13/04/2017

Fátima: Centenário - Poemas

MÃE DO SALVADOR



Vós todos que passais olhai e vede
se há dor no mundo igual à minha dor!...
Ah, como a faz sofrer a ardente sede
que abrasa o Coração da Mãe de amor!

Se podeis, no seu peito escrito lede
quanto custa remir um pecador…
Sobre o mar se estendeu divina rede…
Pescam almas Maria e o Redentor!

Cumpriu-se inteiramente o plano eterno:
Jesus venceu Satã, cerrou o Inferno,
por todos expirando sobre a Cruz.

E, se Eva nos causou mortal ferida,
outra Mulher nos vem trazer a vida,
pois foi Maria que nos deu Jesus!

Visconde de Montelo, Paráfrase da Ladainha Lauretana, 1956 [i]



[i] Cónego Manuel Nunes Formigão
1883 - Manuel Nunes Formigão nasce em Tomar, a 1 de Janeiro. 1908 - É ordenado presbítero a 4 de Abril em Roma. 1909 - É laureado em Teologia e Direito Canónico pela Universidade Gregoriana de Roma. 1909 - No Santuário de Lourdes, compromete-se a divulgar a devoção mariana em Portugal. 1917 - Nossa Senhora aceita o seu compromisso e ele entrega-se à causa de Fátima. 1917 / 1919 - Interroga, acompanha e apoia com carinho os Pastorinhos. - Jacinta deixa-lhe uma mensagem de Nossa senhora, ao morrer. 1921 - Escreve o livro: "Os Episódios Maravilhosos de Fátima". 1922 - Integra a comissão do processo canónico de investigação às aparições. 1922 - Colabora e põe de pé o periódico "Voz de Fátima". 1924 - A sua experiência de servita de Nossa Senhora em Lurdes, leva-o a implementar idêntica actividade em Fátima. 1928 - Escreve a obra mais importante: "As Grandes Maravilhas de Fátima". 1928 - Assiste à primeira profissão religiosa da Irmã Lúcia, em Tuy. Ela comunica-lhe a devoção dos primeiros sábados e pede-lhe que a divulgue. 1930 - Escreve "Fátima, o Paraíso na Terra". 1931 - Escreve "A Pérola de Portugal". 1936 - Escreve " Fé e Pátria". 1937 - Funda a revista "Stella". 1940 - Funda o jornal "Mensageiro de Bragança". 1943 - Funda o Almanaque de Nossa Senhora de Fátima. 1954 – Muda-se para Fátima a pedido do bispo de Leiria-Fátima 1956 - Escreve sonetos compilados na "Ladainha Lauretana". 1958 – Morre em Fátima. 06/01/1926 - Funda a congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima. 11/04/1949 – A congregação por ele fundada é reconhecida por direito diocesano. 22/08/1949 – Primeiras profissões canónicas das Religiosas. 16/11/2000 - A Conferência Episcopal Portuguesa concede a anuência por unanimidade, para a introdução da causa de beatificação e canonização deste apóstolo de Fátima. 15/09/2001 - Festa de Nossa Senhora das Dores, padroeira da congregação - É oficialmente aberto o processo de canonização do padre Formigão. 16/04/2005 – É oficialmente encerrado e lacrado o processso de canonização do padre Formigão.
Fátima, 28 Jan 2017 (Ecclesia) – Decorreu hoje a cerimónia de trasladação dos restos mortais do padre Manuel Nunes Formigão, conhecido como 'o apóstolo de Fátima, do cemitério local para um mausoléu construído na Casa de Nossa Senhora das Dores.
A celebração de trasladação deste sacerdote e servo de Deus começou com uma concentração, rua Francisco Marto, 203, com centenas de pessoas, seguida de saída para o cemitério da Freguesia de Fátima.
Na eucaristia inserida neste evento, na Basílica da Santíssima Trindade, do Santuário de Fátima, D. António Marto destacou uma figura que "se rendeu ao mistério e à revelação do amor de Deus, da beleza da sua santidade tal como brilhou aos pastorinhos de Fátima".
O bispo de Leiria-Fátima recordou ainda o padre Manuel Formigão como alguém que "captou de uma maneira admirável para o seu tempo, a dimensão reparadora da vivência da fé tão sublinhada na mensagem de Fátima".

