa!

Nunca fui mau nem bom durante muito tempo considerando que ser mau ou bom é agir correcta ou incorrectamente.

Talvez que o "calcanhar de Aquiles " seja essa inconstância, esse divagar um pouco errático e disperso.

Tenho de ser feliz!

Porquê?
Porque sou capaz de me examinar e, mais, preocupo-me e esforço-me em examinar a minha conduta a minha atitude o meu pensamento o meu desejo.

Isto evidentemente porque sei que não é - absolutamente - mérito meu mas o Espírito Santo que me inspira e sugere a necessidade, a importância desse exame sério, detalhado e, sobretudo, corajoso.

(ama, Reflexões, Enxomil 2015.10.19


Evangelho e comentário


Tempo Comum

Evangelho: Mt 22, 34-40

34 Os fariseus, tendo sabido que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se. 35 E um deles, doutor da Lei, querendo pô-l'O à prova, perguntou-Lhe: 36 «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». 37 Jesus disse-lhe: «”Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento”. 38 Este é o maior e o primeiro mandamento. 39 O segundo é semelhante a este: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. 40 Destes dois mandamentos depende toda a Lei e os Profetas».

Comentário:

O nosso amor a Deus não é um “favor” que Lhe fazemos mas uma obrigação.

Ele amou-nos primeiro mesmo antes da criação do mundo e ama-nos sempre mesmo quando não correspondemos.

Se “amor com amor se paga” ficaremos sempre muito aquém de cumprir essa obrigação.

À Mãe do Amor Formoso, Santa Maria, peçamos que nos ensine a amar mais e melhor o seu Divino Filho.

(ama, comentário sobre Mt 22, 34-40, 2015.08.21)


Leitura espiritual

Leitura Espiritual


Cristo que passa



São Josemaria Escrivá
33 Firmeza na vocação

Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.
Ao ouvir isto, o Rei Herodes ficou perturbado, e com ele toda a cidade de Jerusalém.
Esta cena continua a repetir-se nos nossos dias.
Perante a grandeza de Deus, perante a decisão - seriamente humana e profundamente cristã - de viver de modo coerente com a fé, há quem fique desconcertado, e mesmo quem se escandalize, sem nada entender.
Dir-se-ia que não admitem a existência de outra realidade para além dos seus acanhados horizontes terrenos.
Em face das manifestações de generosidade que observam no comportamento dos que ouviram o chamamento do Senhor, sorriem com displicência, assustam-se, ou então - em casos que parecem verdadeiramente patológicos - obstinam-se em pôr obstáculos à santa determinação tomada por uma consciência com plena liberdade.

Já várias vezes tive oportunidade de assistir a essa espécie de mobilização geral contra quem se decide a dedicar toda a sua vida ao serviço de Deus e do próximo.
Há pessoas que estão convencidas que o Senhor não pode escolher quem quer que seja sem lhes pedir primeiro autorização a eles; e de que o homem não tem inteira liberdade para aceitar ou recusar o Amor.
Para quem pensa desse modo, a vida sobrenatural de cada alma é algo de secundário; julgam que se lhe deve prestar atenção, mas só depois de satisfeitos os pequenos comodismos e os egoísmos humanos.
Se fosse assim, que seria do cristianismo?
As palavras de Jesus, cheias de amor e ao mesmo tempo de exigência, são só para ouvir, ou para ouvir e pôr em prática?
Ora Ele disse: sede perfeita, como o vosso Pai celestial é perfeita.

Nosso Senhor dirige-se a todos os homens, para que venham ao seu encontro, para que sejam santos.
Não chama só os Reis Magos, que eram sábios e poderosos; antes disso tinha enviado aos pastores de Belém, não simplesmente uma estrela, mas um dos seus anjos.
Mas tanto uns como outros - os pobres e os ricos, os sábios e os menos sábios - têm de fomentar na sua alma a disposição de humildade que permite ouvir a voz de Deus.

