12/01/2018

A tarefa dos pais de família é importantíssima

Admira a bondade do nosso Pai Deus: não te enche de alegria a certeza de que o teu lar, a tua família, o teu país, que amas com loucura, são matéria de santidade? (Forja, 689)


Comove-me que o Apóstolo qualifique o matrimónio cristão como "sacramentum magnum", sacramento grande. Também daqui deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo.


– Participais do poder criador de Deus e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.


Cada filho que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos! (Forja, 691)


Nas minhas conversas com tantos casais, insisto em que, enquanto eles viverem e os filhos também viverem, devem ajudá-los a ser santos, sabendo que na terra ninguém será santo. Não faremos mais que lutar, lutar e lutar.


E acrescento: – Vós, mães e pais cristãos, sois um grande motor espiritual, que manda aos vossos filhos fortaleza de Deus para essa luta, para vencer, para que sejam santos. Não os defraudeis! (Forja, 692)


Não tenhas medo de querer bem às almas, por Ele; e não te importes de amar ainda mais aos teus, sempre que, querendo-lhes muito, o ames a Ele milhões de vezes mais. (Sulco, 693)


Pela tua intimidade com Cristo, estás obrigado a dar fruto: Fruto que sacie a fome das almas, quando se aproximarem de ti, no trabalho, no convívio, no ambiente familiar... (Forja, 981)


Temas para reflectir e meditar

Carácter


O teu mau carácter, a tua brusquidão, os teus modos pouco amáveis, as tuas atitudes falhas de afabilidade, a tua rigidez (tão pouco cristã!), são a causa de que te encontres só, na solidão do egoísta, do amargurado, do eterno descontente, do ressentido, e são também a causa de que à tua volta, em vez de amor, haja indiferença, frieza, ressentimento e desconfiança.

É necessário que com o teu bom carácter, com a tua Compreensão e afabilidade, com a mansidão de Cristo amalgamada na tua vida, sejas feliz e faças felizes a todos os que te rodeiam, a todos os que te encontrem no caminho da vida.

(SALVATORE CANALS, Ascética Meditada, Col. Éfeso 4ª Ed. nr. 72-73)



Evangelho e comentário

Tempo Comum


Evangelho: Mc 2, 1-12

1 Dias depois, tendo Jesus voltado a Cafarnaúm, ouviu-se dizer que estava em casa. 2 Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra. 3 Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens. 4 Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico. 5 Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.» 6 Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações: 7 «Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?» 8 Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações? 9  Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: ‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te, pega no teu catre e anda’? 10 Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados, 11 Eu te ordeno - disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.» 12 Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»

Comentário:

Quando se trata de ajudar os verdadeiros amigos não se deixam vencer pelas dificuldades que possam apresentar-se.

Não há nem “respeitos humanos” nem receio de ridículo… trata-se de ajudar um amigo e, tal, está acima de qualquer razão humana.

Esta é, sem dúvida, a verdadeira amizade que não se move nem por interesses nem por outra qualquer razão, mas, tão só, a vontade e disponibilidade de ajudar, servir, ser útil.

Feliz é quem tem amigos assim!

(AMA, comentário sobre Mc 2, 1-12, 13.01.2017)






Leitura espiritual

Jesus Cristo o Santo de Deus

Capítulo III

ACREDITAS?

A divindade de Cristo no Evangelho de S. João

1. Se não acreditardes que Eu Sou...

Um dia estava eu a celebrar a Missa num convento de clarissas.
O terço evangélico proposto pela liturgia era a página de S. João em que Jesus repetidamente anuncia o seu Eu Sou:

«Se não acreditardes que Eu Sou morrereis nos vossos pecados... quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que Eu Sou... antes que Abraão existisse, Eu Sou» [i].

O facto de Eu Sou, contrariamente a todas as regras gramaticais, estar escrito no evangeliário com duas maiúsculas, ligado certamente a qualquer outra causa mais misteriosa, fez acender uma centelha.
Aquela palavra explodiu em mim. Sim, eu sabia que no Evangelho de S. João havia numerosos ego eimi, «Eu Sou», pronunciados por Jesus e que isso era um facto importante para a Sua cristologia. Mas era um conhecimento inerte e sem consequências.
Esse facto jamais me tinha alvoroçado. Porém, naquele dia, não aconteceu assim. Estava-se na quadra pascal e parecia que o próprio Jesus ressuscitado tinha proclamado o Seu nome divino perante o Céu e a terra. O Seu «Eu Sou» iluminava e enchia o universo.
Eu sentia-me pequenino, como quem assiste, por acaso e à parte, a uma cena imprevistas e extraordinária, ou a um grande espectáculo da natureza.
Não se tratou senão de uma simples emoção de fé, mas foi uma emoção daquelas que, tendo já passado, deixam no coração uma grande saudade.

