21/12/2016

Implora a misericórdia divina

Realmente, a cada um de nós, como a Lázaro, foi um "veni foras", sai para fora, que nos pôs em movimento. Que pena dão aqueles que ainda estão mortos, e não conhecem o poder da misericórdia de Deus! Renova a tua alegria santa porque, face ao homem que se desintegra sem Cristo, se levanta o homem que ressuscitou com Ele. (Forja, 476)

É bom que tenhamos considerado as insídias destes inimigos da alma: a desordem da sensualidade e a leviandade; o desatino da razão que se opõe ao Senhor; a presunção altaneira, esterilizadora do amor a Deus e às criaturas.

Todas estas disposições de ânimo são obstáculos certos e o seu poder perturbador é grande. Por isso a liturgia faz-nos implorar a misericórdia divina: a ti elevo a minha alma, Senhor, meu Deus. E em ti confio; não seja eu confundido! Não riam de mim os meus inimigos, rezamos no intróito. E na antífona do ofertório iremos repetir: espero em ti,; que eu não seja confundido!

Agora que se aproxima o tempo da salvação, dá gosto ouvir dos lábios de S. Paulo: depois de Deus, Nosso Salvador, ter manifestado a sua benignidade e o seu amor para com os homens, libertou-nos, não pelas obras de justiça que tivéssemos feito, mas por sua misericórdia.

Se lerdes as Santas Escrituras, descobrireis constantemente a presença da misericórdia de Deus: enche a terra, estende-se a todos os seus filhos, super omnem carnem; cerca-nos, antecede-nos, multiplica-se para nos ajudar e foi continuamente confirmada. Deus tem-nos presente na sua misericórdia, ao ocupar-se de nós como Pai amoroso. É uma misericórdia suave, agradável, como a nuvem que se desfaz em chuva no tempo da seca.


Jesus Cristo resume e compendia toda a história da misericórdia divina: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. E, noutra ocasião: Sede pois misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso. (Cristo que passa, 7)

Evangelho e comentário

Tempo do Advento

São Pedro Canísio – Doutor da Igreja

Evangelho: Lc 1, 39-45

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».

Comentário:

O diálogo impossível de se repetir!

Marca indelével da história da Redenção da qual faz parte porque o Senhor assim quis!

Pode imaginar-se a mão de São Lucas tremendo sobre o pergaminho enquanto registava esta cena e estas palavras que ouvia directamente da boca da Santíssima Virgem.

(Quem mais o poderia ter informado com tais pormenores?).

E, nós, consolada a alma com a meditação destas cenas, sentimo-nos pequeninos perante a grandiosidade do momento e fazemos o propó­sito de honrar, sempre, tão excelsa criatura.

(ama, comentário sobre Lc 1, 39-45, 21.12.2009)





Leitura espiritual

Leitura espiritual




A Cidade de Deus 


Vol. 1

PREFÁCIO 

Motivo e argumento da presente obra

A gloriosíssima Cidade de Deus — que no presente decurso do tempo, vivendo da fé, faz a sua peregrinação no meio dos ímpios, que agora espera a estabilidade da eterna morada com paciência até ao dia em que será julgada com justiça, e que, graças à sua santidade, possuirá então, por uma suprema vitória, a paz perfeita — tal é, Marcelino, meu caríssimo filho, o objecto desta obra. [i]

Empreendi-a a teu pedido, para me desobrigar da promessa que te fizera de defender esta Cidade contra os que ao seu fundador preferem seus próprios deuses.

Grande e árduo trabalho!
Mas Deus será a nossa ajuda!

Sei de que forças tenho necessidade para demonstrar aos soberbos quão poderosa é a virtude da humildade, pois que, para lá de todas as grandezas passageiras e efémeras da Terra, ela atinge uma altura que não é uma usurpação do orgulho humano, mas um dom da graça divina.

