26/12/2017

Ano litúrgico, Cristo no tempo

Ao oferecer-te aquela História de Jesus, pus como dedicatória: Que procures a Cristo. Que encontres a Cristo. Que ames a Cristo. – São três etapas claríssimas. Tentaste, pelo menos, viver a primeira? (Caminho, 382)


A história humana é e será sempre uma “história de salvação”, e é isto o que a Igreja celebra no ano litúrgico. As festas e tempos não são “aniversários”, uma mera repetição de alguns momentos históricos da vida do Senhor; são a celebração da sua presença, a actualização da salvação que o Padre, por Jesus Cristo, nos comunica no Espírito Santo.

A Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II apresenta o ano litúrgico com estas palavras: «A santa mãe Igreja considera seu dever celebrar, em determinados dias do ano, a memória sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo» (Sacrosanctum Concilium, 102). Cada ano litúrgico é, pois, uma nova oportunidade de graça e de presença do Senhor da história na nossa própria história quotidiana, nos acontecimentos -também nos mais insignificantes- de cada dia.

Aquele que é o mesmo, que era e que será, vem a nós no tempo, aqui e agora, para viver o presente, o de cada um, com os seus irmãos os homens.

O ano litúrgico está impregnado pela presença de salvação do Senhor para que em cada tempo litúrgico -com as suas características concretas- os cristãos possamos ser mais semelhantes a Ele, não só no sentido moral de imitação, de mudança de costumes e de melhoramento na conduta, mas de verdadeira identificação sacramental -imediata- com a vida de Cristo. Assim, a nossa vida diária converte-se num culto agradável ao Pai por acção do Espírito (cfr. Rom. 12, 1-2).

Já a partir dos primeiros séculos, à celebração dos mistérios de Cristo, a Igreja uniu a celebração da Virgem e do dia da passagem para casa do Pai dos mártires e dos santos. Com a sua vida, souberam dar testemunho da vida de Cristo, especialmente da Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão gloriosa ao Céu. Por isso ao longo do ano litúrgico são apresentados aos fiéis cristãos como exemplo de amor a Deus.


Frequentemente, o Senhor fala-nos do prémio que nos ganhou com a sua Morte e Ressurreição. Vou preparar um lugar para vós. Depois que Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e tomar-vos-ei comigo para que, onde eu estou, estejais vós também (Cfr. Jo. XIV, 2-3). O Céu é a meta do nosso caminho terreno. Jesus Cristo precedeu-nos e ali, na companhia da Virgem e de S. José -a quem tanto venero- dos Anjos e dos Santos, aguarda a nossa chegada. (Amigos de Deus, 220)

Temas para meditar

A força do Silêncio, 167


O silêncio de Deus é inapreensível e inacessível.

Mas o homem que reza sabe que Deus o ouve da mesma maneira que compreendeu as últimas palavras de Jesus na Cruz.

A humanidade fala e Deus reponde pelo silêncio.


CARDEAL ROBERT SARAH

Evangelho e comentário

Tempo de Natal


Evangelho: Mt 10, 17-22

17 Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas suas sinagogas; 18 sereis levados perante governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e dos pagãos. 19 Mas, quando vos entregarem, não vos preocupeis nem como haveis de falar nem com o que haveis de dizer; nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer. 20 Não sereis vós a falar, mas o Espírito do vosso Pai é que falará por vós. 21 O irmão entregará o seu irmão à morte, e o pai, o seu filho; os filhos hão-de erguer-se contra os pais e hão-de causar-lhes a morte. 22 E vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo.

Comentário:


No início da Oitava do Natal – tempo de festa, portanto – é-nos chamada a atenção para o que implica seguir esse Menino acabado de nascer.

Mais nos admiramos com esta decisão do nosso Deus e Senhor de Se encarnar num corpo humano para nos salvar a todos e ganhar-nos a vida eterna.

Desde a manjedoura de Belém, este Menino Deus sorri para o mundo que veio salvar e, nós, cristãos, prostramo-nos admirados e agradecidos e no mais íntimo dos nossos corações comprometemo-nos segui-lo sempre, custe o que custar.