Desejoso de saber algo mais daquele «Eu Sou» de Cristo, recorri aos comentários modernos sobre o Quarto Evangelho e verifiquei que eles são quase unânimes em ver naquelas palavras de Jesus uma alusão ao Nome divino, como ele se apresenta, por exemplo, em Isaías 43,10: para que saibais, que acrediteis em Mim e entendamos que Eu Sou.
De resto, já muito tempo antes, Santo Agostinho tinha relacionado esta palavra de Jesus com a revelação do nome divino em Êxodo 3,14, e tinha concluído:

Parece-me que o Senhor Jesus Cristo, dizendo, Se não acreditardes que Eu Sou, não quis dizer nada mais que isto:
Graças sejam dadas a Deus porque Ele disse se não acreditais e não disse se não compreenderdes. Se não compreendes, a fé salva-te 
[ii].

Tive a ousadia de começar esta explanação sobre a divindade de Cristo com esta recordação pessoal, porque, no âmbito do Quarto Evangelho, essa verdade encontra a sua expressão mais palpitante precisamente naquele Eu Sou de Cristo.


Poder-se-ia objectar que estas palavras de São João, desenvolvimentos tardios da fé, que Jesus nada tem a ver com isso.
Mas a questão está mesmo aqui. Essas palavras são mesmo de Jesus; certamente de Jesus ressuscitado que vive e falta agora no Espírito; mas são sempre palavras de Jesus, do próprio Jesus de Nazaré.
Hoje costuma-se distinguir as palavras de Jesus dos evangelhos em palavras autênticas e em pessoas não autênticas, isto é, em pessoas pronunciadas verdadeiramente por Ele durante a Sua vida, e em palavras a ele atribuídas pelos Apóstolos depois da Sua morte. Mas esta distinção é muito ambígua e não tem valimento no caso de Cristo, como no caso de um vulgar autor humano.
Não se trata evidentemente, de pôr em dúvida o carácter plenamente humano e histórico dos escritos do Novo Testamento, a diversidade dos géneros literários e das formas, nem tampouco de regressar à antiga ideia de inspiração verbal e quase mecânica da Escritura.
Trata-se somente de saber se a inspiração bíblica tem ainda algum sentido para os cristãos ou não; se quando dizemos que a bíblia é Palavra de Deus, este de Deus tem para nós um significado qualitativamente diferente de qualquer outro caso, ou se é somente um modo de dizer como qualquer outro.

Jesus dizia que o Espírito Santo daria testemunho dele [iii] que haveria de receber do que era Seu para O anunciar aos discípulos [iv]; e onde Lhe daria este testemunho a não ser nas Escrituras por Ele inspiradas?

Mais ainda.
Jesus afirma que Ele próprio haveria de continuar a falar através do Espírito:

«Virá o tempo em que vos falarei já não por parábolas, mas abertamente vos falarei do Pai [v].
Eu, e não outro, vos falarei do Pai!

A que tempo futuro Se refere Jesus com estas palavras?
Não ao tempo da Sua vida terrestre, onde não será já necessário que Ele fale ainda do Pai. Refere-se ao tempo depois da Sua Páscoa e do Pentecostes, quando, através do Seu Espírito, levou os discípulos à verdade plena da Sua relação com o Pai [vi], que é aquilo que historicamente sabemos que aconteceu.

Certamente alguém poderá dizer que também aquelas palavras: «Eu vos falarei do Pai", são exclusivamente do Evangelista; mas já não é extraordinário que João tenha afirmado isso: que Ele acreditava que depois da Páscoa era ainda Jesus que continuava a revelar-se e a revelar o Pai?

2. Tu dás testemunho de Ti próprio

É o próprio Jesus, portanto, que no «Eu Sou» e de numerosos outros modos, Se autoproclama Deus no Quarto Evangelho.
Ele tornará assim explícita uma reivindicação que, durante a Sua vida terrena, fora já preparada, mesmo que só de forma implícita.
Os Discípulos ainda não tinham capacidade para suportar o peso de tal revelação.

