01/06/2017

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Diante de Deus tu és uma criança

Diante de Deus, que é Eterno, tu és uma criança mais pequena do que, diante de ti, um miúdo de dois anos. E, além de criança, és filho de Deus. – Não o esqueças. (Caminho, 860)

Se reparardes bem, é muito diferente a queda de uma criança e a queda de uma pessoa crescida. Para as crianças, uma queda, em geral, não tem importância; tropeçam com tanta frequência! E se começam a chorar, o pai lembra-lhes: os homens não choram. Assim se encerra o incidente com o empenho do miúdo por contentar o seu pai.


(…) Se procurarmos portar-nos como eles, os tropeções e os fracassos – aliás inevitáveis – na vida interior, nunca se transformarão em amargura. Reagiremos com dor, mas sem desânimo, e com um sorriso que brota, como a água límpida, da alegria da nossa condição de filhos desse Amor, dessa grandeza, dessa sabedoria infinita, dessa misericórdia, que é o nosso Pai. Aprendi durante os meus anos de serviço ao Senhor a ser filho pequeno de Deus. E isto vos peço: que sejais quasi modo geniti infantes, meninos que desejam a palavra de Deus, o pão de Deus, o alimento de Deus, a fortaleza de Deus para se comportarem de agora em diante, como homens cristãos. (Amigos de Deus, 146)

Evangelho e comentário

Tempo de Páscoa


Evangelho: Jo 17, 20-26

20Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, 21para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. 22Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um. 23Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim. 24Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas Eu conheci-te e estes reconheceram que Tu me enviaste. 26Eu dei-lhes a conhecer quem Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também.»

Comentário:

Todo o capítulo 17 do Evangelho de São João é um discurso testamentário.
Jesus ao pedir ao Pai por todos os que O seguem e, também, os que O hão-de seguir ao longo dos tempos, pede também pela união de todos porque só unidos poderão vencer o mundo e conquistar almas para o Reino.
Ao longo dos tempos – também hoje em dia – sabemos muito bem os resultados catastróficos da falta de união entre os cristãos. As perdas – por vezes irreparáveis – de populações inteiras atraídas por falsos profetas – lobos vestidos de cordeiros – ou desorientados pela desunião entre os pastores que deveriam conduzir o rebanho como um todo.
Os homens – alguns homens – tomaram a Igreja como sua o que foi e é um abuso sem qualificação porque a Igreja é, pertence inteira e unicamente ao seu Fundador e Cabeça: Jesus Cristo Nosso Senhor.

(AMA, comentário sobre Jo 17, 20-26, 19.01.2017)





Leitura espiritual


Vol. 2

LIVRO XIV

CAPÍTULO XXIV

Se os homens se tivessem conservado inocentes no Paraíso e com o mérito da obediência, teriam utilizado os órgãos genitais na procriação dos filhos com o os demais órgãos ao arbítrio da vontade.

Por conseguinte, o varão semearia e a mulher receberia a prole, sendo os órgãos genitais movidos, quando e como fosse necessário, sob o impulso da vontade e não pela excitação libidinosa. Efectivamente, nós movemos à vontade não somente os membros constituídos por ossos compactos — como os pés, as mãos, os dedos — mas também os que são flácidos, constituídos por carnes e nervos.  Quando queremos, movemo-los, agitando-os; alongamo-los, estendendo-os; encolhemo-los, dobrando-os; endurecemo-los, contraindo-os — tal qual como a vontade move, na medida em que lhe é possível, os que estão na boca e na face. Por fim os próprios pulmões, de todas as vísceras as mais moles a não ser a medula, encerrados por isso na cavidade do peito, obedecem com o os foles das forjas ou dos órgãos, para aspirarem ou expirarem o ar, emitirem ou modelarem a voz à vontade do que sopra ou respira, fala, grita ou canta. Não refiro a faculdade natural que alguns animais têm de mexer a pele de que está revestido todo o seu corpo só no sítio em que sentem alguma coisa 4ue têm que repelir —   pelo tremor da pele afugentam as moscas que nela pousam e até os espinhos que nela se espetam. Lá porque o homem não tem este poder, será o Criador não o poderia conceder aos animais como aprouvesse? Da mesma maneira pôde, portanto, também o homem manter nos seus membros inferiores a obediência que tinha perdido pela sua desobediência. Nem, na verdade, era difícil para Deus criá-lo de tal forma que, o que agora na sua carne é movido pela paixão libidinosa fosse então movido pela sua vontade.

