11/06/2017

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

La Trinidad, escuela de relación

¿Por qué los cristianos creen en la Trinidad? ¿No es ya bastante difícil creer que existe Dios como para añadirnos el enigma de que es «uno y trino»? A diario aparece quien no estaría a disgusto con dejar aparte la Trinidad, también para poder así dialogar mejor con judíos y musulmanes, que profesan la fe en un Dios rígidamente único.

La respuesta es que los cristianos creen que Dios es trino ¡porque creen que Dios es amor! Si Dios es amor debe amar a alguien. No existe un amor al vacío, sin dirigirlo a nadie. Nos interrogamos: ¿a quién ama Dios para ser definido amor? Una primera respuesta podría ser: ¡ama a los hombres! Pero los hombres existen desde hace algunos millones de años, no más. Entonces, antes, ¿a quién amaba Dios? No puede haber empezado a ser amor desde cierto momento, porque Dios no puede cambiar. Segunda respuesta: antes de entonces amaba el cosmos, el universo. Pero el universo existe desde hace algunos miles de millones de años. Antes de entonces, ¿a quién amaba Dios para poderse definir amor? No podemos decir: se amaba a sí mismo, porque amarse a uno mismo no es amor, sino egoísmo, o como dicen los psicólogos, narcisismo.

He aquí la respuesta de la revelación cristiana. Dios es amor en sí mismo, antes del tiempo, porque desde siempre tiene en sí mismo un Hijo, el Verbo, a quien ama con amor infinito, que es el Espíritu Santo. En todo amor hay siempre tres realidades o sujetos: uno que ama, uno que es amado y el amor que les une. Allí donde Dios es concebido como poder absoluto, no existe necesidad de más personas, porque el poder puede ejercerlo uno solo; no así si Dios es concebido como amor absoluto.

La teología se ha servido del término naturaleza, o sustancia, para indicar en Dios la unidad, y del término persona para indicar la distinción. Por esto decimos que nuestro Dios es un Dios único en tres personas. La doctrina cristiana de la Trinidad no es un retroceso, un pacto entre monoteísmo y politeísmo. Al contrario: es un paso adelante que sólo el propio Dios podía hacer que lo diera la mente humana.

La contemplación de la Trinidad puede tener un precioso impacto en nuestra vida humana. Es un misterio de relación. Las personas divinas son definidas por la teología «relaciones subsistentes». Significa que las personas divinas no tienen relaciones, sino que son relaciones. Los seres humanos tenemos relaciones -entre padre e hijo, entre esposa y esposo, etcétera-, pero no nos agotamos en esas relaciones; existimos también fuera y sin ellas. No así el Padre, el Hijo y el Espíritu Santo.

La felicidad y la infelicidad en la tierra dependen en gran medida, lo sabemos, de la calidad de nuestras relaciones. La Trinidad nos revela el secreto para tener relaciones bellas. Lo que hace bella, libre y gratificante una relación es el amor en sus diferentes expresiones. Aquí se ve cuán importante es que se contemple a Dios ante todo como amor, no como poder: el amor dona, el poder domina. Lo que envenena una relación es querer dominar al otro, poseerle, instrumentalizarlo, en vez de acogerle y entregarse.

Debo añadir una observación importante. ¡El Dios cristiano es uno y trino! Ésta es, por lo tanto, asimismo la solemnidad de la unidad de Dios, no sólo de su trinidad. Los cristianos también creemos «en un solo Dios», sólo que la unidad en la que creemos no es una unidad de número, sino de naturaleza. Se parece más a la unidad de la familia que a la del individuo, más a la unidad de la célula que a la del átomo.

La primera lectura de la Solemnidad nos presenta al Dios bíblico como «misericordioso y clemente, tardo a la cólera y rico en amor y fidelidad». Éste es el rasgo que reúne más al Dios de la Biblia, al Dios del Islam y al Dios (mejor dicho, la religión) budista, y que se presta más, por ello, a un diálogo y a una colaboración entre las grandes religiones. Cada sura del Corán empieza con la invocación: «En el nombre de Dios, el Misericordioso, el Compasivo». En el budismo, que desconoce la idea de un Dios personal y creador, el fundamento es antropológico y cósmico: el hombre debe ser misericordioso por la solidaridad y la responsabilidad que le liga a todos los vivientes. Las guerras santas del pasado y el terrorismo religioso del presente son una traición, no una apología, de la propia fe. ¿Cómo se puede matar en nombre de un Dios al que se continúa proclamando «el Misericordioso y el Compasivo»? Es la tarea más urgente del diálogo interreligioso que juntos, los creyentes de todas las religiones, deben perseguir por la paz y el bien de la humanidad.