Considerai o caso de Herodes.
É um poderoso da terra e tem oportunidade de recorrer à colaboração dos sábios: convocando todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Messias.
O poder e a ciência não o levam ao conhecimento de Deus.
Para o seu coração empedernido, o poder e a ciência são instrumentos da maldade: o desejo inútil de aniquilar Deus, o desprezo pela vida de um punhado de crianças inocentes.

Prossigamos na leitura do Santo Evangelho.
Eles responderam: - em Belém de Judá, porque assim está escrito pelo Profeta: E tu, Belém, terra de Judá, não és por certo a mínima entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe que há-de comandar Israel, meu povo.
Não nos podem passar despercebidas estas manifestações da misericórdia divina: quem veio redimir o mundo nasce numa aldeia ignorada.
Na verdade, Deus não faz acepção de pessoas, como nos repete a Escritura com insistência.
Ao convidar uma alma para uma vida de plena coerência com a fé, não toma em conta a fortuna, a nobreza de família, os altos graus de ciência.
A vocação precede todos os possíveis méritos: a estrela que tinham visto no Oriente, ia adiante deles até que, ao chegar sobre o lugar onde estava o Menino, parou.

A vocação está antes de tudo; Deus ama-nos antes de que saibamos sequer dirigir-nos a Ele e infunde em nós o amor com que podemos corresponder-lhe.
A bondade paternal de Deus vem ao nosso encontro.
Nosso Senhor não se limita a ser justo; vai muito mais além: é misericordioso.
Não espera que nos dirijamos a Ele; antecipa-se, manifestando por nós, de modo inequívoco, amor de pai.

34 
          
Bom pastor, bom guia

Se a vocação é o mais importante, se a luz da estrela vai à nossa frente, para nos orientar no nosso caminho de amor de Deus, não é lógico ter dúvidas quando, uma vez ou outra, a perdemos de vista. Quase sempre por nossa culpa, em certos momentos da nossa vida interior, acontece-nos o que aconteceu na viagem dos Reis Magos: a estrela oculta-se.
Já conhecemos o esplendor divino da nossa vocação, estamos convencidos do seu carácter definitivo, mas talvez o pó que levantamos ao caminhar - o pó das nossas misérias - forme uma nuvem densa, que não deixa passar a luz.

Que havemos de fazer então?
Seguir o exemplo daqueles homens santos: perguntar. Herodes serviu-se da ciência para proceder de modo injusto; os Reis Magos utilizam-na para fazer o bem.
Mas nós, cristãos, não temos necessidade de perguntar a Herodes ou aos sábios da Terra.
Cristo deu à sua Igreja a segurança da doutrina, a corrente da graça dos Sacramentos; e providenciou para que haja pessoas que nos orientem, que nos conduzam, que nos recordem constantemente o caminho.
Dispomos de um tesouro infinito de ciência: a Palavra de Deus, guardada pela Igreja; a graça de Cristo que se administra nos Sacramentos; o testemunho e o exemplo dos que vivem com rectidão a nosso lado e sabem fazer das suas vidas um caminho de fidelidade a Deus.

Permiti que vos dê um conselho: se alguma vez perderdes a claridade da luz, recorrei sempre ao bom pastor.
E quem é o bom pastor?
O que entra pela porta da fidelidade à doutrina da Igreja; o que não se comporta como um mercenário, que, ao ver vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo arrebata-as e faz dispersar o rebanho. Reparai que a palavra divina não é vã: a insistência de Cristo (vedes como fala, com tanto carinho, de ovelhas e de pastores, de redil e de rebanhos?) é uma demonstração prática da necessidade de um bom guia para a nossa alma.