De facto, o rei e fundador, desta Cidade, de que resolvemos falar, revelou nas Escrituras do seu povo o dito da lei divina Deus resiste aos soberbos e concede a sua graça aos humildes [ii].

Mas deste privilégio exclusivo de Deus, a alma intumecida de orgulho tenta apropriar-se dele e gosta de ouvir dizer em seu louvor poupar os vencidos e domar os soberbos [iii].

Também é preciso falar da Cidade da Terra, na sua ânsia de domínio, que, embora os povos se lhe submetam, se torna escrava da sua própria ambição de domínio. Dela tratarei, nada calando conforme o exige o plano desta obra e o permitir a minha capacidade.

CAPÍTULO I

Acerca dos inimigos do nome de Cristo que, por causa de Cristo, os bárbaros pouparam durante a devastação de Roma.

É desta Cidade da Terra que surgem os inimigos dos quais tem que ser defendida a cidade de Deus.
Muitos deles, afastando-se dos seus erros de impiedade, tornaram--se cidadãos bastante idóneos da Cidade de Deus.
Mas muitos outros ardem em tamanho ódio contra ela e são tão ingratos aos manifestos benefícios do Redentor, que hoje não moveriam contra Ele a sua língua senão porque encontraram nos seus lugares sagrados, ao fugirem das armas inimigas, a salvação da vida de que agora tanto se orgulham.

Não são na verdade estes romanos encarniçados contra o nome de Cristo aqueles a quem os bárbaros pouparam a vida por amor de Cristo?

Disto dão testemunho os santuários dos mártires e as basílicas dos Apóstolos que acolheram quantos aí se refugiaram, tanto cristãos como estranhos, durante a devastação da Urbe.[iv]

Ali se apaziguava o encarniçado inimigo; aí findava o seu furor de extermínio; para ali conduziam os invasores tocados de compaixão, aos que, fora daqueles lugares, tinham poupado a vida, pondo-os a salvo das mãos dos que não tinham igual compaixão.
Aqueles mesmos que, noutros sítios, como inimigos que eram, realizavam crudelíssimas chacinas, — quando se aproximavam destes lugares em que lhes estava vedado o que, por direito de guerra, se permite noutras partes, refreavam a sua sanha bélica e renunciavam ao desejo de fazer cativos.

Foi assim que escaparam muitos dos que agora desacreditam o Cristianismo e imputam a Cristo as desgraças que a cidade teve que suportar.
Não atribuem, porém ao nosso Cristo mas ao destino, o beneficio de se lhes ter poupado a vida por amor de Cristo.
Deveriam antes, se o avaliassem judiciosamente, atribuir os sofrimentos e durezas que os inimigos lhes infligiram à divina Providência que costuma, com guerras, purificar e castigar os costumes corrompidos dos homens.
É a divina Providência que põe à prova a vida justa e louvável dos mortais com tais aflições, para, uma vez provada, ou a transferir para uma vida melhor ou a reter nesta Terra para outros fins.

Mas de facto os ferozes bárbaros pouparam-lhes a vida contra os costumes normais das guerras, por amor ao nome de Cristo, quer em outros lugares quaisquer, quer nos recintos consagrados ao seu culto, e, para que a compaixão se tornasse mais extensiva, escolheram os mais amplos destinados a recolher multidões.

Deviam atribuir isto ao Cristianismo.
Era a ocasião propícia para que dessem graças a Deus e recorressem ao seu nome com sinceridade, evitando assim as penas do fogo eterno, aqueles que em grande número escaparam às presentes calamidades usando hipocritamente desse mesmo nome.
Porque muitos dos que vês agora insultar com petulância e sem vergonha os servos de Cristo, não teriam escapado àquela carnificina e àquele flagelo se não tivessem fingido que eram servidores de Cristo.

E agora — ingrata soberba e ímpia loucura! — de coração perverso resistem ao seu nome; ao qual se recolheram um dia para gozarem da vida temporal, tornando-se réus das trevas eternas,

CAPÍTULO II

Nunca, numa guerra, os vencedores pouparam os vencidos por amor aos seus deuses.