Rainiero Cantalamessa, (Pregador da Casa Pontificia), 10.06.2017


Éxodo 34, 4b-6.8-9;
2 Corintios 13, 11-13;
Juan 3, 16-18


Leitura espiritual

A CIDADE DE DEUS 

Vol. 2

LIVRO XV


CAPÍTULO IX

Acerca da longevidade dos homens antes do Dilúvio e da sua maior corpulência.

Em face do exposto ninguém de bom senso poderá duvidar de que Caim poderia fundar não só uma cidade, mas mesmo uma grande cidade quando a vida dos mortais se estendia por tão longo tempo. A não ser que algum infiel levante a questão do número de anos vividos pelos homens segundo foi escrito pelas nossas autoridades, recusando-se a acreditar nisso.

Também não acreditam que as dimensões dos corpos tenham sido então muito maiores do que agora são. Todavia, Vergílio, o mais ilustre dos seus poetas, a propósito de uma descomunal pedra que delimitava um campo e que um homem forte daqueles tempos, enquanto com batia, arrancou, transportou a correr, deu o balanço e arremessou, refere: 

Apenas doze homens escolhidos, tais como a terra os produz agora, a poderiam levar às costas [i]

para dar a entender que outrora a terra costumava produzir corpos mais avantajados — quanto mais ainda em tempos mais próximos das origens, antes do tão famoso e célebre Dilúvio!

Mas muitas vezes sepulcros postos a descoberto pela vetustez, pela violência das torrentes ou por outros acidentes convencem os incrédulos da grandeza dos corpos, porque lá aparecem ou de lá caem ossos de incrível tamanho. Eu mesmo vi — e não só eu, mas outros comigo - na praia de Útica um molar humano tão grande que, se o partissem em pequenos pedaços do tamanho dos nossos dentes, parece que poderia fazer-se um cento deles. Creio que pertenceu a algum gigante. E que, além de serem então muito maiores que os nossos os corpos de todos, os dos gigantes em muito se avantajavam aos demais. Como depois e até nos nossos tempos não faltaram, embora raros, homens que excederam as medidas da maior parte. Plínio Segundo, homem doutíssimo, atesta que, à medida que o Mundo avança em idade, vai a natureza produzindo corpos cada vez mais pequenos. Recorda ele que também Homero em seus versos se lamentou disso muitas vezes.
Não zomba destas coisas com o de ficções poéticas, mas recolhe-as como factos históricos, como um narrador das maravilhas da natureza. Na verdade, como disse, as ossadas que muitas vezes se descobrem, pois que duram de há muito, revelam, a séculos delas muito distantes, a grande corpulência dos antigos.

Agora, porém, não se pode demonstrar com documentos deste género a longevidade dos homens que viveram naqueles tempos. Nem por isso se deve recusar a fé nesta história sagrada. Não acreditar nessas narrativas seria tanto mais insensato quanto é certo vermos que se cumprem as predições. Mas afirma também o mesmo Plí­nio que ainda existe um país onde as pessoas vivem duzentos anos. Se, portanto, ainda hoje se constata, em lugares desconhecidos de nós, esta duração das vidas humanas de que não temos a experiência — porque não havia de ser assim em tempos também de nós desconhecidos? Se é de acreditar que o que aqui não está, algures existe — porque é que se não há-de acreditar que o que agora não e, outrora foi?

CAPÍTULO X

Das diferenças entre os textos hebreus e os nossos que parece não estarem de acordo quanto ao número de anos dos
patriarcas.