Conhecemos, de facto, certos homens que têm uma constituição muito diferente da dos outros e admirável pela sua raridade. Fazem à vontade com o seu corpo actos que os outros não podem fazer, sendo difícil àqueles que deles ouvem falar neles acreditarem. Há os que mexem as orelhas, quer uma de cada vez quer as duas ao mesmo tempo. Outros, sem mexerem a cabeça, puxam toda a cabeleira para a frente ou levam-na para trás quando lhes apetece. Alguns, depois de terem engolido, da mais incrí­vel forma, as coisas mais variadas, com um a ligeira contracção do estômago retiram-nas intactas a seu bel-prazer como se fosse dum saco. H á outros que imitam e reproduzem tão bem as vozes das aves, dos animais e de vários homens que, se não fossem vistos, deles se não distinguiriam. Alguns emitem por baixo, sem a menor ponta de fedor, sons tão cadenciados que até parece que cantam por essa parte. Eu próprio vi um homem que suava quando lhe apetecia. E sabe-se que alguns choram, chegando a derramar abundantes lágrimas, quando querem. E ainda muito mais incrível é este facto a que recentemente assistiram alguns irmãos: houve, numa paróquia da Igreja de Calama, um certo presbítero chamado Restituto que, quando queria, (e a pedido dos que desejavam presenciar essa maravilha) perante os fingidos prantos de qualquer homem, perdia os sentidos e ficava de tal m aneira semelhante a um morto, que, se o picassem, nada sentiria, e, às vezes, só sentia as dores de um a queimadura depois, na ferida. O seu corpo ficava imóvel, não devido à resistência que opunha, mas devido à insensibilidade, como se verificava num morto, pela falta de respiração. Mas, contava ele depois, se falassem com clareza, ouvia, como que ao longe, as vozes humanas. Pois, se ainda agora, levam uma vida tão cheia de misérias na carne corruptível, tão maravilhosamente o corpo obedece à vontade em alguns e muitos movimentos e impulsos fora do com um — por que motivo não havemos de crer que, antes do pecado de desobediência e do castigo da corruptibilidade, podiam os membros humanos estar submetidos à vontade humana para, sem resquícios da libido, propagar a prole? O homem foi a si mesmo abandonado porque abandonou Deus e em si mesmo pôs as suas complacências. Recusa-se a obedecer a Deus e por isso não pôde a si próprio obedecer. Daí a sua mais evidente desgraça: o homem já não vive com o quer. Julgar-se-ia feliz se vivesse com o quer. Mas nem isso seria, se vivesse vergonhosamente.

CAPÍTULO XXV

A verdadeira felicidade não se alcança na vida temporal.

Mas se pensarmos bem, ninguém, a não ser o homem feliz, vive como quer. E ninguém é feliz a não ser o justo. Mas mesmo o justo não vive com o quer, enquanto não chegar aonde não se possa morrer, nem errar, nem sofrer e lhe esteja assegurado que sempre assim será. É isto o que a natureza deseja e ela só será plena é perfeitamente feliz, se obtiver o que deseja. Mas, presentemente, qual é o homem que pode viver com o quer, quando o próprio viver não está no seu poder? Quer, realmente, viver e é coagido a morrer. Como vive então como quer quem não vive enquanto quer? E, se quiser morrer, — como pode viver como quer quem viver não quer? E, se quiser morrer, não porque não queira viver, mas para viver melhor depois da morte, — então ainda não vive como quer; mas viverá como quer quando, pela morte, chegar ao que quer. Mas vá! Que viva como quer porque se violentou e a si mesmo impôs não querer o que não pode e querer o que pode (como diz Terêncio:

Pois que não podes jazer o que queres,
Procura querer o que possas [i]

acaso será feliz porque pacientemente é infeliz? Vida feliz se não se ama não se tem. Mas se se ama e se tem a vida feliz, necessariamente que se ama, acima de tudo o mais, a vida feliz — porque é por causa dela que se tem de amar tudo o que se ama. Mas se se ama a vida tanto quanto ela é digna de ser amada (pois não é feliz quem não ama a vida feliz com o ela é digna de ser amada), é impossível que quem assim a ama a não deseje eterna. Portanto, a vida, quando for eterna, então é que será feliz.



(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)



[i] Terêncio, Andria, II, 1, 305.

Temas para meditar 714

Procurar Deus

Há quem não seja capaz, nem sequer, de mudar de local, por Deus.

Querem sentir gosto e consolos de Deus sem fazer mais esforços sem tragar o que Ele lhes deita na boca, e gozar do que lhes põe no coração sem mortificar-se eles próprios em nada; sem deixar os seus prazeres e veleidades.

Mas esperam em vão.

Porque enquanto não saiam para procurar Deus, por muito que O chamem, não o encontrarão.

SÃO JOÃO DA CRUZ, Cântico Espiritual 3 2



Hoy el reto del amor es ir ante un Sagrario y pedirle a Él que sea fuerte en ti.

CRISTO TE ESPERA EN LA DEBILIDAD

Las Jornadas Monásticas son impresionantes, ves al Señor pasar por la vida de las personas, ves muchos milagros. Pero no os podéis imaginar la coordinación que hay que tener aquí dentro para sacarlas adelante.

El fin de semana pasado tuvimos una y, como siempre vamos a última hora, me agobiaba un poco el hecho de que faltasen cosas. Cuando se lo entregué al Señor pude ver cómo cada hermana era importantísima. Me impresionó cómo cada una iba haciendo pequeñas tareas de la Jornada: fotocopiar temas, hacer los rosarios, preparar la liturgia... Yo me imaginaba haciendo todo eso sola y no podría, necesitábamos unas de otras para que todo estuviese a punto. Eso fue trabajo en equipo.

Hay momentos muy fuertes de debilidad en los que te supera el trabajo, te superan los hijos, te supera la muerte de un ser querido. En esos momentos te invito a apoyarte en tus hermanos, en la Iglesia, que es Madre. No estás sola ante el peligro, Cristo siempre está para hacerse fuerte en ti. Es un misterio que el Señor permita algunas situaciones, sin embargo, Él las aprovecha para encontrarse contigo. Es verdad que solemos ir de fuertes por la vida, pero hay situaciones en las que nos sentimos tan débiles que... ¿a qué podemos agarrarnos? En esos momentos, sólo queda Cristo. Es en esos momentos cuando empezamos a contar con los hermanos que Él nos regala.

Deja que Él entre en tu corazón. Cristo te espera en esa debilidad, en cada hermano que va a prestarte su ayuda. Cristo no predicó al mundo solo; contó con sus discípulos. Él era hombre, pero también era Dios, podría haberlo hecho solo perfectamente, sin embargo, no lo hizo... y, si Él no fue de fuerte, se mostró débil y necesitado de hermanos, ¿por qué nosotros nos obcecamos en ir solos por la vida?

Hoy el reto del amor es ir ante un Sagrario y pedirle a Él que sea fuerte en ti. Tú no tienes que serlo. Entrégale eso que te supera. Te aseguro que vas a encontrar mucha paz para que ese acontecimiento no te mate, sino que te haga crecer en confianza. Déjate cuidar por los hermanos, deja que ellos te ayuden en eso a lo que tú sola no llegas.