São muitos os feitos guerreiros consignados por escrito, uns anteriores à fundação de Roma, outros ocorridos desde que esta nasceu até ao apogeu do Império.
Leiam-nos e digam-nos se, no assédio de alguma cidade por estrangeiros, os vencedores pouparam assim os que se refugiavam nos templos dos seus próprios deuses; ou se um chefe bárbaro deu quiçá ordem alguma para que, após o assalto da cidade, não se ferisse quem quer que fosse encontrado neste ou naquele templo.

Não foi Eneias quem viu Príamo entre os altares
profanando com o seu sangue os fogos que ele próprio tinha consagrado? [v]

E Diomedes e Ulisses que depois de degolarem os guardas da cidadela, roubaram a sagrada imagem, e ousaram pôr as mãos sangrentas sobre as virginais faixas da deusa? [vi]

E, todavia, o que segue não é exacto:

Desde aquele momento, a esperança dos Gregos começou a afrouxar e a desvanecer-se.[vii]

Na verdade, foi depois disto que ficaram vitoriosos; foi depois disto que destruíram Troia a ferro e fogo; foi depois disto que degolaram Príamo, refugiado junto dos altares.

Troia não caiu, portanto, por ter perdido Minerva.

E a própria Minerva, que é que ela tinha perdido para perecer?

Teriam sido por acaso os seus guardiões?

Sim, isto é verdade: de facto, só pôde ser roubada depois de estes terem sido degolados.

O certo é que o ídolo era defendido pelos guardiões, em vez de serem eles defendidos pelo ídolo.

 Como é possível que se preste culto, — para que guardasse a pátria e os cidadãos —  àquela que não fora capaz de guardar os seus guardas?

(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Acerca de Marcelino.