Embora pareça haver a este propósito alguma diferença entre os textos hebreus e os nossos acerca do número de anos (ignoro por que razão tal aconteceu) — não é, porém, tão grande que não concordem em que os ditos homens alcançavam avançada idade. O próprio primeiro
homem, Adão, tinha antes de gerar seu filho Set duzentos e trinta anos segundo os nossos textos ou, segundo o hebreu, cento e trinta. Mas, depois de o ter gerado, lê-se nos nossos que viveu setecentos e nos deles oitocentos anos. E assim concorda a soma nuns e noutros. Da mesma maneira para as gerações seguintes, antes de ser gerado aquele que se menciona com o gerado, encontra-se no hebreu que seu pai viveu cem anos a menos — mas depois do nascimento o nosso texto dá-lhe cem anos a menos que no hebreu. De uma parte e de outra está, pois, de acordo a totalidade. Mas na sexta geração já em nada diferem ambos os códices. Na sétima, porém, (quando se relata que o que nasceu, Enoc, não morreu mas foi arrebatado porque aprouve a Deus), há a mesma diferença de cem que nas cinco gerações precedentes antes de gerar aquele que lá é mencionado com o seu filho, mas na soma há concordância — pois nos dois textos, antes de ser arrebatado, viveu trezentos e sessenta e cinco anos.

A oitava geração apresenta, é certo, uma divergência, mas menor e diferente das outras. Matusalém, filho de Henoc, viveu, segundo os códices hebreus, não cem anos a menos, mas vinte anos a mais, antes de gerar aquele que na ordem se lhe segue; mas nos nossos códices vê-se que se acrescentam estes vinte anos depois de o ter gerado e nos dois códices a soma é novamente igual. Só na nona geração, isto é, nos anos de Lamech, filho de Matusalém e pai de Noé, é que a soma do total difere, mas não muito. Referem os códices hebreus que ele viveu vinte e quatro anos mais do que referem os nossos, pois antes de gerar seu filho Noé, nos hebreus tem seis menos que nos nossos  — e, depois de o ter gerado, contam -se nos deles mais trinta anos que nos nossos. Daí que, se tirarmos aqueles seis, ficam-nos os vinte e quatro, como se disse.




(cont)

(Revisão da versão portuguesa por ama)



[i] Vergílio, Eneida, XII, 899-900.

Evangelho e comentário

Tempo Comum

Santíssima Trindade

Evangelho: Jo 3, 16-18

16Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. 17De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus.

Comentário:

São João enfatiza, mais uma vez, que o Amor de Deus pelos homens não conhece limites.

Podemos perguntar que Deus é Este que quer, deseja e “paga um preço” tremendo para salvar as criaturas que Lhe pertencem – porque as criou -?

A resposta parece clara: É um Deus de Amor!

Que o homem se salve ou não passa a depender exclusivamente da vontade própria, Ele, o Criador, pôs à sua disposição os meios necessários e suficientes para que o consiga.

Este Deus de Amor também É um Deus de Liberdade!

A salvação do homem não acrescenta em nada a Sua Glória Incomensurável, mas compraz o Seu Amor Infinito.


(AMA, comentário sobre Jo 3, 16-18, 02.02.2017)

Hoy el reto del amor es que le pidas al Señor que te muestre una cosa que quiere de ti

"CASTIGADAS"?

Dejamos los dos primeros fines de semana de Cuaresma reservados para los jóvenes y, después de haberlos pasado, nos sumergimos de lleno en estos días con los ingredientes que los caracterizan hasta que llegue la Pascua: no hay visitas, no hay Jornadas Monásticas, no comemos carne, sólo cenamos patatas, el sacerdote celebra de morado todos los días, llamadas las necesarias...

-Es que, como estos días estáis castigadas... -llegó a decirme una persona el otro día.

Cuántos "no", ¿verdad? ¡Parece que la Iglesia nos castiga durante 40 días! Y nos entran ganas de huir o, por lo menos, esperar a que llegue la Semana Santa, que parece que está más cerca del final, y unirnos al último sprint, que es "cuando pega" y las calles están un poquito más ambientadas con las procesiones.

Pero... ¿y si le damos la vuelta al "no" y lo convertimos en "SÍ"?:

Sí a centrarnos en el Señor, a llenarnos de Él para poder darle el resto del año en las visitas, en las Jornadas Monásticas, en las llamadas... Sí a darnos cuenta de que todo es secundario menos Cristo, sí a vivir con esperanza, sí a tener un corazón libre para amar, sí a dejar que Cristo nos enamore cada día más, sí a dejar que prepare nuestro corazón para vivir la Pascua en nosotros, sí a descubrirle en los que sufren, sí a parar, sí a dejarnos salvar por Él en nuestra pobreza, sí a experimentar el amor tan grande de todo un Dios que da Su vida por ti, por mí... y es que la Cuaresma te centra en Cristo.

Oh, oh... creo que el castigo... ¡queda levantado!

