29/07/2017

Publicações em 29 de Julho

O trabalho é uma bênção de Deus

O trabalho é a vocação original do homem; é uma bênção de Deus; e enganam-se lamentavelmente aqueles que o consideram um castigo. O Senhor, o melhor dos pais, colocou o primeiro homem no Paraíso – "ut operaretur", para trabalhar. (Sulco, 482)

O trabalho acompanha necessariamente a vida do homem sobre a terra. Com ele nascem o esforço, a fadiga, o cansaço, as manifestações de dor e de luta que fazem parte da nossa existência humana actual e que são sinais da realidade do pecado e da necessidade da redenção. Mas o trabalho, em si mesmo, não é uma pena nem uma maldição ou castigo: os que assim falam não leram bem a Sagrada Escritura.

É a hora de nós, os cristãos, dizermos bem alto que o trabalho é um dom de Deus e que não tem nenhum sentido dividir os homens em diversas categorias segundo os tipos de trabalho, considerando umas tarefas mais nobres do que outras. O trabalho, todo o trabalho, é testemunho da dignidade do homem, do seu domínio sobre a criação. É um meio de desenvolvimento da personalidade. É um vínculo de união com os outros seres; fonte de recursos para sustentar a família; meio de contribuir para o melhoramento da sociedade em que se vive e para o progresso de toda a Humanidade.


Para um cristão, essas perspectivas alargam-se e ampliam-se, porque o trabalho aparece como participação na obra criadora de Deus que, ao criar o homem, o abençoou dizendo-lhe: Procriai e multiplicai-vos e enchei a terra e subjugai-a, e dominai sobre todo o animal que se mova à superfície da terra. (Cristo que passa, 47)

Evangelho e comentário

Tempo Comum

Santa Marta

Evangelho: Jo 11, 19-27

19 e muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria para lhes darem os pêsames pelo seu irmão. 20 Logo que Marta ouviu dizer que Jesus estava a chegar, saiu a recebê-lo, enquanto Maria ficou sentada em casa. 21Marta disse, então, a Jesus: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido. 22 Mas, ainda agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.» 23 Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará.» 24 Marta respondeu-lhe: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.» 25 Disse-lhe Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. 26 E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre. Crês nisto?» 27 Ela respondeu-lhe: «Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.»

Comentário:

A confissão de Marta consubstancia-se no Símbolo da Fé que professamos: o Credo!

Atentemos bem nas palavras e no seu “peso” quando o recitarmos.

Logo no início da nossa vida cristã – Baptismo – pela boca dos nossos padrinhos assumimos estas verdades que são como que o “núcleo” da nossa Fé cristã.

Por isso se torna tão importante a escolha criteriosa dos padrinhos de baptismo que, antes de mais, têm de conhecer bem e entender o que, em nosso nome, proferem.

É uma responsabilidade extraordinária que não pode de modo nenhum deixar de se ter em conta.

(AMA, comentário sobre Jo 11, 19-27, 20.03.2017)

Fátima: Centenário - Oração diária


Senhora de Fátima:

Neste ano do Centenário da tua vinda ao nosso País, cheios de confiança vimos pedir-te que continues a olhar com maternal cuidado por todos os portugueses.
No íntimo dos nossos corações instala-se alguma apreensão e incerteza em relação a este nosso País.

Sabes bem que nos referimos às diferenças de opinião que se transformam em desavenças, desunião e afastamento; aos casais desfeitos com todas as graves consequências; à falta de fé e de prática da fé; ao excessivo apego a coisas passageiras deixando de lado o essencial; aos respeitos humanos que se traduzem em indiferença e falta de coragem para arrepiar caminho; às doenças graves que se arrastam e causam tanto sofrimento.
Faz com que todos, sem excepção, nos comportemos como autênticos filhos teus e com a sinceridade, o espírito de compreensão e a humildade necessárias para, com respeito de uns pelos outros, sermos, de facto, unidos na Fé, santos e exemplo para o mundo.

Que nenhum de nós se perca para a salvação eterna.

Como Paulo VI, aqui mesmo em 1967, te repetimos:

Monstra te esse Matrem”, Mostra que és Mãe.

Isto te pedimos, invocando, uma vez mais, ao teu Dulcíssimo Coração, a tua protecção e amparo.


AMA, Fevereiro, 2017

Jesus Cristo e a Igreja – 169

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos

V. FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS DA DISCIPLINA DO CELIBATO


A Teologia do celibato sacerdotal

…/3

“O princípio interno, a força que anima e orienta a vida espiritual do presbítero, enquanto configurado a Cristo Cabeça e Pastor, é a caridade pastoral, participação da caridade pastoral do mesmo Jesus Cristo”. Seu conteúdo essencial “é o dom de si, o dom total de si à Igreja, à imagem e em união com o dom de Cristo…” “Com a caridade pastoral, que converte o exercício do ministério sacerdotal num amoris officium, o sacerdote que recebe sua vocação ao ministério está em condições de fazer disso uma escolha de amor, pela qual a Igreja e as almas se tornam seu principal interesse”.

(cont)


(revisão da versão portuguesa por ama)

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





Fátima: Centenário - Vida de Maria - 40


Centenário das aparições da Santíssima 

Virgem em Fátima


O nascimento de Jesus



A VOZ DOS SANTOS

«Contemplo agora Jesus, deitado numa manjedoura [i], num lugar que só é próprio para os animais. Onde está, Senhor, a Tua realeza: o diadema, a espada, o ceptro? Pertencem-Lhe e não os quer; reina envolto em panos. É um Rei inerme, que se nos apresenta indefeso: é uma criança. Como não havemos de recordar aquelas palavras do Apóstolo: aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo [ii]?
Nosso Senhor encarnou, para nos manifestar a vontade do Pai. E começa a instruir-nos, estando ainda no berço. Jesus Cristo procura-nos — com uma vocação, que é vocação para a santidade — para consumarmos com Ele a Redenção. Considerai o seu primeiro ensinamento: temos de corredimir à custa de triunfar, não sobre o próximo, mas sobre nós mesmos. Como Cristo, precisamos de aniquilar-nos, de sentir-nos servidores dos outros para os conduzir a Deus.

Onde está o nosso Rei? Não será que Jesus deseja reinar, antes de mais, no coração, no teu coração? Por isso se fez Menino, porque quem não ama uma criança? Onde está o Rei? Onde está o Cristo, que o Espírito Santo procura formar na nossa alma? Não pode estar na soberba, que nos separa de Deus, nem na falta de caridade que nos isola dos homens. Aí não está Cristo, aí o homem fica só.

Aos pés de Jesus Menino, diante de um Rei que não ostenta sinais exteriores de realeza, podeis dizer-lhe: Senhor, expulsa a soberba da minha vida, subjuga o meu amor próprio, esta minha vontade de afirmação pessoal e de imposição da minha vontade aos outros. Faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo».

São Josemaría Escrivá de Balaguer (século XX). Cristo que passa, n. 31.




[i] Lc 2, 12
[ii] Flp 2, 7