Nota de AMA:
Este livro de Sonetos foi por sua expressa vontade, depois da sua morte, devidamente autografado, entregue a meu Pai. Guardo o exemplar como autêntica relíquia.

Fátima:Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Hoy el reto del amor es que te pongas en pista.

EMPEZAR DE CERO

El Noviciado es un hogar normal, o sea, que, al final de la semana, para ir de tu celda a la sala, tienes que ir saltando obstáculos: que si un cubo de la ropa, que si una caja de libros, que si algún regalo de las visitas... Así que ayer, lunes, nos pusimos a limpiar todo el Noviciado. Nos repartimos y empezamos a recoger. Pero... "¡Uy, esto no se puede recoger, necesitamos tenerlo a mano!", "Esto lo vamos a sacar dentro de poco", "Esto tampoco, ni esto". Al final me vi mirando la sala y pensando que era mejor dejarlo, porque al día siguiente lo íbamos a volver a sacar.

Cuántas veces pensamos lo mismo, sobre todo al hacer la cama: "Pero si me voy a meter en la cama esta noche otra vez". Y sí, tiene toda la lógica del mundo, pero, ¿y si el Señor nos dijese eso en cada confesión? "Si, total, vas a volver a pecar". Una vez el confesor me dijo que el Señor en la confesión "nos pone a punto en todo bien". Es decir, nos ponemos otra vez en pista, nos centra en Cristo, nos da paz, esperanza y alegría.

Puede que hayas caído en la desesperanza con los demás o incluso contigo mismo, piensas que lo que te está ocurriendo va a ser así toda la vida, que nunca vas a poder con tal cosa o siempre te va a dar miedo esta otra... Cristo quiere acompañarte hoy y decirte que no caigas en la desesperanza. Él quiere levantarte, pero su forma de actuar es desde abajo. Jesús, en el lavatorio de los pies, no se igualó, se puso por debajo. Pero la cosa no terminó ahí: lo hizo para levantarnos, para que nos apoyásemos en Él cuando nos sintamos con los pies sucios y cansados.

Él no va a forzarte, va a esperarte ahí abajo con paciencia para cogerte cada vez que caigas y darte esperanza de nuevo. Él te va a devolver la alegría de recoger la sala, de hacer la cama... Dentro de dos días nuestra sala va a estar igual que estaba antes de ordenarla, somos humanas, pero, cuando ya no sepamos ni por dónde está el camino para salir y esté todo patas arriba, Él nos volverá a dar otra oportunidad, y no se va a cansar nunca, porque nos ama por encima de todo.

Hoy el reto del amor es que te pongas en pista. Puede que el fin de semana te hayas desviado un poco, pero Cristo te espera para, juntos, empezar de cero. Hoy no caigas en la desesperanza, siéntate delante de Él y pídele que te levante.


VIVE DE CRISTO

Temas para meditar - 700

Acções de graças


Não há ninguém, que por pouco que reflicta, não encontre em si mesmo poderosos motivos que o obriguem a mostrar-se agradecido a Deus.

E especialmente nós, porque nos escolheu para Si e nos guardou para O servir só a Ele.


s. bernardo Sermão 2 para o VI Domingo depois de Pentecostes 1



Evangelho e comentário

Semana Santa

Quinta-Feira Santa

Evangelho: Jo 13, 1-15
(Missa vespertina)

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».

Comentário:

A verdadeira “lição”, a “chave” deste trecho de São João que testemunhou quanto se passou nessa Ceia memorável, está exactamente no último versículo:
«Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também»

Nada do que Jesus Cristo fez ou disse foi “por acaso” levado por algum sentimento súbito e irreprimível.

Não!

O Senhor quer deixar bem gravado na mente e coração daqueles que O seguem de mais perto e serão os futuros pilares da Sua Igreja, que o “exemplo vem de cima” e que ninguém poderá mandar, ensinar, ou mesmo sugerir a outrem que faça algo que ele próprio não fez.