Se não houvesse maus pastores - escreve S. Agostinho - Ele não teria feito referência especial aos bons.
Quem é mercenário?
É o que vê o lobo e foge.
O que procura a sua própria glória, não a glória de Cristo; o que não se atreve a reprovar os pecadores com liberdade e espírito.
O lobo fila uma ovelha pelo pescoço; o diabo induz um fiel, por exemplo, a cometer adultério.
Se te calas e não reprovas esse comportamento, és mercenário: viste o lobo e fugiste.
Talvez me contradigas: não, estou aqui; não fugi.
E eu respondo-te: fugiste porque te calaste; e calaste-te porque tiveste medo.

A santidade da esposa de Cristo sempre se provou - e continua a provar-se actualmente - pela abundância de bons pastores.
Mas a fé cristã, que nos ensina a ser simples, não nos leva a ser ingénuos.
Há mercenários que se calam e há mercenários que pregam uma doutrina que não é de Cristo.
Por isso, se porventura o Senhor permite que fiquemos às escuras, inclusivamente em coisas de pormenor, se sentimos falta de firmeza na fé, recorramos ao bom pastor, àquele que - dando a vida pelos outros - quer ser, na palavra e na conduta, uma alma movida pelo amor - àquele que talvez seja também um pecador, mas que confia sempre no perdão e na misericórdia de Cristo.

Se a vossa consciência vos reprova por alguma falta - embora não vos pareça uma falta grave - se tendes uma dúvida a esse respeito, recorrei ao sacramento da Penitência.
Ide ao sacerdote que vos atende, ao que sabe exigir de vós firmeza na fé, delicadeza de alma, verdadeira fortaleza cristã.
Na Igreja existe a mais completa liberdade para nos confessarmos com qualquer sacerdote que possua as necessárias licenças eclesiásticas; mas um cristão de vida limpa recorrerá - com liberdade! - àquele que reconhece como bom pastor, que o pode ajudar a erguer a vista para voltar a ver no céu a estrela do Senhor.

35
           
Ouro, incenso e mirra

Videntes autem stellam, gavisi sunt gaudio magno valde” - diz o texto latino com admirável reiteração: ao descobrir novamente a estrela, exultaram com grande alegria.
E porquê tanta alegria?
Porque eles, que nunca duvidaram, recebem do Senhor a prova de que a estrela não tinha desaparecido; deixaram de a ver sensivelmente mas tinham-na conservado sempre na alma.
Assim é a vocação cristã: se não se perde a fé, se se mantém a esperança em Jesus Cristo que estará connosco até à consumação dos séculos, a estrela reaparece.
E, ao verificar uma vez mais a realidade da vocação, nasce em nós uma alegria maior, que aumenta a nossa fé, a nossa esperança, o nosso amor.

Ao entrarem na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, pondo-se de joelhos, adoraram-no.
Ajoelhemo-nos nós também diante de Jesus, do Deus escondido na humanidade; repitamos-lhe que não queremos voltar as costas ao seu chamamento divino, que nunca nos afastaremos dele; que arredaremos do nosso caminho tudo o que for um estorvo para a fidelidade; que desejamos sinceramente ser dóceis às suas inspirações.
Tu, interiormente, e eu também - porque estou a fazer uma oração íntima, com um profundo clamor silencioso - dizemos agora ao Menino que ansiamos por ser tão cumpridores como os servos da parábola, para que também nos possa responder a nós: alegra-te servo bom o fiel.