Mas este motivo era secundário. O motivo pelo qual Jesus reserva a plena compreensão de Si próprio para depois da Páscoa – e, portanto, para o testemunho dos Apóstolos - é também outro, mais determinante. Precisamente porque a Sua morte e ressurreição eram a chave para compreender quem Ele era.
Neste sentido, o testemunho dos Apóstolos - isto é, na prática, os escritos do Novo Testamento - são parte integrante da auto-revelação de Jesus. Jesus narrou neles, com o Seu Espírito, aquilo que não podia narrar pessoalmente, sem antes ter morrido e ressuscitado. Antes de saber «que Jesus era Deus», era importante saber «que Deus era Jesus», e que isso só é revelado na Cruz e na ressurreição.

Portanto, não é só o Evangelista que proclama Jesus como «Deus», mas é Ele próprio que Se auto-proclama como tal.
Já durante a vida de Cristo existia a grande contestação: «Tu dás testemunho de Ti mesmo, o Teu testemunho não é verdadeiro" [vii].

Jesus responde:
«Ainda que Eu próprio dê testemunho de Mim, o Meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim e para onde vou» [viii].

Esta resposta só aparentemente é absurda e contrária a todas as nossas ideias de testemunho.
«Se alguém se conhece perfeitamente e com um conhecimento que, por sua natureza, não pode ser compartilhado com outros, o único testemunho possível só pode ser o do interessado» [ix] .
Ora este é precisamente o caso de Jesus e somente dele.
Só Eles sabe donde vem e para onde vai; só Ele vem do Céu, ao passo que os outros são cá de baixo.
[x]
Jesus dá testemunho de Si mesmo, pelo mesmo motivo pelo qual Deus - diz a Bíblia - «jurou por Si mesmo já que não tinha ninguém superior a Si por quem jurasse». [xi]

Jesus ilustra este facto recorrendo à imagem da luz:

«Eu sou a luz do mundo» [xii].

Ele – dizia o evangelista - «era a luz verdadeira». [xiii]

Pode o sol receber luz de uma vela?


(cont)

rainiero cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia.





[i] Jo 8,24.28.58
[ii] Santo Agostinho, In Ioh 38,10 (PL 35, 1680)
[iii] Jo 15,26
[iv] Cfr. Jo 16,14
[v] Jo 16,25
[vi] Jo 16,13
[vii] Jo 8,13
[viii] Jo 8,14
[ix] C. H. Dodd, A Interpretação do IV Evangelho, Brescia, 1974, p. 260.
[x] cfr. Jo 8,14-23
[xi] Hb 6,13
[xii] Jo 8,12
[xiii] Jo 1,9

Doutrina – 392

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO

CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA

A Igreja é una, santa, católica e apostólica

170. Que ligação há entre a Igreja católica e as religiões não cristãs?



Antes de mais, há o laço comum da origem e fim de todo o género humano. A Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o Evangelho e mover em direcção à unidade da humanidade na Igreja de Cristo.

Perguntas e respostas

A EUTANÁSIA



9. Que sentido tem o sofrimento?

É difícil entender o sentido do padecimento sem referências espirituais.

Sobre isto pode ver-se o tema dor.


Para muitas pessoas esses sacrifícios e paciência abrem-lhes as portas do céu e retiram tempo ao purgatório.

Pequena agenda do cristão

Sexta-Feira


(Coisas muito simples, curtas, objectivas)




Propósito:

Contenção; alguma privação; ser humilde.


Senhor: Ajuda-me a ser contido, a privar-me de algo por pouco que seja, a ser humilde. Sou formado por este barro duro e seco que é o meu carácter, mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

Lembrar-me:
Filiação divina.

Ser Teu filho Senhor! De tal modo desejo que esta realidade tome posse de mim, que me entrego totalmente nas Tuas mãos amorosas de Pai misericordioso, e embora não saiba bem para que me queres, para que queres como filho a alguém como eu, entrego-me confiante que me conheces profundamente, com todos os meus defeitos e pequenas virtudes e é assim, e não de outro modo, que me queres ao pé de Ti. Não me afastes, Senhor. Eu sei que Tu não me afastarás nunca. Peço-Te que não permitas que alguma vez, nem por breves instantes, seja eu a afastar-me de Ti.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?