Não há apostolado como o exemplo!

As palavras por mais belas, convincentes e estruturadas que sejam não criam as raízes que o exemplo deixa bem “enterrado” no âmago dos que nos ouvem.

Primeiro… fazer, depois… pedir que façam!


(ama, comentário sobre Jo 13, 1-15, 15.12.2016)

Leitura espiritual

A Cidade Deus
A CIDADE DE DEUS


Vol. 2

LIVRO X

CAPÍTULO XIV

Em que sentido é que se diz do Diabo que não se manteve na verdade porque a verdade não está nele?

Como se nós tivéssemos perguntado porque não permaneceu o Diabo na verdade?, deu-nos o Senhor um sinal:

Porque a verdade não está nele.

Ora ela estaria nele se ele nela se mantivesse. Mas é uma forma pouco usual de se exprimir: porque

não se manteve na verdade porque a verdade não estánele,

parece querer dizer que o facto de não ter nele a verdade é a causa de ele nela se não manter; quando é antes o facto de nela se não ter mantido a causa por que ele não tem em si a Verdade. Esta expressão encontra-se no Salmo:

Clamei porque me atendeste, meu Deus,[i]

como se dissesse, parece, Tu atendeste-me, Deus meu, porque chamei. Mas, depois de ter dito clamavi (clamei), o Salmista, como se lhe tivessem perguntado como reconhecer que foste atendido por Deus?, mostra a sinceridade do seu clamor pelo seu efeito de ter sido atendido por Deus; com o se dissesse:

a prova de que chamei é que tu me atendeste.

CAPÍTULO XV

Que pensar desta expressão O Diabo peca desde o começo?
Aquilo que João diz acerca do Diabo:

O Diabo peca desde o começo [ii]

não o compreendem os herejes pois que, se tal é a sua natureza, já não há pecado algum. Mas que responder aos testemunhos proféticos,

quer o de Isaías designando o Diabo sob a figura de
príncipe de Babilónia:

De que maneira caiu Lúcifer que surgiu ao alvorecer,[iii]

quer o de Ezequiel:

Tu estiveste nas delícias do paraíso de Deus, adornado de todas as pedras preciosas?[iv]

Não dão eles a entender que esteve algum tempo sem pecado? Um pouco mais adiante, de facto, diz-se dele mais expressivamente:

Caminhaste nos teus dias sem pecado.[v]

Se a estas palavras se não pode dar uma melhor interpretação, a frase 
não se manteve na verdade,[vi]

deve compreender-se assim: ele esteve na verdade, mas não se manteve nela. E a frase

o Diabo peca desde o começo ,[vii]

não significa que ele pecou desde o princípio da criação, mas desde o começo do pecado, neste sentido de que foi pelo seu orgulho que o pecado começou.

E o que disse Job acerca do Diabo no livro em que está escrito:

Este é o começo da obra do Senhor que Ele fe z para
que troçassem dela os seus anjos,
[viii]

(com o que concorda o que se lê no Salmo:

Este dragão que formaste para que dele trocem, [ix]

não se deve entender que Deus o criou desde o princípio para ser objecto de troça dos seus anjos, mas que, depois de ter pecado, Deus o sujeitou a esse castigo. O seu primeiro começo é obra do Senhor; realmente, nenhum a natureza existe, mesmo no último e mais pequeno dos insectos de que não seja autor Aquele de quem procedem toda a medida, toda a beleza, toda a ordem , sem as quais nada se pode encontrar nem conceber, entre as coisas:

quanto mais assim não é para a criatura angélica que se eleva, pela dignidade da sua natureza, acima de todas as outras obras que Deus fez!


CAPÍTULO XVI

Graus e diferenças entre as criaturas consideradas diversamente, conforme a sua utilidade ou a ordem da razão.