Esto es lo que nos regala la Iglesia, experimentar todos los "Sí" que lo más profundo de nosotros anhela. La Cuaresma no es muerte, tristeza... la Cuaresma es la alegría de colgarte de la Vida, de Cristo.

Aún estás a tiempo de unirte a vivir estos días desde el "Sí". No te pongas tú los propósitos, pues es probable que queden en ti y se vayan cayendo. Busca a Cristo, para con Él y te hablará al corazón; te dirá todos los "Sí" que necesita de ti para que sea Él quien te llene de vida. Quizás sea que todos los días pares un poco con Él en una iglesia, que ores con el Evangelio del día, que le veas en el enfermo que tienes a tu cargo, que te dejes abrazar por Él en el sacramento de la Reconciliación para que cure tus heridas, que el trabajo no sea tu centro...

Hoy el reto del amor es que le pidas al Señor que te muestre una cosa que quiere de ti para estos días, y que vivas la Cuaresma desde el "Sí". Levántate el castigo y...


VIVE DE CRISTO

Doutrina – 327

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ

SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ

CAPÍTULO SEGUNDO

CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGÉNITO DE DEUS
«E EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR»
«JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO, E NASCEU DA VIRGEM MARIA»

106. O que revelam as tentações de Jesus no deserto?

As tentações de Jesus recapitulam a tentação de Adão no paraíso e as de Israel no deserto.
Satanás tenta Jesus na sua obediência à missão que Lhe tinha sido confiada pelo Pai.
Cristo, novo Adão, resiste, e a sua vitória anuncia a vitória da sua paixão, suprema obediência do seu amor filial.

A Igreja une-se, em particular, a este Mistério, no tempo litúrgico da Quaresma.

Tratado da vida de Cristo 164

Questão 54: Da qualidade de Cristo ressuscitado


Art. 4 — Se o corpo de Cristo devia ressuscitar com cicatrizes.

O quarto discute-se assim. — Parece que o corpo de Cristo não devia ressuscitar com cicatrizes.

1. — Pois, diz o Apóstolo, que os mortos ressuscitarão incorruptíveis. Ora, tanto as cicatrizes como as feridas implicam de certo modo corrupção e defeito. Logo, Cristo autor da ressurreição, não devia ressuscitar com cicatrizes.

2. Demais. — O corpo de Cristo ressuscitou íntegro. Ora, feridas abertas contrariam a integridade do corpo, pois causam nele descontinuidade. Donde, parece que o corpo de não devia Cristo conservar quaisquer aberturas de feridas, embora nele se conservassem certos sinais delas, suficientes para percebê-las a vista pela qual Tomé acreditou, ele a quem foi dito: Tu creste, Tomé, porque me viste.

3. Demais. — Damasceno diz: Depois da ressurreição de Cristo, certas causas atribuímos-lhe, como as cicatrizes em sentido próprio, não porém segundo a natureza, senão só excepcionalmente, para significar que o mesmo corpo que sofreu foi também o que ressuscitou. Ora, cessada a causa, cessa o efeito. Donde, parece que uma vez certificados os discípulos da sua ressurreição, não era já necessário que conservasse as cicatrizes. Mas não convinha à imutabilidade da sua glória, que assumisse qualquer causa que perpetuamente nele não existisse. Logo, parece que não devia, ressuscitar, assumindo um corpo com cicatrizes. Mas, em contrário, o Senhor diz a Tomé: Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e mete-a no meu lado.