A ajuizar pelo que dele diz Ceciliano numa carta dirigida a Agostinho, em que relata comovidamente a morte de Marcelino, este era dotado de qualidades que dele faziam uma personalidade encantadora:
«Que rectidão de comportamento! Que fidelidade na amizade»!
«Que zelo pela cultura, que sinceridade nos sentimentos religiosos!
Que medida nos seus juízos, que paciência para com os inimigos, que afabilidade para com os amigos, que humildade para com os santos, que caridade para com todos! Que estima pelo bem! Que arrependimento nas faltas!» (P.L. 33-649, — Epist. 151,6).
Pois este Marcelino, que era de uma família aristocrática, desde muito jovem entrou na política, em que exerceu altos cargos na chancelaria imperial, como o indicam os seus títulos de Tribunus, notarius, cognitor. Nesta última qualidade de cognitor (Juiz) foi em 411 enviado a Cartago para assistir à conferência dos bispos católicos e donatistas com o fim de pôr termo ao cisma destes.
Conheceu então e tomou-se amigo do bispo de Hipona.
Mercê das referidas funções e altos cargos e da amizade que o ligava a Agostinho, em breve se tornou como que o elo de ligação entre este e os intelectuais de Cartago, nomeadamente com o nobre Valusiano, cônsul, que lhe forneceu material abundante, constituído por objecções dos pagãos, que o Bispo de Hipona contestaria em algumas das suas obras, nomeadamente nesta da Cidade de Deus.
Quando da revolta de Heraclio, alguns inimigos políticos e donatistas comprometeram-no injustificadamente nessa revolta. Foi por isso preso e veio a ser assassinado na prisão a 12 de Setembro de 413, apesar dos esforços de Santo Agostinho e outros bispos para o salvarem.
Sobre este assunto, v., além de P. L. 33-649, Moreau — Le dossier de Marcelin (in Recherches Augustiniennes IX, Paris 1973); Morceau — Histoire Litt. de l’Afrique Chrétienne, IV p. 82 e sgs.; M. A. Me. Namara — L ’Amitié de Saint Augustin — Paris, 1962.
[ii] Deus superbis resistit, humilibus autem dat gratiam. Tiago, IV, 6; I Pedro, V, 5.
[iii] Parcere subjectis, et debellare superbos. Vergílio, Eneida, VI, 853.
[iv] Orósio (Paulo), presbítero de Braga (Historiarum adversus paganos libri septem, C. VII, 39) refere que foi o próprio Alarico quem ordenou aos seus soldados que poupassem os templos cristãos, nomeadamente as basílicas dos apóstolos Pedro e Paulo, respeitassem quem neles procurasse refúgio e não deitassem mão dos objectos de culto. Mais refere que Alarico assim procedeu, por, embora ariano, considerar Roma como sede da Cristandade. Porque nos toca de perto este presbítero de Braga, não será talvez inútil acrescentar que P. Orósio, amigo e discípulo de Santo Agostinho, com este colaborou na luta contra o paganismo. Santo Agostinho retrata-o como «homem de engenho vivo, de palavra fecunda, com grande entusiasmo por conhecer a verdade e vivo desejo de ser instrumento útil na casa do Senhor, para refutar as falsas e perniciosas doutrinas que nas almas dos Hispânicos têm feito mais estragos do que a espada dos bárbaros nos seus corpos». (Aug. Epist. 156,2; P. L. 33, 720-721).
Orósio foi a Hipona consultar Agostinho acerca de certos pontos de doutrina suscitados na Península Ibérica pelos priscilianistas, que nela abundavam com prejuízo para a ortodoxia.
O bispo de Hipona incumbiu-o de ir ao Oriente dar a conhecer os erros de Pelágio e, quando ele regressou, de reduzir a escrito todas as catástrofes que antes de Cristo caíram sobre o mundo. Assim nasceram
Historiarum adversus paganos libri septem (sete livros de História contra os pagãos), obra também conhecida durante a Idade Média por Maesta Mundi (Tristezas do Mundo). Tal como o mestre, também Orósio reconhece estar na providência divina o sentido da história, reconhecendo como providenciais todos os acontecimentos históricos, mesmo os mais lamentáveis.
A História contra os Pagãos gozou, ao lado da Cidade de Deus, de muita estima e estudo na Idade Média, que «fez da obra do presbítero hispânico o seu manual de história», (G. Finle — Errera San Agustin y Orósio. Esquema para un estúdio de las fuentes dei «De Civitate Dei», in «La Ciudad de Dios», 167 (1954) II, 549).
No prefácio da sua obra, Orósio reconhece:
«Minha humilde pessoa deve tudo o que fez à tua direcção fraterna.
Toda a minha obra a ti pertence e para ti se volta. A minha única contribuição consiste em tê-la escrito com alegria, (ob. c., Viena, 1882).
Além dos Historiarum adversus paganos libri septem, e antes desta obra, Orósio escreveu: a) Consultatio sive commonitorium de errore priscillianistorum et Origenistarum, que entregou a Santo Agostinho o qual, em resposta, escreveu Liber ad Orosium contra Priscillianistas et Origenistas', b) Liber Apologeticus Contra Pelagium de arbitrii libertate.
Sobre Orósio, além das o. cit., v. P. L. 31, 635-1216.
— Bibliografia geral Portuguesa II, Lx.-1944 p. 80-165;
— G. Fink., Recherches Bibliographiques sur Paul Orose, in Arch. Bibl. Y Museos, 56, Mad. 1952, p. 271-322.
— A melhor edição da «História» é a do Corpus Scriptorum Ecclesiasticorum
latinorum (C.S.E.L.) corrigida por S. Svennung. Tom, V, Upsala
1922.
— E. Florez, Espana Sagrada, XV, 314-351;
— C. Tonez Rodrigues, Los Siete Libros de la Historia contra los paganos, in
Quademos de Est. Gallegos, Compostela, 1948, p. 23-48;
— C. Tonez Rodrigues, La obra de Orose, in Bibl. de Uniu. de Compost.
n.os 61-62,1953-1954;
— M. Martins, Correntes de Fil. Rei. em Braga, in Brotéria 1950, 162-
-213;
— M. Castro, El Hispanismo en le obra de P. Orósio, in Quademos cit. 28,
154;
— E. Cuevar e Dominguez Del Vai, Patrologia Espanola (ap. à Patrol,
de B. Altaner) 81-84;
— B. Lacroix, Orose et ses idées — Montrene-Paris, 1965;
— B. Lacroix, Im importancia de Orósio — in Augustinus, 2 (1957);
— Bracara Augusta 21, (B. 1967), p. 346-363;
— «Orósio» in Die. de Hist, de Portugal;
— Elias de Tejada, Orósio y Dracôncio, in ar. de Hist, del Derecho Esp., 29
(1963) p. 191-201.
[v] Sanguine foedantem quos ipse sacraverat ignes. Vergílio, Eneida, II, 502.
[vi] ... caesis summae custodibus areis,
Corripuere sacram effigiem manibusque cruentis
Virgíneas ausi divae contingere vittas,...
Virgílio, Eneida, II, 166-168.
[vii] Ex illo fluere ac retro sublapsa referri Spes Danaum,...
Vergílio, Eneida, II, 169-170.