(AMA, comentário sobre Mt 10, 17-22, 16.09.2017)






Leitura espiritual

MARIA, A MÃE DE JESUS 3


A VOCAÇÃO PARA A MATERNIDADE DIVINA A CHEIA DE GRAÇA

O louvor que o Espírito Santo inspirou a Isabel – «Bendita és tu entre as mulheres...» – vem ecoando ao longo dos séculos nos lábios dos cristãos, todas as vezes que recitam a Ave-Maria.

Antes, porém, desse louvor, esses mesmos lábios dirigem a Maria outras palavras, que também são de Deus: «Cheia de graça!»

Qual foi a grande “bênção” de Maria Santíssima, aquela que a faz «bendita entre todas as mulheres»?

Por que é Ela chamada «cheia de graça»?

No centro do mistério da vida de Maria, encontra-se a sua divina maternidade.
Deus escolheu-a para ser a Mãe do seu Filho, do Redentor dos homens. Esse é o grande dom com que Deus abençoou a Virgem: a sua vocação de Mãe de Jesus Cristo.

O Evangelho relata que um dia – alegre e esperançado como uma nova alvorada do mundo – Deus quis revelar a Maria essa sua escolha.
A narração de São Lucas tem um encanto delicado: o Anjo Gabriel, enviado por Deus à humilde casa de Nazaré, entrando onde ela estava, disse-lhe:

«Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo. A Virgem sentiu-se perturbada ao ouvir essas palavras, e o mensageiro do céu tranquilizou-A: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Este será grande, será chamado Filho do Altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai David; reinará sobre a casa de Jacob eternamente, e o seu Reino não terá fim» [i].

Através das palavras do Anjo, descortina-se aos olhos de Maria o plano de Deus a seu respeito.
Deus, por assim dizer, manifesta-lhe aquilo que eternamente “sonhara” para Ela.
Neste “sonho” da Santíssima Trindade, estava previsto o aparecimento de uma mulher, «cheia de graça», que haveria de surgir no mundo como a aurora da Salvação, a luz de um novo amanhecer que anunciaria e traria aos homens o Sol verdadeiro, o Salvador, que – como diz São João – «ilumina todo o homem que vem a este mundo» [ii].

Já nos primórdios da humanidade, quando o pecado dos nossos primeiros pais cavava um abismo entre o homem e Deus, o Senhor contrapunha ao mal do pecado o seu desígnio de Salvação: um “projecto” amoroso de Deus, fruto da sua infinita misericórdia, para resgatar e reerguer o homem, e atraí-lo de novo a si.
Pois bem, nesse projecto “acalentado” pelo amor eterno de Deus, já desde o começo estava presente Maria.
Assim fala Deus à serpente, a Satanás, após a queda original:
«Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela; esta te esmagará a cabeça» [iii].
Com estas palavras, Deus opõe ao Inimigo a imagem futura de uma “mulher” irreconciliavelmente enfrentada com o demónio e o pecado. Nela, Satanás jamais terá parte alguma.

Voltemos à Anunciação.
Neste momento, Deus dirige-se a Maria – por intermédio do Anjo – denominando-a, já no começo, «cheia de graça».

Tem-se feito notar que, no texto original do Evangelho, o Anjo, para dizer «cheia de graça», emprega uma só palavra (kekharitoméne), e que essa palavra tem o valor de um “nome novo” atribuído por Deus à Virgem [iv].
Seria como que o nome “verdadeiro” com que o Senhor a designa e define.
Para traduzi-lo adequadamente na nossa língua, teríamos que recorrer a perífrases:
“a que foi cumulada de graça e mantém essa plenitude”,
“a que foi feita gratíssima a Deus”,
“a muito amada por Deus”.

Deus Nosso Senhor, cumulando Maria de graça, preparou-a desde o primeiro instante da sua existência para ser a digna Mãe do seu Filho, a nova “Arca da Aliança”, toda pura e santa, capaz de acolher em seu seio a santidade infinita de Deus.
Maria foi escolhida e predestinada por um acto do amor eterno de Deus. E o amor de Deus é sempre criador; comunica às criaturas a sua bondade, fá-las participar da vida divina, da graça.
O amor de Deus por Maria foi único, e a Ela comunicou os seus dons também de modo único: em plenitude. Por isso Ela é a “cheia de graça”.