Devia a alma de Cristo, na ressurreição, reassumir o seu corpo com as cicatrizes. — Primeiro, por causa da própria glória de Cristo. Assim, como diz Beda, conservou as cicatrizes, não por não as poder fazer desaparecer, mas a fim de manifestar a todos e perpetuamente o triunfo da sua vitória. E por isso diz Agostinho, que talvez no reino celeste veremos nos corpos dos mártires as cicatrizes das feridas, que sofreram pelo nome de Cristo. O que lhes constituirá, não uma deformidade, mas uma dignidade; e então há de refulgir neles a beleza da virtude existente no corpo, mas sem ser do corpo. — Segundo, para confirmar o coração dos discípulos na fé da sua ressurreição. — Terceiro, para mostrar sempre, ao orar ao Pai por nós, que género de morte sofreu pelo homem. — Quarto, para relembrar incessantemente àqueles a quem resgatou com a morte, a misericórdia de que usou para com eles. — E enfim, para também desse modo mostrar, no juízo, aos condenados, quão justamente o foram. Pois, como diz Agostinho, Cristo sabia porque queria conservar no seu corpo as cicatrizes. Porque, assim como as mostrou a Tomé, que não queria crer senão tocando-as e vendo-as, assim também há de mostrar, mesmo aos seus inimigos, as suas feridas, para que a Verdade, ao confundi-las, lhes declare: Eis o homem a quem crucificaste. Vedes as feridas que me causastes. Reconhecei o lado que trespassastes — aberto por vós e por causa vossa, sem, contudo, nele terdes querido entrar.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Essas cicatrizes que permaneceram no corpo de Cristo, não implicam nenhuma corrupção nem qualquer defeito, mas um maior cúmulo de glória, como uns sinais da sua virtude. E nesses lugares das feridas se manifestará um esplendor especial.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Embora essas feridas abertas impliquem uma certa solução de continuidade, tudo isso é recompensado, porém por um maior esplendor da glória, de modo que o corpo longe de perder da sua integridade, mais perfeito se tornará. Tomé, porém, não só viu, mas também tocou as feridas; porque, como diz Leão Papa, bastava-lhe à sua fé ter insto o que vira; mas foi em nosso proveito o ter tocado aquele a quem via.

RESPOSTA À TERCEIRA. — Cristo quis que as cicatrizes permanecessem no seu corpo, não só para certificar a fé dos discípulos, mas ainda por outras razões. Donde se conclui que essas cicatrizes sempre lhe permaneceram no corpo. Pois, diz Agostinho: Creio que o corpo do Senhor está no céu como existia quando a ele subiu. E Gregório diz, se alguma causa podia mudar-se no corpo de Cristo, depois da ressurreição, o Senhor podia voltar a morrer, depois de ressuscitado — contra a afirmação verídica de Paulo. Mas quem com estultícia ousará dizê-lo, senão quem negar a verdadeira ressurreição da carne? Donde é claro que as cicatrizes que Cristo mostrava no seu corpo, depois da ressurreição, nunca mais se deliram dele. 


Nota: Revisão da versão portuguesa por ama.



Que eu não volte a voar pegado à terra

– Meu Senhor Jesus: faz com que sinta, que secunde de tal modo a tua graça, que esvazie o meu coração..., para que o enchas Tu, meu Amigo, meu Irmão, meu Rei, meu Deus, meu Amor! (Forja, 913)

Vejo-me como um pobre passarinho que, acostumado a voar apenas de árvore em árvore ou, quando muito, até à varanda de um terceiro andar..., um dia, na sua vida, meteu-se em brios para chegar até ao telhado de certa casa modesta, que não era propriamente um arranha-céus...

Mas eis que o nosso pássaro é arrebatado por uma águia – que o julgou erradamente uma cria da sua raça – e, entre as suas garras poderosas, o passarinho sobe, sobe muito alto, por cima das montanhas da terra e dos cumes nevados, por cima das nuvens brancas e azuis e cor-de-rosa, mais acima ainda, até olhar o sol de frente... E então a águia, soltando o passarinho, diz-lhe: anda, voa!...

– Senhor, que eu não volte a voar pegado à terra, que esteja sempre iluminado pelos raios do divino Sol – Cristo – na Eucaristia, que o meu voo não se interrompa até encontrar o descanso do teu Coração! (Forja, 39)


Pequena agenda do cristão


DOMINGO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Viver a família.

Senhor, que a minha família seja um espelho da Tua Família em Nazareth, que cada um, absolutamente, contribua para a união de todos pondo de lado diferenças, azedumes, queixas que afastam e escurecem o ambiente. Que os lares de cada um sejam luminosos e alegres.

Lembrar-me:
Cultivar a Fé

São Tomé, prostrado a Teus pés, disse-te: Meu Senhor e meu Deus!
Não tenho pena nem inveja de não ter estado presente. Tu mesmo disseste: Bem-aventurados os que crêem sem terem visto.
E eu creio, Senhor.
Creio firmemente que Tu és o Cristo Redentor que me salvou para a vida eterna, o meu Deus e Senhor a quem quero amar com todas as minhas forças e, a quem ofereço a minha vida. Sou bem pouca coisa, não sei sequer para que me queres mas, se me crias-te é porque tens planos para mim. Quero cumpri-los com todo o meu coração.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?