E, abrindo os seus tesouros, ofereceram-lhe presentes de ouro, incenso e mirra.
Detenhamo-nos um pouco para entender este passo do Santo Evangelho.
Como é possível que nós, que nada somos e nada valemos, ofereçamos alguma coisa a Deus?
Diz a Escritura: toda a dádiva e todo o dom perfeito vem do alto.
O homem não consegue descobrir plenamente a profundidade e a beleza dos dons do Senhor: se tu conhecesses o dom de Deus... - responde Jesus à mulher samaritana.
Jesus Cristo ensinou-nos a esperar tudo do Pai, a procurar antes de mais o Reino de Deus e a sua justiça, porque tudo o resto se nos dará por acréscimo e Ele conhece bem as nossas necessidades.
Na economia da salvação, o nosso Pai cuida de cada alma com amor e delicadeza: cada um recebeu de Deus o seu próprio dom; uns de um modo, outros de outro.
Portanto, podia parecer inútil cansarmo-nos, tentando apresentar ao Senhor algo de que Ele precise; dada a nossa situação de devedores que não têm com que saldar as dívidas, as nossas ofertas assemelhar-se-iam às da Antiga Lei, que Deus já não aceita: Tu não quiseste os sacrifícios, as oblações e os holocaustos pelo pecado, nem te são agradáveis as coisas que se oferecem segundo a Lei.

Mas o Senhor sabe que o dar é próprio dos apaixonados e Ele próprio nos diz o que deseja de nós.
Não lhe interessam riquezas, nem frutos, nem animais da terra, do mar ou do ar, porque tudo isso lhe pertence.
Quer algo de íntimo, que havemos de lhe entregar com liberdade: dá-me, meu filho, o teu coração.
Vedes?
Se compartilha, não fica satisfeito: quer tudo para si.
Repito: não pretende o que é nosso; quer-nos a nós mesmos. Daí - e só daí - advêm todas as outras ofertas que podemos fazer ao Senhor.

Demos-lhe, portanto, ouro: o ouro fino do espírito de desprendimento do dinheiro e dos bens materiais.
Não esqueçamos que são coisas boas, que vêm de Deus. Mas o Senhor dispôs que as utilizemos sem deixar que o coração fique preso a elas, pelo contrário, tirando delas proveito para bem da humanidade.

Os bens da terra não são maus; pervertem-se quando o homem os toma como ídolos e se prostra diante deles; mas tornam-se nobres quando os tornamos instrumentos para o bem nalguma actividade cristã de justiça e de caridade.
Não podemos correr atrás dos bens económicos, como quem procura um tesouro; o nosso tesouro está aqui, deitado num presépio; é Cristo e nele se há-de concentrar todo o nosso amor, porque onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração.


(cont)

Doutrina – 198

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«E EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR»
«JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO, E NASCEU DA VIRGEM MARIA»

103. Que ensina o Evangelho sobre os Mistérios do nascimento e da infância de Jesus?



No Natal, a glória do Céu manifesta-se na debilidade dum menino; a circuncisão de Jesus é sinal da pertença ao povo hebraico e prefiguração do nosso Baptismo; a Epifania é a manifestação do Rei-Messias de Israel a todas as gentes; na sua apresentação no templo, em Simeão e Ana é toda a esperança de Israel que vem ao encontro do seu Salvador; a fuga para o Egipto e a matança dos inocentes anunciam que toda a vida de Cristo estará sob o sinal da perseguição; o seu regresso do Egipto recorda o Êxodo e apresenta Jesus como o novo Moisés: Ele é o verdadeiro e definitivo libertador.

Bento XVI – Pensamentos espirituais 104

Paz não significa ausência de guerra

É oportuno recuperar a consciência de estarmos todos ligados por um mesmo destino, em última instância transcendente, para assim podermos valorizar ao máximo as diferenças históricas e culturais sem entrarmos em confronto com os membros de outras culturas, mas procurando coordenar-nos com eles.

São estas simples verdades que tornam possível a paz; e tornam-se fáceis de entender se escutarmos o nosso coração com pureza de intenções.

A paz surge assim como algo novo: de mera ausência de guerra passa a ser vista como a convivência dos cidadãos individuais numa sociedade governada pela justiça na qual, tanto quanto possível, se realiza o bem para cada um deles.

Mensagem para o Dia Mundial da Paz, (1.Jan.06)


(in “Bento XVI, Pensamentos Espirituais”, Lucerna 2006)

Pequena agenda do cristão


Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?