Entre os seres que de algum modo são, mas não são o mesmo que é Deus que os fez, colocam -se os vivos acima dos não vivos, e os que têm capacidade de gerar ou mesmo de apetecer acima dos que carecem deste impulso. Entre os vivos, os que possuem sensibilidade prevalecem sobre os que a não têm, tais com o os animais sobre as árvores. D entre os que sentem, prevalecem os inteligentes sobre os não inteligentes, tais com o os homens sobre os animais. Dentre os inteligentes prevalecem os imortais sobre os mortais, tais com o os anjos sobre os homens. Esta ordem de preferência é a da natureza. Mas há outra ordem de apreciação fundada sobre o uso particular que fazemos de cada um dos seres. Assim, colocamos alguns que carecem de sensibilidade antes de outros que dela são dotados e de tal forma que, se estivesse em nosso poder, os eliminaríamos da natureza, quer porque ignoramos o lugar que nela ocupam quer porque, conhecendo-o embora, os subordinamos aos nossos interesses. Quem não prefere ter pão a ratos em casa? Dinheiro a pulgas? Mas que admira se, mesmo quando se trata de avaliar homens cuja natureza é de tamanha dignidade, se compra muito mais caro um cavalo do que um escravo, mais caro uma pedra preciosa do que um a escrava! Assim, a liberdade de apreciação estabelece um a grande diferença entre as reflexões da razão e a necessidade do indigente ou o prazer do desejoso. A razão considera o que vale uma coisa no seu grau de ser; a necessidade o que um a coisa espera da outra. A razão busca o que se mostra verdadeiro à luz da mente; o prazer vê o que há de agradável e de lisonjeiro para os sentidos. Todavia, nas naturezas racionais a vontade e o amor têm, por assim dizer, tão grande peso que, apesar da superioridade dos anjos sobre os homens, segundo a ordem da natureza, os homens virtuosos se antepõem aos anjos maus segundo a lei da justiça.

CAPÍTULO XVII

O vício da malícia não pertence à natureza mas é contra a natureza. Não foi o Criador mas a vontade a causa que levou a natureza a pecar.

Num a interpretação correcta, a frase

este é o começo da obra de Deus[x]

refere-se à natureza e não à malícia do Diabo. Porque
uma malícia que vicia supõe indubitavelmente um a natureza anterior não viciada. Mas o vício é de tal modo contra a natureza que só pode ser nocivo à natureza. Não seria, portanto, um vício separar-se de Deus se, para a natureza de que esta separação constitui um vício, não fosse melhor estar unido a Deus. É por isso que mesmo a vontade má presta poderoso testem unho a favor da natureza boa. Mas Deus, assim com o é o criador excelente das naturezas boas, assim é também o ordenador justíssimo das vontades más. E quando estas abusam, para o mal, das naturezas boas, serve-se mesmo das naturezas más para o bem. Fez, portanto, com que o Diabo, bom pela sua criação, mau pela sua vontade, fosse atirado para o grupo dos seres inferiores para ser entregue às mofas dos seus anjos, no sentido de que os santos tirem proveito das próprias tentações pelas quais ele procurava ser-lhes nocivo. Ao criá-lo, Deus não ignorava a sua malícia futura e previa todo o bem que do mal tiraria: foi por isso que o salmista disse:

Este dragão que fizeste para ser um objecto de troça,[xi]

para mostrar que, no preciso momento em que o criou

— criando-o bom por causa da sua vontade — nos dava a
entender que já tinha preparado, graças à sua presciência, os meios de tirar proveito mesmo do mal.


(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)





[i] Salmo XVI, 6.
[ii] Jo III, 8.
[iii] Isaías, XIV, 12.
[iv] Ezeq., XXVIII, 13.
[v] Ibid.
[vi] Jo VIII, 44,
[vii] Jo III, 8.
[viii] Jo XI, 14.
[ix] Salmo, CII, 26.
[x] Job, XI, 14.
[xi] Salmo CIII, 26.