VIVE DE CRISTO

Epístolas de São Paulo – 93

Carta aos Hebreus

Apesar de ser habitualmente conhecido como “Carta”, este escrito do Novo Testamento não apresenta um início de carácter epistolar, mais parecendo o exórdio de um sermão (1,1-4). Tem um tom oratório, e o autor nunca aparece a dizer que escreve, mas sempre a dizer que fala (2,5; 5,11; 6,9; 8,1; 9,5; 11,32). Só nos últimos versículos (13,22-25) é que temos um final de Carta precedido por uma frase solene (13,20-21), que funciona como peroração. Considera-se, por isso, que estamos diante de um sermão destinado a ser pronunciado oralmente (1,1-13,21) e de um pequeno bilhete (13,22-25), que lhe foi acrescentado. Trata-se, então, mais de um discurso do que de uma Carta em sentido próprio.

DESTINATÁRIOS

Não encontramos no texto nenhuma referência aos Hebreus como destinatários, e nada indica que o grego em que está escrito seja uma tradução do hebraico. É, portanto, difícil dizer quais os seus destinatários, embora o título «aos Hebreus» seja muito antigo (séc. II).
Pode facilmente admitir-se que fosse dirigida a judeo-cristãos, saudosos do culto judaico que antes praticavam. O título parece justificar-se ainda mais, se tivermos em conta o conteúdo da Carta, pois ela pressupõe leitores bem conhecedores do culto e da liturgia judaica.

AUTOR, LOCAL E DATA
São igualmente imprecisos o autor, o local e a data da sua composição. As Igrejas do Oriente consideraram-na sempre como uma Carta paulina, apesar de muitos reconhecerem as suas diferenças em relação às outras Cartas de Paulo, sobretudo no que se refere à forma literária, à linguagem e estilo, à maneira de citar o AT e mesmo quanto à doutrina. A Igreja do Ocidente negou-lhe a autoria paulina até ao séc. IV e pôs, por vezes, em questão a sua condição de escrito inspirado e canónico.
A questão continuou controversa ao longo da história da exegese católica e protestante, mas actualmente é quase unânime a negação da autenticidade paulina. No entanto, admite-se que a Carta aos Hebreus tenha tido origem num companheiro ou discípulo de Paulo, pois há vários pontos de convergência entre ela e a doutrina do Apóstolo: a paixão de Cristo como obediência voluntária, a ineficácia da Lei antiga, a dimensão sacrificial e sacerdotal da redenção e alguns aspectos da cristologia. Trata-se, sem dúvida, de um sermão cristão, cuja origem remonta à Igreja Apostólica, e constitui, por isso, parte integrante da Palavra de Deus.
Há apenas um dado que pode apontar-nos para o lugar de composição. Trata-se de 13,24: «Os da Itália saúdam-vos.» Mas trata-se de uma expressão que nada ajuda, por ser muito vaga e se prestar a várias localizações.
Quanto à data de composição, não pode aceitar-se uma época muito tardia, pois Clemente de Roma cita-a por volta do ano 95. Por outro lado, a relativa afinidade entre a sua teologia e a das Cartas do cativeiro (Ef, Cl, Flm), aponta para uma data próxima do martírio de Paulo, situado pelo ano 67. Uma vez que o autor se refere à liturgia do templo de Jerusalém como uma realidade ainda actual, tudo parece convergir para que os últimos anos antes da destruição de Jerusalém e do Templo, ocorrida no ano 70, sejam a data mais provável da sua composição.