Bem podemos dizer que, em toda a história da humanidade – sem mencionarmos a alma de Jesus –, a alma de Maria foi a única em que o Amor de Deus agiu plenissimamente e sem o menor entrave. Com toda a razão foi dito, por isso, que Maria é a “obra prima de Deus” [v].
 «Cheia de graça»: este é o seu “verdadeiro nome” [vi].

Lê-se numa homilia do Papa Paulo VI:
“O aparecimento de Nossa Senhora no mundo (...) foi como o abrir-se sobre a terra, toda coberta da lama do pecado, da mais bela flor que jamais desabrochou no vasto jardim da humanidade: era o nascimento da criatura humana mais pura, mais perfeita, mais digna da definição que o próprio Deus tinha dado ao homem quando o criou: imagem de Deus, semelhança de Deus. Maria nos restitui a imagem da humanidade perfeita” [vii].
Em Maria, tudo é graça. Jamais pairou sobre Ela a sombra, sequer, do pecado.
Foi toda de Deus desde o primeiro instante da sua existência, de modo que a sua alma pura não conheceu nem a mancha do pecado original nem mancha alguma de pecado pessoal.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria Santíssima outra coisa não fez senão explicitar uma das consequências dessa “plenitude de graça” que não tem no Evangelho restrição alguma de tempo nem de momento:

“Por uma graça e um privilégio especial de Deus todo-poderoso – reza a definição dogmática de Pio IX, em 8 de dezembro de 1854 – e em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda a mancha de pecado original desde o primeiro instante da sua concepção” [viii].

Maria Santíssima sabe que Deus fez n’Ela “coisas grandes”, e essas grandezas são motivo para que Ela glorifique a Deus, reconhecendo, com uma humildade cheia de alegria, que Ele pôs os olhos na baixeza da sua serva [ix].
Tudo é puro dom de Deus, e Maria o agradece comovida.

Ora, se tudo é dom de Deus, qual foi a parte de Maria?
Ter-se-ia Ela limitado a uma função de receptora passiva de tão grandes graças?
A cena evangélica da Anunciação dá-nos a resposta a essas perguntas:
Maria correspondeu à chamada e às graças que a acompanhavam com uma aceitação amorosa e uma entrega total.
A semente da graça encontrou na sua alma o solo acolhedor e fértil onde frutificar. Não esqueçamos que Deus sempre quer contar com a liberdade das criaturas.
O anúncio do Anjo a Maria, ao mesmo tempo que desvendava os planos de Deus sobre Ela, tinha o delicado acento de um convite.
Maria correspondeu livremente com total fidelidade: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» [x].
Essas palavras – “faça-se”, “sim” – mostram-nos maravilhosamente a alma de Maria. Voltada inteiramente para Deus, Ela é um “sim” perfeito ao Senhor, pronunciado com o coração, com os lábios e com as acções, sem a menor restrição nem limite. Há uma abertura completa da alma a Deus, que permite que o Espírito Santo, o Artista divino, modelador das almas, faça daquela criatura a sua obra perfeita.
Quantas coisas não fez Deus depender do “sim” de Maria! Desse “sim” dependeu o próprio “sonho” divino a respeito de Nossa Senhora. Pela sua fidelidade, Ela foi sempre, exactamente, como Deus a queria; e na sua alma inteiramente disponível à acção da graça divina, arraigaram e cresceram as virtudes que são o fruto maduro da santidade: a fé, a esperança, o amor, a humildade, a fortaleza, a mansidão...
Ao mesmo tempo, do seu “sim” dependeu o “projecto” divino da Redenção. Tão logo Maria disse “faça-se” – com amorosa liberdade –, «o Verbo se fez carne e habitou entre nós» [xi].
A partir desse instante, – para evocar as palavras do velho Simeão –, graças a Maria, os nossos olhos viram a salvação [xii].
Por último, quando Maria disse “sim” na Anunciação, não só começou a ser a Mãe de Deus, como começou a ser a Mãe daqueles a quem Cristo iria infundir a vida sobrenatural, tornando-os seus “irmãos” e membros do seu Corpo [xiii].
Este último aspecto convida-nos a aprofundar um pouco mais no mistério da maternidade de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.