Epístolas de São Paulo – 44

2ª Epístola de São Paulo aos Coríntios

I. DEFESA DO APÓSTOLO (1,12-7,16)

Capítulo 9

II. COLECTA EM FAVOR DE JERUSALÉM (8,1-9,15; ver Act 24,17; Rm 15,25-27; Gl 2,10)

O exemplo das igrejas da Acaia

1A respeito do serviço em favor dos santos, é supérfluo que vos escreva. 2Conheço a vossa boa vontade, que enalteço, para vossa glória, junto dos macedónios: «A Acaia está pronta, desde o ano passado.» E o vosso zelo tem servido de estímulo a muitos outros. 3Enviei-vos, todavia, os irmãos para que o elogio que fiz de vós não seja desmentido neste particular e para que, como disse, estejais preparados. 4Não aconteça que, indo comigo alguns macedónios e encontrando-vos desprevenidos, nós, para não dizer vós, ficássemos envergonhados de tal confiança. 5Julgámos, por isso, necessário pedir aos irmãos que fossem adiante ter convosco e preparassem, de antemão, a vossa oferta prometida, e assim esta esteja já pronta como sinal de liberalidade e não de avareza. 6Ficai sabendo: Quem pouco semeia, também pouco colherá; mas quem semeia com generosidade, com generosidade também colherá. 7Cada um dê como dispôs em seu coração, sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria. 8E Deus tem poder para vos cumular de toda a espécie de graça, para que, tendo sempre e em tudo quanto vos é necessário, ainda vos sobre para as boas obras de todo o género. 9Como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. 10Aquele que dá a semente ao semeador e o pão em alimento, também vos dará a semente em abundância e multiplicará os frutos da vossa justiça. 11Assim, sereis enriquecidos em tudo, para exercer toda a espécie de generosidade que suscitará, por nosso intermédio, a acção de graças a Deus.
12Porque o serviço desta colecta não deve apenas prover às necessidades dos santos, mas tornar-se abundante fonte de muitas acções de graças a Deus. 13Através da comprovada virtude deste serviço, eles glorificarão a Deus pela obediência que professais para com o Evangelho de Cristo, e pela generosidade da comunhão em benefício deles e de todos. 14E nas suas orações por vós, eles mostrarão quanto vos estimam, por causa da extraordinária graça que Deus vos concedeu. 15Graças sejam dadas a Deus pelo seu dom inefável!


Doutrina – 268

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ

SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ


CAPÍTULO PRIMEIRO CREIO EM DEUS PAI

OS SÍMBOLOS DA FÉ

47. Quem é o Espírito Santo que Jesus Cristo nos revelou?

É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho. Ele «procede do Pai» [1], o qual, princípio sem princípio, é a origem de toda a vida trinitária. E procede também do Filho (Filioque), pelo dom eterno que o Pai faz de Si ao Filho. Enviado pelo Pai e pelo Filho encarnado, o Espírito Santo conduz a Igreja «ao conhecimento da Verdade total». [2]







[1] Jo 15, 26
[2] Jo 16, 13

Vivei uma particular Comunhão dos Santos

Comunhão dos Santos. – Como to hei-de dizer? – Sabes o que são as transfusões de sangue para o corpo? Pois assim vem a ser a Comunhão dos Santos para a alma. (Caminho, 544)

Vivei uma particular Comunhão dos Santos: e cada um sentirá, à hora da luta interior, e à hora do trabalho profissional, a alegria e a força de não estar só. (Caminho, 545)


Aqui estamos, consummati in unum, em unidade de petição e de intenções, dispostos a começar este tempo de conversa com o Senhor com renovado desejo de sermos instrumentos eficazes nas suas mãos. Diante de Jesus Sacramentado – como gosto de fazer um acto de fé explícita na presença real do Senhor na Eucaristia! – fomentai nos vossos corações o desejo de transmitir, pela vossa oração, um impulso fortíssimo que chegue a todos os lugares da terra, até ao último recanto do planeta, onde houver alguém gastando a sua existência ao serviço de Deus e das almas. Com efeito, graças à inefável realidade da Comunhão dos Santos, somos solidários – cooperadores, diz S. João – na tarefa de difundir a verdade e a paz do Senhor. (Amigos de Deus, 154)

Pequena agenda do cristão

Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?