ESTRUTURA E CONTEÚDO
Não é fácil encontrar uma única estrutura para este livro. No entanto, propomos a seguinte:
Prólogo (1,1-4).
I. O Filho de Deus é superior aos anjos (1,5-2,18): prova escriturísti-ca (1,5-14); exortação (2,1-4); Cristo, irmão dos homens (2,5-18).
II. Jesus, Sumo Sacerdote fiel e misericordioso (3,1-5,10): fidelidade de Moisés e fidelidade de Jesus (3,1-6); entrada no repouso de Deus, pela fé (3,7-4,13); Jesus, Sumo Sacerdote misericordioso (4,14-5,10).
III. Sacerdócio de Jesus Cristo (5,11-10,18): normas de vida cristã (5,11-6,12); promessa e juramento de Deus (6,13-20).
1. Cristo é superior aos sacerdotes levitas (7,1-28): Melquisedec (7,1-10); sacerdote segundo a ordem de Melquisedec (7,11-28).
2. Sumo Sacerdote de uma nova aliança (8,1-9,28): o novo santuário e a nova aliança (8,1-13); insuficiência do culto antigo (9,1-10); o sacrifício de Cristo é definitivo (9,11-14); Cristo, o mediador da nova aliança pelo seu sangue (9,15-22); o perdão dos pecados pelo sacrifício de Cristo (9,23-28).
3. Recapitulação: sacrifício de Cristo superior ao de Moisés (10,1-18): ineficácia dos sacrifícios antigos (10,1-10); eficácia do sacrifício de Cristo (10,11-18).
IV. A fé perseverante (10,19-12,29): apelo a evitar a apostasia (10,19-39); a fé exemplar dos antepassados (11,1-40); o exemplo de Jesus (12,1-13); fidelidade à vocação cristã (12,14-29).
Apêndice (13,1-25): últimas recomendações (13,1-19); bênção e saudação final (13,20-25).

TEOLOGIA
Este escrito estabelece uma relação entre o Antigo e o Novo Testamento numa perspectiva cristológica. O tema central é o sacerdócio de Cristo e o culto cristão. A novidade é grande: uma pessoa, Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens, é o Sumo Sacerdote superior a Moisés e comparável à figura misteriosa de Melquisedec. Pela sua morte e glorificação, Ele é o mediador entre Deus e os homens; o seu sacrifício substitui todos os sacrifícios antigos, que já não têm capacidade para elevar o homem até Deus. Pela sua morte, Cristo realiza o perdão dos pecados uma vez por todas, estabelece uma aliança nova e eterna com a humanidade e inaugura um novo culto, imagem do culto celeste.
A Carta apresenta várias vezes a Igreja como povo de Deus a caminho, e os cristãos, como alguém que partilha o destino de Cristo e é convidado a entrar no seu repouso. Há um itinerário cristão a percorrer, que passa pela conversão, pela fé perseverante, pela aprendizagem da Palavra de Deus e por uma vivência da caridade fraterna.
O cristão é aquele que se une a Cristo através da sua própria existência e não deve separar o culto da vida. Através de Cristo, o cristão oferece continuamente a Deus um sacrifício de louvor, no qual inclui toda a sua vida e particularmente o seu serviço aos outros e a sua caridade. Precisa de manter-se integrado na comunidade cristã, de escutar a Palavra e de se manter em comunhão com os responsáveis, pois não pode chegar a Deus sem estar unido a Cristo e aos irmãos.

A oferta de Cristo ao Pai «uma vez para sempre» (10,10.14; ver 9,26.28) constitui o grande acontecimento escatológico. Por meio deste gesto histórico cumpriu-se o plano salvífico de Deus, embora continue a caminhada histórica da humanidade até à sua entrada na glória. Quando todos os inimigos forem submetidos a Cristo e for vencida a morte e todas as forças históricas, teremos então a realização do último acto da História salvífica.

Pequena agenda do cristão


Quinta-Feira



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Participar na Santa Missa.


Senhor, vendo-me tal como sou, nada, absolutamente, tenho esta percepção da grandeza que me está reservada dentro de momentos: Receber o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade do Rei e Senhor do Universo.
O meu coração palpita de alegria, confiança e amor. Alegria por ser convidado, confiança em que saberei esforçar-me por merecer o convite e amor sem limites pela caridade que me fazes. Aqui me tens, tal como sou e não como gostaria e deveria ser.
Não sou digno, não sou digno, não sou digno! Sei porém, que a uma palavra Tua a minha dignidade de filho e irmão me dará o direito a receber-te tal como Tu mesmo quiseste que fosse. Aqui me tens, Senhor. Convidaste-me e eu vim.


Lembrar-me:
Comunhões espirituais.


Senhor, eu quisera receber-vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e fervor dos Santos.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?