(cont)

FRANCISCO FAUS. [xiv]




[i] Lc 1, 26-33
[ii] Jo 1, 9
[iii] Gén 3, 15
[iv] João Paulo II, Enc. Redemptoris Mater, n. 8.
[v] cfr. Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, 2ª. ed., Quadrante, São Paulo, 1979, págs. 229 ss.;.
[vi] Enc. Redemptoris Mater, n. 8
[vii] Paulo VI, Homilia, 08.09.1964
[viii] Pio XI, Bula Ineffabilis Deus; in Denzinger, Enchiridion Symbolorum, V. Herder, Friburgo-Barcelona, 1955, n. 1641
[ix] Lc 1, 48-49
[x] Lc 1, 38
[xi] Jo 1, 14
[xii] cfr. Lc 2, 30
[xiii] cfr. Rom 8, 29 e I Cor 12, 27
[xiv] MARIA, A MÃE DE JESUS QUADRANTE, São Paulo Copyright © 1987 Quadrante, Sociedade de Publicações Culturais

Doutrina – 387

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

A Igreja é una, santa, católica e apostólica

165. Em que sentido a Igreja é santa?



A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas actividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.

Hoy el reto del amor es no dejar que el hielo esté en tu corazón

UN ÁRBOL DE VIDA


Casi todos los días salimos a dar un paseo por la huerta. Es muy grande y disfrutamos mucho de ella.

Hace unos días estaba preciosa: todos los árboles en flor, muy verde... te llenaba de vida y de alegría verla. Pero, como bien sabes, ha habido unas fuertes heladas, y todo lo que estaba en flor se ha quedado negro. Es impresionante pasear junto a una de las tapias, que es un paseo de nogales, y ver cómo todos los árboles están negros, helados... da una sensación de frío, de pena...

Ayer me senté un rato junto a uno de esos nogales. Le estuve mirando un buen raro. Me daba cuenta de que yo también a veces empiezo las cosas con mucha fuerza y todo comienza a florecer... pero nunca calculo las heladas. ¡Y cuántas cosas se caen porque ha llegado el frío y lo ha helado!

En esos momentos sientes muy fuerte la debilidad que es haber querido a una persona y que te haya dejado, con toda la ilusión que habías puesto... y ahora todo está congelado. O esa amistad que tanto cuidaste y abonaste, y ha llegado la prueba del hielo y no la ha superado... ¿y qué hacer? 

El mundo te dice que nada dura, que todo falla, que todo tiene fecha de caducidad. Que no confíes, que no vale la pena: tarde o temprano, se helará todo.

Pero mi sorpresa fue que, al seguir observando, descubrí que, debajo de las hojas negras, están volviendo a salir hojas verdes. La fuerza del árbol no le ha dejado quedarse en lo negro, ha vuelto a apostar por la vida. Es verdad que este año no tendrá nueces, pero sí que podrá darnos sombra con sus hojas, y podremos comer debajo del nogal en pleno verano.

Este nogal me ha mostrado que, una vez más, Dios ha optado por la vida, el Señor no le ha dejado muerto, ha vuelto a sacar vida de donde no creíamos que había. Así, el Padre no dejó a su Hijo en el sepulcro, lo resucitó para que tengamos Vida. Sólo la paciencia y la confianza en Dios es capaz de ver nacer nuevamente la vida. No mires las hojas heladas, mira hacia donde están ya naciendo las nuevas.

Hoy el reto del amor es no dejar que el hielo esté en tu corazón, apuesta por el amor una vez más. Disfruta hoy de las personas que tienes a tu lado y te quieren. Hoy, cuando vayas a misa y llegue el momento de la paz, no des la mano: dales dos besos y deséales la paz de corazón. Y, si no vas a misa, a las personas que te encuentres, dales dos besos y deséales un feliz día en el Señor.


VIVE DE CRISTO

Pequena agenda do cristão


TeRÇa-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Aplicação no trabalho.

Senhor, ajuda-me a fazer o que devo, quando devo, empenhando-me em fazê-lo bem feito para to poder oferecer.

Lembrar-me:
Os que estão sem trabalho.

Senhor, lembra-te de tantos e tantas que procuram trabalho e não o encontram, provê às suas necessidades, dá-lhes esperança e confiança.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?