Actos dos Apóstolos

Actos dos Apóstolos

I. A IGREJA DE JERUSALÉM [i]

Capítulo 4

Pedro e João perante o Sinédrio

1Estando eles a falar ao povo, surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus, 2irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos. 3Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde. 4No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé, e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil.

5No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém 6com o Sumo Sacerdote Anás, e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes. 7Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?» 8Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes:

«Chefes do povo e anciãos, 9já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado, 10ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós. 11Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular. 12E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.»

13Ao verem o desassombro de Pedro e de João e percebendo que eram homens iletrados e plebeus, ficaram espantados. Reconheciam-nos por terem andado com Jesus, 14mas, ao mesmo tempo, vendo de pé, junto deles, o homem que fora curado, nada encontraram para replicar.

15Mandaram-nos, então, sair do Sinédrio e começaram sozinhos a deliberar: 16«Que havemos de fazer a estes homens? Que um milagre notável foi realizado por eles é demasiado claro para todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo. 17No entanto, para evitar que a notícia deste caso se espalhe ainda mais por entre o povo, proibamo-los, com ameaças, de falar, doravante, a quem quer que seja, nesse nome.»

18Chamaram-nos, então, e impuseram-lhes a proibição formal de falar ou ensinar em nome de Jesus. 19Mas Pedro e João retorquiram: «Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus. 20Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos.»

21Eles, então, com novas ameaças, mandaram-nos em liberdade, não encontrando maneira de os castigar, por causa do povo; pois todos glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido. 22O homem curado miraculosamente tinha mais de quarenta anos.



[i] (1,12-6,7)

Graus da perfeição - 12

17 Graus da perfeição


12. Não ocupar-se das coisas alheias, sejam elas boas ou más, porque, além do perigo que há de pecar, essa ocupação é causa de distrações e amesquinha o espírito.


(são joão da cruz, em Pequenos Tratados Espirituais)


(tradução por ama)

Pequena agenda do cristão



Quarta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)


Propósito:

Simplicidade e modéstia.


Senhor, ajuda-me a ser simples, a despir-me da minha “importância”, a ser contido no meu comportamento e nos meus desejos, deixando-me de quimeras e sonhos de grandeza e proeminência.


Lembrar-me:
Do meu Anjo da Guarda.


Senhor, ajuda-me a lembrar-me do meu Anjo da Guarda, que eu não despreze companhia tão excelente. Ele está sempre a meu lado, vela por mim, alegra-se com as minhas alegrias e entristece-se com as minhas faltas.

Anjo da minha Guarda, perdoa-me a falta de correspondência ao teu interesse e protecção, a tua disponibilidade permanente. Perdoa-me ser tão mesquinho na retribuição de tantos favores recebidos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?